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26/09/2012

Engenharia em prol de um novo modelo de desenvolvimento

Os profissionais da categoria têm papel fundamental para garantir um País justo e igualitário. O reconhecimento foi feito pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, durante o VIII Conse, em sua palestra sobre “O Brasil após a Rio+20: compromissos e conquistas”, na tarde do dia 25 de setembro. “Hoje, diante da nossa decisão de investir pesadamente em infraestrutura social, mobilidade urbana e dar um salto de qualidade, essa mão de obra mais do que nunca é valorizada, inclusive para pensar novo modelo de desenvolvimento sustentável.” Isso, na opinião de Carvalho, é crucial, já que o padrão adotado até então deixou uma dívida social. “Quando se veem os conflitos em áreas indígenas, os desequilíbrios sociais, o passivo ambiental, dá-se conta disso”, enfatizou. O ministro frisou que o governo atual tem realizado intervenções sob nova ótica, buscando superar a ausência do Estado em áreas esquecidas. Como exemplo, citou Belo Monte, em Altamira, no Pará. Para ele, os conflitos no local se devem a décadas de abandono do poder público e resolvê-los passa por compensações e diálogo com a sociedade civil.

Abordando a Rio+20, Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável realizada em junho último no Rio de Janeiro, Carvalho destacou que o documento obtido tem limitações, dada a necessidade de que fosse decidido por consenso entre 180 países, mas é um avanço. Para ele, o principal ponto a demonstrar o resultado positivo é a inclusão do combate à pobreza no texto aprovado. Ainda de acordo com o ministro, a Rio+20 evidenciou que o novo modelo almejado está fundado no direito ao crescimento com distribuição de renda e inclusão social, nos cuidados pessoais e na preservação da natureza. Com visão desenvolvimentista, afirmou não aceitar a linha que propugna por manter áreas intocadas, “sobretudo quando a defesa vem de países que devastam”. Ele completou: “Vamos intensificar o processo de construção da infraestrutura, conforto, melhoria de vida, buscando a construção da classe média com maior igualdade.”

Ao final, após ouvir as reivindicações, preocupações e perguntas dos engenheiros sobre temas diversos como habitação, implementação da engenharia pública, direitos trabalhistas, qualificação profissional, ele concluiu: “Temos que aproximar a FNE dos órgãos de governo diretamente envolvidos com essas questões. O governo e povo brasileiro têm a ganhar com isso. Os engenheiros têm enorme contribuição a dar. Saio daqui com uma série de compromissos que prometo honrar.”

Participaram como palestrantes na tarde do dia 25, ainda, Wagner Costa Ribeiro, professor titular do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental da USP (Universidade de São Paulo), e Valmir Gabriel Ortega, diretor do Programa Sênior de Política da Conservação Internacional do Brasil. Ambos avaliaram como positiva a Rio+20, ao apontar para um novo paradigma do desenvolvimento, com conservação ambiental e inclusão social.

 

Soraya Misleh
Imprensa SEESP



 

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