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      Apesar de ser uma solução logística mais econômica e ecoeficiente que o caminhão, o transporte ferroviário no acesso ao porto de Santos está limitado por um conjunto de fatores que só devem começar a ser superados a partir de 2012. A necessidade de investimentos no sistema de cremalheira da concessionária MRS (que faz a transposição da Serra do Mar), a competição com os trens de passageiros da estatal CPTM na malha da grande São Paulo, e distâncias relativamente curtas entre o porto e os principais mercados compõem o cenário limitador para a expansão do uso da ferrovia. "É um problema estrutural, mas não um obstáculo", diz o diretor comercial da MRS Logística, Carlos Waack.
      A empresa, uma das operadoras ferroviárias que acessam o cais, transporta aproximadamente 3% do volume de contêineres movimentados em Santos, o equivalente a 77 mil Teus (contêiner de 20 pés) no ano passado. "Hoje, o espaço para crescer é pouco. Mas o contêiner é a nossa próxima fronteira e estamos dispostos a investir", afirma o executivo.
      De acordo com Waack, a MRS trabalha com algumas opções para, no médio prazo, triplicar o volume escoado por ferrovia em Santos para 24 milhões de toneladas por ano. O contêiner é apenas uma das cargas dentro desse universo, liderado em volume pelo minério de ferro.
      Entre as alternativas está a separação das linhas de passageiros. "Estamos trabalhando com o governo do estado e a CPTM para resolver o problema. Tem a opção de segregar as linhas. E ainda a possibilidade do Ferroanel Norte, que é um investimento mais pesado, de longo prazo", diz Waack. Com o tramo norte do anel ferroviário, toda a carga que não tem como destino a região de São Paulo deixaria de atravessar a cidade.
      Hoje, 45% do movimento do contêiner na ferrovia da MRS tem como origem ou destino a região metropolitana de São Paulo, outros 30% Campinas e 25% estão no Vale do Paraíba.
      A outra frente de ação é um investimento da concessionária no sistema da cremalheira, na serra, que tem 10 km de extensão e 1 km de descida. "As locomotivas são dos anos 70, estamos trocando por novas", diz o executivo. A operação remodelada estará em funcionamento a partir de 2012.
      Segundo o gerente de marketing e vendas da operadora logística Brasilmaxi, Paulo Tigevisk, a ferrovia é excelente e tem "custo muito bom". A empresa conta com um terminal intermodal de armazenagem e transporte de contêineres na região central de São Paulo por uma questão estratégica: a unidade fica fora da zona de restrição máxima de caminhões e próxima a um desvio férreo.
      "Continuo com capacidade disponível, mas a frequência de trens com contêineres está muito baixa. Desde setembro não temos recebido mais", diz Tigevisk.
      A Toyota aposta há mais de dez anos no transporte ferroviário de peças importadas pelo porto de Santos. A montadora não revela os volumes absolutos, mas destaca que a opção compensa tanto sob o aspecto econômico como ambiental. Os insumos desembarcam no porto e vão direto para os trilhos, param numa estação aduaneira do interior e depois seguem para as plantas de Indaiatuba e São Bernardo do Campo (SP).
      Há ainda alternativas multimodais. Uma contingência circunstancial aliada à necessidade de manter a ecoeficiência levaram a empresa santista Itri Rodoferrovia a oferecer soluções logísticas que combinam o uso de caminhão e trem.
      Com a eliminação da operação ferroviária de contêineres nas adjacências de um terminal de Santos, em 2008, a Itri decidiu apostar num modelo híbrido para manter a participação do trem. Um dos seus principais clientes é uma montadora japonesa que exige o controle do impacto ambiental de cada tonelada transportada.
      A retirada da carga no terminal marítimo passou a ser feita de carreta. Da saída do porto até a estação aduaneira no interior de São Paulo o caminho é percorrido sobre trilhos. Mesmo com um tempo de trânsito maior na comparação com o rodoviário, a solução deu certo. Para termos de comparação, o diretor da empresa, Washington Soares, explica que transportar de caminhão um carregamento de aproximadamente 500 toneladas numa distância de 140 km emite 183,6 toneladas de CO2. A mesma extensão no ferroviário libera apenas 2,04 toneladas de CO2. A solução híbrida, sendo 100 quilômetros na ferrovia e 40 km na rodovia, emite 53,4 toneladas de CO2, ou 71% a menos que a primeira opção. No caso da empresa que apostou no negócio, a redução das emissões no trajeto entre Santos e Suzano foi de quase 90%, pois o trecho rodoviário é menor.
      "Hoje há empresas que em seus relatórios de governança corporativa disponibilizam dados de controle de emissão e inventariam o impacto ambiental a cada transporte de carga", explica Washington Soares.
      A multimodalidade é uma aposta no mundo todo. A Mercedes-Benz adotou a troca de modal no transporte entre Stuttgart, na Alemanha, para o porto holandês de Roterdã. Em 2007, 100% das cargas da companhia ainda eram escoadas por rodovia. Um modelo trimodal foi lançado em 2009 e dividiu os volumes entre navegação interior, rodovia e ferrovia - esta, com a maior parte, 64%. Como resultado, as emissões de CO2 caíram de 7 mil toneladas para 3 mil toneladas por ano.
      Hoje, 85% da movimentação do maior porto da América Latina chega ou sai sobre rodas. Uma das metas definidas pelo Conselho de Autoridade Portuária (CAP) - órgão que homologa as ações do porto - é aumentar a fatia do trem no escoamento das mercadorias, a partir de estudos que vão apontar a atual capacidade da malha férrea no porto.

 

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A restrição dos EUA está registrada claramente em telegrama que o Departamento de Estado enviou à embaixada americana em Brasília, em janeiro de 2009 - revelado agora pelo WikiLeaks

        Ainda que o Senado brasileiro venha a ratificar o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas EUA-Brasil (TSA, na sigla em inglês), o governo dos Estados Unidos não quer que o Brasil tenha um programa próprio de produção de foguetes espaciais. Por isso, além de não apoiar o desenvolvimento desses veículos, as autoridades americanas pressionam parceiros do país nessa área - como a Ucrânia - a não transferir tecnologia do setor aos cientistas brasileiros. 
       A restrição dos EUA está registrada claramente em telegrama que o Departamento de Estado enviou à embaixada americana em Brasília, em janeiro de 2009 - revelado agora pelo WikiLeaks ao GLOBO. O documento contém uma resposta a um apelo feito pela embaixada da Ucrânia, no Brasil, para que os EUA reconsiderassem a sua negativa de apoiar a parceria Ucrânia-Brasil, para atividades na Base de Alcântara no Maranhão, e permitissem que firmas americanas de satélite pudessem usar aquela plataforma de lançamentos. 
        Além de ressaltar que o custo seria 30% mais barato, devido à localização geográfica de Alcântara, os ucranianos apresentaram uma justificativa política: "O seu principal argumento era o de que se os EUA não derem tal passo, os russos preencheriam o vácuo e se tornariam os parceiros principais do Brasil em cooperação espacial" ? ressalta o telegrama que a embaixada enviara a Washington. 
        A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que "embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil". Mais adiante, um alerta: "Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil". 
         O Senado brasileiro se nega a ratificar o TSA, assinado entre EUA e Brasil em abril de 2000, porque as salvaguardas incluem concessão de áreas, em Alcântara, que ficariam sob controle direto e exclusivo dos EUA. Além disso, permitiriam inspeções americanas à base de lançamentos sem prévio aviso ao Brasil. Os ucranianos se ofereceram, em 2008, para convencer os senadores brasileiros a aprovarem o acordo, mas os EUA dispensaram tal ajuda. 
        Os EUA não permitem o lançamento de satélites americanos desde Alcântara, ou fabricados por outros países mas que contenham componentes americanos, "devido à nossa política, de longa data, de não encorajar o programa de foguetes espaciais do Brasil", diz outro documento confidencial. 

Viagem de astronauta brasileiro é ironizada 
        Sob o título "Pegando Carona no Espaço", um outro telegrama descreve com menosprezo o voo do primeiro astronauta brasileiro, Marcos Cesar Pontes, à Estação Espacial Internacional levado por uma nave russa ao preço de US$10,5 milhões - enquanto um cientista americano, Gregory Olsen, pagara à Rússia US$20 milhões por uma viagem idêntica. 
        A embaixada definiu o voo de Pontes como um gesto da Rússia, no sentido de obter em troca a possibilidade de lançar satélites desde Alcântara. E, também, como uma jogada política visando a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Num ano eleitoral, em que o presidente Lula sobe e desce nas pesquisas, não é difícil imaginar a quem esse golpe publicitário deve beneficiar. Essa pode ser a palavra final numa missão que, no final das contas, pode ser, meramente "um pequeno passo" para o Brasil" - diz o comentário da embaixada dos EUA, numa alusão jocosa à célebre frase de Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar na Lua, dizendo que seu feito se tratava de um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a Humanidade.

 

(José Meirelles Passos , Agência O Globo)
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        A presidente Dilma Rousseff decidiu reajustar a tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física em 2011 pelo índice da inflação de 2010 (6,46%), desde que essa concessão faça parte de um acordo com os partidos e as centrais sindicais para estabelecer o salário mínimo em R$ 545.

        No máximo, admite-se internamente no governo que o mínimo chegue a R$ 550. Nunca os R$ 580 defendidos pelas centrais. E também não seria atendida, neste acordo, a terceira reivindicação da pauta dos sindicatos, que e o aumento de 10% das aposentadorias acima do mínimo . Esses benefícios foram reajustados apenas pela inflação.

        Essa posição será apresentada hoje por Dilma em reunião com o ministro-chefe da Secretária-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, responsável pela negociação com os movimentos sociais. Na quarta-feira a tarde, ele recebera representantes das seis centrais sindicais no Palácio do Planalto, quando será aberta oficialmente a negociação do governo Dilma com os representantes dos trabalhadores.

        Nas discussões internas, a presidente Dilma reconhece que e legítima a correção da tabela do imposto de renda pelo índice da inflação, de 6,46%. De 2007 ate 2010, conforme política adotada pelo governo Lula, as faixas de rendimento sobre as quais incidem as alíquotas do Imposto de Renda (as tabelas) estavam sendo corrigidas em 4,5%.

        Com o reajuste das tabelas estava sendo reposta parte das perdas provocadas pela inflação na renda dos trabalhadores que prestam contas ao Leão. Se a tabela não for corrigida em 2011 (com efeito na declaração que será feita em 2012), o IR a ser pago pelo contribuinte será ainda maior.

Defasagem
        Mesmo com a reposição aplicada entre 2007 e 2010, a defasagem da tabela ainda esta em 64,1% frente aos valores de 1995, segundo cálculos do Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal (Sindifisco Nacional). Quando aceitou corrigir a tabela em 4,5% ao ano entre 2007 e 2010, o governo abriu mão de R$ 5,7 bilhões em impostos.

        No Planalto, a avaliação e que ficaria muito difícil para a presidente explicar politicamente uma decisão de não corrigir a tabela. Isso poderia causar desgaste não só entre a classe media, que pagaria mais imposto, como entre os trabalhadores, que passariam a pagar o tributo por terem sido incluídos nas faixas sem correção inflacionaria.

        Mas dentro do esforço fiscal para evitar novos gastos e diante da necessidade de um gigantesco corte orçamentário, que pode passar de R$ 30 bilhões, essa e a única concessão que Dilma esta disposta a fazer nas negociações.

        Ao mesmo tempo em que reabre negociação do governo com os sindicalistas, a presidente determinou que o chefe da Casa Civil, ministro Antonio Palocci, trabalhe junto aos partidos da base aliada. A determinação e cobrar lealdade e responsabilidade dos aliados na votação da medida provisória do salário mínimo.

Antecipação
        As centrais aguardam a formalização da proposta do governo para se manifestarem, mas nos bastidores já avaliam a apresentação de uma contraproposta sobre o mínimo: que o valor seja elevado agora a R$ 570, antecipando parte do aumento previsto para 2012, que deve ficar em torno de 13% .

        Essa proposta de antecipação já e discutida internamente por técnicos do governo e poderia ate constar da nova medida provisória que vai fazer a correção do mínimo pelo INPC cheio . o mínimo foi inicialmente fixado em R$ 540, mas com o calculo final da inflação vai a R$ 545.

        Dilma, no entanto, ainda não está convencida de que é uma boa saída política. E só faria essa concessão dentro de um grande acordo formal assinado por todas as partes. Os dirigentes das centrais sindicais elogiaram a decisão da presidente Dilma de chamá-los para o diálogo, mas ainda mantêm a intenção de fazer uma grande mobilização nacional, caso não haja acordo. E preferem ouvir a proposta do governo, antes de comentá-la.

        Segundo o deputado Paulinho Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força sindical, há risco de o governo ser derrotado no Congresso Nacional, se não houver acordo. Ele disse que está disposto a procurar até mesmo o ex-presidente Lula para conseguir apoio. Paulinho diz que há também descontentamento no PDT com a forma que o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi desautorizado por defender um mínimo de R$ 560.

        "O Lupi foi enquadrado. Querem deixá-lo sozinho. No governo Lula, muitos ministros defendiam os trabalhadores. É bom lembrar que foi o aumento do salário mínimo que ajudou a tirar o Brasil da crise financeira. Se o governo for para o enfrentamento no Congresso, tem risco de perder. E nesse caso, Dilma teria que vetar, o que seria um grande desgaste político", disse o deputado da Força Sindical.

 

(Fonte: O Globo)
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Projetos de infraestrutura vão mudar a importância dos portos do Norte e Nordeste na movimentação de cargas do país

       Por Suape (PE) passam hoje 9,3 milhões de toneladas, mas já em 2013 serão 30 milhões, com o início das operações da refinaria Abreu de Lima e o escoamento da produção trazida pela ferrovia Transnordestina. A Ferrovia Norte-Sul ampliará os serviços do porto maranhense de Itaqui e de Vila do Conde, no Pará, que também planeja abrir, a partir do rio Tocantins, uma hidrovia com mais de 400 km de extensão, ligando o Sul do Estado até Barcarena, no litoral. Levantamento do Valor no período de 2005 a 2009 mostra que o movimento de 18 portos do Norte e Nordeste ultrapassaram os da região Sul, com média anual de 26% do total nacional.

       Até 2005, o complexo industrial portuário de Suape, em Pernambuco, era um porto mediano, movimentando 4,3 milhões de toneladas de carga, volume que o colocava no mesmo nível de alguns de seus vizinhos, como o porto de Maceió ou o de Areia Branca, no Rio Grande do Norte. Passados cinco anos, a realidade de Maceió e Areia Branca pouco mudou. Já Suape mostra outra realidade. Em 2010, o complexo de Pernambuco movimentou volume superior a 9 milhões de toneladas de carga, mais que o dobro de cinco anos atrás.

       O crescimento foi alto, diz Geraldo Júlio, presidente de Suape, mas não chega a fazer sombra à movimentação que o porto projeta para 2013. O porto se prepara para 30 milhões de toneladas por ano, uma revolução que será causada por duas obras: o início das operações de Abreu e Lima, refinaria da Petrobras em construção no complexo, e o escoamento de produção que será trazido pela estrada de ferro Transnordestina.

       As ambições de Suape são o reflexo do que o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fialho, classifica como "uma nova curva no fluxo das cargas portuárias" do país. "Está havendo um deslocamento de vetores entre os portos em função dos projetos de infraestrutura e de logística."

       Com base em dados da Antaq, o Valor fez um levantamento sobre a movimentação de cargas de 2005 e 2009 - o balanço de 2010 ainda não foi consolidado - entre os 38 portos organizados (públicos) do país e dividiu esse levantamento por regiões. Os dados não incluem as cargas dos terminais privativos. O cenário mostra que os 18 portos do Norte e Nordeste, somados, mantiveram a média anual de 26% do bolo nacional. O Sudeste, puxada pelo porto de Santos, continua a ser, de longe, a região mais movimentada, com 53% da carga do país. O que encolheu foi a movimentação do Sul, que oscilou 27% para 21%, ou seja, os portos do Norte e Nordeste assumiram a segunda posição no fluxo de cargas.

       Na lista desses 18 portos, em particular, destaca-se o desempenho individual de quatro deles: Vila do Conde, no Pará; Pecém, no Ceará; Itaqui, no Maranhão; e Suape. Dos 18 portos dessas duas regiões, esses quatro portos foram responsáveis por mais de 60% de toda a movimentação verificada em 2009, uma participação que certamente avançou ainda mais no ano passado. Dados parciais de 2010 apontam que a movimentação de carga em Vila do Conde saltou de 10,7 milhões de toneladas em 2005 para 17 milhões no ano passado. No mesmo período, Pecém subiu de 1 milhão para 3,1 milhões de toneladas. Itaqui, que enfrentou uma série de atrasos em suas obras, foi o que o menos cresceu, oscilando de 11,6 milhões para 12,6 milhões de toneladas.

       A despeito do desempenho até agora, comenta Fialho, o que mais importa é o que está por vir. Uma das preocupações é estar pronto para atender o escoamento de grãos do Centro-Oeste com o início das operações das ferrovias Norte-Sul (FNS) e Transnordestina. A FNS deve ter lotes de seu trecho já licitado para tráfego de cargas ainda neste ano. O projeto mexe com os planos do porto maranhense de Itaqui, e também com Vila do Conde, no Pará, que estuda a construção de um ramal ferroviário para se conectar ao circuito da Norte-Sul. A Transnordestina deve ser concluída no primeiro semestre de 2013 e também vai mexer radicalmente com as estruturas de Suape e Pecém.

       A ampliação logística não passa só pelas ferrovias, comenta Fialho. "Vila do Conde, por exemplo, terá um impacto enorme com as operações da eclusa de Tucuruí, que foi inaugurada há dois meses." O porto do Pará tem planos para abrir, a partir do rio Tocantins, uma hidrovia direta com mais de 400 quilômetros de extensão, ligando o Sul do Estado até Barcarena, no litoral.

       Outro fator decisivo nesse redesenho das cargas portuárias são as refinarias de petróleo em construção pela Petrobras. Suape não é o único porto beneficiado pelo projeto bilionário de Abreu e Lima. Estima-se que a refinaria Premium I, em Bacabeira (MA), deverá dobrar a movimentação de navios no porto de Itaqui. No longo prazo, o complexo de Pecém também vai se beneficiar. Este ano deve ter início a construção da refinaria Premium II no complexo, com previsão de entrar em operação em 2017.

       "Essa mudança de cenário vai descomprimir Santos e Paranaguá", diz Fialho. "Não é um efeito negativo sobre esses dois portos. O que vai acontecer é que eles tendem a se voltar para uma vocação mais industrial." A tendência natural, segundo Fialho, é que o transporte de produtos de baixo valor agregado, como a produção agrícola e de minério, volte-se para os portos do Norte e Nordeste. Se essa carga pode seguir até lá por ferrovias, isso significa muitos quilômetros a menos em gastos com frete e transporte rodoviário, além da proximidade com os principais destinos de exportação do país.

 

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Sem horário definido o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, receberá na próxima quarta-feira (26), dirigentes das Centrais Sindicais para discutir o aumento do salário mínimo e a correção da tabela do imposto de renda

        As Centrais reivindicam um mínimo de R$ 580 e pedem que a tabela do imposto de renda seja corrigida em 6,47%, valor da inflação de 2010 medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Outro ponto que será tratado na reunião é o aumento do valor dos benefícios da Previdência Social para aqueles que recebem benefícios acima do salário mínimo.

        As pressões vem aumentando. Em reunião das centrais realizada na terça-feira (11) na capital paulista,o movimento sindical decidiu jogar peso para garantir a continuidade da política de valorização do salário mínimo, apontada como elemento chave no avanço da distribuição de renda e no combate às desigualdades sociais e regionais.

        Os sindicalistas definiram um calendário de mobilizações "para impedir qualquer retrocesso", ao ampliar em 53% o ganho real dos trabalhadores durante o governo Lula, a medida, acordada com as centrais, beneficiou diretamente mais de 47 milhões de pessoas (trabalhadores, aposentados e pensionistas), fortalecendo o poder de compra e vitaminando o mercado interno, o que teve papel fundamental no enfrentamento aos impactos negativos da crise internacional.

        Além do aumento real do mínimo, as centrais decidiram priorizar a atualização da tabela do Imposto de Renda - uma vez que sem reajuste o trabalhador acaba pagando mais, ao mudar de alíquota de contribuição - e o reajuste de 80% nos benefícios das pensões e aposentadorias que recebem acima do salário mínimo.

        A CNTU - Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados, da qual a FNE participa, divulgou nota pública apoiando as reinvindicações. Leia a nota.

 

Com: Agência Brasil, DIAP, CNTU
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O International Charter Space and Major Disasters, que distribui dados orbitais para auxiliar países afetados por desastres naturais, fornecerá informações ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

       Os dados obtidos a partir de imagens de satélites poderão ser utilizados nos trabalhos de recuperação e prevenção na região serrana do Rio de Janeiro. "Produtos de satélites podem ajudar a identificar e gerenciar as ações necessárias em áreas atingidas por desastres. Com o International Charter, além de nossas próprias imagens - como as do Cbers -, contamos com dados fornecidos sem custo pelas agências internacionais que também fazem parte do programa", diz Ivan Márcio Barbosa, chefe da Divisão de Geração de Imagens do Inpe.
        Enchentes no Peru e na Bolívia, um ciclone nas ilhas do Pacífico, o terremoto no Chile, a erupção vulcânica na Islândia e o derrame de petróleo do Golfo do México estão entre os episódios que contaram com o auxílio do International Charter, como ocorrerá agora nos deslizamentos e inundações no Rio do Janeiro.
       As imagens serão entregues à Defesa Civil, usuária autorizada no Brasil. A aquisição e liberação gratuita de dados espaciais pelo International Charter acontecem em situações de emergências.
        "Diferentemente do que ocorre no Inpe, que distribuiu a qualquer tempo e sem custo algum seus dados a todo usuário, o International Charter reúne agências que normalmente comercializam suas imagens e produtos de sensores ópticos e de radar. Portanto, essas imagens do Charter somente poderão ser utilizadas pelos destinatários diretos envolvidos nos desastres e para os fins específicos nas missões de auxílio", explica Ivan Barbosa.
        Além do Brasil, por meio do Inpe, integram o International Charter para fornecimento de dados instituições e agências espaciais do Canadá, França, Japão, Argentina, China, Índia, Inglaterra e Estados Unidos. Diante de um desastre, tão logo o International Charter seja acionado, os membros mobilizam-se na aquisição prioritária de dados de satélite com foco na região atingida. Há um esforço concentrado para geração de produtos que possam auxiliar as autoridades e agentes locais, como a Defesa Civil.
        Desde 2000, quando foi criado, o International Charter Space and Major Disasters beneficiou aproximadamente uma centena de países, em cerca de 300 episódios como terremotos, furacões, ciclones, inundações e incêndios, entre outros. Em 2010 o Brasil passou a fazer parte do International Charter. A partir do lançamento do Cbers 3, em 2012, o Brasil poderá ser também um ativo fornecedor de dados de satélites para essas ocasiões de calamidade.

Mais informações no site www.disasterscharter.org

 

(Assessoria de Comunicação do Inpe)
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        Na semana que vem, entre os dias 26 e 30, o fórum abre suas portas na estação de esqui de Davos. Com uma presença recorde de líderes mundiais, o evento tentará ser uma base para debates sobre como completar a reforma do sistema financeiro internacional. Contará com a presença do secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, e do presidente do BC brasileiro, Alexandre Tombini, um dos poucos brasileiros presentes ao encontro.
        "Não há dúvidas de que o centro do debate será a questão das moedas e como ela irá impactar cada uma das realidades nacionais em 2011. Esse será o centro das discussões, pois resume muito do que o fórum se propõe a fazer este ano", afirmou ao Estado o diretor-gerente do fórum de Davos, Lee Howell.
        Sob o título Normas Compartilhadas para uma Nova Realidade, Davos espera ser a plataforma para a discussão de uma reforma mundial que dê mais equilíbrio à economia. "A maior preocupação é a estabilidade, e não é tanto em relação à valorização de uma moeda ou outra. Afinal, o que descobrimos é que ninguém tem mãos limpas para acusar os demais. O que mais preocupa empresários é a volatilidade das moedas e isso é o que queremos debater", afirmou Howell.
        Continuidade. Mas, apesar de tocar em um dos temas de maior preocupação do governo brasileiro, a representação do País este ano em Davos será uma das menores em mais de uma década. Dilma, como ministra, já esteve em Davos. Mas a esperança dos organizadores era de que ela usasse o evento para anunciar suas políticas. Tanto era assim que um debate foi organizado para discutir justamente a situação do governo brasileiro. Uma das questões seria a "continuidade de políticas versus as novas realidades" que o País enfrenta.
        "Todos em Davos vão querer ouvir o Brasil para saber quais serão as mudanças que o novo governo promoverá", afirmou Klaus Schwab, presidente e fundador do fórum.
        Do Brasil, estão confirmadas as presenças apenas do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e de Tombini (presidente do BC). Entre os executivos, apenas o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli.
        "A cara de Lula". Durante os últimos oito anos, Davos usou a imagem do presidente Lula para mostrar uma face mais social ao mundo e de como estava disposto a dialogar com os países do Sul. Lula agradou, tornando-o no "queridinho" do fórum e chegou até a ganhar, em 2010, o prêmio de estadista do ano. Em 2011, o prêmio desapareceu.
        Os organizadores do evento tentaram dar explicações para a ausência do Brasil. Um deles confessou que mandou um convite aberto ao governo de Dilma Rousseff. Mas que recebeu alegações relativas às recentes enchentes no Rio de Janeiro como justificativa para as ausências da presidente.
        Schwab ainda estima que, por ser um novo governo, é "normal" que a presença seja reduzida. "O governo assumiu há duas semanas. É possível remarcar, ainda que alguns ministros importantes estarão em Davos", afirmou.
        Há oito anos, Lula não perdeu a oportunidade de se apresentar ao mundo no evento na Suíça, duas semanas após sua posse. Levou consigo uma ampla comitiva do ministros.
        De acordo com Schwab, o fórum organizará no Rio de Janeiro em abril um evento para avaliar os 100 primeiros dias de governo de Dilma. "Vamos nos reunir para examinar a nova presidência."

 

(Jamil Chade, OESP)
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Nota pública
      
A CNTU – Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados, por ocasião da primeira plenária de sua diretoria eleita em 2010 e em defesa dos interesses legítimos de seus representados, apoia as reivindicações das centrais e demais organizações sindicais pelo aumento real para as aposentadorias, pelo salário mínimo nacional de R$ 580,00 e pela correção da tabela do Imposto de Renda.
       A CNTU, após estudos técnicos e jurídicos, também encaminhará à Justiça o pleito da correção da tabela do IR, fortalecendo as iniciativas unitárias de várias representações sindicais em todo o Brasil.
        A CNTU confirma assim sua inserção no movimento sindical e reforça a unidade de ação dos trabalhadores brasileiros.

São Paulo, 19 de janeiro de 2011

 

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O evento reunirá pesquisadores das áreas de robótica, automação, otimização, instrumentação, dentre outras, que utilizam técnicas de inteligência artificial. Prazo para envio de trabalhos é 1º de março

        O Simpósio Brasileiro de Automação Inteligente (SBAI) acontece de 18 a 21 de setembro em São João Del-Rei, Minas Gerais, mas o prazo de submissão de trabalhos termina em 1 de março.
        O evento reúne pesquisadores das áreas de robótica, automação, otimização, instrumentação, dentre outras, que utilizam técnicas de inteligência artificial. O SBAI tem como organizadores o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEL), o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) e a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) que sediará o evento.
        Os trabalhos podem abranger todos os aspectos de Sistemas e Automação Inteligentes. O simpósio será realizado em três dias e abrigará a IX Competição Brasileira de Robótica - CBR 2011 e as finais da V Olimpíada Brasileira de Robótica - OBR 2011.
        Os autores de artigos com as melhores avaliações e que estejam dentro do escopo da Revista Controle & Automação serão convidados para submeter uma versão estendida de seus trabalhos para possível publicação.

Mais informações podem ser obtidas em www.sbai2011.ufsj.edu.br

 

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        Centrais sindicais entraram nesta terça (18) na Justiça Federal com uma ação civil pública para pedir a correção de 6,46% na tabela de cobrança do Imposto de Renda da Pessoa Físca (IRPF). O processo contém ainda um pedido de liminar para que o ajuste da tabela passe a valer imediatamente.
        Caso a Justiça considere o pedido das centrais procedente, trabalhadores filiados às entidades que recebem até R$ 1.595,99, por exemplo, passarão a ser isentos do IR. Na atual tabela, o limite de isenção é de R$ 1.499,15. As outras faixas de cobrança também seriam corrigidos pelo mesmo índice.

Aumento real
        Segundo o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, o reajuste é necessário para garantir que os aumentos salariais conquistados no ano passado não sejam minimizados pela não correção dos impostos. "Sem correção, muitos trabalhadores que receberam aumento vão ter o ganho anulado pela elevação do imposto retido na fonte", disse o sindicalista.
        O índice de 6,46% é referente à inflação acumulada em 2010 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Caso este percentual não seja aplicado à tabela do IRPF, o governo federal arrecadará R$ 5,7 bilhões a mais este ano com o Imposto de Renda.

Manifestação
        Com bateria de escola de samba, carro alegórico, com leão e rugido e um mar de faixas e bandeiras, as centrais sindicais - CUT, Força Sindical, NCST, UGT, CGTB e CTB- ocuparam a Avenida Paulista, nesta terça-feira (18), em defesa do aumento do salário mínimo para R$ 580,00 e do reajuste da tabela do Imposto de Renda.
        O Dia Nacional de Luta, que se espalhou por outras 20 capitais, começou em São Paulo com concentração às 10 horas no vão livre do Masp, onde o colorido da diversidade das centrais dava o tom para o primeiro dia de batalha pela valorização do mínimo, uma conquista histórica da classe trabalhadora.

Retrocesso
        O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, condenou a postura da equipe econômica que, desrespeitando o processo de diálogo construído ao longo do governo Lula, "não chamou para negociar, o que é um retrocesso". "Estamos aqui reivindicando a valorização do salário mínimo para R$ 580,00, que é um poderoso instrumento de distribuição de renda, pois alcança 47 milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas, e cobrando a imediata correção da tabela do Imposto de Renda", frisou.
        Artur lembrou que 97% dos sindicatos conquistaram aumento real no último período e uma parte pulou de faixa de contribuição, fazendo com que o dinheiro a mais, ganho pelo trabalhador, fique com o leão da Receita.
        Condenando a concepção expressa pelo ministro Guido Mantega, que alega que o problema para o aumento do mínimo é a inflação, o líder cutista disse que está "é a agenda dos derrotados, do pessoal que acha que tem de segurar a economia falando em redução de custo, em diminuição do papel do Estado". "Salário mínimo não é dificultador, ele ajuda no combate à crise, como já ficou fartamente demonstrado", concluiu.

Unidade das centrais
        Para Antonio Neto, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), "a unidade das centrais é para fazer com que o nosso país cresça aplicando uma política de correção do salário mínimo, com ganhos reais, até 2023".
        A diferença entre o salário de um juiz do Supremo Tribunal Federal, de R$ 27 mil, e o de um trabalhador, atualmente de R$ 510, é de 52 vezes, lembrou. "Quem perdeu as eleições quer pautar a política econômica, abandonando a valorização conquistada durante o governo Lula. Estamos aqui para dar uma força para a Dilma manter o caminho acordado", declarou Neto.
        O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), conclamou as centrais sindicais a continuarem unidas e mobilizadas para que seja implementada a política vencedora nas últimas eleições, "e não seja adotada a pauta dos derrotados, de arrocho salarial e Estado mínimo".

Pressão no Congresso
        O presidente da Força Sindical e deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) disse que neste início de governo "os burocratas estão dando muito trabalho, não deixando ninguém chegar perto da presidente".
        Paulinho também reiterou a necessidade da abertura de negociação com o governo, mas convocou os trabalhadores a continuarem mobilizados, para fazer pressão em cima do Congresso Nacional e também do Judiciário, a fim de fazerem suas reivindicações serem atendidas.

Tabela defasada
        O secretário geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Canindé Pegado, defendeu que "é inadmissível termos os salários vilipendiados, achatados", reiterando a necessidade da continuidade da política de ganhos reais.
        Ao mesmo tempo Pegado lembrou que "desde 94 a tabela do Imposto de Renda encontra-se defasada, o que faz com que milhares de trabalhadores percam o seu poder de compra com as patadas do leão da Receita".
        O presidente estadual da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Luiz Gonçalves, lembrou que o aumento real do salário mínimo é o caminho para o desenvolvimento com justiça social. Na contramão, frisou, está a não correção da tabela do Imposto de Renda, que esfumaça o dinheiro conquistado pelo trabalhador. 

 

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