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09/11/2016

Demissões e vitória marcam ano da Delegacia Sindical da Baixada

A desativação do processo de produção de aço da Usiminas, na cidade de Cubatão, significou a demissão de mais de seis mil trabalhadores – entre diretos e terceirizados – entre o final do ano passado e início de 2016. “Foram momentos de muita tensão e angústia”, diz o presidente da Delegacia Sindical do SEESP da Baixada Santista, Newton Guenaga Filho. “Por mais de seis meses vivemos sob essa ameaça, realizando manifestações, negociações diretas com a empresa e depois com a intermediação do Ministério Público do Trabalho”, lembra. Nesse processo, cerca de 150 engenheiros de um total de 300 foram demitidos.


Foto: Reginaldo Noccioli
Guenaga FNE 4
Guenaga: "Tivemos dois extremos na Delegacia neste ano:
as demissões na Usiminas e a vitória na Codesp."
 

Na esteira desse problema foi criado o Fórum Cresce Baixada, reunindo vários sindicatos e movimentos sociais da região, tendo à frente a Delegacia. “Essa ação diz respeito diretamente ao futuro da nossa região, que, hoje, vive um retrocesso econômico sem igual por conta da atitude da siderúrgica”, observa Guenaga. Atualmente as atividades da empresa, cuja matriz fica em Ipatinga (MG), se restringem, na cidade paulista, à laminação de placas de aço e à movimentação de cargas em seu porto privativo, com um efetivo de pouco mais de 1.700 trabalhadores.

Mas 2016, como salienta o sindicalista, também teve uma vitória importante para os profissionais da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). “Desde 1998, quando iniciamos negociações, estamos na luta pela implantação do piso salarial [Lei 4.950-A/66] na empresa, que é a autoridade portuária do maior Porto do País”, explica. Como as tratativas diretas não surtiram efeito, o sindicato ajuizou ação em 2003 e a vitória foi alcançada em setembro último. “Conquistamos o direito ao piso na Justiça e também o retroativo”, comemora. No momento, informa Guenaga, estão sendo esperadas reuniões com a empresa para o acerto do pagamento das diferenças e da implantação do piso.

“Tivemos dois extremos bem significativos neste ano com as demissões na Usiminas e a vitória na Codesp”, avalia. Situação, explica, "que nos faz pensar com mais responsabilidade ainda a ação sindical". “O diálogo é sempre o melhor caminho para dirimir problemas e conquistar avanços”, argumenta. E é com esse espírito que a Delegacia Sindical aguarda as conversações com a Codesp.

Para 2017, o dirigente espera que a economia do País volte a crescer e que o movimento Engenharia Unida “dê o tom dessa retomada, pois temos um material farto e bem técnico sobre como o Brasil pode voltar a se desenvolver, combinando esse crescimento com sustentabilidade e justiça social”.

A delegacia da Baixada Santista abrange cerca de seis mil profissionais, desses quase 1.500 são sócios, e as cidades de Itariri, Registro, Pedro de Toledo, Miracatu, São Miguel Arcanjo, Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. Ela foi a terceira regional fundada pelo SEESP, depois de Campinas e Bauru, em 5 de outubro de 1983.

* Sobre a situação da Usiminas leia aqui reportagem especial



Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP








 

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