Um dos principais palestrantes presentes à sexta edição do Encontro Ambiental de São Paulo, Luiz Carlos Baldicero Molion, diretor do Departamento de Clima da Universidade Federal de Alagoas, lançou por terra de uma só vez duas teses amplamente difundidas pelos meios de comunicação. Em primeiro lugar, ele descarta a ideia de que esteja havendo aquecimento global. Após um ciclo de elevação da temperatura que teria se encerrado por volta de 1998, a Terra viveria hoje um período de resfriamento. “Isso será sentido por invernos mais rigorosos. São Paulo voltará a ser a terra da garoa”, assevera. Para completar, refuta a relação entre emissão do CO2 pelo homem e a alegada intensificação do calor. Em entrevista concedida durante o evento realizado na capital paulista, ele condenou as teorias que considera “catastrofistas” e sem evidência científica.
FNE - Qual a sua opinião sobre o chamado aquecimento global?
Luiz Carlos Baldicero Molion – O debate sobre o aquecimento global trouxe a questão da preservação para perto do cidadão comum, mas, infelizmente, sobre falsas premissas, sem absolutamente nenhuma base científica sólida. Quando as pessoas perceberem que não está havendo aquecimento, mas resfriamento, podem até abandonar a causa ambiental.
FNE - É falsa a teoria de que a temperatura do planeta está aumentando?
Molion – A Terra tem 4,5 bilhões de anos e o clima tem variado ao longo deste tempo todo. Nos últimos 100 ou 150 anos, percebem-se ciclos de cerca de 60 anos, divididos em períodos de aquecimento e resfriamento. Entre 1925 e 1946 houve aquecimento. No término da Segunda Guerra Mundial, o homem lançava na atmosfera menos de 10% do carbono emitido hoje. Depois, quando os países aliados tomaram as indústrias dos membros do Eixo, houve uma globalização e a industrialização avançou, aumentando a emissão. No entanto, de 1947 a 1976, a temperatura caiu. Se o aquecimento fosse causado pelo CO2, teria aumentado. A partir de 1977, o planeta voltou a aquecer e entrou em campo um time de especialistas para dizer que isso era causado pelo homem. Mas o aquecimento acabou em 1998. A partir de 1999/2000, começou um resfriamento. Se o clima se comportar como fez nos últimos 100 anos, esse vai durar até 2030.
FNE – Entre as evidências da mudança climática apresentadas pelos que defendem tal tese, está o degelo nos polos e o aumento do nível dos oceanos. Isso também é balela?
Molion – É mentira. Não há evidência alguma de que o nível do mar esteja subindo. O gelo no Ártico é flutuante e oscila muito. Durante o período de 1925 a 1946, o degelo no ártico foi muito grande. Em 1939, havia submarino vindo à superfície, existem fotos disso. Esse degelo é cíclico. Na Antártica, desde 1979, o gelo está aumentando. No último aquecimento, houve transporte maior de calor pelas correntes oceânicas. No caso, como a corrente circumpolar ficou mais aquecida, evapora mais e a precipitação, ao cair na forma sólida, de neve, vai acumulando o gelo, que tem aumentado. A situação das geleiras depende da localidade, existem as que aumentam e as que diminuem. Os catastrofistas colocam na televisão apenas as que estão diminuindo. Temos evidências de que nos últimos 170 anos o nível do mar não aumentou, ele flutua. Devido ao ciclo nodal lunar, ligado ao direcionamento do eixo de rotação da Lua e da Terra, a cada 18,6 anos, a Lua atrai mais os oceanos fora da região tropical, quando então os satélites medem aumento do oceano. A observação de 2007 mostra que o nível começou a cair, mas essa informação não chega ao público.
FNE – Como fica a influência da ação humana no clima?
Molion – O homem modifica o meio em que vive, mas só manipula 7% da superfície terrestre. Então não tem capacidade de mudar o clima global. Se na cidade de São Paulo tínhamos uma floresta e de repente essa foi substituída por uma selva de concreto e asfalto, esse clima muda, mas isso é local. Quem vive na cidade tem a percepção de que está mais quente, mas é devido à urbanização. Na natureza, o processo de evaporação de água é prioritário. Se não tem água, toda a energia é usada para aquecer o ar. O cidadão sente que está mais quente, mas isso é local, o que se chama microclima. A nossa mídia peca por não trazer a realidade.
FNE – Qual seria o interesse em propagar essa tese?
Molion – Existem interesses econômicos e políticos, já que mesmo os vermelhos viraram verdes e fazem disso uma plataforma. E há interesses internacionais. A primeira coisa a se perguntar é quem sai ganhando quando se cria uma crise falsa. Pode parecer um paradoxo, mas quem mais lucrou foram as petroleiras. Em 1973, o barril de petróleo custava US$ 4; veio a crise e o preço disparou para até US$ 30. Hoje chegou a US$ 150. Essas reportagens sempre falam do ano 2050, 2100, muito fácil, já que até lá quem fez a previsão já estará morto e não será cobrado. Estou dizendo que teremos resfriamento nos próximos 20 anos, sentido por invernos mais rigorosos. São Paulo voltará a ser a terra da garoa. Até lá, espero estar vivo e vão poder me cobrar.
FNE – Diante disso, como fica a busca da sustentabilidade?
Molion – Toda vez que transformamos algo, uma parte disso torna-se calor e escapa para o espaço, então não tem como manter algo eternamente. O que nós temos que fazer é encontrar maneiras de prorrogar a existência de recursos naturais, como água ou minério, melhorando seu uso, evitando desperdício. A ideia de sustentabilidade dá uma visão de eternidade, mas isso não acontece, um dia as coisas acabam. Porém, podemos usar de modo que durem mais, sirvam às próximas gerações, ao mesmo tempo em que as novas tecnologias vão encontrando novos materiais e fontes de energia, fundamental para o desenvolvimento humano.
Imprensa – SEESP
Foto: Beatriz Arruda
Reprodução de entrevista publicada no jornal da FNE/Edição 127
Não sou obrigado a acreditar que esse bolo oferecido pelo IPCC foi assado sem uso de fermento.
Outra coisa dificil, senão impossível, de se medir, é o nível "global" do mar.
Estou mais para acreditar no Molion.