Soraya Misleh
A chuva na tarde desta terça-feira (26) não espantou os servidores públicos municipais de São Paulo em greve desde 4 de fevereiro, que lotaram a fachada da Prefeitura para mais uma assembleia. Sem suas reivindicações atendidas e diante da triste surpresa de verem descontados em seus holerites os dias parados, deliberaram pela continuidade da paralisação e pela composição de um fundo de greve – sem abrir mão da luta por reaverem os valores subtraídos de seus salários, em afronta ao direito de greve. No ensejo, o presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), Claudio Fonseca, que também é vereador, declarou que doará seu salário de parlamentar ao fundo e demandará ações de solidariedade como essa junto a outros políticos e organizações que têm expressado apoio ao movimento.
Assembleia delibera pela continuidade da greve. (Foto: Soraya Misleh)
Secretários de governo se reuniram na manhã do mesmo dia com integrantes do Fórum das Entidades Sindicais dos Servidores, entre os quais representantes do SEESP, mas não evoluíram na proposta feita anteriormente. Mantiveram a posição irredutível de não revogação da reforma da Previdência municipal (Lei 17.020/2018, que amplia a contribuição dos servidores de 11% para 14%), atrelando o tema à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 6/2019, relativa à reforma nacional da Previdência. O único compromisso foi não ampliar a alíquota ainda mais. Também não houve avanços quanto à valorização dos servidores. A resposta da assembleia foi unânime: “A greve continua, prefeito a culpa é sua! Não tem arrego!.” Ao final, os servidores saíram em caminhada rumo à Câmara Municipal de São Paulo.
A próxima assembleia unificada está marcada para quinta-feira (28), às 15h, também em frente à Prefeitura de São Paulo.