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05/11/2011

Melhores práticas ambientais no saneamento em pauta

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Universalização do acesso aos serviços públicos de saneamento básico é o principal desafio do setor, afirma especialista

       O último tema abordado na tarde desta sexta-feira (4) no V EcoSP, foi “Projetos de saneamento para o Estado de São Paulo”, ministrado por Wanderley da Silva Paganini, da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). 

       Discorrendo sobre as iniciativas para ampliar e melhorar os serviços de saneamento, o palestrante destacou que o componente ambiental é inerente à essa atividade. “É fator decisivo na definição de alternativas tecnológicas e na escolha das áreas, imprescindível na obtenção de recursos financiados e na redução de custo de capital. Além disso, cria responsabilidade pelos resíduos gerados e pelos efluentes”, ressaltou.

       Paganini enfatizou também a importância da gestão ambiental nas estruturas das empresas do setor. Para ele, essa ação deve ser apoiada nos pilares da conformidade ambiental, que atua diretamente no efeito, e na mudança de cultura que precisa ocorrer interna e externamente a fim de garantir as soluções ambientais e diminuir os problemas de exposição de resíduos e das desconformidades das estações de água e tratamento de esgoto.

       Ainda segundo o palestrante, um empreendimento de saneamento é dividido em três etapas: concepção, implantação e operação. A primeira leva em média dois anos para ser concluída. Já a segunda pode ser finalizada em três anos e a operação dura 30 anos. “É fundamental considerar as mudanças de legislações e as limitações já no projeto. Uma das dificuldades do passado foi não considerar o licenciamento ambiental efetivamente para antever problemas. Portanto, na fase de estudo e concepção é crucial olhar esses aspectos porque se errar nessa etapa pagará por 30 anos”, alertou Paganini.

       Ainda segundo ele, as obras de saneamento devem representar barreiras sanitárias sem efeito colaterais. “Temos que pensar na localidade, nos efluentes líquidos, sólidos e gasosos, e também no desconforto que uma estação de tratamento pode trazer, como odor e ruído. Se agirmos assim, vamos fazer bons projetos e a legislação será um auxílio”, acredita. 

       Entre os fatores de sucesso dos empreendimentos de saneamento, o especialista ressaltou a interação das áreas envolvidas – concepção, implantação, operação e desativação, para a melhoria continua, inclusão de requisitos ambientais nas várias etapas e prevenção novos passivos. “O empreendimento deve atender os requisitos ambientais, tais como atendimento à legislação e compromissos, uso racional e sustentável dos recursos naturais, fomento à tecnologias limpas, redução de emissões e minimização, reciclagem ou reutilização de resíduos e efluentes”, recomendou.

       Nesse sentido, citou algumas ações operacionais dentro da política ambiental, tais como limpeza e coberturas de lagoas, recuperação de biogás em lagoas anaeróbias, automação de estações de tratamento de esgotos, programa corporativo de redução de perdas, compostagem, uso agrícola do lodo de estação de tratamento, reúso não potável de efluentes, fertirrigação, uso racional da água, viveiro de mudas e educação ambiental.

       Com a implantação dessas ações, Paganini disse os benefícios esperados são sustentabilidade empresarial, satisfação dos clientes, mudança de cultura empresarial, potencial para redução dos custos de capital, gerenciamento de riscos associados a mudança climática, incremento de eficiência e redução de custos operacionais. “As empresas de saneamento devem buscar as melhores tecnologias e os menores custos para conseguir a sustentabilidade e a universalização de água e de coleta de esgoto, tratamento e disposição final”, concluiu.


foto: Beatriz Arruda
www.fne.org.br



Lido 4279 vezes Última modificação em 05/11/2011
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