É com grande satisfação que comemoramos na próxima semana, no dia 12 de outubro, o Dia Nacional do Engenheiro Agrônomo. Aqui estamos para ressaltar as atividades dos profissionais de ciências agrárias, presentes no dia a dia de todos nós, de forma tão intensa e muitas vezes despercebida.
Uma presença marcante em tudo que usamos e fazemos. Desnecessário mencionar nossos alimentos, frutas, verduras, carnes, grãos, energia, roupas etc. As atividades e a produção agrícola em uma abrangência maior, o agronegócio está presente não só na vida dos brasileiros, mas atinge hoje uma escala mundial, como temos assistido com frequência como Agro é Tec, Agro é Pop, Agro é Tudo.
Merecem nossos cumprimentos e reconhecimento os profissionais de ciências agrárias por contribuírem de forma tão marcante para o desenvolvimento da agricultura com sustentabilidade ambiental. Como referências temos as ações da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), Fundação Agrisus da FAO, de todas as Entidades de Ensino e Pesquisa Agronômicas, das Associações de Engenheiros Agrônomos, do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, enfim, de toda classe agronômica brasileira. Todos eles preocupados e engajados nas ações relativas a sustentabilidade ambiental, ou seja, do sistema solo, planta e atmosfera.
Passa despercebido de grande parte dos consumidores que nossos alimentos são oriundos de uma complexa interação dos fatores: solo x planta e atmosfera, interação essa de intensa complexidade envolvendo a fertilidade do solo, pois os nutrientes necessários para as plantas, em quantidades equilibradas, estão relacionados com a disponibilidade de água, formando a solução do solo. Boas condições climáticas e assim teremos a germinação das plantas e o complexo sistema bioquímico de formação de compostos e desenvolvimento dos vegetais com a produção de folhas, frutos e grãos, por nós consumidos, garantido a nossa qualidade de vida. Portanto são aqueles nutrientes da solução do solo, absorvidos pelas plantas e transformados em produtos, folhas, grãos e frutos que consumimos e são, portanto, os nutrientes para a nossa vida.
O agronegócio brasileiro, com o desenvolvimento e uso de tecnologias avançadas, é hoje a esperança da sustentabilidade política e econômica de nosso País. Destaca-se recente artigo publicado pelo pesquisador da EMBRAPA Monitoramento por Satélite, Dr. Evaristo de Miranda, salientando o fato do Brasil produzir uma tonelada de grãos por habitante, além de 35 milhões de toneladas de tubérculos; 40 milhões de toneladas de frutas; sete milhões de toneladas de bananas; um milhão de toneladas de castanhas, amêndoas e nozes; 34 milhões de toneladas de açúcar/ano; 31 bilhões de litros de etanol; 35,2 bilhões de litros de leite; e 4,1 bilhões de dúzias de ovos. Na produção animal o país abateu 30,6 milhões de bovinos; 39,3 milhões de suínos e seis bilhões de frangos. São números fantásticos com uma contribuição extremamente significativa na balança comercial brasileira e demonstração evidente da eficiência e evolução das atividades agronômicas, pois o Brasil nos anos 70 era importador de alimentos, e hoje é um grande exportador. Somos, no entanto, um grande fornecedor de commodities primárias. Precisamos envidar todos os esforços para a agregação de valores nos nossos produtos agrícolas e assim melhorarmos a nossa balança comercial.
Nada mais justo rendermos nossas homenagens aos profissionais de agronomia quando comemoramos o Dia Nacional do Engenheiro Agrônomo pelo seu trabalho e dedicação à produção agrícola. Obrigado por contribuir com a paz mundial, pois já dizia Norman Borlaug, Nobel da Paz em 1970: “Não se constrói a paz em estômagos vazios."
Vale lembrar Cora Coralina: “Em qualquer parte da terra o homem estará sempre plantando, recriando a vida e recomeçando o mundo." Parabéns engenheiros da paz, profissionais da Agronomia e produtores rurais por garantirem o pão nosso de cada dia e a nossa sempre tão almejada paz.
* Antonio Roque Dechen é presidente do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e professor titular do Departamento de Ciência do Solo da ESALQ/USP