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04/11/2011

Sustentabilidade no transporte urbano

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Ônibus movido a hidrogênio e a etanol são algumas das iniciativas da EMTU para reduzir a poluição no transporte coletivo

        Dando início ao ciclo de palestras do V EcoSP, na manhã desta sexta-feira (4), Ivan Carlos Regina, gerente de planejamento da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) apresentou iniciativas ambientais da empresa para diminuir a emissão de poluentes na atmosfera pelos ônibus.

        Considerado um grande avanço tecnológico e ambiental, o projeto do ônibus movido a células a combustível de hidrogênio em transporte urbano garante emissão zero de poluentes. Liberando apenas vapor d'água na atmosfera, o protótipo possui baterias recarregáveis com recuperação de energia.

        Coordenado pela EMTU, o projeto tem o apoio do MME (Ministério das Minas e Energia) e conta com recursos do GEF (Global Environment Facility), aplicados por meio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Conta ainda com um consórcio formado por oito empresas nacionais e internacionais.

        Em operação desde dezembro de 2010, a tecnologia tem capacidade para 63 passageiros, potência de 210 KW, carrega 45 quilos de hidrogênio e tem autonomia de 300 km. “Vamos adquirir mais três unidades e em breve será inaugurada também a estação de produção e abastecimento de hidrogênio que será operada pela Petrobras e com apoio técnico da Hydrogenics”, mencionou Regina. 

        Entre os objetivos estratégicos, contribuição na redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa e dos poluentes locais e demonstração da viabilidade dos ônibus e sua infraestrutura de produção de hidrogênio e abastecimento. “Além disso, visamos também o desenvolvimento da engenharia, integração de sistemas e testes, alcançar uma melhor performance dos ônibus com envolvimento e comprometimento sólido da indústria brasileira”, reforçou.


Ônibus a etanol
        Essa é a principal característica do projeto internacional Best (BioEthanol for Sustainable Transport) que tem a finalidade de estimular o uso do etanol como combustível alternativo ao óleo diesel e à gasolina em ônibus coletivos. 

        Parceira do projeto, a EMTU tem a função de testar a viabilidade dessa tecnologia. “A nossa participação no projeto BEST se deu no sentido de verificação da viabilidade da tecnologia para utilização nos corredores e sistemas por ela geridos, incorporando os benefícios verificados em termos de custo, tecnologia e meio ambiente”, detalhou Regina. 

        Segundo ele, o modelo verde têm a mesma eficiência do motor diesel, no entanto tem a vantagem de ser um combustível renovável, limpo e biodegradável. Reduz também a poluição local do ar em 90% de material particulado, não contém enxofre – responsável pela chuva ácida, diminui mais de 80% as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global, estimula empregos na zona rural, possui preços competitivos, é um produto disponível em larga escala, além de ser brasileiro. 

        A tecnologia foi testada entre 2008 e 2009 e mostrou que é altamente confiável, não tendo havido nesse período a ocorrência de problemas relacionados ao sistema de tração. Outro fator importante constatado nos testes é que o ônibus a etanol apresenta um consumo 64% maior que o diesel, valor considerado bom já que o etanol tem poder calorífico 70% menor que o diesel. 

        O palestrante citou ainda o “Programa de Retrofit para frotas metropolitanas cativas”, que visa reduzir as emissões de gases e poluentes provenientes da utilização de diesel no transporte público.

        Ainda segundo o palestrante, os resultados obtidos com esse programa até o momento, mostram uma redução acima de 90% nas emissões de material particulado, um dos maiores causadores de problemas à saúde da população e que tantos malefícios traz ao meio ambiente. “A atualização tecnológica dos ônibus urbanos poderá trazer grande contribuição para a melhoria da qualidade do ar e da saúde pública, especialmente se realizada nos veículos dos corredores de transporte urbano”, acredita.

        Para finalizar, Regina citou os programas “Ligado” – que atende crianças com deficiência física e o “Conscientizar” – que tem o objetivo de diminuir a emissão de poluentes dos ônibus a diesel que operam em sistemas gerenciados pela EMTU, no qual técnicos da empresa informam sobre a necessidade de manter os motores regulados.



foto: Beatriz Arruda
www.fne.org.br




 

 

Lido 3625 vezes Última modificação em 05/11/2011
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