logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

Administrator

Administrator

       Após um longo processo, iniciado em 2006, foi finalmente garantido o registro sindical à CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Universitários). A decisão foi publicada no Diário Oficial da União em 9 de outubro último. Com isso, como observou seu presidente, Murilo Celso de Campos Pinheiro, que também está à frente do SEESP e da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), “temos a partir de agora uma entidade que será instrumento de defesa dos profissionais ligados a ela e o seu canal de diálogo com a sociedade”.
      O objetivo está expresso no artigo 1º de seu estatuto: “Para fins de estudo, coordenação e representação legal dos integrantes de categorias de profissionais liberais de nível universitário regulamentado, pautando-se sempre pelos princípios da liberdade e autonomia sindical.”
      Segundo Pinheiro, “a criação de uma confederação com as características da CNTU, que representa apenas trabalhadores e quadros universitários, é uma grande vitória para nós, pois vem ao encontro de um anseio antigo das nossas categorias”.
       A idéia surgiu, como constata a vice-presidente da confederação e presidente da FNN (Federação Nacional dos Nutricionistas), Maria Terezinha Oscar Govinatzki, a partir da percepção de uma lacuna nesse tipo de representação. Daí, o próximo passo foi a desfiliação da CNPL (Confederação Nacional das Profissões Liberais) – nesse primeiro momento, das federações dos Economistas (que conta com 20 sindicatos estaduais filiados), dos Engenheiros e dos Nutricionistas (com 18 cada). Tais deram a largada para a constituição da nova organização, decisão que foi ratificada em assembléia realizada em dezembro de 2006. No ano seguinte, em abril, foi feito o pedido de registro sindical da CNTU ao Ministério do Trabalho e Emprego. Acatada a solicitação por esse órgão governamental, a primeira publicação no Diário Oficial da União que anunciava a regularidade nesse processo e o cumprimento dos trâmites legais ocorreu em junho último. Decisão divulgada aos engenheiros pelo secretário Nacional das Relações do Trabalho, Luiz Antonio de Medeiros Neto, durante o VIII Cetic (Congresso Estadual Trabalho–Integração–Compromisso), promovido pelo SEESP, que ocorreu em Barra Bonita, interior do Estado paulista, entre os dias 30 de maio e 1º de junho último.

Conquista valiosa
       Para o analista sindical e político João Guilherme Vargas Netto, a iniciativa é correta e importante para que se retome uma ação sindical aos trabalhadores universitários, nesse nível de confederação, com representatividade. E sua aprovação “é uma conquista valiosa, não só para esses profissionais como para o conjunto do movimento, que se fortalece”. No âmbito macro, avalia a assessora jurídica Silvia Martins, muda o paradigma da organização sindical brasileira, por ser a primeira entidade do gênero a ser criada sem estar prevista originalmente na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Mexe, ainda segundo ela, com o formato do enquadramento e se apresenta com um desenho mais atual e moderno, sem, contudo, ferir a unicidade sindical na base.
      Oficializada sua criação, enfatiza Pinheiro, “arregaçamos as mangas e começamos já a trabalhar para torná-la forte e representativa”. Além da atuação sindical, acrescenta, a CNTU terá como bandeira a luta pelo desenvolvimento nacional, “ponto que une as categorias que já a formam e aquelas que devem integrá-la muito em breve”. Conforme ele, seminário para o lançamento público da entidade deve ocorrer em novembro próximo. Até o final do ano, acredita Edson Benedito Roffé Borges, presidente da Fenecon (Federação Nacional dos Economistas) e diretor da nova confederação, devem se unir às três organizações fundadoras mais quatro ou cinco representantes de trabalhadores liberais. Com a participação das novas associadas, diz ele, será montado plano de trabalho dessa entidade que deve se tornar “referência nacional de organização sindical de profissionais com princípios éticos e responsabilidade social”. E “vai se fazer respeitar e ouvir inclusive no campo científico e tecnológico”.

Diretoria da CNTU eleita para 2008-2010

Titulares

Presidente
Murilo Celso de Campos Pinheiro (FNE)

Vice-presidente
Maria Terezinha Oscar Govinatzki (FNN)

Diretora administrativa
Zaida Maria de Albuquerque Melo Diniz (FNN)

Diretor de finanças
Edson Benedito Roffé Borges (Fenecon)

Diretor de finanças adjunto
Fernando Palmezan Neto (FNE)

Diretor de relações sindicais
Claudio da Costa Manso (Fenecon)

Diretor de articulação nacional
Allen Habert (FNE)

Suplentes
Wilson Roberto Villas Boas Antunes (Fenecon), Elizabeth Moura Panisset Caiuby (FNN), José de Mauro Filho (FNE), Ernane Silveira Rosas (FNN), Luiz Alexandre Silva Farias (FNE), Veríssimo Aparecido da Silva (Fenecon), Paulo Eduardo de Grava (FNE)

Conselho Fiscal
Efetivos: Juarez Trevisan (Fenecon), Wanderlino Teixeira de Carvalho (FNE) e Hélvio Weissheimer de la Corte (FNN)
Suplentes: Aldenila Bernardes (FNN), João Carlos Gonçalves Bibbo (FNE) e José Ribamar S. Campos (Fenecon)


Soraya Misleh

      “Mais acertos do que erros.” É o que terá o novo prefeito se utilizar ao planejamento da cidade as propostas apresentadas pelo Conselho Tecnológico Regional de Rio Claro e pelo SEESP na localidade. A opinião é do presidente dessa delegacia sindical, Maxwell Wagner Colombini Martins. As contribuições estão reunidas no documento “Cresce Brasil – Rio Claro”, o qual foi entregue antes das últimas eleições a todos os candidatos a prefeito do município.
     “O vencedor (Du Altimari, do PMDB) ficou de marcar uma conversa conosco”, informa Colombini. Os próximos passos são passar o material às mãos dos vereadores eleitos e também dos gestores dos vizinhos Santa Gertrudes e Ipeúna. Além de outras autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil organizada.
      Como parte das iniciativas visando a descentralização do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), com a adesão do SEESP – de modo a se discutir problemas e soluções localmente, decidiu-se pela implementação de conselhos tecnológicos regionais inicialmente nos destinos em que o sindicato tinha delegacias. São 19 até o momento. O de Rio Claro foi instalado há pouco mais de um ano e o resultado é o documento em questão. Coordenador geral desse trabalho, Francesco Rotolo, vice-presidente da delegacia sindical na região, relata como foi essa trajetória. Segundo ele, definiram-se sete temas – emprego e relacionamento universidade-empresa, inovação e produtividade, qualificação e requalificação profissional, agricultura e soberania alimentar, energia, comunicação e transporte, urbano e da memória da engenharia e arquitetura, saneamento, meio ambiente e mudanças climáticas. Com o intuito de tratar de cada um, foram definidos comitês específicos, com dois coordenadores por assunto. Para abordá-los, realizaram-se sete seminários, que apontaram os diagnósticos e as soluções que compõem o “Cresce Brasil – Rio Claro”. Ainda conforme Rotolo, participaram especialistas, representantes do poder público, de empresas, de entidades, de instituições de ensino e da comunidade em geral.

As contribuições
      Parte de uma microrregião bastante desenvolvida, conforme consta do documento, Rio Claro e entorno formam o maior pólo cerâmico das Américas. A cidade de cerca de 193 mil habitantes possui vários equipamentos culturais, é servida por boa malha viária, vegetação nativa e uma das maiores reservas de eucalipto reflorestado do Estado. Além de contar com a Floresta Estadual Navarro de Andrade, o antigo Horto Florestal.
      Para sua expansão econômica de forma sustentável e organizada, como afirma Rotolo, as ações e propostas são dirigidas aos diversos segmentos. Entre elas, destaca, “que seja criado o Instituto de Pesquisa e Planejamento no município de Rio Claro, nos moldes do de Curitiba. E ainda, tome-se como exemplo o Parque Científico e Tecnológico do Rio Grande do Sul, de modo a se gerar renda através de incubadoras”. De acordo com Rotolo, na área de transporte, por exemplo, o trabalho concluiu que seria um erro pensar-se localmente e apresenta propostas para a região. O resultado esperado é mais qualidade, menores tarifas e otimização.
      Também entre as propostas constam considerar ainda mais a vocação da cidade na constituição dos cursos superiores, buscar ampliar a formação na área de exatas, bem como a capacitação de gestores e empreendedores. E ainda, articular parcerias entre governo, empresas e universidades para o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento. Além de as diversas instituições, públicas e privadas, incrementarem o investimento em inovação. O documento contempla ainda a implementação de educação continuada em todos os níveis, estudos de revitalização urbana e restauração com reciclagem de edifícios, criação de inventários do patrimônio físico cultural, integração de bacias de drenagem, controle da disposição de resíduos da construção civil, ampliação da coleta e tratamento de esgoto e, na área agrícola, a implantação do que está previsto no plano diretor do município.
       No setor de energia, a lista inclui a construção imediata da subestação de Santa Gertrudes e o estímulo à geração a partir de fontes renováveis. E na comunicação, a divulgação e o incentivo ao uso de fibra óptica como solução de infra-estrutura para a comunicação de voz e dados, cujos investimentos são menores.


Soraya Misleh

      O Jornal do Engenheiro convidou os candidatos ao segundo turno das eleições a responderem a seguinte questão: por que o(a) senhor(a) é a melhor opção para São Paulo? Com a palavra, Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT).

Mais investimentos no social com menos impostos

Gilberto Kassab

       Coloquei a cidade no rumo certo e vou mantê-la no mesmo caminho. Nós tiramos São Paulo do descalabro deixado pela gestão anterior, com a saúde abandonada, escolas de lata e fila de credores.
      Investimos mais na área social mesmo eliminando impostos como a taxa do lixo. Somente em Saúde e Educação foram aplicados 50% do orçamento. Depois de 18 anos, a cidade ganhou dois novos hospitais, na Cidade Tiradentes e no M’Boi Mirim, e no próximo mandato vai ganhar mais três, em Parelheiros, Brasilândia e Vila Matilde. Fizemos 115 AMAs (unidades de Assistência Médica-Ambulatorial), usadas por 1,2 milhão de pessoas por mês com aprovação de 91% segundo o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística). Na próxima gestão vamos fazer mais AMAs de especialidades e AMAs Sorriso para atendimento odontológico. Criamos os programas Mãe Paulistana e Remédio em Casa e na próxima gestão vamos ampliá-los. Estamos fazendo 217 escolas e acabamos com as escolas de lata, e na próxima gestão vamos acabar com o turno da fome (das 11h às 15h) e caminhar para a jornada escolar de sete horas. Para melhorar o trânsito de São Paulo, investimos em transporte público de qualidade, levando as pessoas a deixarem os carros em casa. A Prefeitura entregou 6.100 novos ônibus, integrou o Bilhete Único aos trens e ao Metrô e aumentou de 2h para 3h sua validade. Criamos ainda o Bilhete Amigão, com validade de 8h aos domingos e feriados. Depois de 28 anos de omissão, a Prefeitura investiu no Metrô, e na próxima gestão vai destinar, no mínimo, mais R$ 1 bilhão. Vamos também ajudar o Estado com R$ 300 milhões para o Rodoanel e fazer corredores de ônibus com pontos de ultrapassagem e sem cruzamentos, como o Corredor Tiradentes.
      Criamos o Cidade Limpa e acabamos com a poluição visual da cidade, que era a mais poluída visualmente no mundo. Fizemos 29 novos parques e na próxima gestão vamos chegar a 100, plantamos 570 mil árvores (cinco vezes mais que as gestões anteriores) e despoluímos 20 córregos. A Prefeitura recuperou o Largo 13 de Maio, o Largo da Concórdia e o Largo da Batata, entre outras praças. Combateu as irregularidades. Fechou os bingos, combateu os caça-níqueis, embargou mais de 200 postos que vendiam combustível adulterado. Triplicamos os recursos para a urbanização de favelas, e, mantido esse ritmo, a habitação vai mudar em poucos anos. São Paulo está avançando e não pode voltar atrás.

Um governo para todos que melhore a vida das pessoas

Marta Suplicy

        Tenho propostas concretas para atacar os problemas de São Paulo, coragem para enfrentar os desafios e capacidade de fazer coisas reais, que mudam para melhor a vida das pessoas, como mostrei na minha gestão (2001-2004).
      Acredito que, com a experiência acumulada e a vontade de trabalhar por esta cidade, poderei fazer muito mais por São Paulo. Administrei a cidade em condições muito difíceis. A Prefeitura estava endividada e desmoralizada, os serviços públicos não funcionavam. Para agravar o quadro, o Brasil estava em recessão: a economia patinava e o desemprego era alto. Com muito trabalho e o apoio fundamental da população, promovemos grandes mudanças na cidade, mesmo governando com um orçamento anual R$ 10 bilhões inferior ao que é hoje. Reestruturamos o sistema de transporte e implantamos o Bilhete Único, que muita gente achava que era impossível fazer. Revolucionamos a educação com a implantação dos CEUs (Centros Educacionais Unificados), que levou cultura, esportes e lazer à população da periferia. Iniciamos a construção de dois novos hospitais municipais e investimos pesado na revitalização do centro da cidade, valorizando o coração histórico de São Paulo – a reforma do Mercado Municipal deu nova vida àquele espaço, tornando-o atração turística e dinamizando a economia do município. Promovemos o maior movimento de inclusão social, beneficiando milhares de paulistanos. Hoje, a situação é bem diferente. A Prefeitura conta com mais recursos e pode fazer muitas coisas boas para a população. Mas é necessária uma administração que trabalhe de acordo com a grandeza de São Paulo, com capacidade de planejar e inovar. Quero ser prefeita novamente para ajudar a levar o metrô até a periferia e construir mais corredores de ônibus, melhorando a qualidade do transporte público. Para recuperar a eficiência do serviço de saúde, construindo três novos hospitais e uma rede de policlínicas. Para fazer a Rede CEU e oferecer qualificação profissional à nossa juventude. Para fazer de São Paulo uma cidade “antenada”, oferecendo acesso gratuito à internet banda larga. Nosso propósito é governar para o conjunto da sociedade. Mas, principalmente, para a população que necessita ser resgatada da situação socialmente adversa em que se encontra. Essa é a mudança que desejamos. E que nos dispomos a promover durante os quatro anos de mandato.

 

 

03/12/2009

CANTEIRO

Evento acontece em novembro
      Promovido pelo SEESP com o apoio da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), acontece entre 5 e 7 de novembro próximo, no Novotel São Paulo Center Norte (Av. Zaki Narchi, 500, Vila Guilherme, São Paulo/SP), o II EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo). A iniciativa tem por objetivo contribuir para o debate sobre sustentabilidade e mobilizar a sociedade em torno das questões ambientais. Entre os temas incluídos na programação, recursos hídricos, energias alternativas e resíduos industriais. Destaque ficará por conta de palestra sobre o polêmico projeto de transposição do Rio São Francisco e a situação dos povos ribeirinhos, a ser proferida pelo bispo da diocese de Barra, na Bahia, Dom Luiz Cappio, no segundo dia do evento, às 17h.
       Nesta edição, o EcoSP terá ainda a participação do Greenpeace-SP e conta com diversos patrocinadores, entre empresas e entidades. Mais informações e inscrições no site www.ecovale-seesp.com.br ou pelos telefones (12) 3633-5411/7371 e 3631-4047.

Diretor do SEESP em Franca é reeleito vereador
       Ex-presidente da delegacia sindical na cidade e seu atual diretor, Rui Engrácia Garcia Caluz foi reeleito vereador de Franca no pleito municipal de 3 de outubro pelo PSDB. Graduado em engenharia civil e pós-graduado em saúde pública, gerência de cidades e engenharia de segurança do trabalho, ocupa atualmente o cargo de gerente distrital da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) em Franca. Sob sua responsabilidade estão 16 cidades.
      Rui Engrácia têm se destacado na atuação relativa às questões ambientais. Fundador da ONG Associação Ecológica Amigos do Rio Canoas, participou do plantio de 57 mil mudas de árvores nativas para recomposição da mata ciliar.

Eleições para delegado sindical na Cetesb
       Foi aberto em 15 de outubro e vai até dia 24 o período de inscrição de candidatos à vaga de delegado sindical suplente do SEESP na Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). As eleições acontecerão entre 10 e 14 de novembro, por e-mail. Para participar, é imprescindível ser funcionário da empresa, sócio do SEESP e estar em dia com as obrigações sindicais. Mais informações com o coordenador do processo e vice-presidente dessa entidade, Henrique Monteiro Alves, pelo telefone (11) 3113-2615.

Engenheiro lança livro sobre direito e tecnologia
No dia 14 de outubro, foi lançado em São Paulo o livro “Direito e tecnologia – Regime jurídico da ciência, tecnologia e inovação” (São Paulo, Editora LTr, 2008, 184 páginas), de autoria do engenheiro e advogado Balmes Vega Garcia, dirigente do SEESP. A obra é resultado de sua tese de doutorado, defendida em junho último na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.

Oportunidades
       A área de Oportunidades & Desenvolvimento Profissional do SEESP dispõe de vagas para engenheiros nas seguintes modalidades e quantidades assinaladas: civil (dezoito), mecânica (cinco), elétrica (três), telecomunicações, mecatrônica, elétrica com ênfase em eletrônica e produção (uma cada). O levantamento corresponde às vagas em aberto até o dia 15 de outubro, data de fechamento desta edição. Para se cadastrar e inserir seu currículo, acesse o site www.seesp.org.br, link Oportunidade Profissional. Mais informações pelo telefone (11) 3113-2670.

 

 

       Regenerar ossos, pele e cartilagem, reparar músculos lesados, garantir biomateriais mais leves e resistentes para órteses e próteses, um ventrículo artificial infantil, um marca-passo brasileiro e um braço robótico para cirurgias cardíacas minimamente invasivas. Essas são algumas das inúmeras pesquisas em andamento em instituições brasileiras. Segundo Cecília Amélia de Carvalho Zavaglia, professora titular da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a grande novidade mundial é a ainda incipiente engenharia de tecidos, que vai revolucionar a medicina.
       Ela exemplifica: “Estamos estudando novos biomateriais para aplicar em defeitos crânio faciais. Vamos supor que está faltando um pedacinho de osso triangular na testa. Faço um molde daquele defeito e preencho com uma cerâmica ou polímero biocompatível poroso, daí, junto com o pessoal da biologia e da medicina, coloco células ósseas da própria pessoa num ambientador, a 37 graus, junto àquele polímero poroso, que é biorreabsorvível. Ele vai desmanchando e o osso vai crescendo, é o tecido natural se regenerando. Dá para utilizar células-tronco também.”
       A idéia básica da engenharia de tecidos, como explica Silvio Eduardo Duailibi, professor de cirurgia plástica e um dos coordenadores do laboratório de engenharia de tecidos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) – ao lado da também professora Monica Talarico Duailibi –, é acrescentar células em biopolímeros dando nova orientação em 3D, seja em escala micro ou nanotecnológica. Para tanto, utilizam-se os recursos da tecnologia da informação. Atualmente, a busca nessa instituição é por desenvolver um dente biológico. “No futuro, será possível se obturar um dente ou canal com a própria polpa do paciente, tendo a restauração biológica com o esmalte, e células-tronco adultas do mesmo indivíduo.” Todavia, para ele, é prematuro pensar no uso em humanos. “Há necessidade de certeza de que o tecido é biologicamente estável. Não adianta regenerar a falange de um dedo e esse se transformar em um tumor depois.”

Outras pesquisas
       Se na engenharia de tecidos o mundo está dando os primeiros passos, em outras áreas as pesquisas estão mais avançadas. No Incor (Instituto do Coração), que conta com o ventrículo artificial adulto e já o utiliza clinicamente como auxiliar na espera por um doador de coração, agora está em desenvolvimento o modelo infantil. Já em fase de experimentação animal e com a expectativa de que comece a ser utilizado ainda em 2009, conforme Marcelo Mazzetto, engenheiro eletrônico e pesquisador dessa instituição, auxiliará desde recém-nascidos a crianças de até 18 quilos. “O processo é semelhante (ao para adultos). É um dispositivo pneumático, só que com volume de deslocamento bem menor. Temos bombas de 11ml a 15ml, a depender do peso.” Também no Incor está em desenvolvimento o primeiro marca-passo brasileiro, que, segundo Mazzetto, reduzirá os custos com a importação do material ao SUS (Sistema Único de Saúde) em cerca de R$ 170 milhões/ano. “Por enquanto, é um protótipo. Numa segunda fase, o objetivo é miniaturizar para poder implantar. Será um dispositivo comercial, com microeletrônica e revestido com titânio.” Outra novidade é o braço robótico para cirurgias cardíacas, hoje também importado. “Será controlado por voz e essa parte de software já está pronta. Estamos agora projetando a parte mecânica e depois será a vez da cinemática.”
        Na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), de acordo com o engenheiro eletrônico e seu gerente de bioengenharia, Alexandre Rossite, há várias pesquisas de novos materiais para tornar próteses e órteses mais leves, resistentes e flexíveis, todas em fase pré-clínica. Entre elas, um novo modelo de articulação de joelhos para órteses em material microfundido de aço inox. Atualmente, o produto é em inox comum, “só que estampado”. “Tem algumas deficiências, como o problema de quebra por cisalhamento.”
        Na área ortopédica, a USP (Universidade de São Paulo) em São Carlos tem uma gama de trabalhos sendo feitos. Entre eles, um visa o aprimoramento do diagnóstico de osteoporose, utilizando microtomografia 3D por raio-X. Outra pesquisa é de estimulação ultrassônica de baixa intensidade para regeneração óssea. “O que se observa é uma redução de 38% no tempo de consolidação de uma fratura”, salienta José Marcos Alves, professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia da instituição e orientador no Programa de Pós-graduação Interunidades em Bioengenharia, Ainda nesse campo, vai ser iniciada pesquisa na área ortodôntica e em implantodontia, diz Alves.
        Reabilitação de tetraplégicos com estimulação elétrica neuromuscular foi a pesquisa desenvolvida por Maria Cláudia Ferrari de Castro, professora-doutora de engenharia elétrica da FEI (Fundação Educacional Inaciana). Além desse, há vários outros projetos em andamento na escola de estimuladores, cujo acionamento seria por voz ou microcontrolado. O objetivo é restaurar movimentos após uma lesão muscular. Na instituição, alunos apresentaram ainda projetos em bioengenharia focados em deficiência visual, auditiva e na área hospitalar. Entre eles, um robô para transportar soro que acompanha o paciente e um mouse controlado pelo movimento dos olhos.


Soraya Misleh

 

       Em sua segunda versão na Capital, o II EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo) realizou-se de 5 a 7 de novembro no Novotel São Paulo Center Norte. Promovido pelo SEESP e pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), reuniu mais de mil participantes nos três dias, incluindo diversas autoridades.
       Além de discutir boas práticas com vistas à preservação do meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável, uma das questões prementes na atualidade e de grande interesse nacional esteve na pauta: a nova fronteira de exploração do petróleo no Brasil, com as reservas encontradas na camada do pré-sal. Esse foi o tema da palestra do professor do IEE/USP (Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo), Ildo Luís Sauer, que foi taxativo: diante do novo cenário, que pode tornar o País uma nova Arábia Saudita, a se confirmarem os 350 milhões de barris potenciais da Bacia de Santos, é preciso rever as regras para a exploração do combustível fóssil em território nacional. O objetivo seria garantir a apropriação dessa riqueza pelo povo brasileiro e não pelas empresas estrangeiras que aqui atuam. Segundo Sauer, tendo em vista que a Petrobras já confirmou a existência do gás e do óleo, assim como a sua qualidade, após investimentos de R$ 250 milhões, não há sentido em premiar as companhias que simplesmente retirariam o petróleo.
        Na sua opinião, as questões cruciais agora são delimitar a área em que está o petróleo, ter conhecimento do volume real existente e garantir eficiência industrial. Para tanto, ele propõe o fim da licitação de blocos para exploração, a operação liderada pela Petrobras e a criação do fundo constitucional do futuro do Brasil. “Se tivermos 350 milhões de barris, são US$ 300 milhões por dia, não podemos hipotecar isso”, concluiu.
       Se por um lado o petróleo é estratégico e tem que ser nosso, por outro, é crucial pensar em fontes alternativas de energia. “Precisamos de outras referências”, defendeu o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), acrescentando que o maior desafio da humanidade hoje é a alteração das condições climáticas para evitar o aumento do aquecimento global.

Novas fontes
       O Brasil, elogiou o parlamentar, tem contribuído para o debate sobre as energias alternativas. “Em 1992, o mundo se reuniu na Rio-92. E evoluímos de uma posição ecológica que achava que deveria se manter a natureza intocada para o conceito atual de sustentabilidade.” Ele observou que a energia fotovoltaica, a solar, tende a ter um papel crescente na matriz nacional de energia elétrica. “Aqui em São Paulo os conjuntos habitacionais da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) já estão sendo construídos com aquecedor solar.” Incremento na sua utilização é a expectativa de Rodolf Daniels, da Escola Argos, que defendeu seu uso para garantir a empregabilidade e a inclusão social dos brasileiros.
        Jardim propugnou também o uso da energia eólica. “Temos duas regiões bem favoráveis para esse tipo de energia: o Nordeste, principalmente os estados mais em direção ao mar, como Rio Grande do Norte e Sergipe; e o Sul.” O parlamentar disse ainda que está revendo sua posição, antes contrária, quanto à utilização da energia nuclear. Ele lembrou que, quando se fala no assunto, lembra-se de Chernobyl, na Rússia. “Mas foi uma coisa muito localizada e houve uma sucessão de irresponsabilidades na execução do projeto”, observou, apresentando os índices de países como a França e a Alemanha que, respectivamente, utilizam 28% e 65% da energia nuclear. “Ela é limpa. Há decisão do governo (brasileiro) de ampliar sua utilização.” O único “porém” a essa alternativa é o seu resíduo final, que ainda está sem solução. “É um desafio enorme seu armazenamento”, reconheceu, para em seguida apontar uma luz no fim do túnel: “Há pesquisas que indicam sua reutilização plena.”
       Na seara das energias alternativas, ao transporte público, o que está em teste na cidade de São Paulo é o ônibus movido a células de hidrogênio, com emissão zero de poluentes. Quem informou foi o gerente de Desenvolvimento da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), Carlos Zundt. O projeto está sendo desenvolvido com recursos vindos do exterior, do Ministério de Minas e Energia e da própria EMTU. Zundt explicou que, no final da década de 90, o Banco Mundial escolheu o município de São Paulo, porque abriga a maior frota de ônibus do mundo, para integrar um projeto em que tais veículos seriam movidos a hidrogênio, juntamente com mais oito cidades de outros países (México, Portugal, Alemanha, África do Sul, Índia). O experimento é desenvolvido em parceria com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o GEF (Global Environmental Facility) e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Já foram investidos no projeto, entre recursos de governos, da iniciativa privada e do Banco Mundial, cerca de R$ 38 milhões. Segundo Zundt, o Brasil trabalha para se tornar um grande produtor e exportador desse tipo de ônibus. “Estamos obtendo conhecimento tecnológico, quebrando o paradigma de que país de terceiro mundo não tem pesquisa científica e desenvolvimento de tecnologia. Podemos comprar lá fora todos os outros componentes, mas o sistema de gerenciamento de energia é nosso. Essa tecnologia foi desenvolvida pelo Brasil”, orgulha-se.
       Contudo, o grande vilão nesse segmento não é o transporte coletivo, mas o individual, principalmente as motocicletas. “Elas poluem 35 vezes mais que um ônibus”, confirmou Laurindo Martins Junqueira Filho, superintendente de planejamento estratégico de transportes da SPTrans (São Paulo Transporte). Em São Paulo, em razão dos grandes congestionamentos, o ônibus, que é projetado para desenvolver 70 quilômetros por hora, perfaz apenas de dois a 12 quilômetros em média. Para reverter esse quadro, de acordo com Junqueira, está sendo discutido entre as três esferas de governo (municipal, estadual e federal) um plano de desenvolvimento, que inclui entre as metas aumentar a mobilidade e acessibilidade ao território; privilegiar o coletivo sobre o individual; estimular as ligações anelares; e oferecer malhas alternativas de circulação.

Recursos hídricos e empresas
        A importância de se adotarem medidas que preservem as águas superficiais e subterrâneas também não ficou de fora no II EcoSP. A engenheira Lourdes Cristina Pena Peloggia, da Quimbiol, apontou que o controle e a fiscalização de aqüíferos ainda são deficitários. Sua colega Martha Faria Bernils Maganha, da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), apresentou o conceito “P+L” (produção mais limpa) e destacou que devem ser adotadas medidas urgentes, como eliminação do desperdício, redução do consumo de água e na geração de efluentes. O superintendente do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), Ubirajara Tannuri Felix, deu a receita para se garantir água e ar saudáveis: bons projetos, legislação adequada e trabalhar numa maior fiscalização e na conscientização.
       Fazer a lição de casa é papel tanto do poder público quanto da iniciativa privada. Como parte desse último grupo, empresas apresentaram no II EcoSP as tecnologias e projetos para minimizar os impactos ambientais decorrentes de suas atividades. De um universo pesquisado de 527 das maiores indústrias, solução para os resíduos sólidos é buscada por 75%. O dado corresponde a uma pesquisa da Revista Análise e foi apresentado por Diógenes Del Bel, presidente da Abetre (Associação Brasileira das Empresas de Tratamento de Resíduos). Para ele, o grande objetivo é conter os passivos, os quais exigiram gasto em correção no ano de 2005 da ordem de R$ 400 milhões. Uma forma de evitá-los, ensinou, é promover a gestão ambiental. Modelo de gerenciamento total denominado TWM foi abordado por Antonio Otavio Neves Januzzi, gerente de tecnologias da Cavo Serviços e Meio Ambiente.
       Nesse sentido, Del Bel apontou que tem crescido o número de aterros privados para esses resíduos no País. “Estão atendendo quase 100 municípios e uma população aproximada de 24 milhões de habitantes. Eram cinco unidades em 1997, dez anos depois passaram a 25 em operação, que estão recebendo cerca de 20 mil toneladas por dia. São em torno de 100 lixões extintos no Estado.”
       Ainda no âmbito das boas práticas empresariais, foi apresentada a primeira dragagem com controle ambiental no canal de Piaçagüera, na região da Baixada Santista. Tal projeto, com o objetivo de restabelecer a navegabilidade no local, vem sendo executado em etapas pela Fosfertil e pela Cosipa (Companhia Siderúrgica Paulista). Esse foi o tema da preleção do superintendente de meio ambiente dessa última empresa, Ricardo Salgado e Silva.
        Uma das grandes preocupações da atualidade, a gestão ambiental em empreendimentos hidrelétricos foi outro tema abordado do II EcoSP. Fernando Celso Sedeh Padilha, da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), destacou que a única garantia de redução de impactos ao empreendedor é um estudo do processo bem feito. E que, no planejamento econômico e técnico da obra, é preciso incorporar as questões socioambientais. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) também está preocupada com a gestão ambiental, como explanou o superintendente do departamento responsável por essa área, Wanderley da Silva Paganini.
       No setor agrícola, os engenheiros Gabriela Burian e Eugênio César Ullian, da Monsanto, abordaram o que essa empresa vem fazendo para garantir sustentabilidade em sua atividade. Burian salientou que é compromisso da Monsanto até 2030 aumentar a produtividade sem incrementar a utilização de recursos naturais e com redução do uso de insumos.
       Não obstante essas ações sejam importantes, para a especialista em psicologia ambiental, Eda Terezinha de Oliveira Tassara, professora da USP (Universidade de São Paulo), não há como enfrentar a problemática ambiental sem entender os processos psicossociais de expansão do consumo global e intervir tanto no nível do consciente quanto do imaginário das pessoas.


Soraya Misleh -  
Colaboraram Rita Casaro e Rosângela Gil

André Luís Fassa Garcia e Leonides da Silva Justiniano

        A febre dos biocombustíveis transformou uma região conhecida nacionalmente como bacia leiteira e, depois, como encampando a terra do “boi gordo”, em um mar verde. O plantio de cana-de-açúcar transformou todo um panorama físico, com conseqüências no cenário social e econômico. Os efeitos incidem, ainda, sobre o perfil profissional. Se o contingente de migrantes que atua no corte de cana modifica o panorama social (até sob o ponto de vista imobiliário, inflacionado), o trabalho em si, que envolve o ciclo produtivo da cana, também exige alterações.
       O contexto mais amplo, de um mundo globalizado, tem suas implicações, entre as quais o avanço e a penetração da tecnologia em todos os setores da vida. Essa tecnologia, gradativamente, vai impondo uma substituição da mão-de-obra no exercício de muitas funções. Essa substituição resgata o conceito do “fim dos empregos”, de Rifkin, uma vez que a tecnologia vai, sim, fazer com que muitos postos, tais quais os conhecemos, deixem de existir. O uso do facão, no corte de cana, está ameaçado, bem como o recurso às queimadas, que tem um prazo para seu encerramento. Milhares de cortadores de cana ficarão à margem da economia formal, serão lançados ao desemprego ou ao subemprego?

Destruição criativa
       É quando Schumpeter pode vir em auxílio, com seu conceito de “destruição criativa”, segundo o qual a destruição de algo não significa necessariamente seu fim, mas pode ser sua reconstrução, criativamente, sob outros formatos, modalidades e concepções. Reconhecer essa necessidade de adaptação ou de transformação que tornará um objeto ou serviço útil mais produtivo ou acessível exige a entrada em campo do terceiro conceito apontado: os “modelos mentais”, de Wind, Crook e Gunther. Importa que as pessoas mudem a forma como pensam e compreendem a realidade e suas mais variadas facetas; deve-se pensar, antes de tudo, sobre a importância de alguns serviços ou objetos; a partir daí é que se vai refletir sobre como esses podem ser realizados de forma mais eficaz, satisfazendo todos aqueles que deles fizerem uso ou deles dependerem.
       A exigência cada vez maior de produtividade do solo, sobretudo pelo uso da cana-de-açúcar como biocombustível, indiscutivelmente se encaixa nesse quadro, o que coloca a necessidade de se refletir de forma diferente, criativamente, remodelando os empregos tradicionais. Em outras palavras, mostra-se imprescindível a qualificação da mão-de-obra na região.
       A necessidade é a mãe da criatividade, dizem. Pensar em cada cidadão como um empreendedor, dando-lhe preparo para implementar sua criatividade a partir das necessidades com as quais se defronta em seu dia-a-dia, é redesenhar os modelos mentais, é participar de um rico processo de destruição criativa, em que o fim dos empregos, como tradicionalmente estão concebidos, significa a passagem para um novo mundo de empregos mais eficazes e realizadores daqueles que os ocupam.


André Luís Fassa Garcia e Leonides da Silva Justiniano são docentes do Unilins (Centro Universitário de Lins)

 

 

       Em meio a uma crise financeira de proporções ainda não dimensionadas, mas certamente bastante grave, o mundo recebeu o resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos, realizada em 4 de novembro, como um novo sopro de esperança. Primeiro presidente negro da história do país, o democrata Barack Obama mobilizou sua própria pátria e o mundo em torno de sua campanha e conquistou uma vitória marcante, arregimentando 364 delegados contra 163 do republicano John McCain.
       O processo, que registrou recorde de participação – 66% dos votantes compareceram às urnas, embora isso não seja obrigatório –, significa para os estadunidenses a esperança de sair tanto da enrascada econômica em que George W. Bush deixa o país quanto da armadilha de duas guerras simultâneas, a do Afeganistão e a do Iraque, sendo que o apoio a essa última despencou juntamente com a credibilidade do atual governo perante a opinião pública. Para alguns, o desafio que espera o novo presidente é semelhante ao de Franklin Roosevelt, que, eleito após o crack de 1929, resgatou os Estados Unidos do buraco, colocando-o numa trilha de prosperidade. 
      Porém, a vitória de Obama não gera expectativas apenas dentro do país, que é a maior economia do planeta e detentor de um poderio militar ainda incomparável. Assim, o rumo a ser seguido pelos Estados Unidos interessa a todos. Após oito anos de Bush, que significaram pouca diplomacia e muita arrogância, desrespeito aos direitos humanos e descaso com o ambiente, o mundo aguarda por mais bom senso e respeito nas relações externas.
       É pouco provável que o novo presidente transforme radicalmente essa dinâmica, até porque republicanos e democratas, historicamente, têm sido convergentes na crença do destino manifesto e que, portanto, os EUA pairam acima dos demais. No entanto, o momento histórico e a disposição de Obama indicam mudanças. É certamente relevante que o filho de um queniano muçulmano, batizado Barack Hussein Obama, tenha sido escolhido líder do país que tem maioria branca e uma herança de conflitos raciais e intolerância – aos 47 anos, ele nasceu num país em que a segregação racial ainda era instituída por lei em diversos estados e, mais recentemente, após os ataques de 11 de setembro de 2001, a xenofobia parecia uma praga nacional.
Uma pista sobre as reais intenções de Obama poderá ser dada pelo cumprimento das promessas de retirar as tropas do Iraque e fechar a prisão de Guantánamo, uma vergonha não só para o país que se pretende a principal democracia do mundo, mas para a humanidade como um todo. O fim do bloqueio comercial a Cuba, que há quase 50 anos sufoca a pequena ilha e sua população, também seria um claro recado de boa vontade.

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

 

 

03/12/2009

CANTEIRO

Acordos coletivos firmados
       Comgás
– Após seqüência de acertos na redação final do Acordo Coletivo de Trabalho 2008/2010 na Comgás, tal foi assinado em 17 de outubro último. Na prática, sua aplicação, contudo, vem ocorrendo desde a segunda quinzena de julho deste ano (a data-base da categoria é 1º de junho). Destacam-se os seguintes pontos: reajuste salarial de 6,7%; PLR 2008 em duas parcelas, sendo uma a título de adiantamento em setembro (já cumprida, portanto), no valor fixo de R$ 1.750,00, e outra, com pagamento em abril de 2009, correspondente ao total da PLR apurada, descontado o adiantamento, conforme regras predefinidas. Excepcionalmente, a Comgás pagará, a depender também do atingimento de meta, valor adicional de R$ 250,00.
      CPTM – No dia 10 de novembro, o SEESP assinou com a CPTM o Acordo Coletivo de Trabalho 2008/2009, aprovado na Assembléia Geral Extraordinária dos engenheiros em 17 de outubro (data-base em 1º de setembro). Destacam-se: reajuste salarial de 7,85%, manutenção do fornecimento da cesta básica subsidiada integralmente pela empresa, vale-refeição de R$ 15,00 sem ônus para o empregado, adicional noturno de 50% e manutenção do pagamento de horas extras com acréscimo de 100%.

Recupere perdas relativas aos planos Verão e Collor
       Por meio de um convênio entre o SEESP e o escritório Noronha Gustavo Advogados, foram impetradas centenas de ações visando a recuperação das perdas que os associados ao sindicato tiveram com as correções das cadernetas de poupança durante o Plano Bresser (de 1987). Ainda podem ser propostas ações para recuperação dos expurgos relativos aos planos Verão (de 1989), Collor I e II. Quanto ao primeiro, o prazo final para se requerer judicialmente as correções vence em dezembro próximo.
        Todas as pessoas que possuíam poupança em janeiro e fevereiro de 1989 (neste caso apenas com aniversário até o dia 15); março, abril, maio e junho de 1990; e janeiro e fevereiro de 1991 têm direito à devolução da diferença, mesmo que a conta tenha sido encerrada ou o banco tenha sido incorporado por outro. Caso o correntista tenha falecido, o herdeiro ou inventariante poderá acionar a Justiça. Os responsáveis pelos créditos são as instituições bancárias nas quais o correntista tinha a conta de poupança.
       Mais informações no Departamento Jurídico do SEESP, pelo telefone (11) 3113-2660, ou no escritório de advocacia, (19) 3295-3573. E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. .

FNE no Fórum Urbano Mundial na China
       Ocorrido na cidade de Nanjing, na China, de 3 a 6 de novembro, o quarto Fórum Urbano Mundial teve na delegação brasileira a participação de Laerte Conceição Mathias de Oliveira pelo segmento dos trabalhadores do Conselho Nacional das Cidades – do qual participa indicado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros). A próxima edição da iniciativa será no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, em 2010. A organização será do Ministério das Cidades, com a participação do Conselho das Cidades.

Dia do Agrônomo em Bauru
       A Assenag (Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru), com o apoio da Delegacia Sindical do SEESP na localidade, promoveu em sua sede, em 24 de outubro último, jantar comemorativo pelo Dia do Agrônomo, celebrado no dia 12 do mesmo mês. A atividade teve a presença de cerca de 200 pessoas, entre elas o prefeito eleito de Bauru, Rodrigo Agostinho (PMDB), e os vereadores Jurandyr Bueno Filho (PPS) e José Roberto Martins Segala (DEM). O evento contou com homenagem ao agrônomo Christopher Davies, diretor da delegacia do SEESP, por sua atuação em prol da categoria.

SEESP no ABC comemora Dia do Engenheiro e do Arquiteto
       Realizou-se no dia 4 de novembro, na Câmara Municipal de Santo André, ato solene em comemoração ao Dia do Engenheiro e do Arquiteto – 11 de dezembro. A celebração foi antecipada em função do calendário oficial da Casa. Organizado pela Delegacia Sindical do SEESP no Grande ABC e associações de Engenharia e Arquitetura locais, o evento reuniu autoridades da região do ABC e da Capital, além de muitos profissionais da área tecnológica. Na ocasião, foi homenageado o engenheiro civil Edgard Brandão Jr. como profissional de 2008. Assessor especial da presidência da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária), ele trabalhou por 30 anos na Prefeitura Municipal de Santo André, aposentando-se quando ocupava o cargo de secretário da Habitação.
       A cerimônia incluiu ainda homenagem póstuma ao também engenheiro civil Vanderlei Ribas, fundador e ex-presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de São Caetano do Sul, recentemente falecido.

Oportunidades
       Segundo levantamento feito até dia 11 de novembro, data de fechamento desta edição, a área de Oportunidades & Desenvolvimento Profissional do SEESP dispõe de vagas para engenheiros nas seguintes modalidades e quantidades assinaladas: civil (nove), mecânica (três), elétrica com ênfase em eletrônica (três), química (três), produção, minas e segurança do trabalho (uma cada). Para se cadastrar e inserir seu currículo, acesse o site www.seesp.org.br, link Oportunidade Profissional. Mais informações pelo telefone (11) 3113-2670.

 

 

Receba o SEESP Notícias *

agenda