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07/02/2014

O jovem da escola pública e as universidades

Apesar de importantes, as políticas de inclusão social ou de ação afirmativa no ensino superior atreladas somente ao vestibular – ou a processos seletivos como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) – são insuficientes para solucionar o problema da exclusão de jovens oriundos de escola pública.

Isso porque a exclusão nas universidades estaduais e federais ocorre antes mesmo do processo de seleção dos candidatos para os cursos de graduação. A avaliação foi feita por Marcelo Knobel, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), durante o simpósio Excellence in Higher Education, realizado em janeiro último, na Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).

Para ele, o próprio funil do vestibular ou do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] já é excludente. “Menos de 5% dos estudantes que prestam o vestibular da Unicamp são aprovados.” Ainda de acordo com o professor, dos quase 500 mil jovens que concluem o ensino médio anualmente no Estado de São Paulo, aproximadamente 85% estudaram em escolas públicas e 15% em instituições privadas. Todavia, a situação se inverte na hora do vestibular para as principais universidades públicas do país: na Unicamp, por exemplo, aproximadamente 70% são egressos de escolas privadas e 30% de instituições públicas. “Essa inversão ocorre porque a grande massa de estudantes que concluem o ensino médio em escolas públicas não considera o ingresso em universidades públicas, pois sabe que tem pouca ou nenhuma chance de entrar nessas instituições.”

Ele cita um estudo realizado entre 2008 e 2009 onde foi constatado que cerca de 60% das escolas públicas da cidade de Campinas nunca haviam colocado um aluno na Unicamp. Com base nesses dados, em 2011 a universidade campineira criou o Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS). Voltado exclusivamente a alunos egressos do ensino médio público, o programa piloto seleciona os melhores estudantes de escolas públicas da cidade de Campinas com base na nota que obtiveram no Enem.


Com informações da Agência Fapesp.









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