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20/02/2024

Transporte aéreo amplia oportunidades a profissionais da engenharia

Jéssica Silva – Comunicação SEESP

 

Setor com presença significativa na economia nacional, o mercado do transporte aéreo representa também oportunidades para a engenharia, especialmente com a retomada da atividade a patamares pré-pandemia de Covid-19, de mais de 800 mil voos por ano.

 

“Tivemos um período de baixa, mas agora diria que está com força total”, avalia o engenheiro aeronáutico Rogério Watanabe. Com mais de 30 anos na área, ele vê com bons olhos a evolução do mercado com a indústria de aviação leve: “No Brasil o setor de drones vem crescendo, isso demanda mão de obra”, enfatiza.

 

Watanabe se formou pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), e cursou MBA em Gestão de Empresas de Transporte Aéreo, pela Fundação Getulio Vargas. Em entrevista ao SEESP, o engenheiro destaca projetos de sua trajetória que ampliaram seu campo de trabalho e dá dicas aos profissionais ingressantes. “Ninguém vai estar 100% pronto para uma vaga [...] mas nessa área a língua inglesa é um critério eliminatório em processos seletivos”, atesta.

 

Eng Rogerio Watanabe Eng aeronauticoWatanabe: "A Engenharia Aeronáutica está ligada até mesmo à possibilidade de se conhecer outras culturas, novos lugares; está diretamente ligada à qualidade de vida das pessoas e temos que fazê-la da forma mais segura". Foto: Acervo pessoal

 

 

 

Por que decidiu cursar Engenharia Aeronáutica?

Sempre tive muita facilidade com ciências exatas e quis cursar algo nessa área. E o transporte aéreo, aviação, sempre me fascinaram. Eu morava perto do ITA e da Embraer. A pujança da indústria aeronáutica ali no Vale do Paraíba, como movimentava a economia, tudo isso contribuiu.

 

Como ingressou no mercado de trabalho?

Na época em que me formei era comum a Embraer absorver grande parte dos recém-formados da região, era uma grande oportunidade, uma porta de entrada. Comecei lá, meu primeiro emprego foi na fabricação de aeronaves. Depois passei pela aviação executiva, em companhias aéreas na aviação comercial.

 

Esse primeiro contato já com uma grande empresa fez diferença em sua carreira?

Sim, e muitos estagiários à época chegaram a cargos de gerência. Essa abertura aos recém-formados faz diferença para se ter contato com a área, bagagem profissional.

 

E como está o mercado de trabalho para o Engenheiro Aeronáutico?

Tivemos um período de baixa, com a pandemia, mas agora diria que está com força total, e não somente por causa da indústria aeronáutica tradicional, mas pelas diversas startups que se consolidaram e empresas de drones, a indústria de aviação leve e de componentes. No Brasil o setor de drones vem crescendo, isso demanda mão de obra também [em] manutenção, que engloba outras áreas, além da engenharia aeronáutica. Consultoria também é um mercado bem amplo.

 

De qual projeto de destaque participou em sua trajetória profissional?

Em uma companhia aérea em que trabalhei, desenvolvemos um setor de manutenção para terceiros. Até então, a companhia realizava esse serviço apenas internamente, e ampliamos o atendimento à outras empresas, nacionais ou estrangeiras, à própria Força Aérea Brasileira. Fiquei oito anos na empresa, de 2004 a 2012, e do zero conseguimos estabelecer um departamento de manutenção, foi um grande projeto. Já em 2015, na Helibras, subsidiária brasileira da Airbus Helicopters, montamos um departamento de apoio às empresas que realizam o transporte aéreo dos trabalhadores de plataformas de petróleo, no Estado do Rio de Janeiro. Era um suporte diretamente da fábrica [de helicópteros], propiciando mais segurança e organização.

 

Como o trabalho do engenheiro aeronáutico se insere na vida das pessoas?

Imagina como seria a vida das pessoas sem o transporte aéreo, tanto na aviação executiva como para o turismo. A Engenharia Aeronáutica está ligada até mesmo à possibilidade de se conhecer outras culturas, novos lugares; está diretamente ligada à qualidade de vida das pessoas e temos que fazê-la da forma mais segura, aeronaves seguras, para viabilizar tudo isso.   

 

Tem alguma dica de aprimoramento profissional para os engenheiros que estão ingressando no mercado?

Ninguém vai estar 100% pronto para uma vaga, as empresas sabem disso. Mas nessa área a língua inglesa é um critério eliminatório em processos seletivos, é necessária a compreensão de leitura, escrita e conversação. Em segundo aspecto, pontuo o conhecimento de ferramentas básicas computacionais como Excel ou Power BI, por exemplo; são muito utilizados nas empresas.

 

 

 

 

 

 

 

 

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