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11/02/2014

Requalificação urbana deve começar por bairros

A região mais populosa da cidade de São Paulo, segundo o censo demográfico de 2010, é a zona leste que abriga quatro milhões de pessoas. Isso representa cerca de 40% dos habitantes da cidade. E é justamente nessa área em que há os maiores problemas como falta de equipamentos sociais e infraestrutura urbana, segundo uma pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Por isso, um distrito da região, Cidade Tiradentes, foi escolhido como exemplo real para se aplicar uma metodologia que pretende trazer qualidade ao dia a dia dos moradores: a adoção de Planos de Bairro para replanejar áreas carentes da cidade.

O projeto alia reestruturação dos espaços urbanos em escala local e melhor utilização do transporte público, de acordo com as demandas socioeconômicas das pessoas do bairro. Essas ações regionais ajudariam corrigir as distorções do crescimento urbano que existe em São Paulo.

Segundo a autora da tese de doutorado “Planos Urbanos Locais: definição concreta para a mobilidade e qualidade ambiental urbanas”, Maria Elizabet Paez Rodriguez, para que os resultados da aplicação dessa metodologia sejam positivos, um dos pontos centrais é o investimento público e incentivos a empresas, indústrias não poluentes e estabelecimentos comerciais de médio porte para se instalarem nas regiões carentes e gerarem mais postos de trabalho ao morador local. Isso para melhorar um dos maiores problemas de São Paulo: a mobilidade urbana. Já que a maior parte da oferta de emprego está em áreas centrais da cidade e a maioria da população vive em regiões periféricas.

“Se o contingente de trabalhadores que se desloca diariamente por grandes distâncias para trabalhar ou estudar diminui, a superlotação do transporte público tende a cair também e outras pessoas podem aderir ao transporte público, diminuindo o número de automóveis nas vias de circulação de veículos. Passamos a um círculo virtuoso no qual todos ganham qualidade urbana e qualidade de vida com isso”, afirma Maria Elizabet.

A urbanista explica que o Plano de Bairro pode ser aplicado em qualquer parte de regiões metropolitanas do Brasil, mas no caso de São Paulo, o mais adequado é que se adotem primeiramente em regiões carentes. “O objetivo principal é devolver ou oferecer qualidade ambiental urbana, que envolve equipamentos públicos suficientes como escolas, postos de saúde, praças, parques, calçadas adequadas e acessibilidade, baixos níveis de poluição ambiental e ruas seguras que atraiam o morador para atividades ao ar livre opcionais e não somente para atividades obrigatórias, como sair à rua em direção ao trabalho ou à escola”.


 

Fonte: Agência USP de Notícias









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