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04/08/2020

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Um “Cresce Brasil” pela recuperação pós-pandemia

 

Projeto da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) concentra sua atenção nas possibilidades de retomada após a crise econômica agravada pela emergência sanitária causada pelo novo coronavírus.

 

CresceBrasil2020 QuadradoEstá em elaboração e debate a edição 2020 do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e dos seus sindicatos filiados que, desde 2006, de forma contínua e atenta às dificuldades estruturais e conjunturais do País, vem propondo saídas que nos tragam avanços socioeconômicos e tecnológicos. O foco neste momento é o que pode ser feito efetivamente para a retomada após a turbulência causada pela pandemia do novo coronavírus, que veio agravar uma situação já preocupante do ponto de vista da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) e das taxas de desemprego, inclusive na engenharia, para citar dois indicadores fundamentais.

Para tanto, está sendo formulado um programa consistente de retomada de obras paradas em todo o Brasil. Essa questão tem sido recorrente nas nossas discussões já há alguns anos por diversos motivos, como os desperdícios representados pelos empreendimentos interrompidos, o potencial de geração de vagas e movimentação da economia e a urgência em entregar equipamentos públicos à população e infraestrutura adequada ao setor produtivo.


Na nossa avaliação, o momento é mais que oportuno e torna urgente que o País invista realmente nesse esforço. Assim, o “Cresce Brasil” pretende oferecer sua contribuição concreta. A ideia, a partir de debate com os profissionais da área, especialistas e poder público, é, em primeiro lugar, definir quais as tarefas a serem cumpridas pelos diversos entes envolvidos, a começar pelas administrações públicas nos três níveis, mas também entidades empresariais, sindicatos de engenheiros, academia e meios de comunicação.


O primeiro ponto fundamental aqui é um levantamento exaustivo das obras paradas, a ser conduzido pelos Executivos federal, estaduais e municipais, incluindo uma previsão de recursos financeiros envolvidos. Com base nisso, é preciso estabelecer uma matriz de prioridades e responsabilidades que possibilite colocar tal empreitada em movimento. Importantíssimo ainda será solucionar travas jurídicas e regulatórias. Por fim, será necessário definir os mecanismos de financiamento e assegurar controle de execução física e financeira do programa para coibir tanto os lamentáveis desvios de recursos quanto ineficácias gerenciais. A partir de sua formulação, o “Cresce Brasil” indicará métodos para a preparação desse alicerce imprescindível de informações e os caminhos a serem seguidos para que os responsáveis levem a cabo essa proposta.


O segundo eixo também está focado na recuperação pós-crise, embora já seja objeto de discussões há vários anos. Novamente, a exemplo das obras paradas, trata-se de dar caráter emergencial ao que já era necessário. O País precisa de políticas industriais e de comércio exterior voltadas à garantia de fornecimento de insumos, produtos intermediários e bens finais. Retomando esforço já feito em edição passada, o projeto da FNE propõe a análise do quadro atual de setores industriais estratégicos. Aqui será fundamental a participação da engenharia brasileira na formulação de um Plano Emergencial de Reindustrialização, focado principalmente nessas atividades produtivas, com horizonte mínimo de cinco anos e articulado em torno da presença marcante do Estado como planejador e indutor do processo.


Acreditamos firmemente que a concretização de tais propostas pode significar a diferença entre a total falta de perspectiva no futuro próximo e um caminho coerente a ser seguido para a reconstrução do País.


Eng. Murilo Pinheiro – Presidente

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