Lançada no início do ano pelo movimento sindical, a campanha nacional pela redução da jornada sem redução dos salários culminou, em 28 de maio, em uma grande mobilização nacional, com iniciativas diversas, mas com pauta unificada. O dia contou com atos públicos, paralisações, atrasos na entrada das fábricas e passeatas em todo o País (leia nota na página 8). Além da diminuição de 44 para 40 horas semanais, também é reivindicação a ratificação das convenções 151 e 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que respectivamente assegura data-base ao funcionalismo público e proíbe a demissão imotivada. Para o início de junho está marcada a entrega do abaixo-assinado que pleiteia tais medidas ao Congresso Nacional.
Já na véspera, no dia 27, o tema havia ganho as ruas brasileiras com a panfletagem que chamava os trabalhadores a se engajar no movimento e buscava sensibilizar a sociedade para a necessidade de que a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) se traduza em desenvolvimento socioeconômico, com mais empregos, distribuição de renda, garantia de direitos e ampliação de conquistas. A jornada menor, além de gerar mais de 2 milhões de empregos, segundo estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), também trará mais saúde e qualidade de vida aos trabalhadores, já que possibilita mais tempo para o estudo, lazer, descanso e convívio familiar.
Demonstração de força e capacidade de mobilização do sindicalismo brasileiro, a campanha vem também ao encontro do novo ciclo de crescimento que finalmente o País vive e do anseio para que esse processo beneficie a todos e não apenas alguns. O movimento conta, assim, com o apoio dos engenheiros, cuja militância por melhores condições de vida para a população está presente no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. Além de apontar as obras e ações necessárias para que o Brasil prospere e se consolide como nação desenvolvida, busca, acima de tudo, ajudar a construir um país justo e soberano. O caminho para tanto passa indubitavelmente por garantir aos trabalhadores o seu devido quinhão na riqueza que geram com o seu esforço e competência.
Mobilização realizada, a luta, contudo, continua. É preciso agora convencer os parlamentares da importância de defender os interesses da maioria, que são, em última instância, os do País.