logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

Administrator

Administrator

 

       O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) acredita que o Brasil poderá eliminar, nos próximos dez anos, os problemas de pobreza absoluta e extrema. As conclusões constam do Comunicado do Ipea 58 divulgado, nesta terça-feira (13), pela instituição.
       "Para isso, a combinação do crescimento econômico com avanços sociais observada no período recente precisa ser aprofundada, com o necessário aperfeiçoamento de políticas públicas de alcance nacional, sobretudo daquelas voltadas ao atendimento das regiões e Estados menos desenvolvidos", diz o texto divulgado pela instituição.
       O estudo mostra - com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), Contas Nacionais e Contas Regionais, todas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - que, entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas saíram da pobreza absoluta, configurada pelo rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal.
       No mesmo período, outras 12,1 milhões deixaram a pobreza extrema, que engloba as pessoas que vivem com rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto de salário mínimo por mês.
        Em termos percentuais, a taxa de pobreza absoluta passou de 43,4% para 28,8% da população, enquanto a pobreza extrema caiu de 20,9% para 10,5%.
       Mas o Ipea ressalta que o crescimento econômico não se mostra suficiente para elevar o padrão de vida de todos os brasileiros. Isso porque a redução da pobreza nos últimos anos, apesar de expressiva, foi desigual entre as diferentes regiões do país.
       No Sul, por exemplo, a pobreza absoluta caiu 47,1%, enquanto a pobreza extrema recuou 59,6%. Já no Norte, a pobreza absoluta retrocedeu 14,9% e a pobreza extrema caiu 22,8%.
       "Por isso, ganha maior relevância o papel do Estado - em suas distintas esferas governamentais e concomitantemente às instituições da sociedade civil - na execução de uma política nacional de desenvolvimento que possibilite ao país enfrentar todos os problemas de ordem social", diz o Ipea.

 

Valor Econômico
www.cntu.org.br

 

 

 

       Uma pesquisa realizada pela Universidade do Colorado, nos EUA, mostra que o nível do mar elevou-se acima da média global em diversas áreas do Oceano Índico. Em algumas regiões, este aumento é de 13 milímetros por década, o que ameaça ilhas e regiões costeiras. A análise de medições anteriores e o monitoramento por satélite feito por 50 anos permitiram atribuir a alteração dos índices às emissões de gases-estufa.
       E a situação tende a piorar, se depender de dados divulgados recentemente pela Nasa.
       O primeiro semestre de 2010 é o mais quente já registrado, apesar de o Sol estar passando por um período de menor atividade.
       Somado ao segundo semestre do ano passado, este foi o período de 12 meses mais quente da história do planeta. O recorde deve-se, em parte, ao fenômeno El Niño, que se despediu no fim de maio. O relatório da agência espacial americana ressalta, porém, que vai depender da intensidade do fenômeno La Niña, que começou a se formar este mês, a possibilidade de 2010 bater o recorde de calor registrado em 2005.

Existência de um país inteiro em xeque
       Estudo sobre o Índico, publicado na edição desta semana da revista "Nature Geoscience", foi o primeiro a analisar o nível do mar naquele oceano, que concentra cerca de 20% da água da superfície da Terra. Em algumas regiões, os pesquisadores constataram não o avanço do mar, mas o seu recuo.
       O fenômeno, registrado nas Ilhas Seychelles e no litoral do Quênia e da Tanzânia, faz parte da dinâmica do oceano: a elevação das águas em alguns setores pode levar à sua regressão em outros.
       Menor nação asiática, as Maldivas podem ser a principal vítima das oscilações do Índico.
      Os pesquisadores verificaram que o mar cresceu durante o inverno ao redor das mais de mil ilhas que compõem o país. Este aumento do oceano é preocupante, considerando que moram 300 mil pessoas no arquipélago, e que sua altitude média é de apenas 1,5 metro acima do nível do mar.
       O aumento deste índice pode provocar impactos de longo alcance no clima global. A protagonista dessas transformações seria uma região do Índico próxima à Indonésia conhecida como "piscina quente". A temperatura local aumentou cerca de 0,5 grau Celsius nos últimos 50 anos. A culpa, também neste caso, é dos gases-estufa.
       - Se o aquecimento provocado pelo homem não perder força, as ilhas localizadas no meio do oceano, a costa da Indonésia e a Sumatra podem ser vítimas de um aumento significativo do nível do mar - alerta Weiqing Han, coordenador do estudo. - Usamos diversos modelos oceanográficos e testamos um sistema que prevê, no oceano, as consequências das mudanças climáticas. Nossos resultados mostram que o homem é o responsável pela variação maior do que a média do nível do mar.

Mais secas na África e enchentes na Índia
       Os complexos padrões de circulação atmosférica do Oceano Índico também podem afetar as precipitações, forçando ainda mais o ar da atmosfera para a superfície em algumas regiões subtropicais. Essas turbulências provocariam reações desiguais: aumento da seca na região equatorial do oceano, incluindo o norte da África, e enchentes ainda mais graves, como resultado das chuvas de monções, em Bangladesh e na Índia.
       Segundo Han, para documentar as mudanças do nível do mar em uma escala global, os pesquisadores precisam conhecer uma série de especificidades regionais, fundamentais para traçar o destino de ilhas e regiões costeiras.
       - É importante entender as mudanças regionais do nível do mar. Seu efeito é determinante nos territórios estudados - ressalta.

 

O Globo
www.cntu.org.br

 

 

"Potencial de cooperação é pouco utilizado e pode crescer exponencialmente", diz José Monserrat Filho em artigo sobre esforços e projetos em andamento entre os dois países

       Importante e numerosa delegação do Governo da Suíça visitará o Brasil de 26 a 30 de agosto, para conhecer as instituições brasileiras envolvidas com projetos de cooperação em andamento entre os dois países e estudar o estabelecimento de novos programas e projetos.
       À frente da comitiva visitante, composta por 19 membros, estará o conselheiro federal (o Conselho Federal é um colegiado de sete membros que governa e representa o Estado da Federação Suíça) e ministro da Ciência, Educação Superior e Saúde, o economista Didier Burkhalter.
       Já no primeiro dia, a missão será recebida, em Brasília, pelos ministros da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, da Educação, Fernando Haddad, e da Saúde, José Gomes Temporão. Nas três pastas, há temas de interesse para a colaboração presente e futura entre Brasil e Suíça.
       O ministro Rezende esteve na Suíça em 28 e 29 de setembro de 2009, chefiando grande missão científica. Na ocasião, ele firmou, com o então ministro do Interior suíço, Pascal Couchepin, um acordo de cooperação em C&T que prevê o investimento de quase sete milhões de dólares em três anos. Foi adotado também um Plano de Ação, que já começou a ser cumprido. Com base nele, o CNPq lançou um edital para projetos de pesquisadores dos dois países.
       O plano de ação considera prioritárias as áreas de neurociências, ciências da saúde, energia e meio ambiente, além do intercâmbio de cientistas e o financiamento de bolsas de pós-doutorado.
       O Brasil é o principal parceiro comercial da Suíça na América Latina. As empresas suíças sediadas no Brasil empregam cerca de 90 mil profissionais.

Delegação de alto nível
       A delegação suíça será integrada por nomes e instituições de relevo, entre os quais: Mauro Dell'Ambrogio, secretário de Estado para Educação e Pesquisa; Mauro Moruzzi, chefe da Cooperação Bilateral e Secretaria de Estado para Educação e Pesquisa; Gaudenz Silberschmidt, chefe da Divisão de Assuntos Internacionais do Ministério da Saúde (BAG); Fritz Schiesser, presidente do Conselho das Escolas Politécnicas Federais Suíças (EPF); Dieter Imboden, presidente do Fundo Nacional Suíço para o Desenvolvimento da Pesquisa Científica (SNF); Patrick Aesbischer, presidente da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL); Ralph Eichler, presidente do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Zurique (ETHZ); Marcel Tanner, diretor do Instituto Suíço de Saúde Pública e Tropical (STP); Mario El-Khoury, chefe executivo do Centro Suíço de Eletrônica e Microtécnica (CSEM); e Klaus Ensslin, professor da ETHZ e coordenador do Programa Nacional de Pesquisa em Ciência e Tecnologia Quântica.
       Comporão também a delegação um representante da Agência Suíça para Inovação (KTI): Walter Steinlin, presidente, ou Ingrid Kissling, diretora; e um representante da Conferência de Reitores Suíços (CRUS), a definir.
       O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que fez sua carreira científica na Universidade de Duke, EUA, e criou o Instituto de Neurociência de Natal, no Rio Grande do Norte, deve participar do encontro com a missão suíça, pois conduz um projeto conjunto com um grupo de pesquisadores da Escola Politécnica Federal de Lausanne.

Desafios das cidades-metrópoles no século XXI
       Decididos a marcar de forma especial sua visita ao Brasil, as autoridades suíças propuseram ao MCT a realização de um evento acadêmico que fosse, ao mesmo tempo útil, oportuno e relevante para a opinião pública do nosso país.
       Estudada a proposta, ficou decidido de comum acordo realizar no Rio de Janeiro o simpósio "Desafios das Cidades-Metrópoles no Século XXI". O evento estará a cargo da Embaixada da Suíça, Ministério da Ciência e Tecnologia do Brasil e o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RJ).
       O simpósio deve reunir pesquisadores suíços, brasileiros e latino-americanos, e estudantes de pós-graduação, bem como administradores públicos e empresários ligados aos problemas urbanos aqui do Brasil.
       As questões a serem expostas e discutidas se concentram em duas grandes linhas: sustentabilidade e mobilidade nas cidades-metrópoles do mundo atual e futuro, e a demanda de infra-estrutura e equipamentos nas cidades metrópoles para eventos de caráter global.
       Em particular, serão debatidos os principais problemas urbanos a serem enfrentados pela cidade do Rio de Janeiro para bem organizar a Copa do Mundo de 1914 e as Olimpíadas de 2016.

 

Extraído de , chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da C&T, no Jornal da Ciência
artigo de José Monserrat Filho
www.fne.org.br

 

 

       Repercutiu bem entre os parlamentares a iniciativa dos líderes dos trabalhadores rurais de fazer uma "radiografia" do mandato dos senadores, deputados federais e estaduais. A ideia também é bem vista pelo diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz.
        "É absolutamente correto", afirmou. Segundo ele, o mesmo procedimento está sendo adotado pelos representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e demais entidades representativas do empresariado brasileiro. "Eles querem saber quem foi aliado ou adversário dos empresários", adiantou Queiroz.
        A proposta da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e das federações estaduais é de elaborar um documento mais amplo. De acordo com Aristides dos Santos, secretário de Finanças e Administração da Contag, o objetivo é ter um diagnóstico completo do mandato dos parlamentares.
        Não querem, portanto, identificar apenas aqueles que, de alguma forma, trabalharam em prol do homem do campo. "É interessante essa abordagem. Nós temos uma agenda comum de cidadania e outra específica (do mandato). Então, assim que o pedido chegar para nós, disponibilizaremos as informações", garantiu o diretor do Diap.
        Para o deputado estadual André Campos (PT), candidato à reeleição, a iniciativa deveria ser seguida por outras entidades sociais.
        "É bom para os filiados e para os políticos. O parlamentar que faz um bom trabalho ganha visibilidade. Além disso, estimula a atuação e o compromisso de cada um com o mandato", observou o petista. O deputado federal Raul Henry (PMDB) segue o mesmo raciocínio.
        Na avaliação dele, a iniciativa é legítima. "As diversas entidades sociais deveriam fazer o mesmo. É assim que se constrói a cidadania. A iniciativa é excelente", destacou o peemedebista, que busca a reeleição.

Mobilização
         Na última quarta-feira, cerca de seis mil trabalhadores rurais participaram do 3º Grito da Terra do Nordeste. Antes de Pernambuco, a manifestação ocorreu no Ceará e no Rio Grande do Norte. Além de uma caminhada de três quilômetros, o evento promoveu oficinas temáticas e debates.
       "A proposta foi sugerida em uma das reuniões. O resultado vai permitir aos nossos filiados um voto consciente. Esse é o nosso objetivo", observou Aristides dos Santos. Todo o processo será acompanhado pelos dirigentes da Contag e das federações estaduais. O diagnóstico deverá ficar pronto em 15 dias.
        Os dirigentes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado de Pernambuco (Fetape) decidiram apoiar a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB) e os candidatos ao Senado, o ex-secretário estadual das Cidades Humberto Costa (PT) e o deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB).
       O petebista, inclusive, tem na segunda suplência o ex-presidente da entidade, José Rodrigues da Silva, 70 anos. O primeiro suplente é o empresário caruaruense Douglas Cintra (PTB).
       A Fetape conta com cerca de um milhão de filiados, cadastrados em 179 municípios do estado.

 

Fonte: Diário de Pernambuco
www.cntu.org.br

 

 

 

 

Participar do grande centro de física europeu, lar do acelerador de partículas LHC, custaria mais de US$ 10 milhões

       O Brasil deve iniciar nos próximos dias o que se pode chamar de um "namoro" mais sério com o Cern (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear), mais importante centro de pesquisas físicas do mundo e lar do superacelerador de partículas LHC.
       Pela primeira vez desde que foi fundado, o Cern admitirá países-membros de fora da Europa, e os brasileiros estão entre os pretendentes.
       O contrato nupcial, por assim dizer, ainda está formulado em termos vagos. Uma portaria do Ministério da Ciência e Tecnologia nomeará em breve uma comissão que ajudará a definir as condições da participação do país no Cern.
       "Custa caro, mas nenhum país ficou pobre até hoje por investir em ciência", brinca Ronald Cintra Shellard, pesquisador do CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), no Rio de Janeiro, e um dos nomes que deverá integrar a comissão.
       A questão dos valores ligados à participação é complicada. Segundo Shellard, se fosse seguido o mecanismo de vincular a contribuição do país ao seu PIB, a "fatia" brasileira ficaria em torno de US$ 100 milhões ao ano.
       "Isso, claro, é impraticável", diz ele. Valores mais razoáveis ficariam entre US$ 10 milhões e US$ 25 milhões.
       José Monserrat Filho, assessor de assuntos internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia, no entanto, afirma que é cedo para cravar qualquer quantia.
       "Um valor mais modesto teria a vantagem de não precisar passar pelo crivo do Congresso, embora, claro, fosse interessante e importante ter a participação dos congressistas na ideia."
       Os valores são altos porque cada experimento no LHC e em outras instalações do Cern custa caro. Shellard calcula em cerca de US$ 12 mil dólares por experimento o custo para cada cientista sênior, "autor de paper" (ou seja, que assina o artigo científico derivado do experimento), sem contar valores menores para doutorandos, por exemplo.
       A colaboração que já existe entre a comunidade brasileira de físicos e o Cern já é considerável. O físico Sérgio Ferraz Novaes, da Unesp, já participa das pesquisas do lugar, por exemplo.
       "Hoje, mais de 70 cientistas brasileiros frequentam o Cern. Creio que os chineses têm apenas uma pessoa a mais do que nós", diz Shellard. A China e outros países emergentes industrializados, como a Índia e a Coreia do Sul, também estão negociando sua transformação em membros do clube europeu.
       A perspectiva de aplicação da colaboração anima Monserrat Filho. "Temos uma perspectiva de alavancar o crescimento científico e tecnológico. A nossa disposição nesse sentido é a melhor possível." A portaria nomeando o grupo de trabalho que ajudará a formular a proposta brasileira deve sair, "na pior das hipóteses", nesta semana, diz ele.
       Além de Shellard, devem integrar o grupo Novaes e Ademar Seabra da Cruz Júnior, da Divisão de Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores.

Para cientistas, acordo pode gerar lucro
       Os cientistas brasileiros defendem que o que está em jogo não é apenas a colaboração mais estreita em um dos maiores empreendimentos científicos da história.
       De fato, os experimentos com colisões altamente energéticas de partículas subatômicas no LHC (erroneamente apelidado de "máquina do Big Bang") provavelmente mudarão a visão sobre como o Universo funciona. Os físicos do LHC estão à caça do bóson de Higgs, partícula prevista por teóricos, mas nunca detectada, que seria responsável por dar massa (o popular "peso") à matéria.
       Mas, além do desafio intelectual, há também a oportunidade para que empresas brasileiras disputem as licitações do Cern (cujo orçamento anual de 664 milhões de euros não é nada desprezível) e ganhem conhecimento valioso com isso.
       Mais do que o valor de contratos individuais, produzir aparato para o Cern equivale à transferência de tecnologia de ponta, única no mundo, e pode ajudar qualquer companhia a criar produtos inovadores e lucrativos, diz Ronald Cintra Shellard, pesquisador do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no Rio.
       "Vi recentemente uma análise dizendo que Portugal só foi afetado de maneira relativamente leve pela crise econômica porque criou uma indústria eletrônica sofisticada, graças em grande parte à participação no Cern", diz. "As consequências econômicas são bastante palpáveis."
        O caminho para transformar o Cern num motor de desenvolvimento, lembra José Monserrat Filho, do MCT, não passa pelas licitações de obras em si, porque, no fim das contas, cada país acaba conseguindo valores equivalentes aos que contribuiu para o projeto. O importante é o clima de inovação e abertura fomentado pela instituição.
       "As pessoas estão até cansadas de ouvir isso, mas o 'www" da internet nasceu no Cern. E, por causa da cultura aberta, essa molecada que está ganhando dinheiro por aí hoje com a internet conseguiu adaptar para usos lucrativos a criação do Cern."
       Mais um benefício imaterial? Inspirar. O Brasil já levou algumas dezenas de professores de escolas públicas de ensino médio para conhecer o Cern, e a expectativa é ampliar essa batelada para centenas. "Esses professores podem mudar a perspectiva dos alunos deles sobre a ciência."

 

Reinaldo José Lopes, Folha de S. Paulo
www.fne.org.br

 

 

 

 

       A Universidade de Brasília, através do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa, promove a partir desta terça-feira (13 de julho) o seminário internacional Encontro de Saberes: A Inclusão das Artes e dos Saberes Indígenas, Afro-Americanos e das Comunidades Tradicionais no mundo Acadêmico.
       O projeto busca promover o diálogo entre os saberes acadêmicos e os saberes indígenas, afro-brasileiros e tradicionais em geral para o processo de reconhecimento de mestres dessas tradições, como docentes no ensino superior, aliando esses dois universos por meio da realização de cursos regulares nas universidades e de outras ações interculturais.
       O seminário internacional é a primeira etapa do projeto e tem como objetivo apresentar iniciativas já realizadas no Brasil e no exterior, de inclusão de protagonistas de conhecimentos tradicionais no ensino superior, além de realizar oficinas de trabalho, envolvendo os mestres docentes, professores da universidade e especialistas convidados.
       A etapa seguinte será a residência, com a participação de cinco mestres de artes e ofícios populares e indígenas e de professores da UnB parceiros do projeto, com o objetivo de preparar a metodologia e os recursos didáticos necessários para a oferta de uma disciplina, etapa final do projeto.
       A disciplina "Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais" será ministrada pelos mestres tradicionais populares e indígenas, junto com os professores parceiros e será ofertada na grade regular de graduação do segundo semestre de 2010 da UnB, acessível a estudantes de todos os cursos.

O evento será dividido em 2 etapas:
       13 e 14/7 - Abertura e apresentação de painéis para debater as experiências de Universidades na América Latina e Brasil que desenvolvem projetos de inclusão de saberes tradicionais em seus cursos, disciplinas e programas de extensão.
       15 e 16/7 - Realização de oficinas de trabalho compostas por mestres indígenas/afro-brasileiros e docentes acadêmicos nacionais e internacionais para discutir metodologias e procedimentos que visam embasar a preparação de cursos que os mestres tradicionais devem ministrar na Universidade de Brasília no segundo semestre de 2010.

       O seminário acontece no Auditório Dois Candangos - Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Educação (Prédio FE 5), Asa Norte, Brasília-DF

 

www.cntu.org.br

 

 

 

 

O setor de infraestrutura e transporte foi o que mais recebeu investimento governamental para a realização da Copa deste ano. Segundo o governo federal sul-africano, mais de 11,7 bilhões de rands (R$ 2,8 bilhões) foram aplicados em melhorias

        Joanesburgo - As melhorias no sistema de transporte são o legado mais evidente da Copa do Mundo de 2010 para a África do Sul. A reforma de estradas, a construção de aeroportos e a criação de uma rede de transporte coletivo prometem mudar a vida da população do país, que recebeu o primeiro Mundial realizado no Continente Africano.
       O setor de infraestrutura e transporte foi o que mais recebeu investimento governamental para a realização da Copa deste ano. Segundo o governo federal sul-africano, mais de 11,7 bilhões de rands (R$ 2,8 bilhões) foram aplicados em melhorias. Os resultados estão nas ruas.
       Em Joanesburgo, principal cidade-sede do Mundial, os habitantes já comentam as mudanças. Apesar de ainda sofrerem com os congestionamentos diários e a ineficiência do transporte público dominado por vans, eles comemoram a construção de obras para o torneio.
      “Vou gastar três vezes menos tempo até a minha casa”, disse Amelie Sadone, passageira do trem que liga o centro de Joanesburgo ao Aeroporto Internacional OR Tambo.
      Aberto ao público três dias antes do primeiro jogo da Copa, o trem percorre 35 quilômetros em 15 minutos. Promete também ser a forma mais confortável e moderna para os que chegam a Joanesburgo ou deixam a cidade pelo seu maior aeroporto.
        Para os que pretendem se locomover dentro da cidade, a criação de linhas de ônibus que circulam em faixas exclusivas de avenidas é a obra considerada mais benéfica. Os veículos chamados de Rea Vaya conectam bairros da periferia, como o Soweto, com os principais locais onde foram realizados jogos da Copa.
        Agora, depois do Mundial, serão os responsáveis por levar os moradores de regiões mais distantes ao centro de Joanesburgo e farão isso cobrando menos do que as vans. Uma viagem de Soweto até o centro pelo Rea Vaya custa 6 rands (R$ 1,40), enquanto a mesma viagem de van custa 7,50 rands (R$ 1,75).
       “O ônibus demora mais, mas é mais barato e confortável”, disse a jovem Nomthadazo Akin, uma das novas usuárias do sistema. “Com certeza, depois da Copa, continuarei usando o ônibus”.
        Sistemas semelhantes ao de Joanesburgo foram implementados também em Pretoria e Port Elizabeth. Na Cidade do Cabo, além de receber 300 novos ônibus, o sistema de transporte coletivo ganhou faixas exclusivas para circulação desses veículos.
       Já Durban ganhou novas estações de trem, enquanto Polokwane, Bloemfontein e Rustenburg tiveram terminais de ônibus e vans reformados para a Copa.
        O professor universitário e coautor de um livro sobre a Copa do Mundo da África do Sul, Udesh Pillay, confirma as melhorias. Apesar de considerar que o Mundial, de forma geral, contribui pouco para o país que o sedia, ele diz que a infraestrutura de transporte é exceção à regra.
       “As estradas, o sistema de transporte público, os aeroportos, isso melhorou muito”, disse ele. “A Copa fez com que obras que deveriam ser feitas há muito tempo fossem iniciadas e concluídas.”

 

Vinicius Konchinski, Juliana Andrade, Agência Brasil
www.fne.org.br

 

 

Utilizando apenas a luz solar, avião faz voo de 26 horas. Objetivo é mostrar a eficiência das fontes de energia renováveis

       O avião experimental Solar Impulse aterrissou na última quinta-feira (8/7) na Suíça, às 9h (horário local; 4h, pelo horário de Brasília), depois de voar 26 horas utilizando apenas energia solar. A aeronave, pilotada por André Borschberg, pousou na base militar de Payerne, observado e aplaudido por uma centena de espectadores. Sob um céu limpo, o protótipo de matrícula HB-SIA percorreu a pista e parou depois de percorrer 100m.
       "É a primeira vez que um avião solar voa durante a noite", comemorou, visivelmente orgulhoso, Bertrand Piccard, aviador e fundador do projeto Solar Impulse, o avião solar que completou nesta quinta-feira, na Suíça, o primeiro voo sem combustível de mais de 24 horas, abre a porta ao uso generalizado das energias renováveis.
       O aparelho poderia, inclusive, ter continuando seu voo. "Ele capta suficiente energia para ganhar altura e passar uma nova noite no ar", declarou Piccard, que recebeu o piloto e ajudou a abrir o cockpit.
       Piccard detalhou que o aparelho tinha, no amanhecer de quinta-feira, energia suficiente em suas baterias para continuar voando mais três horas, uma margem muito maior que a esperada. "É um prazer estar de volta", declarou Borschberg. "Tenho a impressão de continuar no ar", acrescentou este ex-piloto militar de 57 anos.
       O aparelho decolou na quarta-feira, às 6h51, a uma velocidade de 35km/h, da pista da base militar de Payerne, aproveitando um dia radiante. O avião tem como única fonte de energia 11,6 mil células fotovoltaicas que cobrem suas asas e estabilizador e alimentam os quatro motores elétricos, com potência de 10CV cada. Também permitem recarregar as baterias de lítio polímero de 400kg cada.
       Seu peso é muito leve (1.600kg) e as asas têm uma envergadura semelhante às de um Airbus A340 (63,4m). O aparelho demonstrou funcionar bem durante o dia, com um primeiro voo de sucesso em 7 de abril e outros 10 desde então.
       Os painéis solares serviram durante as 14 horas de sol de quarta-feira para carregar as baterias de lítio polimerizado, de 400kg de peso, o que permitiu que o protótipo tivesse energia suficiente para voar durante a noite. "O objetivo de voar sem combustível é mostrar que podemos ser muito menos dependentes da energia fóssil do que se acredita", destacou Piccard.
       A intensidade do sol era tamanha na quarta-feira que o piloto pôde apagar parte do dispositivo que carrega das baterias. No entanto, na última hora do dia, o avião voou muito rápido, impulsionado por forte vento, o que impediu o carregamento adequado.
       Na tarde de quarta, os organizadores decidiram continuar com o voo durante a noite, ao considerar que as baterias estavam suficientemente carregadas para aguentar até o amanhecer de ontem. Para o diretor de voo, Claude Nicollier, foi "um voo magnífico, melhor que o previsto".
       A viagem foi acompanhada pela Federação Internacional Aeronáutica (FIA), que registra os recordes da aviação. Uma primeira tentativa foi cancelada na quinta-feira da semana passada uma hora antes da partida prevista, por causa de uma avaria num componente eletrônico. Depois desse primeiro êxito, a equipe do Solar Impulse, formada por 70 pessoas, espera construir um segundo modelo para dar a volta ao mundo em cinco etapas, com início previsto para 2013 ou 2014.

Pai e avô exploradores
       Bertrand Piccard faz parte de uma família de exploradores e cientistas. Ele é neto de Auguste Piccard, primeiro homem a atingir a estratosfera em um balão em forma de gôndola, em 1931. O pai de Bertrand, Jacques Piccard, usou o batiscafo e bateu o recorde do mundial de descida no oceano, ao mergulhar até 10.916m. O próprio Bertrand, acompanhado pelo inglês Brian Jones, deu a volta ao mundo em um balão em 1999. A dupla percorreu 45.755km em 19 dias, 21 horas e 47 minutos. O voo começou na Suíça e acabou no Egito.

Três perguntas para Bertrand Piccard, fundador do projeto Solar Impulse:

- Quando o senhor teve a ideia de um avião solar?
       A ideia me ocorreu durante a aterrissagem do Breitling Orbiter III (balão com o qual o próprio Piccard deu a volta ao mundo em 1999). Partimos com 3,7t de propano líquido e aterrissamos com 40kg. Disse a mim mesmo: "Não é bom para o meio ambiente. Gostaria de permanecer em voo o tempo que quisesse e voar sem combustível". Nesse momento, nasceu a ideia.

- De onde vem esse espírito aventureiro?
       Vem do gosto de explorar o desconhecido, de explorar novos contextos, de ir mais longe do que a gente acha possível. É o que vi durante toda a minha infância com o meu avô (Auguste) e meu pai (Jacques), e verdadeiramente é isso que me interessa na vida.

- Quanto à energia solar, foi seu avô quem o influenciou?
        Meu avô já tinha escrito, em 1943, um grande artigo científico sobre a energia fotovoltaica. Sempre ouvi falar nas preocupações ambientais, graças ao meu pai e ao meu avô. Para eles, era muito importante proteger o meio ambiente e utilizar a tecnologia para consegui-lo. Hoje, existe a tecnologia, existem as soluções. O que se deve fazer é dar às pessoas vontade de utilizá-las, porque não são usadas. As soluções atuais permitem poupar cerca de 50% do petróleo que a nossa sociedade utiliza. Há 11 anos, as tecnologias para poupar energias fósseis não eram tão eficazes, estavam em seus primórdios. Agora, passamos a fronteira das energias limpas, que estão disponíveis, mas que são pouco ou nada utilizadas por falta de vontade política.

 

Fonte: Correio Braziliense
www.fne.org.br

 

 

 

 

 

       Cientistas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos EUA conseguiram isolar as duas moléculas no sangue de um paciente contaminado, que foram batizadas VRC01 e VRC02. Ambas seriam capazes de impedir a disseminação do vírus pelas células do sistema imunológico ao se conectarem com um receptor usado pelo vírus para se juntar a estas células e infectá-las.
       - Estou mais otimista em relação à uma vacina contra a Aids hoje do que provavelmente jamais estive nos últimos dez anos - afirmou Gary Nabel, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, coordenador do estudo.
       Um dos principais desafios na criação de uma vacina contra o HIV que funcione em qualquer parte do mundo está no fato de o vírus da Aids, assim como o da gripe, sofrer mutações constantes, como forma de enganar o sistema imunológico. Como consequência, é enorme o número de variantes do HIV em circulação.
       Os anticorpos descobertos, no entanto, imitam a forma como as células CD4, do sistema imunológico, se acoplam a uma estrutura que está presente em quase todos os subtipos conhecidos do HIV.
        - Os anticorpos se conectam com uma parte virtualmente imutável do vírus e isso explica por que podem neutralizar uma gama tão extraordinária de variantes - explica o médico John R. Mascola, vice-diretor do Centro de Pesquisa de Vacinas do instituto americano e um dos autores do estudo.

Ataque contra 90% dos subtipos do HIV
        Segundo os cientistas, os anticorpos impediram em laboratório que mais de 90% de todas as variantes do HIV contaminassem células do sistema imunológico, podendo ser usados tanto na fabricação de uma vacina quanto na criação de novos métodos de tratamento.
       Além disso, o método utilizado para isolar os anticorpos poderá ser usado na pesquisa de outras moléculas do tipo que combatam doenças diferentes.
       - A descoberta destes anticorpos tão abrangentes e a análise estrutural de como eles funcionam são importantes avanços que vão acelerar nossos esforços para encontrar uma vacina preventiva contra o HIV de uso global. Mas também a técnica usada pela nossa equipe para encontrá-los representa uma nova estratégia que pode ser usada na formulação de vacinas contra muitas outras doenças infecciosas - destacou Anthony S. Fauci, diretor do instituto.
       Os pesquisadores encontraram os anticorpos por meio de uma nova marcação molecular desenvolvida pelo próprio instituto que permitiu acharem as células específicas do sistema imunológico que os produzem.
       Posteriormente, eles determinaram a estrutura atômica da forma como o VRC01 se conecta com o HIV. Com isso, afirmam, já começaram a desenhar componentes de uma possível vacina que ensine o corpo humano a criar anticorpos similares ao VRC01 e efetivamente previna a contaminação.
       Os anticorpos até então desconhecidos foram encontrados em pacientes chamados não-progressores, ou seja, aqueles que, embora estejam infectados pelo vírus, não desenvolvem a doença. Cientistas estudam o sistema imunológico dessas pessoas em busca de pistas para o combate e a prevenção da doença. Aparentemente, no entanto, o organismo só produz tais anticorpos depois da infecção. Ou seja, a doença pode não se desenvolver, mas o vírus está lá. Uma vacina, no entanto, poderia ajudar o organismo a ter uma resposta mais rápida.
      - Essa é parte do problema que temos ao lidar com o HIV. Quando a pessoa é infectada, o vírus está sempre à frente do sistema imunológico - explicou Nabel. - O que estamos tentando fazer é uma vacina que chegue antes do vírus.

Mais de 33 milhões estão infectados
       Atualmente, mais de 33 milhões de pessoas em todo o mundo convivem com o HIV e pelo menos 2,7 milhões são contaminadas pelo vírus por ano.
       E, apesar da expansão do tratamento para nações mais pobres, só uma em cada oito pessoas infectadas tem algum acesso a terapias antirretrovirais, enquanto muitas mais estão expostas devido à falta de medidas preventivas contra sua disseminação, principalmente na África.
       Para tentar conter a epidemia e discutir novas alternativas de prevenção e tratamento, como os anticorpos recém descobertos, mais de 20 mil pesquisadores de Aids vão se encontrar no fim deste mês em Viena.
       A escolha do local responde a uma nova fronteira de expansão do HIV, já que a capital austríaca é considerada a "porta de entrada" da Europa Oriental. Hoje, a região já tem mais de 1,5 milhão de pessoas contaminadas e a doença se espalha cada vez mais rápido em países como Rússia e Ucrânia, que concentram cerca de 90% dos doentes.

 

Fonte: O Globo
www.fne.org.br

 

 

Receba o SEESP Notícias *

agenda