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11/09/2015

Conselho de Transporte do SEESP debate futuro do 'Minhocão'

Desde a aprovação do novo Plano Diretor da cidade de São Paulo, no final de junho de 2014, os debates sobre o futuro do elevado Costa e Silva vem se intensificando. Isso porque o plano prevê “a gradual restrição ao transporte individual motorizado no elevado” e “sua completa desativação como via de tráfego, sua demolição ou transformação, parcial ou integral, em parque”.  Esse foi o tema da 3ª Reunião do Conselho Assessor de Transporte e Mobilidade Urbana do Conselho Tecnológico do SEESP, ocorrida na tarde de quinta-feira (10/9), no segundo andar da sede do sindicato, na Bela Vista.

 

Foto: Beatriz Arruda/Imprensa SEESP
minhocaoDa direita para a esquerda, Edilson Reis, Jurandir Fernandes e Roberto Mac Fadden

Presidida pelo coordenador do Conselho, o engenheiro Jurandir Fernandes, a reunião teve como convidado para apresentar o tema o arquiteto Roberto Ezell Mac Fadden, diretor técnico da Oficina de Projetos Urbanos (Opus). Edilson Reis, diretor do SEESP, também integrante do Conselho e que fez parte da mesa, lembrou que o convite foi feito ao profissional por conta de sua larga experiência na administração pública municipal e como consultor técnico do setor.  

Mac Fadden, que ocupava a vice-presidência da Emurb em 1991, quando foi encomendado um estudo de impactos no trânsito com a derrubada do elevado, lembrou que muitos dos viadutos construídos na mesma época da construção do também conhecido como Minhocão são insignificantes para a mobilidade da cidade. Ele citou alguns exemplos como o viaduto da São Carlos do Pinhal, que “serve para estacionar carros”; e o viaduto na antiga Praça 14 Bis que é um viaduto que possui mais de 1,5 quilômetro e que, segundo ele, “serve para uma parada de ônibus e enfeiou toda aquela região”; e mais recentemente a Ponte Estaiada, na Marginal Pinheiros, que passam 200 carros por faixa, por hora, com capacidade de 1500.

Em sua explanação, o arquiteto lembrou que sempre foi a favor da derrubada do Minhocão, mas que há alguns anos teve contato com os moradores do entorno do elevado, que se apropriaram do mesmo, o que acabou sensibilizando o profissional.

“Para o carro realmente ele (Minhocão) é desnecessário. Agora, se vocês quiserem ir às 10 horas da manhã ou às 16h no elevado aos domingos, entre as ruas Santa Isabel e Marques de Itu, verá uma peça teatral sendo encenada em uma varanda de um prédio de apartamentos, que fica no segundo andar. Ela virou um palco para as pessoas que ficam lá embaixo”, comentou o arquiteto, lembrando ainda que muitas crianças aprendem a andar de bicicleta no local, e que muitos idosos também o utilizam para fazer caminhadas.

Como alternativa, ele sugere a construção de um parque. Com relação ao trânsito, ele afirma que as vias paralelas às avenida São João e General Olímpio da Silveira dariam conta de absorver o fluxo que passa sobre elas.    

No entanto ele faz um alerta sobre a construção de um parque: “As pessoas que pagam um aluguel barato no entorno do Minhocão vão acabar sendo prejudicadas com a valorização do elevado. Isso ocorreu em Nova Iorque, quando foi construído o HighLight (um parque sobre os antigos trilhos de trem da cidade)”.  Além disso, poderia acarretar também em um problema de segurança pública, já que a área verde estaria desocupada durante a semana.

“A minha posição inicial que era de derrubar o minhocão inteiro, agora é de derrubar somente na altura da Avenida São João, por conta da beleza da via por ter prédios históricos”, completou.

Atualmente, o elevado é fechado aos finais de semana, aos sábados a partir das 15h até às 6 horas da manhã de segunda-feira. A cidade tem 15 anos, a partir da publicação do Plano Diretor, para decidir o que fazer com o equipamento. Muitos debates devem ocorrer até lá.



Deborah Moreira
Imprensa SEESP





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