Nos últimos dez anos, os engenheiros do Rio Grande do Sul tiveram importante participação nas discussões e propostas para o desenvolvimento nacional que ajudaram a formatar o projeto "Cresce Brasil", lançado pela FNE em 2006. Agora, novamente são obrigados a se mobilizar para reverter uma situação de crise que impacta diretamente a profissão, e em particular a engenharia civil.
O reconhecimento do papel fundamental do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio Grande do Sul (Senge-RS) foi salientado pelo presidente da federação e do SEESP, Murilo Pinheiro, ao participar do 23° Congresso Brasileiro de Engenheiros Civis (CBENC), que aconteceu de 19 a 21 de julho último, em Porto Alegre. A liderança, no ensejo, registrou a preocupação com as obras paradas no País e os exemplos no estado gaúcho. "No Rio Grande do Sul, há um estaleiro enorme com as obras paradas", apontou. "Precisamos retomar o papel da engenharia, atuando e participando ativamente das discussões da área tecnológica", exortou, lembrando que este tem sido um objetivo do movimento Engenharia Unida, lançado em 2016, a partir dos debates sobre a grave crise que se apresentava e que permanece.
Foto: Paula Bortolini
Murilo Pinheiro destaca papel da engenharia na retomada do crescimento do País em evento que reuniu engenheiros civis.
O Engenharia Unida cresceu a partir de um trabalho conjunto das entidades, conselhos, sindicatos, estudantes, dirigentes, "para debater e trazer propostas factíveis para saída da crise, voltar o protagonismo da engenharia, por mais oportunidades aos profissionais e cidadãos brasileiros".
A primeira saída, indicou Murilo, é cobrar a retomada das cinco mil obras paradas pelo governo federal. "Cada obra retomada traz desenvolvimento para o estado, para o local, gerando empregos, desenvolvimento industrial e social". Por estar em todas as áreas, "a engenharia civil é fundamental para retomada do crescimento."
Algumas estratégias são colocadas pela FNE e as entidades mobilizadas, entre elas a de não descuidar da formação e qualificação dos profissionais. "Temos a convicção de pensarmos na educação, crescimento e desenvolvimento, podemos contribuir para questões muito importantes para o País." Murilo citou as parcerias da federação e do SEESP com a Mútua Nacional e também com o Instituto Superior de Tecnologia (Isitec) - essa falculdade pioneira em Engenharia de Inovação mantida pelo sindicato paulista.
Outra posição importante, na atual conjuntura política, é o combate à corrupção, mas sem desmontar as empresas brasileiras. "A engenharia não pode ser pautada pela judicialização, sem a opinião técnica real da situação voltada à área tecnológica", advertiu. Portanto, participar fortemente do movimento Engenharia Unida é uma forma de ter voz na discussão sobre o País e os rumos da área. "Precisamos nos fazer ouvir! Ocupar o espaço destinado à área tecnológica, que hoje não está sendo feito", exortou.
Murilo observou que as entidades já estão atuando de forma conjunta no Congresso Nacional, com a criação e fortalecimento da Frente Parlamentar Mista da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional, presidida pelo deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), inserindo pautas do setor no Legislativo, que dizem respeito à área tecnológica, como o conteúdo local, a Lei 8.666, a criação da carreira de estado, entre outras.
Da Redação FNE
Com informações de Paula Bortolini
Comunicação SEESP