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14/06/2017

Evento no SEESP traz tendências mundiais à mobilidade urbana

seminário mobilidade

 

Os projetos brasileiros premiados e finalistas da América Latina em 2017 pela União Internacional de Transportes Públicos (UITP) foram apresentados em São Paulo nesta terça-feira (13), durante seminário promovido pela organização, com o apoio do SEESP e do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), mantido pela entidade paulista. Intitulada “Mobilidade urbana e tendência mundial”, a atividade ocorreu no auditório do sindicato. Por suas iniciativas em transporte público e mobilidade, os melhores da região foram agraciados durante o UITP Global Public Transport Summit, entre 15 de 17 de maio, em Montreal, no Canadá. Tal evento ocorre a cada dois anos para discutir o futuro da mobilidade urbana. Nesta edição, reuniu 2.700 delegados de 84 países no seminário sob o tema “Liderando a transição” e mais de 10 mil visitantes na feira com 330 expositores. No ensejo, foi possível observar a grande quantidade de inovação no setor, desde o gerenciamento de dados (big data) até os pioneiros veículos autônomos.

Ao trazer esses resultados ao público brasileiro, a UITP jogou luz sobre as tendências mundiais à mobilidade urbana. Abrindo o evento, o coordenador do Conselho Assessor de Mobilidade do Conselho Tecnológico do sindicato e presidente da união internacional, Jurandir Fernandes, destacou a iniciativa como “uma primeira janela de debates para se extraírem temas subsequentes e se aprofundar”. O secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, apontou: “Temos que pensar a mobilidade na Grande São Paulo como um todo, integrada.” Já o tenente-coronel Marcelo Vianna, comandante de trânsito da Polícia Militar de São Paulo, afirmou: “Não há nenhuma solução que não a comunhão de esforços e entendimento do poder público e iniciativa privada.” Ao encontro dessa visão, o presidente do SEESP e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Pinheiro, salientou: “Essa discussão de saídas para a retomada do crescimento e desenvolvimento nacional, é parte da ‘Engenharia Unida’.” O movimento em questão é um chamado da FNE à articulação dos diversos setores e organizações da área tecnológica na busca por soluções factíveis à crise atual.

Nessa direção, no primeiro painel, Jurandir Fernandes apresentou as tendências mundiais à mobilidade urbana. “É preciso enxergá-las para não continuarmos a fazer mais do mesmo. É necessário, contudo, também evitar o vício da imitação barata. É importante olhar para o que está acontecendo, ver os erros e acertos.” Ao traçar histórico sobre a evolução e tendências na área desde final do século XIX, ele lembrou que o que antes era considerado ficção científica hoje é realidade. Por exemplo, na digitalização, com dados abertos e coleta automática de dados online, colocando a mobilidade integrada com outras atividades, como um serviço. Um exemplo é a possibilidade de orientação no trânsito via aplicativos, como um relógio de pulso com leitor de voz. “Há forte inovação de produtos, negócios, materiais, tecnologia embarcada. E o transporte público é porta de entrada.” Entre essas, apresentadas em Montreal, Fernandes citou a possibilidade de viagens compartilhadas sob demanda, com roteamento online e algoritmos calculando rotas mínimas, e os veículos autônomos, com automação e mesmo sem condutor. “Muitos países os têm adotado, com itinerários e horários fixos. Cingapura já está fazendo a implantação. Há utilitários de limpeza urbana totalmente automáticos.” O presidente da UITP assinalou ainda a última tendência: eletrificação. “Diversos países assinaram tratados sobre questões ambientais. Em 2015, houve um salto na frota de veículos elétricos, que alcançou um milhão, sendo 340 mil exclusivamente a bateria, quase 99% na China, com perda de espaço aos híbridos e aos trólebus. Hoje são 2 milhões de veículos elétricos no total e a projeção da International Energy Agency (IEA) é que cheguem a 9 a 20 milhões em 2020 e 40 a 70 em 2025, conforme as perspectivas mais ou menos otimistas.” Ele citou as cidades de Shenzhen, na China, com projeto de eletrificação total ainda neste ano, além de Montreal em 2022 e Paris, capital da França, em 2025. 

Projetos apresentados
Em seção coordenada por Valeska Peres Pinto, coordenadora do Programa UITP, foram apresentadas as melhores práticas em promoção e comunicação do transporte público que foram destaque em Montreal e no financiamento e modelo de negócios, com a Addax/Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU/SP) recebendo o prêmio mundial por projeto de concessão no formato parceria público-privada. Flavio Chevis, CEO da Addax, abordou este último tema como tendência mundial e falou sobre a ação agraciada, relativa a sistema integrado na Região Metropolitana da Baixada Santista.

Já em relação à promoção e comunicação, foram três campanhas: a premiada relativa à marca de 6 milhões de usuários do cartão BOM, pela Autopass, com apresentação do diretor de Marketing da empresa, Roberto Sganzerla; a também agraciada referente ao “projeto lotação próximo trem”, que apresenta informação ao usuário da Linha 4 do metrô, segundo informou o vice-presidente da UITP e presidente da ViaQuatro, Harald Zwetkoff, sobre quando o trem vai chegar e qual o carro mais vazio, “uma inovação tecnológica”; e a contra o abuso sexual no metrô de São Paulo, apresentada por Cecilia Guedes, chefe do Departamento de Relacionamento com o Usuário da companhia. Na categoria APPs coletivos (aplicativos), o projeto finalista pela colaboração e análises de dados de mobilidade da startup Scipopulis foi colocado em pauta pelos seus diretores Julian Monteiro e Marcio Cabral. Também participou dos painéis Eleonora Pazos, diretora da UITP América Latina.

Ao final, debate moderado por Fernandes teve a participação de Zwetkoff, Joaquim Lopes, presidente da EMTU/SP, Murilo Pinheiro e Saulo Krichanã Rodrigues, diretor-geral do Isitec. Este último apresentou o que motivou a criação desse instituto, mantido pelo SEESP: diagnóstico e demanda apontados no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, da FNE, de que o conhecimento é mola propulsora do desenvolvimento nos países e é necessário formar mais e melhores engenheiros no País. Nesse contexto, desenvolveu-se no Isitec a pioneira graduação em Engenharia de Inovação, cujo processo seletivo para a quinta turma está com inscrições abertas até a próxima terça-feira (20). Ainda de acordo com Krichanã, entre os cursos de extensão universitária, um dos focos é mobilidade. Mais informações no site www.isitec.org.br.

 

 

Soraya Misleh
Comunicação SEESP

 

 

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