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05/08/2015

Estudantes de engenharia criam sistema de umidificação de parques

Os estudantes do curso de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, Renata Camillo e Renato Nunes Moraes, desenvolveram o Sistema Automático de Umidificação de Parques (SAUPA), o qual busca estabelecer um nível de umidade relativa do ar confortável, de maneira inteligente, no ambiente onde estiver instalado. O sistema monitora o local, processa os dados, interpreta o ambiente e, a partir disso, toma uma decisão operacional. O projeto foi o vencedor da primeira edição do desafio “Telit Cup Brasil”, promovido pela empresa Telit Solutions Wireless, no dia 15 de maio e possibilitou aos estudantes a possibilidade de viajarem a Las Vegas (Estados Unidos), entre os dias 6 e 10 de setembro, com o objetivo de vivenciarem uma grande experiência nas áreas de empreendedorismo, tecnologia e inovação.

 

Foto: Imagem de internet
Parques 


A competição teve como objetivo incentivar e promover projetos científicos na comunidade universitária que possibilitassem soluções para a melhoria da qualidade de vida no ambiente urbano por meio da aplicação de conceitos de inovação e empreendedorismo relacionados à internet das coisas. Em setembro, os alunos embarcarão para os Estados Unidos a fim de participar da “Telit DevCon 2015″ e do “CTIA Super Mobility 2015″, eventos mundiais de inovação. Lá, eles pretendem apresentar a solução e ter a chance de atrair investidores para o negócio.

A ideia do sistema surgiu como um projeto visando a participação na competição nacional após muita pesquisa com o professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da EESC, Edson Gesualdo, que foi o orientador do trabalho. Os estudantes também consultaram a professora do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP, em São Carlos, Luciana Bongiovanni Martins Schenk, que foi responsável pelo projeto de revitalização do Parque do Kartódromo “Antenor Garcia Ferreira”, em São Carlos. Ela apresentou aos alunos a demanda por um sistema inteligente de umidificação para espaços públicos, que fosse eficiente para a população e não causasse desperdício de água.

Analisando essa demanda, os estudantes constataram que criar uma solução para o problema também atenderia os principais quesitos da competição: inovação e qualidade de vida. “Muitas pessoas deixam de frequentar os espaços públicos para fazer suas atividades físicas por causa da insalubridade do tempo seco”, comenta Renata. O SAUPA é constituído de sensores instalados em pontos estratégicos que captam a temperatura e a umidade do ar dentro da área de monitoramento e fazem com que o sistema aja automaticamente, diferente dos umidificadores para redução de sensação térmica que geram uma nuvem de água pulverizada para amenizar o calor do corpo do usuário quando acionados manualmente — equipamentos como esses já são utilizados em alguns parques como, por exemplo, o Ibirapuera, em São Paulo.

Sensoriamento
O sensoriamento ocorre por intermédio de uma lógica do sistema que atua de forma autônoma: ao identificar o baixo nível de umidade do ar, ela ativa ventiladores com vapor de água no ambiente até regularizá-lo, e a operação é repetida sempre que o nível abaixar. Todo o sistema funciona com uma rede sem fio, e o investimento total para a implantação gira em torno de R$50 mil para uma área aproximada à do Parque Dom Pedro II, localizado na capital paulista. A solução também disponibiliza o acesso a um aplicativo para o sistema Android com informações sobre temperatura e umidade do ar no local, assim o usuário pode acompanhar quando o sistema está funcionando. Os alunos afirmaram que é possível integrar mais tecnologia, por se tratar de um projeto constituído em módulos, como um sensor de radiação solar para medir o nível de raios UVA e UVB.

“Esse módulo serviria como informação aos usuários e conscientização do uso de protetor solar, bonés e chapéus, quando a radiação estiver em níveis considerados de risco a saúde”, explica Renata. Para a avaliação dos jurados, foi construído um protótipo da rede de sensores com a central de informações e os umidificadores operando automaticamente em tempo real. Todo o desempenho pôde ser acompanhado por meio do acesso aos dados disponibilizados no site e no aplicativo SAUPA. Moraes comenta que há outros detalhes para aperfeiçoar o sistema com o objetivo de adequá-lo a um produto comercial. “Ainda estamos amadurecendo a ideia”, ressalta. O sistema tem como público-alvo prefeituras e subprefeituras, além de organizações esportivas, empresas com o perfil sustentável e fabricantes de protetores e bloqueadores solares.

Para os alunos, conquistar o primeiro lugar no desafio foi muito gratificante. Moraes avalia que o prêmio reconhece toda a dedicação e o objetivo alcançado na prática. “O projeto saiu do ponto zero, foi muito trabalho até conseguir tirar algo do papel, como um projeto promissor que pode funcionar e ser útil”, comemora. Renata ainda comentou que esse é o primeiro passo para a vida profissional da dupla. “A gente aprendeu muito e correu atrás de tudo para transformar a ideia em um protótipo. Acredito que o prêmio é muito importante e um diferencial pela notoriedade da empresa. Os contatos que iremos fazer em Las Vegas serão de grande relevância para nós”.

Para o professor, a compreensão adequada por parte dos estudantes, o cumprimento do regulamento da Telit no projeto, a capacidade de agregar outros dispositivos ao sistema e a escolha do tema foram os destaques que levaram os alunos à vitória. “Esse projeto satisfaz as exigências da Empresa, é de fácil instalação, apresenta real benefício às pessoas que utilizam as áreas urbanas e tem potencial econômico”, descreve Gesualdo. Ele também ressalta que há sempre uma grande satisfação quando seus alunos realizam um projeto que os destacam no cenário nacional. “Isso mostra o quanto os estudos abrem essas possibilidades, dando-os conhecimento e autoconfiança. Isso destaca também nosso departamento e a Escola”.

 

 

Fonte: Agência USP de Notícias

 

 

 

 

 

 

 

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