O Sindicato dos Engenheiros, Arquitetos e Geólogos no Estado de Tocantins (Seageto) e a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) promoveram nos dias 27 e 28 de maio, na cidade de Palmas, o IV Simpósio de Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável. Realizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Tocantins (OAB-TO), o evento integrou o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” e teve como públicos-alvo profissionais e estudantes da área.
Durante a abertura, o presidente da federação, Murilo Celso de Campos Pinheiro, apontou a importância da iniciativa que, em sua quarta edição, foi fundamental para que o uso das novas tecnologias nos setores da engenharia, arquitetura e geologia fossem apresentados aos estudantes universitários. Ele enfatizou a necessidade da conscientização dos futuros profissionais quanto à demanda por obras e projetos sustentáveis. João Alberto Rodrigues Aragão, então presidente do Seageto, que encerrou seu mandato em junho de 2013, reforçou esse papel desempenhado pelo simpósio realizado pela entidade. Segundo ele, o propósito é apresentar aos estudantes as novas tecnologias utilizadas no setor da construção.
Participaram ainda da cerimônia de abertura o secretário executivo de Infraestrutura da Secretaria Estadual de Infraestrutura, José Ribamar Maia, e o secretário de Agricultura do Município de Palmas, Roberto Jorge Sahium.
O trabalho de recuperação da estrutura do Estádio do Maracanã, palco da vitória brasileira na partida final da Copa das Confederações em 30 de junho último, já plenamente reformulado, foi o tema da primeira palestra do evento, ministrada pelo engenheiro e consultor Ênio Pazine. De acordo com ele, o trabalho começou em 2010, contando com o uso de fotografias, documentos e diálogos com os profissionais responsáveis pela manutenção do estádio. “O Brasil precisa da cultura de manutenção das obras de infraestrutura, por isso a necessidade da avaliação e da realocação de recursos públicos antes que incidentes aconteçam”, afirmou.
Organização
A programação do simpósio teve continuidade no dia 28 com a palestra “Sistema Confea/Creas”, proferida por Gustavo Fayad, vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins (Crea-TO) e diretor financeiro do Seageto. A proposta foi levar aos estudantes que participaram do evento informações sobre a legislação profissional. Para o dirigente, é fundamental o conhecimento de tal arcabouço legal, especialmente no que diz respeito às atribuições de quem exerce o ofício.
Fayad abordou ainda as atribuições do sindicato, cuja função precípua é representar coletivamente as categorias que abrange frente às empresas e entidades patronais e lutar por sua valorização, com remuneração justa e melhores condições de trabalho. “O sindicato existe para o fortalecimento da categoria, por isso é importante que os engenheiros participem da entidade”, enfatizou.
Na sequência, o secretário Sahium falou sobre “Desenvolvimento da piscicultura sustentável no Brasil”. Para ele, a atividade, extremamente relevante para o Tocantins, que possui a maior coleção de peixes comerciais do mundo, somando 217 espécies catalogadas, merece receber investimentos. “O estado é uma potência na piscicultura”, afirmou. Mantendo a tônica do evento referente à sustentabilidade, ele enfatizou a necessidade de que o setor seja explorado de maneira racional e defendeu a “preservação do estoque de peixes na natureza”.
A importância da indústria pesqueira a um projeto de desenvolvimento que tenha foco nas regiões Norte e Nordeste do Brasil também foi apontada pelo professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e consultor do projeto “Cresce Brasil”, Marco Aurélio Cabral Pinto. Segundo ele, a tarefa deve ser empreendida em “escala internacional, através da manipulação genética dos peixes e catalogação dos biomas”.
Economia e biodiversidade
Durante o evento, Cabral Pinto abordou ainda a situação do País na conjuntura internacional, que considera “preocupante”. “A balança comercial brasileira realiza a sangria líquida de dólares todos os meses para outros países, sem possuir um real interesse para o crescimento industrial”, alertou. Para o engenheiro, o país exporta cada vez menos com a bandeira brasileira.
Num outro enfoque, o engenheiro agrônomo Ramis Tetu defendeu uma economia baseada na biodiversidade e no respeito ao meio ambiente. “Podemos ganhar dinheiro sendo ecologicamente corretos”, reforçou. Ele citou como exemplos positivos os jardins botânicos, “que geram renda e preservam a natureza”. Por outro lado, lembrou que há atividades na contramão dessa lógica, como a caça de animais silvestres. Ele ressaltou ser necessário que os engenheiros desenvolvam obras que não causem degradação. (Por Rita Casaro, com informações de Wallissia Albuquerque)
Fonte: Jornal Engenheiro, da FNE, nº 134, Julho/2013