O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a articulação e movimentos Resistência Urbana tingiram de vermelho a Ponte Estaiada, cartão postal da cidade de São Paulo, na noite de quinta-feira (23/5), durante o 3° Ato “Copa Sem Povo, Tô na Rua de Novo!”. Apesar da forte chuva que se abateu pela cidade e dos reflexos da greve dos motoristas e cobradores de ônibus, o protesto reuniu milhares de pessoas. Segundo os organizadores cerca de 20 mil. Outros atos devem ocorrer ao longo de junho.
Foto: Mídia Ninja
Movimentos afirmam que se reivindicações não foram atendidas novos atos ocorrerão em junho, mês da Copa
Também participaram do ato: Movimento Passe Livre (MPL), Comitê Popular da Copa, Se não Tiver Direitos Não vai ter Copa, Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade, Coletivo Juntos, Fórum Popular de Saúde, Coletivo Construção, Coletivo Domínio Público, Rede Emancipa, Conafer, Nós da sul e MST/Taboão.
A manifestação, tingida de vermelha graças às camisetas dos integrantes, saiu do Largo da Batata (Pinheiros), passou pela Marginal Pinheiros, ocupando as vias completamente. Os manifestantes não concordam com os gastos com a Copa do Mundo que, de acordo com eles, só favorecem as grandes construtoras e o mercado imobiliário.
Não houve incidentes ou confrontos com a polícia. O MTST convocará novos atos caso não haja atendimento das pautas reivindicadas aos governos.
As pautas específicas do MTST, ligadas à moradia e reforma urbana, são:
1. Por um controle público do reajuste de aluguéis urbanos estabelecendo o índice inflacionário como teto dos reajustes. Esta medida é essencial para combater a especulação imobiliária que afeta os trabalhadores mais pobres.
2. Por uma política federal de prevenção de despejos forçados, com a formação de uma Comissão de Acompanhamento, ligada a Secretaria Especial de Direitos Humanos.
3. Mudanças no Programa Minha Casa Minha Vida, fortalecendo a modalidade Entidades e com regras que estimulem melhor localização e maior qualidade das obras.
O MTST promove no sábado (24) um sarau em memória aos operários mortos nas obras da Copa do Mundo, às 18h, na Ocupação Copa do Povo, próximo ao Itaquerão.
Greves pelo país
Nesta semana, diversas categoriais deflagraram greves e paralisações em várias cidades brasileiras. A capital paulista foi palco de novos atos dos professores municipais e do MTST e foi surpreendida pela greve dos condutores de ônibus, na terça (20) e quarta-feira (21), à revelia do sindicato. Na Universidade de São Paulo (USP), funcionários, professores e estudantes também declararam greve geral a partir da próxima semana. Também os metroviários votaram estado de greve na última assembleia e ameaçam cruzar os braços na terça-feira (27).
No Rio de Janeiro, professores e funcionários em greve decidiram apoiar explicitamente os protestos contra a Copa, inclusive se incorporando. Para as entidades e movimentos sociais os gastos da copa e os "desmandos" da Fifa evidenciaram o papel dos governos enquanto parceiros dos lucros do grande capital, enquanto os problemas estruturais da população brasileira não são enfrentados. Questionados sobre o fato de as mobilizações estarem ocorrendo neste momento, quando o Brasil sedia uma copa do mundo, representantes das organizações sociais negaram que as manifestações e paralisações ocorram só por causa da Copa do Mundo e com o objetivo de desgastar o governo da presidente Dilma Rousseff. Mas, eles afirmaram que o megaevento expõe as contradições do País que financia estádios e obras bilionários, incentiva a especulação imobiliária, no entanto, continua com sérios problemas de infraestrutura e serviços públicos.
Imprensa SEESP
Com informações do MTST e agências