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25/10/2016

Há uma história sindical por trás do Prêmio Herzog

Como muitas entidades, na ditadura, o Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo caiu nas mãos do regime. O conservadorismo da direção gerou, nos anos 1970, o Movimento de Fortalecimento do Sindicato (MFS), com forte apoio do reportariado e articulação efetiva do PCB, então clandestino.

Houve uma primeira tentativa eleitoral, com o católico praticante Hélio Damante na cabeça da chapa ampla. A segunda, com Audálio Dantas à frente, prosperou, e ele assumiu a presidência da entidade em abril de 1975. Em outubro, o jornalista Vladimir Herzog (Vlado), da TV Cultura, viria a ser torturado e assassinado no DOI-Codi.

Nesta terça-feira (25/10), no Tucarena, Perdizes, SP, acontece a entrega do 38º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos - a data marca os 41 anos da morte de Vlado.

Além da premiação em oito categorias, haverá homenagem aos jornalistas Elio Gaspari (Folha de S.Paulo e O Globo) e Cláudio Abramo (in memoriam). A entrega do prêmio a Gaspari será feita por João Guilherme Vargas Neto, consultor sindical, e há mais de meio século amigo do homenageado.

Livro
Anos depois, mais precisamente em 2012, Audálio Dantas publicou “As Duas Guerras de Vlado Herzog”, pela Civilização Brasileira. Em formato de uma grande reportagem, o livro posiciona, corretamente, o Sindicato dos Jornalistas no centro da resistência à ditadura, especialmente no desmascaramento da farsa armada quando do assassinato de Herzog.

História
A Agência Sindical falou com Vargas Neto (foto), ativo, então, na articulação do MFS, que levou Audálio à presidência do Sindicato e, meses depois, à condição de principal porta-voz das denúncias contra a farsa do suicídio de Vlado. Como não se trata apenas de mais uma cerimônia de premiação, a Agência reconta um pouco dessa história.

Retomada do Sindicato
“Havia descontentamento na base, mas a sindicalização era baixa. Por isso, não se vencia eleição. Era preciso, também, encontrar um nome que não transitasse só entre os cardeais, digamos. Precisava ter trânsito bom também na base da categoria.”

Nome de Audálio
“A escolha de Audálio Dantas se deu pelo fato dele reunir duas condições importantes. Já era um nome de peso no jornalismo nacional - figurava entre os melhores - e tinha muita simpatia entre o reportariado.”

Sindicato forte
“A resistência à furiosa investida da ditadura só foi possível e se materializou porque existia um Sindicato forte, com respeito da categoria e com essa base disposta a resistir. Considero que o Audálio foi o homem certo no lugar exato. Seu nome será lembrado. Já do outro, que derrotamos, nem se lembra mais o nome.”

Situação atual
“Há uma desmobilização forte dos jornalistas, por várias razões, entre elas, o crescimento da informalidade e a pejotização em massa nas redações.”

Gaspari homenageado
“Faz todo o sentido homenagear Elio Gaspari, que tem uma carreira apoiada apenas no jornalismo, no exercício continuado e correto da profissão. Faz bom jornalismo. É uma pessoa muito inteligente.”

Recorde
Esta edição do Prêmio teve o recorde de 567 trabalhos inscritos, com temas que valorizam a democracia, a cidadania e os direitos humanos.

O Prêmio é promovido por 12 entidades, entre as quais a Federação Nacional dos Jornalistas, Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de SP, OAB Nacional, Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil e Instituto Vladimir Herzog.

Vencedores
Arte: charge “Monstro”, de Brum (Rodrigo Serra Brum Machado), jornal Tribunal do Norte; Documentário de TV: “Mulheres do Zika”, Débora Brito, TV Brasil, de Brasília; Fotografia: “Repressão Policial contra Secundaristas”, André Lucas de Almeida, site Brasil Post; Internet: “Especial 100”, Natalia Viana Rodrigues, da Agência Pública São Paulo; Jornal: “Terra Bruta”, Leonencio Nossa, O Estado de S. Paulo - DF; Rádio: “Especial 10 anos da Lei Maria da Penha”, Michelle Trombelli, Band News FM de SP; Reportagem de TV: “Chacina em Osasco”, Mônica Pinheiro, TV Globo/Profissão Repórter; Revista: “O bandido está morto - e agora?”, Cristine Kist, Galileu.

 

 

Comunicação SEESP
Informação da Agência Sindical






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