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Opinião – Imprensa sindical, comunicação que organiza

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João Franzin


O primeiro boletim que fiz para um sindicato era datilografado em estêncil e rodado em mimeógrafo a álcool. Aquele boletim, precário, agitou e deu suporte à greve numa multinacional fabricante de pneus. Depois, evoluímos. Datilografávamos o texto em máquina elétrica, colávamos em colunas (paste-up) e fazíamos os títulos em letraset ou algo parecido, com cada letra decalcada de cartelas. Numa eleição, durante pouco mais de duas semanas, produzi 32 boletins por esse sistema. E ganhamos.

A tecnologia, em 30 anos, deu um salto fabuloso; o sindicalismo ampliou seu raio de ação. Mas os desafios da comunicação sindical permanecem: informar, mobilizar, agitar; ser às vezes retaguarda e em outras, ponta de lança da luta sindical.

Certos círculos prezam a discussão a respeito da linguagem adequada à mídia sindical. Eu não gosto. Creio que boa linguagem é dizer a verdade, de modo claro; levar informação relevante; municiar com dados; mobilizar rumo a objetivos palpáveis.

De alguns anos para cá, tenho concentrado o foco da comunicação das entidades onde atuo e da própria Agência Sindical no fortalecimento do conceito de sindicalismo: sindicato é bom; sindicato atua; sindicato assiste; sindicato organiza; sindicato mobiliza; sindicato constrói; sindicato melhora a vida do trabalhador e, por isso, a do próprio País. Penso que, assim, o sindicalismo “movimento” e o sindicalismo “instituição” se fortalecem.

Para mim, comunicação sindical é jornalismo e propaganda juntos. Jornalismo porque informa; propaganda porque divulga, massifica e repete ideias, palavras de ordem e conceitos.

Penso que um dos desafios do movimento sindical é conjugar a formação de quadros jovens com a renovação de suas direções. Vale o mesmo para a mídia sindical, cujos profissionais cumprem tarefas extenuantes, não têm tempo para se reciclar ou ensinar colegas que estão começando. Essa carência prejudica a qualidade do texto, da edição, da diagramação e é ainda mais marcante no aspecto gráfico e visual dos materiais.

Hoje, os trabalhadores filmam e gravam assembleias, principalmente em portas de fábrica. Os mais jovens dominam com incrível agilidade essas ferramentas. Muitos, sem saber, documentam a própria história, mas esse material se perde no vasto emaranhado da rede. Tais “repórteres de pés descalços” precisam aprender o caminho de levar conteúdo até suas entidades de classe. E essas devem se desdobrar no esforço de coletar, editar e devolver à base um conteúdo articulado e agregador.

A imprensa sindical, comunicação que organiza, será mais eficaz se repercutir a orientação de cada entidade, sabendo agregar novas tecnologias e ferramentas.


João Franzin é jornalista da Agência Sindical, apresentador do programa Câmera Aberta Sindical

E-mailEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Facebookwww.facebook.com/joao.franzin

Site: www.agenciasindical.com.br

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