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05/11/2011

Gestão de resíduos da arborização urbana em debate

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Destinação incorreta desse tipo de material em aterros e lixões e a queima a céu aberto podem causar inúmeros impactos ambientais, afirma especialista

       Apresentar soluções técnicas que permitam reduzir o volume gerado e valorizar os resíduos da arborização urbana foi o foco da palestra ministrada pela professora Adriana Nolasco, do Departamento de Ciências Florestais da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), na tarde desta sexta-feira (4), no V EcoSP.

       Em sua explanação, ela explicou que os resíduos da arborização são provenientes das operações de poda e remoção de árvores e manutenção de jardins, realizadas tanto por cidadãos quanto pelas prefeituras e empresas privadas. Ainda segundo a palestrante, esses resíduos representam uma parcela importante do lixo gerado nas cidades e que a falta de programas para a disposição correta desse tipo de material resulta no descarte impróprio em aterros e lixões e na queima a céu aberto, causando inúmeros impactos ambientais. “A gestão dos resíduos sólidos urbanos é um dos principais problemas ambientais nos municípios brasileiros. Em São Paulo a estimativa de geração de resíduos da arborização urbana é de cerca de 4 mil toneladas por mês”, citou Nolasco.

       Conforme a palestrante, as prefeituras são responsáveis pela destinação do resíduo e que elas enfrentam uma série de limitações como falta de recursos financeiros e de profissionais capacitados para atuar junto ao problema. 

       Nesse contexto, Nolasco acredita que a solução pode ser obtida com o bom senso na aplicação de recursos pelos municípios, na utilização de tecnologias e métodos adequados,no respeito às peculiaridades econômicas, sociais e culturais locais e muito planejamento.“ É fundamental que a solução seja baseada em ações planejadas, coordenadas e integradas, aliando atividades administrativas, técnicas e educativas adequadas às características e condições locais e também compartilhar responsabilidades entre o setor público, cidadão e setor privado”, sugeriu.

       Assim, os planos de gerenciamento de resíduos têm que prever a quantidade gerada, planejar o uso e empregar o material em soluções benéficas. Ações para reduzir a geração, capacitação da mão de obra e investimento na educação ambiental também devem ser incorporadas no plano de gerenciamento.

       Quanto à valorização dos resíduos, Nolasco disse que é preciso selecionar o material, ou seja, caracterizar e quantificar o volume, determinando a densidade, o teor de umidade, a cor, a quantidade de carbono fixo e as cinzas. Essas variáveis indicam se os resíduos têm potencial energético para uso como lenha e carvão; se é melhor produzir composto orgânico; fazer cama de frango; cobertura de solo na agricultura; criar pequenos objetos de madeira, como cabos de ferramenta, brinquedos e utensílios domésticos, entre outras formas de aproveitamento obtendo assim o máximo de retorno econômico, social e ambiental. “Apesar das inúmeras soluções, somente 4% dos municípios no Estado de São Paulo aplica de alguma forma a valorização”, destacou.

       A professora da USP recomendou ainda que as soluções não devem ser delegadas a uma única alternativa, mas a uma rede integrada de soluções capazes de satisfazer as necessidades de correta destinação dos resíduos. “Não deve ser pensada apenas a curto prazo, mas também a médio e longo prazo e situações emergenciais. Soluções devem estar organizadas em um plano de gerenciamento de resíduos com recursos humanos e financeiros, responsáveis, responsabilidades, métodos de implementação e monitoramento definidos e aprovadas como lei – garantia de compromisso e continuidade”, concluiu.


foto: Beatriz Arruda
www.fne.org.br




Lido 4125 vezes Última modificação em 05/11/2011
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