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23/11/2020

Oportunidades na Engenharia faz balanço dos serviços oferecidos

 A área de orientação à carreira criou novos serviços para engenheiros e estudantes a partir de 2018 e segue com outras ações para aprimorar o atendimento.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia

 

Há dois anos, o SEESP reformulava o setor de orientação à carreira para atender a uma pluralidade em termos de atuação dos profissionais e estudantes de engenharia. Fruto dessa reestruturação, ocorrida em abril de 2018, foi criada a área Oportunidades na Engenharia com diversos serviços qualificados, como a criação de plataformas digitais exclusivas para anúncio de vagas e cadastro de profissionais que trabalham na modalidade autônoma; do Mapa da profissão, com informações legais, de regulamentação e de mercado sobre cada modalidade da engenharia; de conteúdos regulares sobre o mercado de trabalho; o atendimento personalizado, entre outros.

 

Opo 2Marismar Malara (à esq.) e Alexandra Justo em entrevista, via online, fizeram um balanço do serviço, nos dois últimos anos. Crédito: Rosângela Ribeiro Gil.

 

Para essa nova empreitada, foi formada uma equipe multidisciplinar com profissionais vindas da área de Comunicação, de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas. A gestora do Oportunidades é a mestre em Administração Alexandra Justo que coordena a equipe formada, ainda, pela administradora de empresas Marismar Malara e a jornalista Rosângela Ribeiro Gil. “Somos profissionais de três áreas que somaram seus conhecimentos para trabalhar e isso trouxe uma riqueza grande para o trabalho desenvolvido”, observa Malara. Justo completa que essa diversidade de experiências respondeu, com muita qualidade, às necessidades dos engenheiros e dos estudantes da área.  

 

Na primeira parte desta entrevista, Alexandra Justo e Marismar Malara fazem um balanço dos dois anos de trabalho e como a área se adaptou frente aos desafios criados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), seguindo com os atendimentos personalizados em formato remoto e inovando ao criar um curso específico para a categoria sobre a utilização do LinkedIn, rede social de networking. A segunda e última parte será publicada em 1º de dezembro próximo, com perguntas sobre as competências comportamentais em alta no mercado, como a resiliência, o que é compliance e perspectivas para 2021.

 

Qual o balanço do trabalho realizado desde abril de 2018 até agora?

Alexandra Justo – À época, percebemos a necessidade de reformulação para acompanhar um novo momento do mercado de trabalho para o profissional no País. Ao mesmo tempo, vivíamos uma retração econômica com fortes reflexos na engenharia, atingindo, principalmente, a indústria da construção civil. O aumento do desemprego fez com que reavaliássemos estratégias de atendimento, levando em conta o perfil do engenheiro e como ele poderia se recolocar na profissão, como o recém-formado poderia iniciar sua carreira, assim como os estudantes que estavam em busca de estágio. 

 

Quais as mudanças principais do serviço?
Alexandra Justo –
Considero um avanço importante em várias frentes: a aceleração de convênios e aproximações com empresas, headhunters e gestores de RH [Recursos Humanos] para divulgação e prospecção de vagas no mercado de trabalho para nossos estudantes e profissionais em plataforma exclusiva no site do SEESP. Sugestão aberta e dicas para elaboração de currículo passo a passo no qual o mercado melhor compreende uma candidatura. A criação do Mapa da profissão para cada modalidade da engenharia. Nele, tem disponibilizamos num lugar só: legislação, atribuições, as informações da Classificação Brasileira de Ocupação (CBO), do antigo Ministério do Trabalho, que traz os dados mais atuais sobre cada uma das profissões frente ao mercado, quais são as atividades reais da área o que pode fazer e o que não pode fazer, quais são os recursos mínimos que ele necessita para o seu trabalho e acima de tudo as competências.

 

Por que a área se volta, também, para o trabalho autônomo?

Alexandra Justo – O engenheiro, legalmente, é classificado como um profissional liberal. Ao mesmo tempo, muitos profissionais estão buscando recolocação profissional, por isso, criamos uma plataforma exclusiva para que os engenheiros pudessem se cadastrar e anunciar seus serviços. É uma visibilidade que o profissional ganha para diversas oportunidades, desde a contratação pela CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], por vezes por tempo determinado, por projetos, consultoria etc. Essa ferramenta digital, que está no site do SEESP, tem o objetivo de facilitar essa aproximação entre o profissional e a demanda.

 

A área também vai ganhar uma maior agilidade na produção de conteúdo para os profissionais se atualizarem?

Alexandra Justo – Sim. Hoje a área tem um espaço específico e atualizado diariamente no site do sindicato, com informações atuais sobre o mercado e também com a promoção de debates importantes sobre diversidade, inclusão. Também estamos nas redes sociais, como o LinkedIn e Instagram, com conteúdos importantes. Considero que, outro grande momento foi a newsletter que começamos a desenvolver, que é uma riqueza e um dos nossos contatos mais próximos com os engenheiros. A cada 15 dias, trabalhamos temas de interesse e que ajudam esses profissionais a se reconhecerem pelas histórias de outras pessoas, além das informações mais atuais sobre o mercado de trabalho. Essa nova postura, e também por conta da pandemia, abriu um leque grande de atuação digital, como a realização de importantes debates – webinar, lives. Os temas mais recentes foram “40+ Recolocação profissional e transição de carreira”, “Práticas e ações na área de saúde para manter corpo e mente saudáveis na pandemia”, “Empregabilidade na engenharia” e “Processos seletivos virtuais: como garantir seu lugar no mercado em tempos de distanciamento social”.

 

Como tem sido essa experiência numa equipe multiterdisciplinar?

Marismar Malara – Tudo que envolve a diversidade enriquece os processos, pois significam formas diferentes de enxergar possibilidades, características e também há mais condições de criar. Tudo agrega saberes e responsabilidades que vão auxiliar os engenheiros e estudantes nessa busca por colocação, recolocação e transição de carreira. O que torna o atendimento muito rico.

 

Há pouco tempo foram realizados debates online sobre a questão da diversidade.

Alexandra Justo – Falar em diversidade é falar da necessidade de inclusão de características diversas que, unidas, trazem resultados e expectativas acima do esperado. Os primeiros clientes de seu negócio são os seus próprios empregados. Quanto mais diversidade na empresa, melhor se compreende o público que utiliza seus serviços, seus produtos, as experiências que estes buscam, ou seja, melhor se abrange e compreende a sociedade. Isso se dá com a ampla representatividade de gênero, geracional, raça, etnia, religiosidade, deficiências, orientações sexuais, limitações circunstanciais, mas se não há inclusão, você deixa de comunicar com as pessoas; o seu negócio é formado por pessoas.

 

Opo 3Marismar Malara e Alexandra Justo retiram, por alguns segundos, as máscaras de proteção para essa imagem. Crédito: Rosângela Ribeiro Gil.

 

Como é o atendimento personalizado do Oportunidades na Engenharia?

Marismar Malara – O propósito do atendimento é ser uma ponte de aproximações profissionais. A primeira ação é conhecer e entender o profissional: expectativas, realidade e objetivos. De uma maneira geral, as pessoas têm dificuldade de fazer uma autoanálise. Por isso, num processo seletivo muitos candidatos não conseguem responder à pergunta “quem é você?”. No nosso trabalho, temos o cuidado de auxiliar as pessoas a falarem e a se ouvirem também.

 

Atendemos do estudante que está em busca de estágio até aquela pessoa que já trabalhou bastante tempo, mas está em reposicionamento de carreira, ou quem está recém-formado e quer exercer a profissão escolhida.

 

Destaco o currículo, porque tudo começa a partir dele, por isso, disponibilizamos modelos com orientações de como preencher cada campo. Damos sugestões e as pessoas também trazem seu feedback. Utilizamos o Mapa da profissão para entender as palavras-chave para incluir no resumo de competências e qualificações que é a questão técnica mais importante num currículo hoje. É um resumo de quem é o profissional, o que ele já desenvolveu. Essas informações são aplicadas também para desenvolver LinkedIn. São linguagens diferentes, mas trabalhamos de maneira personalizada. Desenvolvemos com o profissional mais maduros, as trilhas de carreira, novos reposicionamentos no mercado, inserção as ferramentas digitais profissionais.

 

Ainda trabalhamos com simulação de entrevista para processos seletivos, sempre acompanhando as mudanças e atualizações do mercado no ato da entrevistas virtuais e presenciais. Trabalhamos as questões técnicas e comportamentais – as soft e as hards skills.


Uma etapa muito importante é a orientação do LinkedIn.

Marismar Malara – Sim, porque é uma das principais redes sociais relacionadas ao mercado de trabalho. Nela, o profissional precisa se apresentar de forma relevante e positiva. Então, orientamos como preencher e usar cada função do LinkedIn, o que favorece cada profissional, o que é importante incluir. Trabalhamos o networking, também a criação de conteúdos, como artigos e posts. Existe um trabalho supercompleto nesse sentido.

 

 

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