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31/07/2014

Engenheiros propõem agenda de debates aos candidatos à Presidência


Engenheiros de todo o País reuniram em documento as principais sugestões da categoria para impulsionar o desenvolvimento nacional e apresentam alerta para o risco da desindustrialização precoce. A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) vai lançar, nesta quinta-feira (31/7), às 14h, na sede do SEESP, mais uma publicação do “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, denominada “Novos Desafios”. O documento será entregue aos candidatos à Presidência da República das eleições de 2014 como sugestão dos profissionais a seus programas de governo. Lançada pela entidade em 2006, a iniciativa põe foco central na necessidade de evitar a desindustrialização do País, investir em inovação e ciência e tecnologia. Além disso, aborda temas como logística e transporte, saneamento básico, energia e comunicações.

O presidente da FNE, Murilo Celso de Campos Pinheiro, acredita que, para que essas propostas sejam colocadas em prática, o engenheiro é a mão de obra essencial para alcançar tais metas. “É por meio desses profissionais que poderemos retomar a industrialização do País, com inovação e ganhos de produtividade. Também é preciso que o governo tome medidas corretas na área econômica no sentido de estabelecer uma política de Estado que pense num planejamento em longo prazo. É urgente, ainda, investir em pesquisa e desenvolvimento”, comenta.

Artur Araújo, consultor do “Cresce Brasil”, explica a decisão de inserir o problema relativo ao baixo desempenho da indústria no debate: “Hoje, o país se dedica às questões de infraestrutura e já encontramos alternativas para resolver esse problema. Mas a perda de participação na produção industrial é gravíssima. Nossa ideia é mostrar o que tem levado ao processo de desindustrialização e o que é necessário para reverter esse processo”, explica. O coordenador técnico do projeto, Carlos Monte, explica que o desafio é tornar a área de pesquisa e desenvolvimento parte integrante das etapas de produção. “Nós temos uma riqueza de recursos primários que não são utilizados em detrimento da vantagem competitiva de utilizarmos produtos importados. Para o equilíbrio econômico, é importante investir tanto na importação como na exportação de nossa produção. Para isso se tornar realidade, nossa indústria tem que introduzir todas as etapas da cadeia de produção, ou seja, participar dos processos até o produto final. É o que chamamos de adensar as cadeias produtivas”, exemplifica.

Para a área econômica, o documento aponta avaliações positivas sobre políticas importantes adotadas pelos governos e críticas às falhas no controle da taxa de juros. Segundo avaliação dos especialistas, para solucionar o problema, é preciso agir em três grandes esferas: macroeconômica – com o reequilíbrio da taxa de câmbio, juros e tributos; intermediária – reduzindo excesso de burocracia e preenchendo as lacunas nas políticas industriais e políticas de incentivo à inovação; e microeconômica – com ações empresariais para aprimorar a gestão produtiva e a criatividade.

Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento
Lançado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e seus sindicatos filiados em 2006, o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” nasceu como uma contribuição da categoria a um plano nacional de desenvolvimento sustentável com inclusão social, fruto de debates realizados com milhares de profissionais em todo o País. A infraestrutura nacional era precária e não havia planejamento para o futuro, o que comprometia a existência de projetos e o investimento produtivo. Com isso, faltavam postos de trabalho e oportunidades, sobretudo para os jovens que saíam das escolas, inclusive e principalmente as de engenharia.

Convicta de que era não só necessário como possível mudar esse cenário, a FNE reuniu especialistas nas áreas consideradas cruciais ao desenvolvimento – energia, ciência e tecnologia, meio ambiente, recursos hídricos e saneamento, comunicações, transportes de cargas e coletivo e agricultura – e levou o debate às cinco regiões do Brasil, contando com a participação de milhares de profissionais. Depois, lançou, durante o VI Congresso Nacional dos Engenheiros (Conse), o manifesto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento, cuja proposta básica é a expansão econômica anual de 6%, elevando-se os investimentos para 25% do PIB (Produto Interno Bruto), com participação pública e privada, e alterando a política macroeconômica, reduzindo juros e facilitando o crédito.

“Novos desafios”
Após debater a necessidade de investimentos em infraestrutura, o projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento aponta a urgência em se avançar na industrialização do país, com inovação e ganhos de produtividade. Mais que isso, evitar que esse setor, essencial à expansão econômica, passe por um processo precoce de encolhimento. Os “Novos Desafios” identificados exigem medidas corretas na área econômica. É preciso estabelecer uma política de Estado estrategicamente voltada a tal objetivo, por exemplo, adensando cadeias produtivas promissoras.

 

 

Imprensa SEESP
Fonte: Assessoria da FNE









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