João Guilherme Vargas Netto*
Sopros de insanidade percorrem o país junto com a fumaça de uma imensa coivara.
Agentes provocadores fazem tudo que podem para aumentar o grau de desorientação da vida nacional (sob o olhar interesseiro e alienado dos tubarões das finanças, empenhados em aumentar a Selic e atacar os benefícios dos trabalhadores) interferindo nas disputas eleitorais de maneira a transformá-las em lutas livres, com golpes baixos e cadeiradas.
Fica evidente a contradição entre a base econômica e social positiva (emprego em alta, ganhos reais de salários, inflação controlada, investimentos crescentes) e a impressão de descontrole e conflito de uma luta desvairada de todos contra todos, que arrasta alguns e perturba o andamento das campanhas eleitorais.
A tarefa de normalizar a vida nacional e as próprias campanhas não é incumbência apenas do governo, mas exige ação coerente de várias instituições e movimentos – Justiça, Congresso Nacional, academia, meios de comunicação, igrejas, partidos políticos, clubes e torcidas, movimentos sociais. Entre estes e com destaque avulta o papel do movimento sindical dos trabalhadores.
As entidades sindicais ao negociarem aumentos reais em suas campanhas, ao garantirem PLR’s vantajosas, ao sindicalizarem trabalhadores e trabalhadoras, batalharem pela igualdade entre homens e mulheres, sem discriminação e participarem de fóruns internacionais de representação, enriquecem efetivamente a vida nacional – também nas disputas eleitorais – como elementos normalizadores e essenciais à democracia e à civilização.
É o que têm feito e merecem registro o sindicato dos engenheiros de São Paulo, que comemora seus 90 anos e a federação nacional da categoria, que com seus 60 anos realiza agora seu congresso. Ambas as entidades são presididas por Murilo Pinheiro, exemplo edificante de dirigente sindical democrata, inteligente, agregador e empenhado em realizar tudo aquilo que contribui para a tão almejada normalização.
*Consultor sindical