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Engenharia de Manutenção é crucial e urgente
Episódios envolvendo alagamentos e quedas de árvores, mas também desabamento e incêndio registrados na capital paulista na semana passada, demonstram importância de fiscalização e prevenção tecnicamente qualificada para garantir segurança e evitar prejuízos.
A vida nas grandes cidades brasileiras segue cada vez mais desafiadora, com inúmeros problemas marcando o dia a dia da população. A situação não é exclusiva de São Paulo, mas a grande megalópole do País torna-se emblemática das dificuldades trazidas pela precariedade na infraestrutura urbana, falta de planejamento e ausência de Engenharia de Manutenção.
Apenas na semana passada, a capital paulista registrou um incêndio de grandes proporções, um desabamento de prédio em construção, alagamentos em diversos pontos e quedas de árvores, sem falar nos engarrafamentos crescentes e falhas no sistema de transporte, que fazem parte da rotina.
Além de se constituírem em risco e tormento para o cidadão, trata-se de um quadro de desperdício de recursos públicos e privados, que poderiam ser direcionados a bem-estar e geração de riqueza. Urgente, portanto, transformar essa realidade, especialmente tendo em vista o imperativo da adaptação aos eventos extremos provocados pela crise climática inegável e em curso.
Bandeira defendida pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e seus sindicatos filiados desde 2019 é a implementação pelas três instâncias de governo, mas sobretudo nos municípios, de órgãos qualificados específicos voltados à Engenharia de Manutenção. Para que funcionem adequada e efetivamente, estes precisam ter dotação orçamentária e quadro técnico próprios.
Tais estruturas atuariam na manutenção preditiva, preventiva e corretiva de estruturas, edificações, vias, frotas, redes, instalações e demais bens físicos estatais, mantendo inventário atualizado e acessível de todo esse universo.
Importante ter em mente que a proposta não significa ampliação de gastos, como uma visão simplista e análise superficial poderiam levar a crer. Os devidos mapeamento, monitoramento e inspeção e reparos, feitos de forma planejada e por profissional competente, além de evitar ou reduzir transtornos, certamente mitigarão o dispêndio de recursos.
A sugestão foi apresentada aos candidatos em várias partes do País nas eleições municipais de 2024 e segue em debate, a exemplo do que vem sendo feito pelo SEESP, em São Paulo, onde estão em discussão ainda providências para que as edificações e estruturas particulares também operem em condições adequadas.
Em visita ao sindicato na terça-feira (11/2), o secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, Marcos Monteiro, recebeu, por exemplo, a sugestão da criação de norma legislativa na Cidade que determine inspeção periódica nos edifícios, com apresentação de laudo elaborado por engenheiro qualificado. O assunto também está em debate com o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Teixeira, que já se dispôs a apresentar projeto de lei nesse sentido.
É imprescindível que os poderes públicos atuem para melhorar a vida nas cidades. A sociedade deve cobrar e colaborar com esse objetivo. A FNE e sua rede de sindicatos estão à disposição e firmemente comprometidos em contribuir para que haja mais qualidade de vida para todos.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente