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José Silvestre Prado de Oliveira

     Há muitas mudanças necessárias e esperadas para que o Brasil trilhe o caminho do desenvolvimento sustentável. Uma dessas mudanças envolve a questão tributária, tema em discussão atualmente no Congresso Nacional com um projeto de reforma encaminhado pelo Governo. O sistema tributário brasileiro é altamente regressivo, pois quem ganha menos paga, proporcionalmente, mais impostos.
     Além disso, há uma quantidade grande de tributos, contribuições e taxas, de complexa administração, e uma concorrência nefasta, denominada de “guerra fiscal”, entre estados. Mas esses são apenas alguns de uma extensa lista de problemas.
     Ao longo dos anos, surgiram iniciativas para modificar a estrutura tributária do País, abortadas pelos conflitos que as mudanças poderiam provocar.
     Neste momento, a proposta enviada pelo Governo Federal procura atingir objetivos bem específicos. Com isso, deve ser menor a resistência de governos (federal, estadual e municipal), dos empresários, trabalhadores, consumidores e dos próprios congressistas. Portanto, trata-se de uma reforma parcial, que não atinge aspectos relevantes para a construção da estrutura tributária eqüitativa. O impacto distributivo é quase nulo e não é alcançada a regressividade do sistema.
     Esse projeto de reforma permite acabar, ao final de oito anos, com a guerra fiscal entre estados, ao criar novas regras para o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços); simplifica os tributos federais; e cria uma lógica mais racional para taxar o consumo. Também dá origem a um fundo para compensar perdas de receita dos entes federados e a fundos de desenvolvimento regional, que permitirão financiar políticas diferenciadas para superar as desigualdades do País.
     Há o compromisso de que, após aprovada a reforma, o governo encaminhará a desoneração tributária da cesta básica, o que pode ter bom impacto distributivo sobre a renda dos mais pobres, bem como novas regras para a contribuição previdenciária das empresas.
     Mesmo com os limites desse projeto, aprová-lo é um passo fundamental para gerar capacidade mais equilibrada de ação do Estado e de sua relação com o setor produtivo. Apoiá-lo pode ser um passo para gerar compromissos para uma segunda etapa de reformas que enfrentem a questão da regressividade do sistema.


José Silvestre Prado de Oliveira é supervisor técnico do Escritório Regional de São Paulo do Dieese
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos)

 

 

     As notícias para quem atua no setor não poderiam ser melhores. Após fechar 2007 com crescimento de 7,5% – batendo o comemorado PIB (Produto Interno Bruto) que ficou em 5,3% –, a indústria da construção civil projeta incremento de pelo menos 10% para 2008 sobre o ano passado e não se aflige diante das turbulências internacionais. “O que se tem hoje é a confiança de que a economia brasileira tem robustez para passar bem essa fase, o que significa que podemos construir o que já está contratado. Contudo, havendo uma perda de dinamismo na economia mundial, não poderemos repetir o desempenho em 2009”, avalia Eduardo Zaidan, diretor de Economia do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo). “Na construção pesada não vejo a menor possibilidade de haver interferência da crise financeira externa. A infra-estrutura precisa ser feita de qualquer forma”, garante, ainda mais otimista, o presidente do Sinicesp (Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado de São Paulo), Marlus Renato Dall’Stella.
     A avaliação dos dois líderes reflete a visão do conjunto dos empresários, conforme demonstrou sondagem realizada pelo Sinduscon e pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) com 238 deles. Esses esperam, em 2008, bom desempenho futuro, com maior volume de negócios e rentabilidade. Além disso, também crêem mais no crescimento econômico do País.
     Essa última expectativa certamente beneficiará o resultado da iniciativa privada em geral e do setor em particular. Conforme Zaidan, a construção, que absorve aproximadamente metade do capital que vai para o mercado produtivo, beneficia-se do aquecimento da economia provocado pelo aumento da taxa de investimento. “Em qualquer área que se invista, tem construção. Se aumentar a procura por um determinado item, o industrial precisa produzir mais. Ele introduz um turno extra, compra máquinas para modernizar etc. Se a demanda continua, precisa ampliar a fábrica e contrata construção”, ilustra. Casa própria e efeito PAC
     Entre os grandes responsáveis pela performance do setor, estão os negócios imobiliários, favorecidos pela redução na taxa de juros, mantida em 11,25% desde setembro, após quedas consecutivas a partir de fevereiro de 2003, quando chegou a 26,5%. Outro fator positivo foi o aumento da renda. Entre 2003 e 2007, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada em 23 de fevereiro, o rendimento médio real dos trabalhadores cresceu 7,7%. Em janeiro último, a tendência se manteve e esse indicador ficou 3,4% maior que no mesmo período do ano passado. Os recursos para investir em imóveis também vieram da poupança, superando as expectativas dos empreendedores. “Achava-se que alcançaria R$ 12 bilhões em 2007 e acabou dando R$ 18 bi”, destaca Zaidan. Para 2008, as primeiras projeções, segundo a publicação do Sinduscon Conjuntura da Construção, indicam recursos da ordem de R$ 21 bilhões para o financiamento habitacional.
      Ainda não entra nessa conta a enorme demanda por moradia popular, que, segundo estudo encomendado pela entidade à FGV, é de 27,7 milhões de unidades até 2020. “Esse é um assunto que tem sido motivo de muita atenção. Até agora, houve dinamismo muito maior da classe média baixa para cima, a partir de oito salários mínimos. É preciso atender o maior déficit, que está principalmente na faixa abaixo de cinco salários mínimos”, aponta o empresário. Segundo ele, é preciso avançar na questão de uma política habitacional que preveja subsídios, fontes de financiamento, desburocratização e um marco legal que incentive investidores. “A iniciativa privada está começando a se voltar a esse setor, mas há muitas dificuldades, que envolvem questões ambientais, tributárias, de regularização fundiária.”
     Embora a casa própria seja a vedete do momento, o diretor do Sinduscon ressalta a importância de outras áreas: “Há o turismo, que está um pouco mais distante do nosso olho, mas existem construções em todo o litoral brasileiro, não só de hotéis, mas de aeroportos, estrutura turística das cidades. Há ainda investimento público, do governo federal, dos municipais e estaduais.”
     Na avaliação de Dall’Stella, o grande fomentador tem sido o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Estamos muito otimistas com as oportunidades que estão aparecendo e que se distribuíram pelo Interior do Brasil, em locais como Maranhão, Minas, Pará. Hoje temos uma demanda maior que a oferta de equipamentos, de gente, de pessoas especializadas... Neste ano, serão construídos portos, aeroportos, estradas e hidrelétricas”, comemora. Sem precisar números, ele aposta em resultados bastante favoráveis. “Com certeza, a construção vai crescer mais que o PIB em 2008.”

Emprego e salário
     Em meio a tantas previsões otimistas, o trabalhador do setor também deve ser beneficiado com mais vagas e conseqüente valorização salarial. “Em 2007, geramos 200 mil empregos no Brasil inteiro, talvez dê para criar um pouco mais que isso em 2008. É difícil fazer uma relação direta, mas não inventaram obra sem trabalhador”, analisa Zaidan. Na sua opinião, “todo mundo sai beneficiado, inclusive o engenheiro que hoje é um cara escasso”. “Há cinco anos, sobrava vaga para civil nas faculdades. A moda era fazer produção para trabalhar no mercado financeiro”, compara.
     Dall’Stella também acena com boas novas para quem pega no batente da construção civil. “Há oito meses, cresce o nível de emprego no setor.” Ele garante que a tendência se manterá ao longo do ano, “inclusive para os engenheiros, cujos salários dobraram”.


Rita Casaro

 

 

     Alinhar as ações educacionais à estratégia empresarial, possibilitar capacitação contínua com vistas à aplicação prática, bem como alavancar o processo de gestão do conhecimento e de responsabilidade social na Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Esses são, segundo o seu superintendente de Recursos Humanos, Walter Sigollo, os objetivos da UES (Universidade Empresarial da Sabesp).
     Com esse mote, anualmente, é desenvolvido o PCD (Plano de Capacitação e Desenvolvimento), cujo foco é “contribuir para a disseminação da visão de sustentabilidade empresarial, o alcance dos objetivos estratégicos e o desenvolvimento das competências” em âmbito corporativo.
     Inaugurada em novembro de 2000, a instituição contou com 103 mil alunos somente em 2007, em cursos presenciais e a distância. Quanto a esses últimos, a programação inclui os oriundos de e-learning (Intranet, Internet e Extranet) e TV Corporativa (satélite e Web TV).
     A engenheiros, conforme salienta Sigollo, no ano passado, a instituição garantiu subsídio para pós-graduação e a participação em congressos, cursos e seminários de aperfeiçoamento. Entre as oportunidades oferecidas a esses profissionais, mediante patrocínio de cursos em outras instituições, MBA Executivo em administração, saúde pública e engenharia de saneamento ambiental. Além disso, o investimento na participação em eventos da Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), bem como em outros sobre temas relativos a negócios, tratamento de água e esgoto, meio ambiente e saneamento básico. A universidade propicia também formação em cursos referentes à Segurança do Trabalho, gestão de projetos e MS-Project para a área de empreendimentos, entre outros. O superintendente de RH garante ainda que novos projetos estão sendo pensados para a categoria, em termos de atualização profissional. “Uma das premissas da UES é a aprendizagem contínua.” E as demandas funcionais das áreas de engenharia e provenientes do planejamento estratégico não se esgotam, assim como os programas implantados para tanto. Benefício empresa-trabalhador
     Um dos que já realizaram uma série de cursos de extensão e aperfeiçoamento por meio da universidade corporativa é Cid Barbosa Lima Junior. Engenheiro da Sabesp há pouco mais de 20 anos e diretor do SEESP, ele garantiu capacitação em planejamento e informática por intermédio da instituição. E atesta que usufrui tanto a empresa, a qual “se beneficia do conhecimento adquirido, o que lhe traz retorno financeiro, quanto o trabalhador, que reforça seu currículo e se torna mais capaz de enfrentar desafios e o mercado de trabalho”. Para Sigollo, essa via de mão dupla tem assegurado o aproveitamento positivo nos cursos. “Os principais fatores que contribuem para isso são a vinculação dos programas de capacitação e desenvolvimento ao planejamento estratégico, o modelo integrado de gestão de competências (composto pelo tripé avaliação-capacitação-remuneração), a disponibilidade dos cursos a distância sem limite de utilização e a implementação de tutoria a esses.”
     Lima destaca que utiliza o know how adquirido diariamente, no exercício da sua função. No seu caso, algumas das qualificações obtidas foram por orientação da companhia. “Mas isso não é regra, depende muito da gerência.” A queixa fica por conta do espaço físico, que, na sua ótica, deveria ser ampliado. Inclusive com a retomada de obras de prédio na Ponte Pequena, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, para tanto.
      A expansão da UES está nos planos da Sabesp, afirma Sigollo, “com base nas inovações de mercado e na evolução da companhia”. Como principais ações nessa linha, ele cita a ampliação do alcance dos programas da universidade através da educação a distância, com a implementação do acesso monitorado dos cursos de e-learning via Internet e de novo gerenciador de cursos não-presenciais; Programa de Sucessão e Carreira, com foco nos talentos internos; intercâmbio para experiência no exterior; intensificação dos subsídios a pós-graduações, com ênfase à inovação e novos negócios; Programa Institucional de Gestão do Conhecimento e política de subsídio a cursos de idiomas, entre outras.


Soraya Misleh

 

 

     Com o lançamento do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, os engenheiros vêm desde 2006 defendendo suas propostas para um plano nacional de crescimento econômico sustentável e com inclusão social. Com o seminário “Cresce Brasil – Região Metropolitana de São Paulo”, realizado em 24 de março, a categoria voltou-se especificamente às áreas que concentram grande parte dos brasileiros e também de seus problemas.
      O evento, realizado pelo SEESP, em parceria com a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), colocou em foco a maior de todas elas, a Grande São Paulo, formada por 39 municípios, inclusive a Capital, onde vivem 19,2 milhões de pessoas. Ao longo de um dia intenso de trabalho, autoridades e especialistas em temas urbanos discorreram sobre as mazelas que afligem a metrópole e possíveis soluções. Marcada por uma histórica e recorrente ausência de planejamento, a região cresce de forma desordenada, comprometendo o bem-estar público e o desenvolvimento socioeconômico. Em detalhes e profundamente, foram abordados o déficit habitacional, a precariedade dos transportes públicos e o caótico trânsito, a carência de redes de saneamento básico, com a poluição de rios e mananciais, a escassez de recursos hídricos, as necessidades e possibilidades de investimento, a geração de emprego e renda e qualificação da mão-de-obra disponível e a necessidade de uma gestão metropolitana que possa assegurar que haja eficácia das políticas públicas necessárias e integração entre os demais entes governamentais.
      Cumprida a primeira etapa, que foi realizar o debate de problemas e soluções com técnicos dos setores, os profissionais e a sociedade, o SEESP e a FNE agora trabalham na elaboração de um documento com propostas concretas para enfrentar a situação. A exemplo do manifesto “Cresce Brasil”, esse trará idéias realistas e plenamente exeqüíveis, mas que, sem dúvida alguma, exigirão vontade política para serem colocadas em prática. Melhorar a situação da região metropolitana exige planejamento, recursos e determinação para que não ocorram retrocessos.
      Embora não haja ilusões quanto ao tamanho do desafio, certamente muito grande, não há tampouco razões para achar que não seja possível vencê-lo. Em 2006, quando lançamos o projeto de desenvolvimento nacional dos engenheiros, apostando em crescimento anual do PIB (Produto Interno Bruto) de 6%, isso parecia uma quimera diante dos magros 2% de expansão econômica que se tinha na época. No entanto, em 2007, os resultados já se aproximaram bastante da previsão e a tendência deve ser mantida em 2008, apesar de uma grave crise financeira externa. Às vésperas de eleições municipais, é hor de trabalhar para que as novas administrações e legislaturas comecem o ano de 2009 com uma pauta positiva a ser posta em prática pelo bem dos quase 20 milhões de habitantes da Região Metropolitana de São Paulo.

 

 

Januário Garcia

      Não difícil de prevermos, fácil de nos depararmos e simples de ser constatado no nosso dia-a-dia, manifesto aqui meu repúdio à humilhação por que passam as pessoas que necessitam adentrar agências bancárias. O desconforto é proporcionado pelas famigeradas portas giratórias, principalmente nas unidades da CEF (Caixa Econômica Federal). Dou como exemplo a agência no Terminal Rodoviário Tietê, na Capital.
      Porém, o modo arrogante como são tratados clientes nessas circunstâncias não é privilégio desse local, acontece em outras diversas instituições financeiras.
      O rigor excessivo no controle é abusivo e bloqueia tudo e a todos (trabalho fácil), tratados de imediato como suspeitos e obrigados a voltar para trás da faixa amarela – que ao meu ver somente delimita área para arrogantes e humildes –, com o pretexto esdrúxulo de portarem metais. Tudo isso de forma arbitrária, sem critérios específicos e legais, contribuindo para o constrangimento de alguém que simplesmente tem pressa de pagar uma conta e realizar um saque.
      Vale lembrar que na cidade de São Paulo uma lei proíbe a presença dessas portas giratórias, que de fato já foram retiradas de várias agências, especialmente dos bancos privados. No entanto, há notícias de que liminares conseguidas na Justiça dão guarida a quem insiste em mantê-las, alegando necessidade de proteção aos funcionários. Para esses, grades de ferro quádruplas, daquelas usadas em castelos medievais, são pouco.
    Nada contra a presença dos seguranças, que poderiam ser mais bem preparados e até em maior número, mas sem as malditas portas que só causam vexame e aborrecimento. Em Praia Grande, bloquearam-me provavelmente por estar de bermudas, camiseta e chinelos e portar três moedas de R$ 1,00. Importante ressaltar que pago a “bagatela” de R$ 21,50 mensais em tarifas, portanto R$ 258,00 ao ano, para ser tratado ora como cliente, ora como suspeito.
      O ideal é que façamos a transferência de nossas contas para os bancos que prestam melhores serviços e respeitam seus clientes. Inadmissível que chaves, moedas, sombrinhas, celulares (de uso quase obrigatório hoje) sejam pretexto de causar risco à segurança dos bancos. Os valores andam invertidos. A segurança é de obrigação da polícia.
      Convido as autoridades para adentrar 15 agências, sendo oito de bancos estatais, para terem noção de como o povo é tratado. Seria interessante ter também a opinião do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pessoa, por sinal, de origem humilde. Chega de humilhação.
     No que me diz respeito, não mais compactuarei com tal desconsideração. Se for impedido de entrar numa agência, chamarei de imediato a polícia para fazer valer meus direitos. A pergunta é: será que ela vem?


Januário Garcia é engenheiro de operação mecânica de máquinas e de segurança do trabalho.
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     Reunindo 39 municípios e cerca de 19 milhões de habitantes, o maior conglomerado urbano brasileiro e sul-americano é também farto em problemas. Para dar conta das inúmeras demandas existentes na RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), é fundamental gestão e planejamento integrados. É o que apontou o seminário “Cresce Brasil – Região Metropolitana de São Paulo”, realizado em 24 de março último, no Novotel São Paulo Center Norte, na Capital.
     Promovido pelo SEESP e FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), o debate integra o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – o qual foi lançado pela federação em 2006 e propugna por uma plataforma nacional de desenvolvimento sustentável com inclusão social.
     A premência de se encontrarem soluções para a RMSP foi demonstrada pela ampla participação no evento, como observou o presidente do SEESP e da FNE, Murilo Celso de Campos Pinheiro. Aproximadamente 800 pessoas prestigiaram a iniciativa, entre as quais diversas autoridades. Entre elas, o prefeito da Capital paulista, Gilberto Kassab; o vereador Eliseu Gabriel (PSB); o secretário de Estado da Habitação de São Paulo, Lair Krahenbuhl; o secretário adjunto de Saneamento e Energia, Ricardo Toledo Silva, representando o governador José Serra; o secretário adjunto de Esporte, Lazer e Turismo, Flávio Brízida; os deputados federais Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e Paulo Teixeira (PT-SP); além dos senadores Eduardo Matarazzo Suplicy (PT-SP) e Romeu Tuma (PTB-SP).
      Um dos principais problemas é a deficiência no transporte público e conseqüentes congestionamentos monstros, conforme apontaram diversos palestrantes na oportunidade. Na ótica de Jurandir Fernandes, diretor-presidente da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano S/A), juntamente com políticas públicas para a área, é fundamental pensar no uso e ocupação do solo de forma mais racional. “O grande desafio é investir na infra-estrutura, equipamentos urbanos e na geração de empregos e renda nas periferias e requalificar os centros e subcentros.”
      Ele destacou que a RMSP está entre as 20 principais megalópoles do mundo. Concentra 23% do PIB nacional e 77% do estadual, porém sua pujança econômica é ofuscada por 200km de congestionamentos diários. A despeito disso, Fernandes é otimista: “Não é o caos total e tem solução.” E enfatizou que é importante investir pesadamente em sistemas estruturadores, como na ampliação da rede de metrô – hoje de 60km, enquanto a necessidade é de 165km – e na modernização dos trens. No total, seriam 270km de linhas a serviço da população da metrópole, estima. Essa gama seria complementada por corredores de ônibus e, nas pontas, veículos mais leves. Na análise do palestrante, poderia se refletir até mesmo sobre o uso de bicicletas e automóveis públicos em alguns lugares, a exemplo do que ocorre respectivamente em diversas cidades da Europa e nos Estados Unidos. Conforme sua preleção, isso garantiria a retirada do segundo carro da família das ruas e reduziria em 15% a 20% a frota circulante de veículos. Para Fernandes, é necessário ainda pensar a conclusão do rodoanel e ferroanel para a estruturação do transporte de carga. “Mais de 85% fica dentro da região metropolitana, aqui é processada e é agregado valor.”

Convergência política
Radiografia completa da região foi feita por Ubiratan de Paula Santos, pesquisador da USP (Universidade de São Paulo). Ele explicitou como assentaram-se as bases para a desigualdade: “No governo militar, o crescimento girava entre 8% e 10%, mas com exclusão social. O período representou a matriz das periferias. Acrescentamos o componente do alto desemprego, que atingiu 20% da população economicamente ativa no ano de 2002 na Grande São Paulo. Chegamos ao século XXI na região metropolitana com 3 mil favelas. A primeira causa de mortalidade dos 15 aos 49 anos é homicídio e 50% da descarga dos paulistanos vão para os rios e represas.” Para Santos, essas pendências não se resolvem com medidas paliativas. “É preciso avançar na discussão de um novo ente da Federação. As regiões metropolitanas devem passar a sê-lo.”
     Para o economista Marcio Pochmann, presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), “só sairemos das mazelas em que nos encontramos se a opção for crescer e se desenvolver”. E na visão do consultor Carlos Monte, coordenador técnico do projeto “Cresce Brasil”, o País caminha nesse sentido. Ele enumerou uma série de projetos indicados no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal para a RMSP, os quais denotariam a escolha pelo investimento em infra-estrutura como forma de elevar a qualidade de vida nas cidades.
      A que o Brasil continue nessa rota, como defendeu Pochmann, é importante haver convergência política, inclusive para dar conta das demandas de emprego e qualificação profissional. Na sua constatação, a manter-se a expansão econômica de 5% ao ano, serão gerados 7,5 milhões de postos de trabalho até 2010, sendo 30% pela indústria. “Daria para absorver a todos os que ingressam anualmente no mercado, num total de 2,3 milhões, e ainda reduzir o estoque de desempregados.” Isso se se resolvesse outra questão, como observou Pochmann: garantir a pluralidade no desenvolvimento para não haver necessidade de deslocamentos. “Hoje 1,4 milhão de pessoas trabalham na cidade de São Paulo, mas não residem na Capital. Gerar empregos tem a ver com uma perspectiva territorial.” Uma das possibilidades aos municípios nesse contexto seria buscarem apoio financeiro junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), tema da palestra de Tibor Greif, chefe do Departamento Regional Sul dessa instituição.
     Seria, ainda, crucial dar conta da qualificação da mão-de-obra. De acordo com a preleção de Pochmann, a expansão econômica deverá demandar cerca de 250 mil engenheiros e o déficit seria de 82 mil, descontando-se os 90 mil que poderiam atuar nas áreas de tecnologias da informação. E aí “adensar as cadeias produtivas é questão chave, porque permitiria gerar empregos com mais qualidade”.
      É preciso também fazer frente à desigualdade social que impera e é reproduzida no mercado para garantir a qualificação da mão-de-obra. “A expectativa média de vida do brasileiro aumentou e não há hoje razão para se começar a trabalhar tão cedo na sociedade urbana industrial. Mas a perspectiva de ingressar no mercado aos 25, 26 anos de idade é realidade para os filhos dos ricos do País. Os dos pobres começam aos 15, 16 e a ascensão profissional nas empresas está cada vez mais difícil. O prolongamento dessa entrada é medida necessária inclusive para preparar melhor os jovens e construir uma educação para a vida toda, necessária à sociabilidade”, atestou o presidente do Ipea.

Habitação e saneamento
      Entre os graves problemas enfrentados pelas cidades, a falta de moradias dignas e carências no saneamento. A maior parte do déficit habitacional nacional – de 8 milhões de moradias – está concentrada na região Sudeste, principalmente na RMSP. Segundo João Crestana, presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis de São Paulo), metade é por inadequação. “São pessoas que residem em favelas, palafitas, cortiços, coabitações. E essas ocupações irregulares ocorrem em vazios urbanos, sem supervisão imobiliária, devido, em grande parte, a regulamentação excessiva.” Ele alfinetou: “Prioridade tem que ser a moradia digna, o que requer adensamento responsável, agilidade nas aprovações e um plano estratégico para a região, com menos hipocrisia e mais pragmatismo.” Para o empresário Nelson Nucci, o cerne dessa discussão está na exclusão social. Tanto que, de acordo com sua apresentação, quando a infra-estrutura de saneamento chega, valoriza a terra e o passo seguinte é a expulsão da população carente para áreas em que o Estado está ausente. “Não é possível ofertar e atender a universalização desse setor sem corrigir distorções no processo do uso e ocupação do solo, resultado da perversidade do mercado.”
      No saneamento, é preciso haver investimentos para garantir a eficácia em abastecimento de água e coleta de esgotos – serviços assegurados a praticamente 100% da população da RMSP –, bem como dar solução a outras demandas, como drenagem de águas pluviais e controle de enchentes, varrição, coleta, tratamento e disposição de resíduos sólidos. “São necessários R$ 9 bilhões até 2015 para manter a universalização. O PAC prevê cerca de 20% desse total.” E, como comemorou Nucci, pela primeira vez, fala em saneamento integrado, que abrange todos os sistemas. A articulação Estado-município é igualmente importante.


Soraya Misleh

 

 

      Buscar soluções para congestionamentos gigantescos – os quais chegam a 200km – e uma diversidade de problemas de trânsito enfrentados pelos paulistanos, lidando com o caos diariamente. É a missão do engenheiro de tráfego da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Segundo um deles, José Mauro Portela, chefe do Departamento de Engenharia de Campo da empresa na região da Vila Mariana, esses profissionais – num total de 300 de um quadro funcional de 1.200 – trabalham como gestores, em praticamente todas as áreas da companhia.
      A maioria é formada na modalidade civil, mas há também os que são graduados em engenharia eletrônica ou elétrica. Comandam uma equipe de cerca de 15 a 20 agentes. Portela indicou o cenário no qual atuam em seu dia-a-dia. “Nos últimos dez anos, a frota registrada no município cresceu 25%, segundo dados do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo), passando de 4,8 milhões de veículos na Capital em dezembro de 1998 para 6 milhões em fevereiro deste ano. No mesmo período, a infra-estrutura viária, atualmente com 17 mil quilômetros de vias, não ultrapassou a margem de crescimento de 6%.”

Atribuições e operações
     Ele acrescentou: “Para garantir a mobilidade e a segurança no trânsito, a CET vem investindo em medidas de engenharia de tráfego, entre as quais: recuperação de semáforos inteligentes, centrais de monitoramento do trânsito, renovação da frota da companhia, manutenção da sinalização viária, além de intensificar a fiscalização de infrações que colocam em risco a segurança e a fluidez e adquirir novos equipamentos.”
      Ainda conforme sua explanação, são 3 mil quilômetros de vias monitoradas durante 24 horas por dia, o ano todo, nos principais eixos para garantir a circulação de motoristas e pedestres, em pequenos e grandes eventos, planejados ou não. “Demandam a montagem de operações de tráfego tais como: escola, Interlagos, em jogos de futebol, na Copa do Mundo, corridas, faixas exclusivas e reversíveis, enchentes, além de situações emergenciais como queda de avião ou helicóptero, passeatas, entre outros.” Tais engenheiros, como complementa ele, também elaboram projetos, corrigem e constroem geometrias personalizadas, procurando obter o melhor traçado com o máximo de rendimento e segurança possíveis para todos; implantam e fazem a manutenção da sinalização indicativa, de regulamentação, advertência, educativa, de solo, como faixa de pedestres, dupla amarela, canalização e de semáforos; desenvolvem dispositivos como iluminação de faixa de pedestres, fiscalização fotográfica de velocidade e ultrapassagem de farol vermelho, minirrotatórias etc. E ainda, elaboram manuais de sinalização urbana e projetos de desvio de tráfego, inclusive em parceria com outras empresas municipais, cuidam da gestão do trânsito, atuam na priorização do transporte coletivo, mediante operações integradas com a SPTrans (São Paulo Transporte), e estudam soluções como rodízio e restrição à circulação de caminhões e de produtos perigosos.
      O principal desafio com que o engenheiro se depara em campo, segundo Portela, é avaliar com rapidez o quanto uma determinada ocorrência pode ou não interferir na fluidez do trânsito e propor soluções. “As condições do trânsito variam a cada momento e dia. Às vezes, um pequeno acidente em uma via transversal pode provocar grandes congestionamentos”, pondera.


Soraya Misleh

    As exigências dos consumidores por produtos e serviços menos agressivos ao ambiente chegaram ao mercado imobiliário. Por isso, muitas empresas já incorporaram os paradigmas da sustentabilidade em seus projetos. Para disseminar tal conceito e apresentar o modelo internacional de certificação de edificações ao País, o Green Building Council Brasil e a AEA (Academia de Engenharia e Arquitetura) realizam o I Seminário de Construção e Certificação de Edifícios Sustentáveis.
     Na programação, os cases do Banco Real (a materialização da primeira construção sustentável certificada na América do Sul) e da Cenpes/Petrobras, com a maior obra do gênero em execução no Brasil, além da apresentação de produtos, novas tecnologias e práticas consideradas corretas. A certificação LEED, que classifica as edificações quanto à sustentabilidade, também será abordada.
     O evento acontece no dia 10 de abril, das 8h30 às 18 horas. O preço é de R$ 800,00 e inclui quatro palestras, almoço e estacionamento.
     Também é possível assistir exposições isoladas, ao custo de R$ 250,00 por apresentação. No Novotel Jaraguá Conventions, Rua Martins Fontes, 71, no centro de São Paulo. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 2626-0101, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.  ou no site www.aeacursos.com.br.

06/12/2009

CURSOS

São José dos Campos
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
Site: www.dpi.inpe.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (12) 3945-6529
• Fundamentos de geoprocessamento. Para adquirir os conceitos fundamentais da disciplina e os aspectos práticos do uso de Sistemas de Informação Geográfica através de exemplos de sistemas como o Spring. Custo de R$ 750,00 para 40 horas de carga, entre os dias 5 e 9 de maio, das 8h às 17h30. Ita (Instituto Tecnológico de Aeronáutica)
Site: www.ita.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (12) 3947-4759
• Engenharia de armamento aéreo. Para obter base teórica e conhecimentos práticos acerca de projetos, desenvolvimento, ensaio e instalação de sistemas de defesa. Com dois semestres de duração, o curso recebe militares e profissionais civis, desde que autorizados. É preciso checar a formação de turmas e requerer autorização do
comando da Aeronáutica.

São Paulo
ABM (Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais)
Site: http://www.abmbrasil.com.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (11) 5534-4333, ramais 135 e 145
• Lingotamento contínuo de placas. De 7 a 11 de abril, o curso fornecerá uma visão geral do lingotamento contínuo de placas, principalmente a metalurgia do processo, suas variáveis de controle e influência na qualidade do produto. Carga de 40 horas. O preço para os associados IBM é de R$ 2.200,00. Não-associados pagam R$ 3.200,00.

Anpei (Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras)
Site: www.anpei.org.br
Telefones: (11) 3842-3533 e 3089-6222
• Gestão da inovação tecnológica: modelo e ferramentas. Para se iniciar no desenho de estratégias de inovação tecnológica e corporativa, utilizando o sistema de C, T&I brasileiro: conceitos, métodos e ferramentas para gerenciar o processo. Dias 15 e 16 de abril, das 9h às 18h, e preço de R$ 1.320,00. Local: Mercure Apartments São Paulo Executive One, Rua Santa Justina, 210, na Vila Olímpia.

Faculdade de Tecnologia
Oswaldo Cruz
Site: www.oswaldocruz.br
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Telefone: (11) 3824-3660
• Biotecnologia: biocombustíveis, Meio Ambiente, Alimentos e Fármacos. Para aplicar a biotecnologia na produção, pesquisa, serviços, desenvolvimento de novos processos e produtos, bem como para o diagnóstico, análise e solução de problemas pertinentes aos processos biotecnológicos das indústrias químicas, farmacêuticas, alimentícias, de biocombustíveis e relacionadas a questões ambientais. Com carga de 396 horas, aulas às terças e quintas-feiras, das 19h15 às 22h45, ou aos sábados, das 8h15 às 17 horas. Inscrições abertas para turma de maio. Custo de 15 parcelas de R$ 530,00.

 

 

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