Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
No dia 3 de fevereiro último, um trecho de aproximadamente 300 metros do Expresso Tiradentes (antigo Fura-Fila), na capital paulista, afundou 20 centímetros e foi interditado pela autarquia municipal SPTrans. Em entrevista à TV Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na manhã desta quarta-feira (7), o vice-presidente do SEESP e engenheiro civil e de segurança Celso Atienza falou sobre a necessidade do monitoramento e manutenção regulares de todas as obras que têm interveniência pública, como nos casos de pontes, viadutos, estradas etc.. “Precisamos de planejamento para definir que tipo de inspeção tal obra exige, se é mês a mês, semestral ou outro período. O que não pode é achar que o novo fica novo sempre”, alertou.
Para tanto, o dirigente propõe que as leis de diretrizes orçamentárias (LDOs) – de qualquer nível de governo – tenham verbas previstas e específicas para a manutenção desses equipamentos. “Infelizmente, o que vemos hoje no País é o poder público esperar a obra entrar em colapso, causando acidentes e tragédias, para fazer a intervenção de reparo”, lamentou. Com essa condução administrativa pública, acaba-se, como salientou Atienza à reportagem, gastando mais em concorrências de emergência e criando problemas à sociedade, com algumas situações irreversíveis quando existem vítimas fatais ou graves.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Parte de viaduto do eixo rodoviário de Brasília desabou nesta terça-feira (6).
O vice do SEESP reforçou que todos os equipamentos de infraestrutura sofrem as intempéries do tempo e há o desgaste natural pelo uso também. “Não tem jeito. Por isso, não se pode fugir de técnicas que meçam a durabilidade desses viadutos e pontes, como no caso que estamos citando em São Paulo e em Brasília [desabamentos de uma laje, no dia 4 último; e de duas pistas do Eixo Rodoviário Sul (Eixão Sul), no dia 6].” Ele indicou o caso positivo das manutenções regulares de algumas rodovias: “De quando em quando, vemos faixas de estradas sendo recapeadas, porque se tem um cronograma e técnicas que auferem o desgaste dessas vias – que recebem de veículos pequenos, ônibus a grandes caminhões com cargas pesadas.”
Atienza salientou que todos esses problemas podem e devem ser evitados, que esses acontecimentos não podem ser vistos como “naturais”, mas como uma consequência de algo feito errado. “Não é para acontecer isso. Repito: precisamos do monitoramento para que seja feita a devida manutenção e sem pressa. Nada que se faz na engenharia com pressa tem uma qualidade desejada.”