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Na mesa 2 do seminário da CNTU, “Cidades e desenvolvimento: desafios inovacionais”, realizada no período da tarde desta sexta-feira (18/05), a tônica maior dos debatedores Renato Nunes Balbim, coordenador de Produtos do Departamento de Estudos, Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea (Instituto de pesquisa Econômica Aplicada), e Nabil Bonduki, professor da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), se deu em como provocar o poder público e a sociedade civil a discutirem um modelo de cidade sustentável. A mesa teve a coordenação do economista Claudio Costa Manso, diretor de Relações Sindicais, e de Jacó Lampert, do Conselho Efetivo da CNTU.

* Acompanhe aqui a transmissão online do seminário da CNTU
* Veja aqui as fotos do seminário

Bonduki destaca que a sociedade tem de construir novos valores para viabilizar a construção da cidade sustentável, que tem, como ponto de partida, oito eixos básicos, segundo agenda de sustentabilidade já definida pelo Ministério do Meio Ambiente. São eles: política de resíduos sólidos; mobilidade, construção e planejamento urbano sustentáveis; manejo das águas nas cidades; APPs (Áreas de Preservação Permanente) urbanos e áreas verdes; qualidade do ar e segurança química.

O técnico do Ipea lembrou frase do geógrafo Milton Santos (1926-2001) de que “o cidadão imperfeito é o consumidor mais que perfeito” para defender a participação efetiva da sociedade nas discussões sobre um novo modelo de cidade, que não dê tanta ênfase ao veículo privado, por exemplo, em detrimento do que é o melhor para a maioria, ou seja, o transporte coletivo. Ele provocou o público ao afirmar que falam que a falta de planejamento é que leva ao caos das cidades hoje. “Não falta planejamento, o problema é que eles são feitos para servir apenas alguns.”

E defendeu a superação da fragmentação e dos interesses corporativos para se pensar as cidades. “Radicalizar o controle e a participação sociais para garantir os interesses da sociedade nos planejamentos urbanos.” Balbim observa que é importante o entendimento do que seja urbano e cidade. “Urbano é um processo político. Cidade é o fato concreto, é a expressão visual. A política é a responsável pela fragmentação dessa discussão entre cidade e urbano. Precisamos da integração de políticas”. 

Por outro lado, Nabil Bonduki lamenta que o tema “cidade sustentável” tenha apenas, no documento Rascunho zero da Rio+20, “um parágrafo com cinco linhas.” E informa que o governo brasileiro tem se esforçado para colocar o assunto na pauta da conferência da ONU. “O caminho para isso é problematizarmos essas questões no âmbito das discussões da sociedade civil, na Cúpula dos Povos”, aponta. 

Por fim, Bonduki ensina que um novo modelo de cidade, a sustentável, se dá a partir da alteração do modo de vida, de consumo e de produção. “O grande desafio é como transformar essa cidade num espaço onde possamos compatibilizar o crescimento econômico, agenda do século XIX; a inclusão social, agenda do século XX; e a sustentabilidade, agenda do século XXI.” 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP

 

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* Da Rio 92 à Rio+20, um novo projeto em pauta
* Abertura do seminário da CNTU sobre Rio+20 e Cúpula dos Povos

 

Histórico de todo esse processo de discussão nos últimos 20 anos e resultados, bem como desafios atuais foram o tema do primeiro painel abordado no seminário “A CNTU na Rio+20 e na Cúpula dos Povos”, na manhã desta sexta-feira (dia 18). Inaugurando as falas, coube a Laerte Conceição Mathias de Oliveira, vice-presidente do SEESP e representante da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) no Conselho Nacional das Cidades, a retrospectiva relativa ao debate sobre desenvolvimento sustentável no Brasil e no mundo nas duas últimas décadas. Além disso, ele trouxe as propostas prioritárias dos movimentos sociais à mesa. 

Ao iniciar sua preleção, Mathias – que integra os comitês paulistas para a Rio+20 e o Fórum Social São Paulo – lembrou que a largada para as discussões sobre o tema do meio ambiente foi dada em Estocolmo, em 1972. Vinte anos depois, realizou-se no Rio de Janeiro a Eco 92, da qual saíram várias declarações e tratados internacionais, cujo problema, segundo observou, tem sido a baixa implementação. Isso não obstante o reforço obtido com a apresentação do Protocolo de Kyoto em 1997 e a reafirmação dos compromissos em Johanesburgo em 2002. E sobretudo apesar dos avanços pontuados por ele. Entre os quais, a multilateralidade nos debates, a crescente consciência política e o foco no desenvolvimento sustentável, considerando-se, portanto, o tripé que abrange as esferas econômica, social e ambiental. Na sua concepção, é fundamental retomar o que está expresso nessas declarações, na Agenda 21 e em especial os princípios elencados na Carta da Terra – um dos documentos oriundos da Eco 92. “Continua muito atual e com certeza será matéria de discussão na Cúpula dos Povos”, enfatizou. Entre esses – 16 ao todo, divididos em quatro eixos –, respeitar a terra e a vida em toda a sua diversidade; construir uma sociedade democrática; erradicar a pobreza; e promover a cultura de tolerância, não violência e paz. A Carta da Terra também contempla a mudança no padrão de produção.

Para Mathias, tendo por base esses documentos e a necessidade de se reafirmar na Rio+20 e na Cúpula dos Povos seus compromissos, três pontos devem ser destacados nos debates no Rio de Janeiro: segurança energética energética com ênfase em fontes sustentáveis; segurança alimentar e nutricional, incluindo o acesso à água e à inovação tecnológica; e o papel dos recursos da biodiversidade para a inclusão social. “As nossas propostas iniciais englobam direito soberano de desenvolvimento das nações; geração de empregos decentes, renda e riqueza melhor distribuídas; paz mundial; desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação visando a sustentabilidade; capacitação e qualificação da sociedade civil e do poder público.” 

Economia verde, inclusão social e governança

Na visão de Wagner Costa Ribeiro, professor titular do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental da USP (Universidade de São Paulo), os eventos a se realizar em junho devem pautar “as correções graves dos erros cometidos no século XX”. Não obstante, ele ponderou que a Rio+20 ocorrerá numa conjuntura completamente distinta da que se tinha em 1992. “Naquele momento havia um entusiasmo e uma vontade de transcender limites territoriais, com o fim da Guerra Fria. O espírito era de convergência. Vinte anos depois, esse cenário não se consolidou. Temos uma grave crise dentro do sistema operacional, o que tem que ser levado em conta.”

Considerando o contexto em que se dá a Rio+20 e seu papel, conforme Ribeiro, nessa conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) é crucial mudar o padrão de produção de alimentos, pensando um modelo para a agricultura que não utilize agrotóxicos. “A sexta economia do mundo é dependente de produtos primários. Se a China parar de comprar soja e minério, o que vai ser deste País? Depois de vasto avanço em ciência e tecnologia, não podemos admitir isso”, criticou. Defendendo a economia verde, que seria legado da Rio 92, Ribeiro apontou esse tema e a revisão do modelo de governança ambiental como dois grandes pontos a serem tratados na Rio+20. Com relação ao último deles, acredita que é importante fortalecer o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), implementado em 1986, o que exigirá maior injeção de recursos a esse.

Quanto à economia e empregos verdes, o professor da USP frisou: “A inclusão social é o grande ponto a destacar.” Nesse sentido, ele indicou que os equívocos ou abandono nas áreas habitacional, de mobilidade urbana, de saneamento precisam ser colocados em pauta. E ilustrou: “Dado importante do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) é que as casas vazias nos centros urbanos das grandes cidades superam o déficit habitacional. Outro exemplo é a construção em Manaus, que é um forno, de casas com telha de amianto. Daí, coloca-se ar-condicionado. Precisamos mudar o padrão técnico da produção.” E concluiu: “A Rio+20 é uma oportunidade muito importante para que avancemos em conquistas socioambientais.”

 

Imprensa - SEESP
Soraya Misleh

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* Abertura do seminário da CNTU sobre Rio+20 e Cúpula dos Povos

 

 

Logo na abertura do seminário da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), que discute a Rio+20 e a Cúpula dos Povos, nesta sexta-feira (18/05), no SEESP, na capital paulista, o diretor de Articulação Nacional da confederação, Allen Habert, lançou a pergunta para os presentes: como transformar o planeta num lugar melhor para se viver. “Essa é a questão central dos nossos debates de hoje.”

* Acompanhe aqui a transmissão online do seminário da CNTU
* Veja aqui as fotos do seminário

Habert destacou o que ele considera uma “grande sacada” do País ao propor, em 2007, a realização de conferência sobre o desenvolvimento sustentável. “O Brasil teve a iniciativa da Rio+20, que não estava prevista no calendário da ONU [Organização das Nações Unidas]. Vamos ter uma competição mundial da política.”

O diretor da CNTU observa que o grande objetivo dos dois eventos ambientais, que ocorrerão em junho, na cidade do Rio de Janeiro, é buscar um novo modelo de desenvolvimento sustentável. E provoca: “não existe país no mundo sustentável. Todo mundo tem ´lição de casa´ para fazer”. Contudo, Habert acredita no papel protagonista do Brasil na Rio+20, já que possui o melhor “cartão de visita” dos países participantes: 60% do seu território preservados. “Quem tem isso? O Japão? A Inglaterra? Os Estados Unidos? Não", critica.

O presidente da Fenam (Federação Nacional dos Médicos), Cid Jayme Carvalhaes, destacou que a CNTU é um grande “laboratório de ideias” que deve contribuir com o debate das questões mais importantes para a sociedade brasileira, como o intuito de melhorar as condições de vida e de remuneração dos trabalhadores brasileiros.

O presidente da FIO (Federação Interestadual dos Odontologistas), Wellington Moreira Mello, espera que alguns avanços que deixaram de acontecer na Eco92 sejam resgatados na Rio+20.  Para ele, a conferência alcançará sucesso se definir propostas duradouras para que se tenha uma política ambiental voltada para o ser humano, “reduzindo a desigualdade social e colocando o homem no centro desse desenvolvimento sustentável”, defende.

Célia Chaves, presidente da Fenafar (Federação Nacional dos Farmacêuticos), se disse orgulhosa de fazer parte da CNTU, porque a confederação tem pautado o seu trabalho para que os profissionais liberais universitários sejam referência nas grandes discussões importantes do País. “Defendemos o desenvolvimento que tenha na valorização do trabalho um dos seus pilares e que traga também justiça social.”

O presidente do Fenecon (Federação Nacional dos Economistas), Juarez Trevisan, diz que o Brasil só pode melhorar se investir pesadamente na requalificação profissional. Ernane Silveira Rosas, presidente do Sindicato das Nutricionistas do Estado de São Paulo, defende que a sociedade mude o comportamento de consumo, pensando nas consequências para o futuro do planeta.

O vereador Jamil Murad (PCdoB/SP) parabenizou o papel da CNTU de participar ativamente da Rio+20 e da Cúpula dos Povos com contribuições importantes para o debate ambiental do País e do mundo. Os eventos do Rio de Janeiro, para Murad, têm um significado especial porque a defesa do meio ambiente não pode ser um monopólio de um partido, de uma liderança ou de um estudioso, “a sociedade precisa pegar na mão essa questão”. E criticou qualquer atitude que signifique interferência na soberania dos países. “Não se pode impor que aqui se ande de bicicleta para que nos Estados Unidos cada membro de uma família tenha o seu carro. Defendo a soberania nacional com desenvolvimento sustentável”.

O deputado estadual Simão Pedro (PT/SP) também felicitou a CNTU pela iniciativa de discutir amplamente a participação na conferência da ONU e da Cúpula dos Povos. “Vejo que vocês estão sempre um passo à frente nas questões nacionais”, observou. O parlamentar levanta a importância de se discutir nos eventos do Rio a soberania alimentar e nutricional. “O que estamos comendo e como esse alimento é produzido?”, questionou, acrescentando o perigo da utilização do agrotóxico na produção dos alimentos no País.

Finalizando a abertura do seminário, o presidente da CNTU, Murilo Celso de Campos Pinheiro, destacou a missão da confederação de ter um papel atuante, presente e democrático em todas as questões importantes para a sociedade brasileira. “Vamos participar da Rio+20 e da Cúpula dos Povos de forma positiva com a apresentação de propostas e indicações.”

* Veja aqui a programação do seminário


Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa - SEESP


 

Nesta sexta-feira (18/05), das 9h às 18h, na sede do SEESP, na capital paulista, a CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) realiza seminário para debater sua inserção na Rio+20 e na Cúpula dos Povos, eventos que acontecem na cidade do Rio de Janeiro, em junho próximo.

* Para assistir ao seminário da CNTU pela internet clique aqui

Programação

9h    Abertura
Representantes dos poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, dos partidos políticos, entidades ambientalistas, sindicais, acadêmicas e empresariais

10h30    Mesa 1
Da Rio 92 à Rio+20: em busca de um novo projeto de desenvolvimento sustentável para o mundo

Laerte Mathias de Oliveira
Engenheiro, vice-presidente do SEESP, representante da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) no Conselho Nacional das Cidades, integrante do Comitê Paulista da Rio+20 e do Fórum Social São Paulo e presidente da ONG Apreservita (Associação pela Preservação da Bacia do Rio Itararé)

Wagner Costa Ribeiro
Geógrafo com doutorado em Geografia Humana, professor  titular do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental da USP (Universidade de São Paulo)

12h30    Almoço

14h    Mesa 2
Cidades e desenvolvimento: desafios inovacionais

Renato Nunes Balbim 
Geógrafo e doutor em Geografia Humana pela USP, coordenador de Produtos do Departamento de  Estudos, Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)
    
Nabil Bonduki
Urbanista, professor da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo)

15h30    Mesa 3
Trabalho e melhor qualidade de vida para todos: caminho contra as crises e as guerras

Francisco Whitaker
Arquiteto, membro do Conselho Internacional do Fórum Social Mundial

João Sicsú
Economista, especialista em Políticas Macroeconômicas e professor do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

17h    Lançamento da campanha Brasil Inteligente e da revista Brasil Inteligente

17h30    Posse dos novos membros do Conselho Consultivo da CNTU

18h    Encerramento e coquetel


Imprensa - SEESP


Após participar de um debate sobre o cenário da Ciência e Tecnologia e Inovação na cidade de São Paulo com o pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, o neurocientista Miguel Nicolelis disse ao site da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) que o Brasil não pode prescindir das contribuições da engenharia para a inovação na sociedade, e que isto requer a formação de novos engenheiros que cubram um déficit de pelo menos 10% que hoje se faz sentir no país.

Perguntado sobre a relação entre a engenharia e seus projetos para a neurociência, de ajudar pessoas com dificuldades de locomoção a recuperar seus movimentos baseados na relação de suas pesquisas com a robótica, Nicolelis disse ser esta uma necessidade real, mas que se estende para toda a sociedade. "A engenharia é a base para a inovação, não só para a neurociência", disse ele.

Nicolelis demonstrou sua preocupação com o fato de o Brasil não aproveitar a “grande criatividade natural da sociedade para a produção científica”. Ele diz que só o país não faz isso, comparado a outras nações desenvolvidas ou em busca de desenvolvimento no mundo. “Nós fazemos isso na arte e em outros domínios, mas não democratizamos a produção científica.”

Na opinião do neurocientista, a formação de profissionais e pesquisadores para o desenvolvimento tecnológico e científico brasileiro deve merecer uma estratégia de educação científica já a partir da infância e isto deve se transformar em grandes políticas governamentais.

 

Imprensa – SEESP
* Informação do site da FNE


Após negociações com o governador Tião Viana, com participação direta do presidente da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), Murilo Celso de Campos Pinheiro, os engenheiros do Estado do Acre decidiram por fim à greve que já vinha se arrastando ha quatro semanas.

Uma assembleia extraordinária na manhã desta quinta-feira (17/05) consolidou o processo conduzido com intensa mobilização da categoria, incluindo visitas dos representantes do Senge-AC a outros sindicatos e a esperada reunião de Murilo Pinheiro com o governador, seguida de reunião da diretoria do Senge-Ac, do Comando de Greve e da Comissão de Negociação, com a Equipe de Governo na mesma tarde.

Ao sair do encontro com Tião Viana, onde foi discutida a paralisação dos engenheiros civis que fazem parte do quadro de servidores do Estado, Murilo Pinheiro já adiantava que a possibilidade de um resultado negociado, uma vez que o governador do Acre demonstrou estar sensível às reivindicações.“Tivemos uma conversa muito boa, o governador mostrou-se propício a abrir o diálogo e as negociações com a categoria”, disse o presidente da FNE à Agência do Acre.

Após a reunião na Casa Civil, Pinheiro participou de um encontro com representantes do Senge-AC, comunicando o interesse do governador Tião Viana de abrir o diálogo com os engenheiros e negociar as pautas apresentadas. O fim da greve foi decidido na reunião entre as partes.

Desde a última assembleia do Senge-AC, na quarta semana de greve, e da qual participaram mais 140 profissionais, e onde foi confirmada a participação da FNE nas negociações, os engenheiros do Acre estavam dispostos intensificar as pressões e também a unidade da categoria em torno das revindicações.

Na ocasião, o presidente do Senge-AC, Tião Fonseca, havia protocolado um mandado de segurança preventivo contra o corte de prontos e ameaça do governo em exonerar agentes em estado probatório, reafirmando a legalidade da movimentação de greve e o amparo da constituição ao direto do trabalhador de fazer greve por melhores condições de trabalho. 


Imprensa - SEESP
* Informação do site da FNE


 

Principal recurso da Região Metropolitana da Baixada Santista, o Porto de Santos pode e deve ser mais bem distribuído social e geograficamente. No passar dos navios pela Ponta da Praia, é possível perceber uma corrente caudalosa do comércio mundial que o caracteriza como a maior e mais importante porta do hemisfério sul para o mundo, um pujante “gate”.

Por seu vigor logístico, o Porto de Santos não para de crescer. Seus caminhos atravessam os oceanos do planeta e alcançam distantes continentes, sobem as serras e percorrem o planalto central do Brasil, atravessam a gigante e fantástica Cordilheira dos Andes, no compasso dos processos produtivo e geopolítico mundiais. São Paulo não seria o estado rico que é não fosse o nosso porto. É magnífico.

Um dos efeitos mais importantes verificados na história do aumento do comércio foi o crescimento das cidades. Entretanto, muitas podem não ter incremento correspondente ao volume de comércio que atravessa sua região, como é o caso de Santos.

Disponibilidade de recursos não garante a prosperidade de um local, região ou país. A Serra Leoa, na África, é um dos maiores produtores mundiais de diamante. Porém, ocupa o último lugar no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organização das Nações Unidas). A mais-valia dessa riqueza desagua em países europeus, que a lapidam e distribuem.

Nossa região, bonita por natureza e abençoada por Deus, não tem oferta de trabalho especializado, nível salarial adequado ou perspectiva econômica compatíveis com o seu potencial para participar do próspero processo das cadeias de suprimento mundiais.

O número de jovens que diariamente sobem a serra para trabalhar é um indicador óbvio de que Santos está pobre de oportunidades. Com certeza, é necessário e possível mudar esse quadro desertificado de chances. Nossa região precisa se transformar em uma mini China, um complexo portuário industrial, mas com qualidades ambientais e urbanísticas. A força motora desse processo transformador é a sua competitividade logística valorosa e exclusiva. Nenhum local no planeta abaixo da linha do Equador tem posição estratégica tão vantajosa como a nossa.

É preciso inovar para aproveitar as oportunidades. O porto-indústria é um modelo inovador. Nele, clientes, fornecedores e universidades têm papel destacado no processo de agregar valor às mercadorias movimentadas. Acontece na retaguarda do cais, dia e noite, em sincronia com a operação dos navios. É uma maneira moderna e tecnologicamente avançada de gerar trabalho e negócios, com melhores ganhos. Há todas as condições necessárias e suficientes para implantar na Baixada Santista um projeto bem-sucedido desse tipo.

Desde a vinda de Braz Cubas, jamais vivemos um cenário tão favorável a uma indústria de serviços, tendo o porto como fator de produção.

* José Antonio Marques Almeida (Jama) é diretor adjunto do SEESP e foi vereador na cidade de Santos

 

Imprensa – SEESP
* Artigo publicado no JE, Edição 409


Em seminário nesta sexta-feira (18/05), a partir das 9h, na sede do SEESP, na Capital, a CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) começa a debater sua inserção na Rio+20 e na Cúpula dos Povos. Ambas iniciativas ocorrerão na cidade do Rio de Janeiro, em junho próximo.

Para assistir ao seminário da CNTU pela internet clique aqui

O primeiro evento, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, está programado para os dias 13 a 22, e deve reunir mais de 100 chefes de Estado e 60 mil pessoas (50% do Brasil e 50% de fora) de diversos setores. Já a Cúpula dos Povos, organizada pela sociedade civil, acontecerá paralelamente, entre 15 e 23, no Aterro do Flamengo.

Nos dois, a confederação visa levar sua pauta sobre desenvolvimento sustentável, que consta dos compromissos assumidos no seu I Encontro Nacional, realizado em novembro de 2011. Expressos no manifesto “Por um Brasil Inteligente”, sintetizam e assinalam diversas frentes de luta. O objetivo é alargá-las, assumindo perspectivas globais no combate à degradação ambiental do planeta, ao crescimento da miséria e pobreza mundiais e à financeirização da riqueza. Assim, uma das contribuições da entidade, na oportunidade, deverá ser a afirmação do papel dos profissionais liberais universitários na geração de maior valor agregado à produção.

Membro do Conselho Consultivo da CNTU, o engenheiro Carlos Monte destaca alguns pontos que não poderão ser esquecidos nesse debate. Entre eles, a questão da melhoria no saneamento ambiental; o estímulo às fontes não poluentes na matriz energética; o controle do desmatamento e o manejo equilibrado das florestas; e a disposição e tratamento dos resíduos em geral e das obras, em particular.

Nós a desatar

Para alcançar resultados favoráveis, contudo, é preciso desatar alguns nós, ainda antes do início da conferência. É o que indica o engenheiro Rubens Born. Participando da Comissão Nacional da Rio+20 como representante da sociedade civil, ele cita, entre esses, a necessidade de avanço no documento que será produzido ao final dos debates. Construído a partir de mais de 600 propostas, apresentadas desde que o processo preparatório foi inaugurado, em 2010, o rascunho zero, segundo ele, não define como serão implementados os meios para se chegar ao desenvolvimento sustentável. Ainda de acordo com Born, em Johanesburgo, há dez anos, gerou-se um plano nesse sentido, o qual, contudo, não está sendo feito.

Duas vertentes devem dominar as discussões durante a conferência, salienta. “Uma é a do que foi rotulado de economia verde na erradicação da pobreza e promoção do desenvolvimento sustentável. A outra, fundamental, diz respeito aos arranjos institucionais. A falha da implementação acontece por insuficiente controle social ou governança. A transição para a sustentabilidade depende de a sociedade civil ter mais capacidade de monitorar o que o governo está ou não fazendo.” Professor titular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e membro do Conselho Consultivo da CNTU, o engenheiro Mohamad Habib concorda. E considera que, apesar de a Cúpula dos Povos, enquanto iniciativa dos movimentos, ser válida para pressionar os governos a seguirem o caminho da sustentabilidade, é preciso ter consciência de suas limitações. “Os poderes econômico e governamental das instituições que determinam as regras do jogo são grande obstáculo.” Diante desse cenário, ele aponta um caminho: “O que precisamos fazer na Rio+20 é aglutinar forças adicionais, de setores governamentais e econômico.” Para tanto, considera fundamental que movimentos sociais e populares se sensibilizem para a necessidade de buscar novas alianças.

Born vai adiante: “O que eu gostaria é que os governos ousassem e dissessem, ‘daqui para a frente, os investimentos públicos irão para onde faz mais sentido do ponto de vista da sustentabilidade’. Se isso acontecesse, comparativamente à letargia e inércia dos últimos 20 anos, seria um avanço significativo.” Entre os mecanismos à mesa, ele destaca a criação de uma organização mundial para o meio ambiente, análoga à OMC (Organização Mundial do Comércio), com mecanismos de sanção. “Gostaria que se fortalecesse o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) como estágio de uma nova arquitetura institucional e política global. No tema governança, não pode ficar apenas no ponto ambiental. O desenvolvimento sustentável tem várias dimensões.” E continua: “Vamos transformar o Conselho Econômico e Social da ONU num fórum para que os países possam redirecionar essas políticas.”

 

Imprensa – SEESP
Soraya Misleh

 

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* Brasil Inteligente: uma campanha para mudar o País


O Sindicato dos Metroviários de São Paulo publicou nota oficial lamentando o acidente ocorrido na manhã desta quarta-feira (16/05) na Linha Vermelha do metrô, entre as estações Penha e Carrão. O Sindicato exige apuração imediata dos motivos que provocaram a colisão entre dois trens, fato inédito no metrô (no horário comercial) e muito grave, com mais de 30 feridos. Segue reprodução da nota:

“Para o presidente do Sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior, o sucateamento do sistema metroferroviário é o responsável pelo acidente ocorrido hoje e por vários outros que aconteceram recentemente no metrô e na CPTM.

“Os sucessivos governos do PSDB no Estado de São Paulo não investem no sistema. São 20 anos de falta de investimento no metrô e na CPTM. É preciso contratar mais funcionários, modernizar os equipamentos e aumentar a malha.

Não houve falha humana e sim do sistema”, declara o presidente do Sindicato.

“Não fosse a atuação do operador de trem, que ao perceber a falha do sistema aplicou a emergência, o acidente poderia ter sido mais grave. Se esse acidente tivesse ocorrido na Linha 4-Amarela, que é privatizada e onde os trens não têm operador, as consequências poderiam ser ainda piores”, completa Altino”.


Imprensa - SEESP


A vocação nata da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) é cumprir uma dupla missão: representar e defender os profissionais a ela filiados por meio de suas federações e sindicatos e contribuir para o debate que visa a melhoria das condições de vida de toda a população brasileira e o desenvolvimento nacional. Essa segunda meta coaduna-se perfeitamente com a primeira, tendo em vista o papel essencial dos trabalhadores de formação universitária na construção de um país melhor. É, portanto, dessa disposição natural que nasce a iniciativa de propor a campanha Brasil Inteligente, que será lançada em 18 de maio, durante seminário da CNTU sobre a Rio+20, a se realizar no auditório do SEESP.

Em síntese, trata-se de transformar o País, cujo potencial para o progresso já foi mais que comprovado, em uma nação de verdade, que ofereça a todos condições dignas de vida, incluindo os direitos básicos essenciais, como alimentação saudável, saúde, moradia, segurança e ainda o acesso à cultura e à informação e a possibilidade de participação social plena, com valorização do trabalho. Enfim, trata-se de um movimento cidadão, a resgatar anseios que a sociedade brasileira já reafirmou e deixou escritos na Constituição Federal de 1988.

Focada em reivindicações já antigas dos movimentos populares e engajada em pautas que ganharam vigor mais recentemente, como a luta pela democratização das comunicações e pela preservação ambiental, a campanha proposta pela CNTU busca contribuir para a discussão e a ação que permitam, no menor prazo possível, eliminar a enorme dívida social brasileira. É tempo de dizer “basta” à miséria, às desigualdades e ao preconceito.

Trata-se ainda de deixar para trás a frustração que já atingiu inúmeras gerações que vislumbraram um futuro de desenvolvimento, sem, no entanto, alcançá-lo. Os investimentos em pesquisa, ciência, tecnologia e inovação, sempre tão propalados, devem tornar-se realidade e ser aplicados de forma a viabilizar definitivamente a inserção do Brasil de forma soberana na economia global. Sem abandonar os importantes avanços agropecuários, é urgente recuperar a indústria nacional, criar empresas fortes, que possam atuar no mercado mundial, gerando divisas ao País.

A dinâmica positiva da atualidade, que combina democracia com distribuição de renda, precisa ser valorizada como a conquista que de fato é, mas tem de ser aprofundada, posto que ainda é insuficiente. Deve-se construir, estrategicamente, um Brasil inteligente, que só se contentará quando todos tiverem o bastante.

 

* Murilo Celso de Campos Pinheiro é presidente do SEESP
 

Imprensa – SEESP
* Editorial publicado no JE, Edição 409

 

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