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28/06/2017

Aquecimento e acidificação oceânica costeira

Nos dias 19 e 20 de junho último, foram apresentados e discutidos os resultados dos projetos do programa de pesquisa sobre mudanças climáticas globais, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Um desses é o projeto bilateral envolvendo a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a The Ohio State University (OSU).

O projeto bilateral tem como objetivo geral avaliar como as mudanças climáticas, sobretudo o aquecimento e acidificação oceânica costeira, afetarão os organismos costeiros, tendo como organismo modelo os caranguejos conhecidos como violinistas ou chama-maré. Esses crustáceos possuem ampla distribuição e densidade em áreas estuarinas, sobretudo nas regiões tropicais e subtropicais. Em sua fase adulta eles são estritamentes estuarinos, enquanto na fase larval se desenvolvem em oceano aberto, alcançando mais de 25km da Costa até retornar novamente para o estuário ao completar seu desenvolvimento. Devido a esses fatores, os caranguejos chama-maré se tornam bons modelos para o entendimento dos futuros e atuais efeitos das mudanças climáticas em animais costeiros e marinhos.

Mais especificamente serão avaliados os efeitos da redução do pH e aumento da temperatura nas duas primeiras fases larvais dos caranguejos chama-maré, Zoea I e II. Para isso, experimentos laboratoriais com diversas respostas morfólogicas, comportamentais e fisiólogicas a esses estressores estão sendo realizados. Um segundo objetivo será a avaliação dos parâmetros físico-químicos da área em que as larvas permanecem durante o seu desenvolvimento, ao qual vem sendo realizado por meio de cruzeiros marítimos para mensuração de temperatura, salinidade e pH, além da coleta de zooplâncton, em zonas próximas (1 km) e afastadas (> 25km) do Estuário de Santos (SP).

Por fim, objetivamos aumentar a qualidade das predições de pH e temperatura em nossa área de estudo. Para isso, utilizaremos simulações numéricas do clima futuro com modelos climáticos regionais e técnicas estatísticas downscaling para gerar predições locais baseadas nos modelos climáticos globais. Esses resultados serão posteriormente comparados com os dados obtidos em campo através dos cruzeiros.

Em suma, o projeto conta com observações de parâmetros físico-químicos, experimentos laboratoriais e redução de escala regional das previsões climáticas futuras para compreender e predizer como esses organismos corresponderão a essas mudanças ambientais.

 

 

Reprodução de notícia publicada pela Unesp Agência de Notícias (UnAN)
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

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