Logo após a divulgação de nota oficial da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), contestando veementemente as declarações do ministro da Secretaria da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, sobre a competência dos engenheiros brasileiros, o titular da SAC publicou, no domingo (3/11), esclarecimentos sobre o ocorrido: “Em respeito ao engenheiro brasileiro, gostaria de esclarecer a opinião prestada como palestrante convidado no Encontro Nacional de Editores da Coluna Esplanada, promovido na quinta-feira, 31/10, pelo jornalista Leandro Mazzini.”
* Leia aqui a nota oficial da FNE para o ministro Moreira Franco
Na nota enviada diretamente à assessoria de imprensa da FNE, o ministro diz que, ao responder uma das indagações sobre atraso de obras da Infraero, “eu disse que o país ficou quase três décadas sem investimentos em infraestrutura”. Argumenta que “esta tragédia, além de tornar o Brasil altamente deficiente na garantia de uma logística moderna e econômica, desorganizou a engenharia nacional, na década de 70 uma das mais dinâmicas do mundo. Grandes empresas de projetos fecharam as portas por falta de trabalho, empreiteiras buscaram outras atividades em diversos setores e toda uma geração de jovens engenheiros, por falta de empregos, buscou o mercado financeiro para se realizarem profissionalmente”.
Para Moreira Franco, conforme seus esclarecimentos, tal situação provocou um gap geracional, interrompendo o processo natural de qualificação profissional pela transferência de conhecimento via estágio e convivência com os mais experientes. “Hoje, com o retorno dos investimentos em obras públicas, estamos em fase de recuperação do tempo perdido”, escreve.
E prossegue: “Sou e sempre fui, em todos os cargos executivos que exerci em minha atividade pública, admirador e defensor da qualidade e criatividade do engenheiro brasileiro. Tenho certeza que rapidamente teremos empresas de projetos e execução de obras com a mesma qualidade que tivemos no passado.” Por fim, diz que a Secretaria de Aviação Civil “trabalha arduamente para trazer o modal aéreo brasileiro para o século 21 e conta com a engenharia nacional nesta missão nobre e urgente para o nosso país”.
O caso
No evento no dia 31 último, o ministro culpou os engenheiros brasileiros, que para ele são “ruins”, pelo atraso nas obras em seis dos 12 aeroportos nacionais em capitais que receberão a Copa do Mundo. Disse Moreira Franco que os "projetos que pegamos para executar são muito ruins, e temos que refazer todos eles. Temos uma geração inteira de engenheiros nos anos 1970 e 1980 que saíram da faculdade direto para o mercado financeiro, então há uma carência de profissionais experientes e qualificados nessa área. Os jovens não saem bem formados da faculdade e os projetos são muito ruins.”
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP
Vão tentar por a culpa de todos os erros cometidos pela má administração pública nos profissionais.
Melhor olhar para o próprio umbigo e tentar ver o que os Governos estão fazendo errado.