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06/09/2019

Motoristas e cobradores iniciam greve contra demissões em São Paulo

Comunicação SEESP*

Fotos: Deborah Moreira/Comunicação SEESP
greve onibus 6 9 19A capital paulista amanheceu, nesta sexta-feira (6/9), com a greve dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo, que desde o início da semana estão denunciando o plano de redução do sistema de transportes público, da Prefeitura de São Paulo. Ontem (5), em assembleia geral extraordinária, os trabalhadores decidiram pela paralisação até que a administração pública reverta a decisão. Entre as exigências, está a de que as empresas de transporte paguem a Participação dos Lucros e Resultados (PLR).

 

Em cumprimento à decisão da Justiça do Trabalho, os condutores realizaram paralisação parcial e um grande protesto em frente à Prefeitura, logo pela manhã. A decisão judicial prevê que 70% da frota de ônibus circule nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 50% nos horários normais. "A luta é pelo pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), em defesa do emprego dos trabalhadores e pelo fim da redução da frota de ônibus. Mesmo com os protestos de ontem que pararam a capital paulista e repercutiram em todos os veículos de imprensa, o prefeito Bruno Covas não se pronunciou sobre a pauta de reivindicações", diz um comunicado do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores no Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas).

Ainda de acordo com o sindicato, não houve avanço na reunião que os dirigentes tiveram com o Secretário Municipal de Mobilidade e Transportes, Edson Caram, muito pelo contrário, ele confirmou o “desmonte” do sistema de transporte público por ônibus que está em curso na cidade e que o pagamento da PLR será feito em 10 dias.

Na quarta (4), desde as 5h da manhã, os trabalhadores distribuíram nos terminais a Carta Aberta à População esclarecendo, sobretudo aos usuários, a crise no segmento, a iminente queda na qualidade dos serviços com a redução da frota de ônibus e demissão em massa de trabalhadores. Às 15h, uma assembleia da categoria, no CMTC Clube, decidiu pelo protesto no dia seguinte, com indicativo de greve.

protesto desemprego 5 9 19 2

Na quarta (4), desde as 5h da manhã, os trabalhadores distribuíram nos terminais a Carta Aberta à População esclarecendo, sobretudo aos usuários, a crise no segmento, a iminente queda na qualidade dos serviços com a redução da frota de ônibus e demissão em massa de trabalhadores. Às 15h, uma assembleia da categoria, no CMTC Clube, decidiu pelo protesto no dia seguinte, com indicativo de greve.

 

Na quinta (5), o dia começou com a concentração de trabalhadores na sede do Sindmotoristas. À tarde, a categoria realizou um protesto que chegou a interromper o fluxo em boa parte dos terminais de ônibus e paralisou a cidade, que ganhou uma cena incomum nas avenidas com corredores: ônibus parados, enfileirados, com motoristas e cobradores de braços cruzados. Houve, ainda, mobilização em frente à sede da Prefeitura e da Câmara de Vereadores.

Segundo o sindicato, a gestão Bruno Covas retirou 450 ônibus de circulação e até o final do ano o número deve aumentar para mil. Os motoristas afirmam que fizeram “inúmeras tentativas” de diálogo com o prefeito, mas não obtiveram sucesso. Já o prefeito alega que “não atua diretamente” com os motoristas. “A nossa atuação é em cima das empresas concessionárias para que a população não saia prejudicada.”

Covas já havia determinado, em junho, a extinção da função de cobrador, alegando redução de custo, função que, em sua visão, não compensaria devido ao número de tarifas pagas em dinheiro – cerca de 5% do total de passagens.

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De maneira geral, a grande imprensa, em especial a televisiva, associação, em suas matérias, a paralisação dos motoristas ao “caos urbano”, sem mencionar a razão da paralisação, não dando voz aos trabalhadores. O Sindmotoristas lembra que, caso o plano da prefeitura vá adiante, seis mil trabalhadores serão demitidos. O Brasil tem atualmente uma taxa de mais de 11,8% de desemprego, somando mais de 12 milhões de desempregados. Ao invés de propor políticas de geração de emprego, trabalho e renda, a administração opta em contribuir com a taxa de desemprego do País.


* Com agências e Sindmotoristas




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