Os jogos são uma importante ferramenta do processo de aprendizagem. Ocorre que, em geral, eles não fazem parte do contexto do ensino no Brasil. Muitos jogos são desenvolvidos dentro das universidades, são testados, financiados e publicados. É só. "A educação tem que embarcar de vez na área tecnológica", defende o professor da Faculdade de Tecnologia (FT) da Unicamp, Marcos Augusto Francisco Borges, que coordenará o Congresso Brasileiro de Informática na Educação, que será realizado de 25 a 29 de novembro no Centro de Convenções da universidade.
A ideia é, segundo o professor, discutir questões relativas à informática na educação, como o Ensino a Distância (EaD), os jogos, as ferramentas para apoio na escola e as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). O tema deste ano será "Informática na educação: da pesquisa à ação". A proposta dos organizadores é conseguir que os projetos saiam dos resultados acadêmicos para serem conduzidos às escolas. Por isso um dos desafios será chamar o máximo de professores do ensino fundamental e médio.
Segundo informações da Unicamp, a expectativa é de mil participantes, entre acadêmicos, professores da universidade, do ensino fundamental e do ensino médio, pesquisadores e interessados. O evento é promovido pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e é reputado como o maior congresso de informática na educação do país. As inscrições já estão abertas.
Informações sobre a programação e o evento poderão ser consultados no site (ainda em construção). Além das palestras, haverá minicursos, mostra de software e de prática educacional e uma mesa-redonda com a presença dos professores Léa Fagundes, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS); Armando Valente, da Unicamp; Fábio Ferrentini Sampaio, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e Fernando José de Almeida, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em comemoração aos 30 anos de criação do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied).
Nessa mesa haverá reflexões sobre a História da Informática na Educação nas últimas três décadas e a discussão de tendências para o futuro das tecnologias na Educação. Já está confirmada a participação de um dos expoentes norte-americanos da área de informática, Walter Bender, cientista sênior do Media Lab do Massachussets Institute Technology (MIT).
O evento abrigará ainda o 24º Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE), o 19º Workshop de Informática na Escola (WIE), outros workshops (teoria e prática), a Jornada de Atualização em Informática na Educação (JAIE), a Mostra de Práticas de Informática na Educação (MPIE), o Concurso de Teses e Dissertações (CTD), e painéis promovendo a reflexão política (PPDIE) e científica da educação no país (PGPIE).
De acordo com Marcos Borges, muitos projetos em informática não são usados hoje, mesmo no ensino privado, ainda que disponham de laboratórios devidamente equipados. "Normalmente, os alunos restringem o uso desse espaço para joguinhos. E dificilmente há projetos com fins didáticos que se prestam especificamente a ensinar conteúdos de Geografia, História, Matemática, entre outras disciplinas", afirma o professor, que fez graduação, mestrado e doutorado no Instituto de Computação (IC) da Unicamp e atua como docente vinculado ao Núcleo de Informática Aplicada à Educação da universidade.
Fonte: Unicamp