Relator na Comissão de Finanças e Tributação do Projeto de Lei 2.141, que definirá o valor da contribuição sindical, o deputado federal Mauro Pereira (PMDB/RS), reuniu-se com dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) para ouvir a posição da entidade sobre o tema. O encontro aconteceu na manhã desta quinta-feira (16/7), na sede da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), em Brasília.
Foto: Paula Bortolini
Dirigentes da confederação defendem a organização sindical dos trabalhadores
Conforme explanou o presidente da confederação, Murilo Pinheiro, é fundamental que haja fonte de custeio para que seja resguardada a atuação do movimento sindical em defesa dos trabalhadores brasileiros. Para tanto, a CNTU defende que a contribuição seja estipulada em 30% do salário mínimo. Ainda na avaliação de Pinheiro, esse debate precisa levar em conta a importância das entidades nas lutas dos profissioanis.
Receptivo às ponderações, o parlamentar afirmou que o relatório será pautado no trabalho sério das entidades e de forma que atenda às diversas categorias. Assim, afirmou Pereira, o parecer final deve atender à reivindicação da CNTU e ser aprovado na Câmara.
Participaram também do encontro, entre outros dirigentes, a vice-presidente da CNTU, Gilda Almeida de Souza, e o diretor finananceiro da entidade, Geraldo Ferreira Filho.
Fonte: Redação CNTU
O SEESP e os demais sindicatos que representam os trabalhadores da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) rejeitaram em mesa de negociação do dia 15 de julho último, a contraproposta patronal de reajuste em torno de 7,6% em duas parcelas. O representante da empresa disse que não era possível alterar a proposta, mas ficou agendada nova rodada de negociação para o dia 23 de julho próximo, às 11h, no mesmo local, em Jundiaí (SP).
O sindicato destaca alguns itens da proposta da empresa:
• Reajuste salarial: aplicação do Índice de Preço ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), sendo 6% em junho de 2015 mais 1,6% em janeiro de 2016;
• reajuste dos vales refeição e alimentação, do auxílio-creche e da cesta básica: 6% em junho de 2015 mais 1,6% em janeiro de 2016; e
• continuar as discussões da contraproposta da empresa.
Imprensa SEESP
Os engenheiros da Telefônica se reúnem em assembleia, nesta sexta-feira (17/7), às 10h30 (em segunda convocação), para discutir e deliberar sobre a assinatura de Acordo Coletivo de Trabalho, para instituição do Programa de Participação nos Resultados (PPR) para o exercício de 2015. A atividade será na recepção da sede da Telefônica/Vivo (Avenida Chucri Zaidan, 860, Vila Cordeiro).
Em reunião de negociação com o SEESP, no dia 15 de julho último, a companhia se comprometeu a manter o pagamento, a título de PPR, de até 2,75 salários, cujo adiantamento correspondente a um salário nominal será pago no dia 27 de julho (desde que o acordo seja firmado até o próximo dia 17) e o pagamento restante, cujo valor depende do atingimento de metas, ocorrerá em 31 de março de 2016.
Imprensa SEESP
Os profissionais da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), representados pelo SEESP, estão convocados para assembleia no dia 21 de julho próximo (terça-feira), às 13h (segunda convocação), na sede do sindicato, em São Paulo (Rua Genebra, 25, Bela Vista), para discutir a campanha salarial deste ano.
No dia 15 último, ocorreu audiência de conciliação do dissídio econômico com ameaça de greve, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), 2ª Região de São Paulo. A empresa manteve a sua última proposta de 7,21% de reajuste salarial, com extensão aos demais benefícios de caráter econômico. Quanto ao piso salarial do engenheiro, informou que só pode aplicá-lo mediante revisão do Plano de Cargos e Salários (PCS), o qual depende de aprovação dos órgãos controladores: o Conselho de Defesa dos Capitais do Estado (Codec) e a Comissão de Política Salarial (CPC).
Foto: Beatriz Arruda
Representantes do SEESP, à direita, defendem reivindicações da categoria
em audiência, no TRT/SP, no dia 15 de julho
Imprensa SEESP
O programa do SEESP na televisão, o Jornal do Engenheiro (JE), traz, nesta semana, entrevista especial com o recém-empossado secretário municipal Luiz Antônio de Medeiros, que coordenará as 32 subprefeituras da cidade de São Paulo. Com uma grande história no movimento sindical, ele fundado a central Força Sindical quando era presidente do sindicato metalúrgicos da Capital paulista, Medeiros assumiu o cargo com o propósito de manter a cidade organizada, limpa e segura, servindo devidamente à população. “Queremos devolver a cidade aos seus moradores”, observou.
O novo secretário informa que já estabeleceu uma relação de trabalho harmoniosa com os subprefeitos e que todos estão imbuídos em desenvolver ações para o cumprimento de metas.
Outro tema do JE na TV são os cursos de especialização do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), como o de energia heliotérmica que começa em agosto próximo. O professor Marcio Takata fala sobre o que é o curso, quem pode participar e se inscrever. Confira no nosso programa ainda o quadro “No Ponto”, com o presidente do sindicato, Murilo Celso de Campos Pinheiro, que fala sobre o trabalho juntos a deputados federais e senadores pela aprovação de projeto que cria a carreira de estado aos engenheiros das prefeituras e dos governos estaduais e Federal.
Tudo isso e muito mais você confere no programa que vai ao ar, às segundas-feiras, às 19h30, para a cidade de São Paulo, nos canais 9 (NET), 72 (TVA) e 186 (TVA Digital) ou pela internet no mesmo dia e horário neste link. O programa é transmitido para mais 40 municípios paulistas e de outros estados conforme grade variada, confira aqui.
Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa SEESP
Foi inaugurado nesta terça-feira (14/07), na Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, o cluster computacional Euler do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão em Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP.
Foto: CeMEAI
Financiado pela FAPESP, o sistema computacional poderá ser usado
não apenas por pesquisadores do CeMEAI, mas também por outros
pesquisadores vinculados a universidades
e instituições de pesquisa do Estado de São Paulo
Adquirido ao custo de R$ 4,5 milhões, o sistema computacional para processamento científico de alto desempenho é o mais rápido instalado em universidades no Estado de São Paulo, de acordo com os coordenadores do projeto.
“O cluster foi instalado em janeiro e entrou em operação em março. Desde então já vem sendo utilizado por diversos usuários para realização de estudos que requerem computação de alto desempenho”, disse José Alberto Cuminato, professor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP de São Carlos e diretor do CeMEAI.
Batizado em homenagem ao matemático e físico suíço Leonhard Paul Euler (1707-1783) – que contribuiu para o avanço científico em diversas áreas, como a teoria dos números, análise matemática aplicada e mecânica de fluidos –, o sistema computacional é composto por 104 computadores ligados em rede de alta velocidade, que são dotados de dois processadores com 20 núcleos de processamento cada computador.
Enquanto um laptop comum é capaz de realizar 10 bilhões de operações matemáticas básicas (como adição, subtração, multiplicação e divisão) por segundo – chamadas de FLOPs, da sigla em inglês de Floating Point Operations por Second) –, o supercomputador é capaz de fazer 47 trilhões de FLOPs por segundo.
“O Euler é mais indicado para aplicações que possam ser calculadas em paralelo, usando muitos processadores simultaneamente, como simulações de escoamento de fluidos como o petróleo, além de aerodinâmica, medidas de previsão de tempo e processamento de grandes volumes de dados”, disse Fabrício Simeoni de Sousa, professor do ICMC-USP e responsável pelo cluster computacional.
Instalado em uma sala de hospedagem no Centro de Tecnologia da Informação (Ceti), localizado no campus da USP de São Carlos, o sistema computacional já está sendo utilizado por pesquisadores de universidades e instituições de pesquisa do Estado de São Paulo.
Um grupo de pesquisadores do ICMC-USP já está usando o cluster computacional para realização de simulações de refino e combustão de petróleo em parceria com a Petrobras.
Já outro grupo de pesquisadores do Instituto de Estudos Avançados (IEA) do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) tem utilizado o sistema computacional para a realização de simulações aerodinâmicas, como as do foguete suborbital brasileiro SARA, previsto para ser lançado ainda este ano.
“Antes demorávamos 150 dias para fazer uma simulação aerodinâmica. Hoje, com o supercomputador, conseguimos fazê-las em 20 dias”, comparou Carlo Junqueira-Junior, doutorando no IEA/CTA.
Por se tratar de um equipamento multiusuário financiado pela FAPESP, o sistema computacional poderá ser usado não apenas por pesquisadores do Cepid CeMEAI, como também por outros pesquisadores vinculados a universidades e instituições de pesquisa do Estado de São Paulo.
“A FAPESP já financiou diversos clusters computacionais em universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
“O desafio das instituições que receberam o financiamento para aquisição desses equipamentos é facilitar e viabilizar o acesso de qualquer pesquisador interessado, vinculado a uma universidade ou instituição de pesquisa paulista”, afirmou.
Mais informações sobre o sistema computacional Euler podem ser obtidas no site www.cemeai.icmc.usp.br.
Fonte: Agência Fapesp/Elton Alisson, de São Carlos
A Prefeitura Municipal de Campinas, no dia 14 de julho último, anunciou a incorporação de dez ônibus elétricos e acessíveis à frota do sistema de transporte público coletivo municipal. A experiência com esses veículos mostra que seu uso representa uma ação positiva de grande alcance para o meio ambiente e usuários do serviço, e um importante passo da administração municipal na busca de uma mobilidade urbana mais sustentável. Campinas é pioneira e será a cidade brasileira com a maior frota de ônibus elétrico em circulação.
Foto: Luiz Granzotto/PMCampinas
Novos ônibus beneficiam o meio ambiente
Esses são os primeiros coletivos elétricos incorporados à frota do sistema de transporte público do município. Campinas já conta com dois táxis elétricos em operação, e um terceiro veículo está em fase de entrada no serviço. Nos próximos meses, ônibus híbridos, movidos a óleo diesel e bateria, também serão entrarão na frota. Em dois anos e meio de governo Jonas Donizette, já foram incorporados 334 novos ônibus, todos acessíveis, à frota de transporte público.
Atendimento
Os dez novos ônibus elétricos serão adquiridos pela empresa Itajaí, que atua na Área 2 (Vermelha) do município. A Área Vermelha abrange as regiões do Campo Grande, Padre Anchieta e Corredor John Boyd Dunlop.
Os veículos irão atender as linhas: 2.13.1 – Terminal Itajaí; e 2.20 – Terminal Campo Grande. Serão beneficiados é mais de 3,5 mil passageiros por dia, uma média de 87 mil por mês.
No ano passado, um ônibus elétrico foi testado na linha 5.02 – Circular / Centro, conhecida como Linhão da Saúde, por atender diretamente cinco hospitais.
Veículo elétrico
Os ônibus elétricos são modelo urbano, com piso baixo. O veículo não emite poluente e não precisa de sistema de rede eletrificada. A autonomia é superior a 250 km, podendo chegar a 300 km, com o uso do freio regenerativo. A recarga da bateria é feita durante a noite, na garagem, por um período de quatro horas, para 100% de recarga.
Os veículos possuem motores elétricos no eixo de tração, o que os tornam veículos com baixo nível de ruído e melhoram o conforto dos passageiros. O coletivo tem 12 metros de comprimento, 2,55 metros de largura e 3,36 metros de altura. A velocidade máxima atingida é de 90 km/h, mas pode ser limitada eletronicamente. A capacidade é para cerca de 80 passageiros.
O ônibus é acessível, com área reservada para uma cadeira de rodas. Os veículos foram fabricados pela empresa chinesa BYD Auto, que instalou uma fábrica na região do Terminal Intermodal de Cargas (TIC).
Fonte: Prefeitura Municipal de Campinas
O familiar que se beneficia do serviço prestado por trabalhador doméstico também é considerado empregador. Foi o que decidiu a 10ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ) ao julgar recurso interposto por um homem que alegava que a mulher que trabalhava em sua casa havia sido contratada apenas pela mãe dele. A decisão o condenou a indenizar a trabalhadora por danos morais no valor R$ 15 mil por dispensa de forma abrupta, além de reconhecer o vínculo empregatício, obrigando o pagamento de verbas trabalhistas.
No recurso, o familiar alegou que a trabalhadora prestou serviços para ele como diarista e não como empregada doméstica, apenas em 2011, dois anos após a morte da sua mãe — razão pela qual ele não teria dado continuidade à relação de emprego que existia. Ele alegou que, durante o período em que a doméstica trabalhou para sua mãe (de 1993 a 2009), nunca dirigiu os serviços dela e apenas passou um tempo na casa da mãe para cuidar da saúde, não tendo feito parte do núcleo familiar. Dessa forma, argumentou que não poderia ser considerado empregador.
Para o desembargador Flávio Ernesto Rodrigues Silva, que relatou o caso, a parte não provou que contratara a doméstica apenas em 2011 e como diarista. O relator também destacou o artigo 1º da Lei 5.859/72, que considera a pessoa ou a família dentro do ambiente residencial como empregador do trabalhador doméstico.
“Nesse sentido, foi também o recorrente (familiar) empregador pelo tempo em que morou na casa de seus pais. Ainda que não dirigisse o serviço da autora (doméstica), dele por certo se beneficiava. Além disso, há provas nos autos no sentido de ter o reclamado (familiar) morado com a sua mãe por todo o tempo em que a reclamante exerceu a função de doméstica”, escreveu.
Segundo o relator, só pelo fato de o familiar ser sucessor da antiga empregadora, já deveria responder pelos débitos trabalhistas contraídos pela mãe. Com relação aos danos morais, o desembargador decidiu manter a condenação, porque ou autor não negou a existência dos fatos alegados pela empregada, que afirmou ter sido dispensada de forma inesperada quando pleiteou pelo recebimento das férias, as quais havia solicitado tirar, pela primeira vez, ao longo de 20 anos de serviços prestados. Cabe recurso. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-1.
Clique aqui para ler a decisão.
Fonte: Revista Consultor Jurídico
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá preveem que cerca de seis mil empregos serão preservados na região como resultado da implantação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE).
Foto: Edu Guimarães/SMABC
No dia 13 último, sindicato recebeu ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República,
Miguel Rossetto (sentado de camisa azul), que falou sobre o Programa de Proteção ao Emprego
Anunciado pelo governo federal na semana passada, o PPE tem como objetivo conter as demissões que se intensificaram nos últimos meses por causa da crise. Cada uma das entidades prevê que cerca de três mil desligamentos serão evitados em suas respectivas bases.
"Esse número foi baseado no excesso de mão de obra que foi declarado pelas empresas, tanto autopeças como montadoras, que está neste patamar de três mil trabalhadores. Se não tivesse um programa como esse, uma hora iriam perder esses postos de trabalho", afirma Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que atua em São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.
Em Santo André e Mauá predominam as fabricantes de autopeças, que segundo o sindicato, demitiram 2,5 mil pessoas no ano passado. "Se esse plano tivesse sido lançado antes, provavelmente parte desses trabalhadores não teria sido demitida", avalia o presidente do sindicato, José Braz Fofão. "De qualquer maneira, o PPE é muito positivo porque muitas autopeças estavam se preparando para demitir funcionários no segundo semestre".
O Programa de Proteção ao Emprego permite que as empresas reduzam em até 30% a jornada de trabalho e o salário dos funcionários. Em contrapartida, o empregador se compromete a não promover demissões durante o período de vigência do acordo.
A General Motors, responsável pela maior parte dos metalúrgicos representada pelo Sindicato de São Caetano, não vai aderir ao PPE.
Fonte: Repórter Diário
A chegada do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre (SBTVD-T) em todas as telinhas do País dará um salto qualitativo na transmissão de dados. Porém, seu grande diferencial, a interatividade, ainda ficará aquém do esperado.
Até o final de 2018, o Decreto nº 5.820, de 29 de junho de 2006, alterado pelo Decreto nº 8.061, de 29 de julho de 2013, prevê o desligamento do sinal analógico da TV em todo o território nacional. Para tanto, foi estabelecido um cronograma por região. O Estado de São Paulo será o terceiro da lista cuja migração ocorrerá integralmente, no dia 15 de maio do próximo ano.
Foto: imagem captada no site www.portal6.com.br
A obtenção do sinal digital se dá via antena UHF (externa, interna ou coletiva) conectada diretamente em um televisor com conversor embutido ou comprado separadamente. É possível ainda a recepção em pontos móveis ou portáteis. A imagem em alta definição do sistema digital é conhecida por Full HD – seis vezes melhor do que a das antigas televisões de tubo.
Atualmente, os padrões de conversores possuem perfis A ou B, que são limitados, com pouca interatividade. O que obrigatoriamente deverá ser adotado é o chamado perfil C, que tem capacidade maior de hardware, memória permanente (não volátil), que roda mais de um vídeo ao mesmo tempo, e acesso à internet. “Esse permite aplicações mais complexas através do Ginga. Chegou-se a isso graças à experiência do Brasil 4D, projeto piloto do governo federal, implantado na Paraíba e no Distrito Federal, pela Empresa Brasileira de Comunicações, a EBC”, relata o pesquisador Luiz Fernando Gomes Soares, professor do Departamento de Informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e coordenador do Laboratório TeleMídia, responsável pelo desenvolvimento do middleware Ginga (programa de computador que faz a mediação entre o software e demais aplicações, garantindo-lhes mais agilidade). Na forma atual, esse vem sendo desenvolvido desde 2006, após a definição da adoção do padrão japonês Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial (ISDB-T), e permite a transmissão de dados digitais em alta definição (HDTV) a partir de estudos de sistemas de hipermídia, pelo TeleMídia, para atender os princípios da TV digital brasileira: interatividade, mobilidade, portabilidade, alta definição e multiprogramação. No entanto, a linguagem usada como base existe há mais de 20 anos: a Nested Context Language (NCL) – software livre que se somou ao padrão japonês permitindo uso de receptores de baixo custo e de aplicações em novos programas de TV sem impor limites à capacidade criativa de seus produtores.
Para evitar o chamado apagão da TV aberta, com a mudança do sinal, o governo distribuirá o conversor do perfil C para 14 milhões de inscritos no programa Bolsa Família, possibilitando o acesso à internet via conexão com um modem – que, contudo, deverá ser comprado, além de ser preciso pagar pelo acesso à rede. Até agora, entretanto, as empresas não apresentaram propostas para a fabricação do equipamento.
Reconhecimento e limitações
Em 2009, o sistema digital Ginga NCL foi o primeiro a ser reconhecido integralmente pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) – ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) – como padrão, a qual desde então o recomenda aos demais países. Atualmente, encontra-se em mais de 40 milhões de aparelhos de TV em países como Argentina, Bolívia, Chile, Equador e Peru, com os perfis A e B. Rafael Diniz, que integra a equipe do TeleMídia, lembra que o Ginga NCL prevê uma interação muito além do que já foi feito no País e no mundo. “Você pode, por exemplo, modificar a apresentação de um conteúdo de áudio e vídeo,
enviar contribuições para um programa de TV, escolher a câmera que prefere assistir ou até mesmo a narrativa que quer seguir em uma novela ou documentário. Ver a cena a partir do olhar de um determinado protagonista, por exemplo”, detalha o pesquisador.
No entanto, até agora, as emissoras de TV não divulgaram nenhum investimento em produção para garantir a interatividade, o que denota que as potencialidades do Ginga ainda não foram todas descobertas, como observa Diniz. Para Gésio Passos, do Coletivo Intervozes de Comunicação, investir em novas produções é o que as emissoras menos querem. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) justifica a ausência de inversões: “As emissoras estão cumprindo a lei, mas como não há políticas públicas voltadas para a indústria de receptores, todo e qualquer esforço nesse sentido é prejudicado.”
A limitação de acesso à internet é ainda argumento para a baixa interatividade. Essa é garantida pelo Brasil 4D, que oferece serviços de governo eletrônico como marcação de consultas no Sistema Único de Saúde (SUS) e acesso a benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Coordenadora de Conteúdo e Produção desse projeto, Cristiana Freitas explica que 90% de seu conteúdo dispensa internet. “Quando você reúne transmissão de dados com a de áudio e vídeo digital na TV, é possível transmitir uma série de dados a partir de uma interação remota, que não necessita da banda larga.”
Outro ponto comprometido na transição, de acordo com o Intervozes, é a multiprogramação. O governo optou por estabelecê-la somente nos canais consignados a órgãos e entidades integrantes dos poderes da União, como as TVs legislativas e públicas, a exemplo da TV Brasil. “Perdemos a chance de democratizar a comunicação no Brasil”, lamenta Passos.
Deborah Moreira
Imprensa SEESP
Matéria publicada, originalmente, no Jornal do Engenheiro, Edição 478