Comunicação SEESP*
Fotos: Deborah Moreira/Comunicação SEESP
A capital paulista amanheceu, nesta sexta-feira (6/9), com a greve dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo, que desde o início da semana estão denunciando o plano de redução do sistema de transportes público, da Prefeitura de São Paulo. Ontem (5), em assembleia geral extraordinária, os trabalhadores decidiram pela paralisação até que a administração pública reverta a decisão. Entre as exigências, está a de que as empresas de transporte paguem a Participação dos Lucros e Resultados (PLR).
Em cumprimento à decisão da Justiça do Trabalho, os condutores realizaram paralisação parcial e um grande protesto em frente à Prefeitura, logo pela manhã. A decisão judicial prevê que 70% da frota de ônibus circule nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 50% nos horários normais. "A luta é pelo pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), em defesa do emprego dos trabalhadores e pelo fim da redução da frota de ônibus. Mesmo com os protestos de ontem que pararam a capital paulista e repercutiram em todos os veículos de imprensa, o prefeito Bruno Covas não se pronunciou sobre a pauta de reivindicações", diz um comunicado do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores no Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas).
Ainda de acordo com o sindicato, não houve avanço na reunião que os dirigentes tiveram com o Secretário Municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram, muito pelo contrário, ele confirmou o “desmonte” do sistema de transporte público por ônibus que está em curso na cidade e que o pagamento da PLR será feito em 10 dias.
Na quarta (4), desde as 5h da manhã, os trabalhadores distribuíram nos terminais a Carta Aberta à População esclarecendo, sobretudo aos usuários, a crise no segmento, a iminente queda na qualidade dos serviços com a redução da frota de ônibus e demissão em massa de trabalhadores. Às 15h, uma assembleia da categoria, no CMTC Clube, decidiu pelo protesto no dia seguinte, com indicativo de greve.
Na quarta (4), desde as 5h da manhã, os trabalhadores distribuíram nos terminais a Carta Aberta à População esclarecendo, sobretudo aos usuários, a crise no segmento, a iminente queda na qualidade dos serviços com a redução da frota de ônibus e demissão em massa de trabalhadores. Às 15h, uma assembleia da categoria, no CMTC Clube, decidiu pelo protesto no dia seguinte, com indicativo de greve.
Na quinta (5), o dia começou com a concentração de trabalhadores na sede do Sindmotoristas. À tarde, a categoria realizou um protesto que chegou a interromper o fluxo em boa parte dos terminais de ônibus e paralisou a cidade, que ganhou uma cena incomum nas avenidas com corredores: ônibus parados, enfileirados, com motoristas e cobradores de braços cruzados. Houve, ainda, mobilização em frente à sede da Prefeitura e da Câmara de Vereadores.
Segundo o sindicato, a gestão Bruno Covas retirou 450 ônibus de circulação e até o final do ano o número deve aumentar para mil. Os motoristas afirmam que fizeram “inúmeras tentativas” de diálogo com o prefeito, mas não obtiveram sucesso. Já o prefeito alega que “não atua diretamente” com os motoristas. “A nossa atuação é em cima das empresas concessionárias para que a população não saia prejudicada.”
Covas já havia determinado, em junho, a extinção da função de cobrador, alegando redução de custo, função que, em sua visão, não compensaria devido ao número de tarifas pagas em dinheiro – cerca de 5% do total de passagens.
De maneira geral, a grande imprensa, em especial a televisiva, associação, em suas matérias, a paralisação dos motoristas ao “caos urbano”, sem mencionar a razão da paralisação, não dando voz aos trabalhadores. O Sindmotoristas lembra que, caso o plano da prefeitura vá adiante, seis mil trabalhadores serão demitidos. O Brasil tem atualmente uma taxa de mais de 11,8% de desemprego, somando mais de 12 milhões de desempregados. Ao invés de propor políticas de geração de emprego, trabalho e renda, a administração opta em contribuir com a taxa de desemprego do País.
* Com agências e Sindmotoristas