Deborah Moreira
Comunicação SEESP
Começou na manhã desta quinta-feira (21/3), juntamente com o outono, a 9ª edição do EcoSP, evento sem fins lucrativos idealizado e organizado pelo SEESP, com o apoio da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e patrocínio de Comgas, grupo Semmler, Mutua-SP, Usiminas,. SICOOB Cecres e Inbec Pós-graduação. O auditório da sede do sindicato estava cheio de profissionais da engenharia e estudantes vindos de diversas cidades do interior e litoral paulista. Durante a abertura do encontro, uma mesa formada por personalidades saudaram os presentes e enfatizaram a importância do propósito por trás das ações politicas-sociais e do campo da engenharia.
Foto: Beatriz Arruda/Comunicação SEESP
Plateia lotada de profissionais e estudantes de diversas regiões do estado de São Paulo.
“Neste encontro ambiental vamos abordar assuntos de relevância mundial. Um de nossos palestrantes, vai falar sobre desenvolvimento sinergético, que pode mudar o País. Também sobre reciclagem de materiais surpreendentes como de uniformes de obras, que seriam descartados no lixo e iria para aterros. Na história do EcoSP sempre trouxemos temas de grande importância como inspeção veicular, que pode ter resultados positivos se houver uma gestão responsável. Vamos abordar sobre as mudanças que ocorrerão no transporte coletivo da cidade, com veículos menos poluentes”, adiantou o vice-presidente do SEESP, Carlos Alberto Guimarães Garcez, organizador do evento.
Ele lembrou, ainda, que o tema das barragens acabou não entrando na programação uma vez que o cronograma e as agendas dos palestrantes já estavam fechadas quando ocorreu a tragédia em Brumadinho (MG): “O sindicato não está ausente. Já montou um grupo de trabalho com especialistas na área de solo e que já está se reunindo para debater como buscar propostas para evitar o que houve. Uma dessas sugestões é a criação de uma secretaria de Engenharia de manutenção de obras e serviços.”.
A proposta foi comentada também pelo presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, que também compôs a mesa de abertura. “Não conhecemos nenhum prefeito, governador ou presidente que queira inaugurar uma manutenção. Por isso, é fundamental que haja uma secretaria para que tenhamos periodicidade na fiscalização dessas obras, com custo mais baixo e equipamentos públicos com mais qualidade”.
Murilo lembrou de edições anteriores do EcoSP que ocorreram em todo o País e de sua importância no debate de propostas para o desenvolvimento social, como para a saúde. Falou ainda do papel que as entidades sindicais têm na discussão de temas cruciais para a população. “A Federação e sindicatos filiados não têm dúvida que devemos nos fortalecer cada vez mais na defesa do cidadão e trabalhador brasileiro. Quanto mais o sindicato for organizado e participativo, melhor será para todos nós”.
Marcellie Dessimoni, coordenadora do Núcleo Jovem Engenheiro, falou que o evento ocorre em “um momento impar na visão global”. “Inúmeras mudanças e fenômenos naturais vêm se intensificando. Portanto, é o momento de agir. Precisamos de uma sociedade com jovens mais atuantes. E eu sei que cada um que está aqui será um multiplicador deste evento, de todo o conhecimento que vamos receber nesses dois dias”, enfatizou, citando o Desafio do Lixo, que está ocorrendo nas redes sociais.
A iniciativa consiste em fazer uma foto de um local que esteja com lixo. Em seguida, descartar corretamente os resíduos e tirar uma foto do local limpo. Depois, publicar as duas fotos nas redes usando a hashtag #trashtag. A ideia surgiu quando um usuário do Reddit (rede social de fóruns e debates) colocou uma imagem com o antes e o depois de um local coberto de lixo com a seguinte mensagem: "Aqui vai um novo desafio para vocês, adolescentes entediados. Tire uma foto de uma área que precisa de um pouco de limpeza ou manutenção, então tire uma foto depois que você tiver feito algo sobre isso e poste aqui".
E esse é o espírito do EcoSP, como lembrou todos os integrantes da mesa de abertura: sensibilizar e mobilizar para a construção de uma sociedade sustentável e justa buscando soluções para a preservação do meio ambiente e a superação das desigualdades sociais no País, influenciando políticas públicas.
“Todas as nossas práticas têm que garantir vida. Esse deve ser nosso propósito. A gente gasta muito dinheiro com políticas sociais sem nenhum estudo de propósito, sem saber porque está sendo gasto aquele dinheiro, resultado de uma ausência de planejamento e de propósito no planejamento”, salientou o vereador José Police Neto (PSD).
Police Neto citou os problemas que a cidade têm enfrentado por conta da falta de planejamento da água. “Aqui em são Paulo a gente trata muito mal a água, que é tão essencial para a vida. A água que falta nos rios não pode ser bebidas e quando chove ficamos desesperados porque recentemente morreram 14 pessoas. E o que a engenharia tem com isso? Tudo. As soluções tecnológicas nascem das pranchetas, ou melhor, atualmente, dos computadores. Mas nasce essencialmente dos propósitos”, completou.
Também integrou a mesa Douglas de Paula, representante do secretário municipal de Infraestrutura e Obras de São Paulo, Vitor Aly.