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25/10/2022

Homenagem ao profissional que constrói o País

 

Soraya Misleh – Comunicação SEESP

 

Atualmente, segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), há 419.307 engenheiros civis registrados no órgão, sendo 323.159 homens e 96.148 mulheres. No Estado de São Paulo são 118.331, sendo 93.829 do gênero masculino e 24.502, feminino.

 

De acordo com o Mapa da Profissão elaborado pela área de Oportunidades na Engenharia do SEESP, cabe ao engenheiro civil elaborar projetos, gerenciar obras, controlar a qualidade de empreendimentos, bem como coordenar sua operação e manutenção. Pode ainda “prestar consultoria, assistência e assessoria e elaborar pesquisas tecnológicas”.

 

O leque de atividades é amplo, abrangendo geotecnia, fundações, mecânica de solos, hidrologia, hidráulica, em projetos e execução de obras de infraestrutura, como portos, viadutos e túneis; aeroportos, rodovias, ferrovias e metrovias; saneamento e habitação.

 

Considerada a primeira das engenharias no País, cuja origem data da época do Brasil-Colônia, no século XIX, a civil é fundamental diante de uma nação em desenvolvimento. A profissão é celebrada em 25 de outubro, conforme a Lei 13.359/2016, que instituiu o Dia Nacional do Patrono da Construção Civil e dos Profissionais da Engenharia Civil. A data marca a beatificação de Frei Antônio de Sant'Ana Galvão, o padroeiro da construção civil no País.

 

Alan Henrique Gonçalves: profissão promissora. Foto: Acervo pessoal 

Para celebrar o Dia do Engenheiro Civil, o SEESP entrevistou Alan Henrique Gonçalves, sócio-diretor da Rieli Mendes Engenharia. Formado na área em 2012 pelo Centro Universitário UniMetrocamp, na cidade de Campinas (SP), tem especialização em Master BIM (Building Information Modeling – Modelagem da Informação da Construção) pelo Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), que funcionou entre 2012 e 2019 tendo como mantenedor o sindicato. Ele fala nesta entrevista sobre sua trajetória, importância da profissão e perspectivas para o segmento. Confira a seguir:

 

O que o motivou a escolher a engenharia civil e qual sua trajetória profissional?

Desde pequeno sempre gostei muito de cálculo e tinha o pai de um amigo que era engenheiro, comecei a achar interessante trabalhar com projeto. Me formei em 2012 e hoje sou sócio da Rieli Mendes Engenharia, juntamente com mais três, também engenheiros civis. Somos um escritório de projetos hidráulicos, trabalhamos mais com prestação de serviços. Ao todo a equipe conta cerca de dez, e metade dos projetistas são mulheres. Nosso principal cliente é a MRV, a maior construtora do País, do “Minha Casa Minha Vida”, de condomínios multifamiliares, que decidiu implementar o BIM. Fomos um dos principais escritórios a atuar nessa migração.

 

Você concluiu a especialização Master BIM pelo então Isitec, mantido pelo SEESP. Este é um diferencial para o engenheiro civil?

O BIM começou como diferencial, e hoje é parte do dia a dia. No futuro tende a ser quase obrigatório, não conhecê-lo é não ter o básico. A educação continuada e atualização são muito importantes, principalmente para quem trabalha na área de projetos.

 

Como sua empresa tem utilizado o BIM nos trabalhos de engenharia? Quais as vantagens da aplicação?

Utilizamos o BIM nos projetos hidrossanitários. A gente faz todo o projeto em 3D, usando revit [software], numa plataforma que é um ambiente colaborativo em que faz compatibilização com outras disciplinas (arquitetura, estrutura, elétrica). O projeto em si acaba custando mais, porque requer mão de obra mais especializada, softwares mais caros, demanda mais tempo pra ser elaborado, mas não vai ter tanto retrabalho. O que ocorre é o remanejamento do tempo e a redução de custos na parte de execução, ou seja, otimização e economia na ponta final, que é a obra. É difícil materializar esse ganho em números, até porque tem projetos mais simples, outros mais complexos. Mas garante-se um projeto mais seguro, mais eficiente, mais compatível, tem-se uma construção 3D muito mais próxima do real.


Quais os custos e investimentos em BIM hoje?

Os custos e investimentos em BIM são altos, mas a recompensa vem. Cursos bons são caros, softwares são caros, mas de extrema importância na carreira do engenheiro e se pagam no futuro, porque o profissional  que tem capacidade de manusear um software, entender como funciona, é reconhecido no mercado de trabalho.

 

Clique aqui para conhecer o curso "BIM, do conceito à prática", oferecido pelo SEESP Educação, e se inscrever

 

Quais as áreas de atuação do engenheiro civil?

São diversas, o leque é muito grande. Abrange desde projetos em hidráulica, estrutura, gás, até execução e gestão de obras, aprovação de reformas junto à Prefeitura. Tem ainda um segmento novo, o coach, que é de consultoria e está em alta, é um mercado pouco explorado. Às vezes a construtora quer melhorar os processos, implementar BIM e existem empresas especializadas nessas áreas. Então, seja utilização de software, treinamento, fluxo de trabalho, organograma, a área de consultoria tem atuado muito bem nessas empresas que estão querendo migrar a metodologia de trabalho.

 

A profissão segue sendo atrativa hoje?

Sem dúvida. Durante a pandemia houve uma queda, mas hoje o mercado está muito aquecido, pelo menos no setor de projetos, de obras subsidiadas [por bancos públicos]. Sentimos falta de profissionais capacitados, um pouco mais especializados. Pensando no futuro, é uma ótima opção.

 

E educação continuada é de suma importância.

Uma vez que a gente trabalha na área de exatas, engenharia, tecnologia, a educação continuada se faz necessária, para não ficar para trás, não ficar desatualizado. É essencial.

 

Conheça mais sobre a profissão nas páginas 6 a 9 do Guia das Engenharias.

 

 

 

 

 

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