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03/06/2016

Avaliação do impacto dos sistemas de preparo do solo

Um projeto temático aprovado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, inserido no Programa de Pesquisa em Bioenergia (Bioen/Fapesp) e coordenado pelo professor Carlos Alexandre Costa Crusciol, do Departamento de Melhoramento e Produção Vegetal, da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, pretende avaliar como a fertilidade do solo, os seus atributos físicos e biológicos e as raízes da cana-de-açúcar são afetados pelos sistemas de preparo do solo e pelas doses de calcário aplicadas.

Intitulado “Preparo do solo em faixas e calagem na cana-de-açucar: qualidade do solo, emissão de gases de efeito estufa, parâmetros fisiológicos e produtividade”, o projeto avalia a intensa mecanização da colheita e do plantio ocorrida no sistema de produção de cana de açúcar, advinda da não utilização da sua queima na colheita, submete o solo a uma forte compactação, reduzindo o crescimento das raízes, a produtividade e a longevidade do canavial, além de aumentar os riscos de erosão devido à redução da velocidade de infiltração da água. “Por essas razões, estão sendo estudados novos sistemas de preparo de solo e de espaçamentos da planta, mais adequados à mecanização. A escolha desses sistemas é um fator primordial para altas produtividades, longevidade do canavial e máximo retorno econômico”, explica Crusciol.

Com a mecanização e a utilização de sistemas de direcionamento via satélites, onde é possível além do controle de tráfego de máquinas, planejar e realizar o preparo de solo, novos sistemas para a reforma do canavial tem surgido, tais como o preparo do solo apenas no local do plantio, onde não deverá haver o tráfego de máquinas. Porém, as recomendações de calcário em cana-de-açúcar foram desenvolvidas para o sistema de preparo convencional e colheita da cana-de-açúcar após a queima. “Com os novos cenários de sistemas de preparo e manutenção da palha sobre o solo, são necessárias pesquisas avaliando a interação entre os sistemas de preparo de solo e a calagem”, ressalta.

Pesquisas recentes concluíram que as recomendações oficiais para calagem para o Estado de São Paulo estão subestimadas, reforçando a necessidade de novos estudos. “Com a introdução de sistemas de preparo profundo em faixas, têm surgido dúvidas referentes ao local (em área total ou apenas na faixa de preparo), a profundidade (superficial ou em profundidade) e as quantidades a serem aplicadas de calcário”, elucida Crusciol. “Por isso, avaliações de efeitos em longo prazo dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo, impactos ao desenvolvimento da parte aérea e radicular da cana-de-açucar, e, consequentemente, à produtividade de colmos e de açúcar necessitam ser realizadas para nortear o melhor modo de preparo do solo, bem como a interação deste com as doses de calcário para esta cultura”.

Dentre os objetivos do projeto também estão: avaliar as emissões de gases de efeito estufa (CO2, N2O e CH4), os estoques de carbono e nitrogênio do solo e o balanço de carbono no sistema solo-planta; estudar a capacidade de armazenamento de água; a lixiviação de nitrato no perfil do solo e avaliar como os sinais fisiológicos das plantas serão afetados pelos sistemas de preparo do solo e pelas doses de calcário aplicadas em diferentes condições de disponibilidade de água no solo.

 

 

Imprensa SEESP
Com informação  da Unesp Agência de Notícias

 

 

 

 

 

 

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