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Editorial - Construir o Brasil que almejamos

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Em 26 de outubro, os brasileiros foram às urnas e democraticamente reelegeram a presidente Dilma Rousseff para governar o País por mais quatro anos. Em primeiro lugar, temos a comemorar o amadurecimento da nossa democracia com a realização da sétima eleição direta para a Presidência da República, em perfeita normalidade. É importante lembrar que, num passado bastante recente, há 30 anos, isso ainda era um sonho a ser realizado e um direito a ser conquistado. À presidente eleita, cabe agora fazer jus a essa vitória, que traz a enorme responsabilidade de pôr em marcha iniciativas que possam recolocar o Brasil no rumo do crescimento econômico e de ampliação da justiça social.

Conforme propõe o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), é preciso reverter o quadro de baixa expansão econômica que voltou a afligir o País. Em que pesem as dificuldades causadas pela crise internacional, da qual não estamos imunes, são necessárias medidas que se contraponham tanto quanto possível ao cenário desfavorável.

Essencial neste momento é reverter o quadro de desindustrialização precoce que estamos vivendo. Essa meta exige que se adotem medidas macroeconômicas adequadas, administrando-se taxa de juros e câmbio de forma muito precisa. Requer também uma política industrial de fato. Temos que ampliar a produtividade do trabalho, mas também aprimorar a capacidade do capital, com modernização de processos, atualização de técnicas de gestão, capacitação gerencial e empresarial, contínua renovação de parques industriais e incessante incorporação de tecnologia avançada. Ou seja, a inovação deve ser a tônica.

Ainda como sugere o “Cresce Brasil”, deve haver incentivo ao adensamento das cadeias produtivas, levando-se em conta vantagens competitivas já estabelecidas ou potencialmente viáveis no curto prazo. Um primeiro grupo a ser considerado é o da industrialização local dos insumos agrominerais, em cujo fornecimento o País já tem condições privilegiadas de custos, acessibilidade e qualidade. Adicionalmente, deve ser estimulada a produção nacional de bens intermediários demandados por setores industriais em que já temos bom posicionamento internacional, pois as próprias empresas atuantes nesses segmentos podem operar como incubadoras de uma rede de fornecedores e satélites.

Simultaneamente a esse esforço de aprimoramento da nossa indústria, é imprescindível valorizar o trabalho. O Brasil deve caminhar para uma realidade de erradicação da informalidade, com garantia de direitos a todos, salários que assegurem uma vida digna e condições adequadas de exercício da atividade produtiva. Pautas históricas do movimento sindical, como a redução da jornada, combate à terceirização, fim do fator previdenciário e manutenção da política de aumento do salário mínimo, devem ser incorporadas à agenda do desenvolvimento.

Que o novo governo, democraticamente eleito com o compromisso de atuar em prol de todo o nosso povo, tenha sucesso nessa empreitada.


 

* por Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP









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