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13/07/2012

Calçadas do Brasil: notas ficam bem abaixo de cinco

Calçadas de 22 espaços públicos do país levaram nota zero, na avaliação de voluntários que aderiram à campanha Calçadas do Brasil, do portal Mobilize. São vias centrais, como a rua Riachuelo, no Rio de Janeiro, ou a av. Bernardo Sayão, em Belém, mas também locais distantes das áreas centrais, como a rua Olga de Araújo Espíndola, em Curitiba, ou a rua José Bonifácio, Jabaquara, zona sul de São Paulo.

Outras 43 ruas receberam notas abaixo de dois, como a rua Cayowa, em Perdizes, São Paulo, a rua Mário Campelo, no Recife, a Almirante Barroso, no centro de Porto Velho, e a av. Juracy Magalhães, em Santo Antônio de Jesus, na Bahia.  

Mesmo a rua que leva o nome do educador Anísio Teixeira, em Salvador, ficou com nota bem baixa, apenas 5,44. O que não significa aprovação, já que era 8,0 a nota mínima fixada pela equipe do Mobilize para uma calçada de qualidade aceitável. Até agora, a média final de todas as avaliações do país é 3,47, número que dispensa comentários.  

No total, 222 locais em 37 cidades foram avaliados até agora pelos voluntários (veja a lista completa das ruas) que aderiram à campanha Calçadas do Brasil. Desse total, 185 são ruas ou avenidas com nome e sobrenome. Os colaboradores utilizaram o mesmo formulário usado pela equipe do Mobilize Brasil, que já havia visitado 102 ruas em 12 cidades do país. Para a avaliação, foram considerados 9 itens: irregularidades do piso, largura da calçada, existência de degraus que impeçam a passagem de cadeiras de rodas, inclinação lateral (rampas para carros), existência e condições das rampas de acessibilidade, existência de obstáculos (fixos ou móveis) na faixa livre, sinalização para pedestres e motoristas nas travessias, iluminação adequada na calçada, e a existência de paisagismo e arborização que melhorem o conforto dos pedestres em seus percursos diários.

A campanha Calçadas do Brasil foi lançada pelo Mobilize em abril passado para verificar por onde caminha (ou tropeça) o brasileiro. Afinal, a forma mais básica e sustentável de mobilidade urbana é andar, e estatísticas do IBGE revelam que entre 30% e 40% das viagens diárias nas cidades do país são feitas a pé. Isso, apesar das calçadas estreitas, esburacadas, sujas e maltratadas (ou inexistentes), marginais às largas faixas de asfalto das cidades do país. Na prática, a má conservação das calçadas afasta as pessoas das ruas e estimula o uso irracional do automóvel, mesmo para viagens curtas.

Os governantes continuam a entoar o refrão de que "a responsabilidade pela construção e manutenção das calçadas é compartilhada entre o poder público e o proprietário do imóvel", o que deixa a critério de cada morador a decisão sobre como manter a faixa de calçada à frente de sua casa. Mesmo quando há fiscalização da autoridade pública falta orientação técnica para que o cidadão saiba e possa realizar as obras necessárias. Um exemplo é o caso de Caxias do Sul (RS), onde cidadãos são notificados, apesar de existirem problemas estruturais que impedem a manutenção das calçadas. Enfim, é necessário que o poder público se aproxime do cidadão e não apenas para cobrar impostos e multas.

 

Imprensa – SEESP
* Informação do site Mobilize Brasil



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