No dia 12 de outubro comemorou-se o Dia do Engenheiro Agrônomo. Foi neste dia, em 1933, que o presidente Getúlio Vargas regulamentou a profissão. Trata-se de uma das profissões mais ecléticas e importantes para o Brasil e para o mundo. O agro é responsável pela produção, processamento e distribuição de alimentos saudáveis, energia limpa e renovável e fibras, além de cuidar do meio ambiente, da paisagem e dos recursos naturais, essenciais para a produção agropecuária sustentável. Dentre os profissionais que atuam no agro, nas ciências agrárias, o Engenheiro Agrônomo tem uma grande responsabilidade.
É o profissional que tem atribuições para atuar no "antes da porteira" (insumos, máquinas e equipamentos, planejamento, crédito e seguro rural), "dentro da porteira" (produção de animais e vegetais) e "depois da porteira" (processamento, armazenamento, transporte e comercialização de produtos agropecuários). Trata-se do profissional que apresenta competência para planejar, coordenar, fiscalizar e executar atividades no agro, nas áreas de produção, ensino, pesquisa, extensão e fiscalização. Pode liderar equipes constituídas por diversos profissionais de nível técnico e tecnológico. Estima-se que existam mais de 100.000 engenheiros agrônomos atuando no Brasil. E que são necessários cerca de 150.000 para atender, adequadamente, as necessidades do setor.
No Brasil existem cerca de 5.000.000 de propriedades rurais e cerca de 25.000.000 de produtores rurais. O agro é responsável por mais de 25% do PIB do Brasil e de mais de 30% dos empregos e das exportações. É o setor responsável pela balança comercial positiva do país. É mais barato criar empregos no agro que nos demais setores da economia. O Brasil apresenta vantagem competitiva, em relação aos outros países do mundo, no agro. Temos terras agricultáveis de boa qualidade, clima favorável e a maior reserva de água doce do mundo. Temos tecnologia agrícola tropical de qualidade, produzida em nossas universidades e institutos de pesquisa. A produtividade de grãos, no Brasil, dobrou nos últimos 20 anos. Os produtores agrícolas são tecnificados e competentes para incorporarem novas tecnologias. O Brasil é visto pelos órgãos internacionais (FAO, OCDE) como o celeiro do mundo, a "grande fazenda". Estima-se que, até 2050, o mundo vai necessitar de 70% a mais de alimentos. O Brasil deve ser o responsável por 40% deste aumento na produção mundial. A agroenergia (etanol, biodiesel, biomassa) vai ocupar, cada vez, maior espaço na matriz energética mundial. Podemos aumentar muito as nossas florestas plantadas. Tudo isto sem necessitar desmatar novas áreas. É um grande desafio e uma grande oportunidade.
Para assumirmos este papel de protagonistas precisamos formar profissionais cada vez mais qualificados. O Engenheiro Agrônomo demandado tem que apresentar sólida formação básica e profissional, incluindo aspectos ambientais e sociais. Deve apresentar características pessoais exigidas pela sociedade (ética, liderança, capacidade de trabalhar em equipe), domínio de idiomas e informática, capacidade de gestão e de comunicação. Há necessidade que as Escolas tenham qualidade e formem profissionais competentes. É necessário que atendam todas as áreas de conhecimentos e conteúdos necessários para a formação apropriada. Atualmente são cerca de 230 Instituições de Ensino de Engenharia Agronômica no Brasil. Em 2010 foram oferecidas mais de 17.000 vagas e tínhamos mais de 50.000 estudantes matriculados. Ainda em 2.010 ingressaram nas Escolas de Engenharia Agronômica mais de 14.000 novos estudantes e formaram-se quase 6.800 Engenheiros Agrônomos.
São estes Profissionais que podem fazer a diferença. Assumindo a responsabilidade técnica de atividades relevantes para o Brasil. Produzindo cada vez mais, respeitando o homem e o ambiente, Os Engenheiros Agrônomos podem atuar nas áreas de produção de vegetais, produção de animais, processamento de produtos agropecuários, biotecnologia, engenharia a de biossistemas, economia, administração e sociologia rural e recursos naturais /manejo ambiental. Podem atuar em empresas privadas e instituições públicas, nas áreas de produção, consultoria/assessoria, transferência de tecnologia, pesquisa, ensino, fiscalização etc. Existe um mercado de trabalho bastante aquecido e um futuro promissor. A Engenharia Agronômica é a profissão "do hoje", do Brasil que tem vocação para o agro.
* por José Otavio Menten, presidente do CCAS (Conselho Científico para Agricultura Sustentável)
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