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Transporte – CPTM retomará trens regionais iniciando com o Expresso Jundiaí

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Rosângela Ribeiro Gil

O anúncio foi feito pelo secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, no seminário “O futuro do sistema de transporte ferroviário no Estado de São Paulo”, realizado no dia 22 de agosto último, no auditório do SEESP, na Capital. A contratação do projeto Expresso Jundiaí, que prevê investimento de R$ 3,3 bilhões, frota de nove trens com capacidade para 564 lugares e tempo médio de viagem de 25 minutos para percorrer os 60km entre a Capital e a cidade do Interior, será feita nos próximos 15 dias. Depois virão os de Sorocaba e Santos.

O secretário apresentou um diagnóstico do sistema atual, pontuando que a demanda de transportes duplicará em 20 anos, e o rodoviário estará saturado em curto prazo na macrometrópole. Além disso, segundo ele, o sistema logístico estadual é disperso e fragmentado e a mobilidade urbana na RMSP (Região Metropolitana de São Paulo) já está bastante baixa. Diante disso, a alternativa é substituir esse modelo pelo ferroviário. “A decisão deve ser feita logo”, defendeu.

Também merecerá investimentos crescentes, garantiu Fernandes, o sistema metropolitano de trens e metrô. Conforme ele, em 2010 os recursos somaram R$ 4 bilhões, caindo em 2011 para R$ 3 bilhões, mas terão de chegar, ao final da atual gestão, em 2014, entre R$ 8 e R$ 10 bilhões por ano, destinados à expansão e modernização de linhas do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A previsão é de que a rede das duas companhias, atualmente em 328,2km, alcance 633,6km em 2020.

O presidente da CPTM, Mário Bandeira, lembrou que o Estado, nas décadas de 1950 e 1960, já teve 6 mil km de ferrovias, hoje reduzidos para 270km ao transporte de passageiros. A companhia atende 22 municípios, com 90 estações e 2,8 milhões de usuários por dia. A proposta para 2014 e 2015 é estender a fronteira, que hoje se restringe à RMSP, para Oeste e Sul do Estado. “São Paulo representa trabalho, saúde, lazer, mas grandes cidades estão ocupando esse espaço também, como Sorocaba, Campinas, São José dos Campos e Santos”, observou.

Modernização e expansão

Em termos de estrutura, os novos planos da CPTM preveem modernização dos sistemas de informação e gestão; sustentabilidade ambiental; ampliação do quadro de colaboradores; e contratualização de resultados. A modernização atingirá nove estações, enquanto 42 serão totalmente reconstruídas, além da infraestrutura de circulação (rede aérea, energia, sinalização, telecomunicações, via permanente, estacionamentos e oficinas) e aquisição de trens. Na expansão, três estações já estão em obras (Amador Bueno, Santa Rita e Vila Aurora), seis novas serão construídas (Mendes, Varginha, Cecap, Aeroporto, União de Vila Nova e Tiquatira) e serão implantados o Expresso ABC e a extensão das linhas 9 (Grajaú – Varginha) e 13 (Trem de Guarulhos).

Em 2015, pelos projetos da CPTM, haverá 164 novos trens de oito carros, capacitação da infraestrutura de circulação com intervalo entre trens de três minutos, 97 estações modernizadas/expandidas, 47km de novos serviços totalizando 301,2km de malha ferroviária.

O diretor de planejamento e projetos da companhia, Silvestre Eduardo Rocha Ribeiro, explica que está em curso estudo para ajudar a definir a centralidade do deslocamento da RMSP e dos outros municípios paulistas. “Essas pessoas que vêm de outras cidades querem acessar São Paulo onde?”, pergunta.

Para o diretor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), José Roberto Cardoso, coordenador do Conselho Tecnológico do SEESP, a “década perdida” afetou, principalmente, o modal ferroviário. “É necessário seguir o exemplo da aviação e do petróleo, que estão desenvolvidos, e uma das razões é a existência de grandes centros de pesquisa nessas áreas, como o CTA (Centro Técnico Aeroespacial), onde nasceu a Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), e o Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello), da Petrobras. A ferrovia está precisando de um centro de pesquisa para reproduzir o sucesso da aeronáutica e do petróleo do Brasil”, ensina.

Encruzilhada logística

São Paulo também enfrenta sérias dificuldades no transporte de carga, cujo problema é agravado, segundo Jurandir Fernandes, porque as empresas estão criando centros logísticos de distribuição específicos e não existe intermodalidade, o que leva quase 48% dos caminhões a trafegarem vazios pelas rodovias paulistas. Por isso, uma das saídas é a viabilização do ferroanel, que está em fase de negociação adiantada com o governo federal, informa.

Por fim, o secretário estadual destacou a importância de fortalecer a formação do profissional da categoria nas áreas de infraestrutura e transporte. “Não ter engenheiro nessa área é fatal para o Brasil”, advertiu.

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