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“Este momento aqui muda vidas. Muda futuros”. As frases ecoam no Centro de Convenções da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, na manhã ensolarada desta quinta-feira, 22 de junho. Em dois dias, esse espaço recebeu a visita de 17,5 mil jovens. Aqui eles encontraram algumas respostas que os ajudarão a tomar uma das decisões mais fundamentais de suas vidas: a escolha profissional.
As frases que iniciam este texto mostram a essência do que é a "Feira USP e as profissões" sob a perspectiva do professor Marcelo de Andrade Roméro, pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da USP. Para ele, a feira é capaz de mudar vidas ao tornar possível o que parecia impossível a muitos desses jovens, que acreditavam não ter nenhuma chance de ingressar na USP e, durante o evento, deixam de enxergá-la como inatingível: “Muitos jovens e famílias acham que a USP é paga e levam um susto quando descobrem que estudar aqui é de graça”.
A feira também pode alterar completamente o rumo desses jovens quando apresenta a eles um leque de oportunidades que, antes, não conheciam. “Nesse evento, o que os institutos mostram são exemplos do que os estudantes podem fazer ao entrar na USP. Tem robôs, tem experiências e experimentos. Então, às vezes o jovem vê aquilo e fala: nossa, eu quero fazer isso!”, disse Roméro.

O estudante Vitor Teixeira, 17 anos, da Escola Estadual Urias Braga Costa, de Araraquara, viveu essa experiência transformadora. Ao sair do centro de convenções em direção ao ônibus que o levaria de volta à escola, ele revelou: “Acabei decidindo o curso que eu quero fazer nessa feira. Eu até tinha uma ideia do que ia fazer, mas agora tenho um caminho.” Antes de chegar aqui, ele pensava em seguir duas carreiras bem distintas: Direito ou Ciências da Computação. Ao sair do estande do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), a indecisão ainda existia, mas já não era entre campos diferentes do conhecimento: “Acabei decidindo fazer Ciências da Computação ou Estatística. O que me fez mudar de ideia foi a explicação. Eu vi que uma faculdade de exatas não é um bicho de sete cabeças. No estande, me explicaram coisas que eu entendi e acabei relacionando com a minha vida.” Vitor diz que não sabia nada sobre a área de estatística e que não conhecia o curso: “Eles explicaram que a estatística está em tudo no nosso mundo e acabei me interessando.”
A estudante Tiffany Amorim, 16 anos, da Escola Técnica Estadual Francisco Garcia, de Mococa, também vislumbrou novos caminhos na feira. Ela não pensava muito sobre fazer uma universidade no futuro, mas sentia uma atração pela área de veterinária. Porém, ao visitar o planetário itinerante do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CePOF), que é sediado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), mudou de ideia. Está pensando em cursar algo na área de astronomia.
”O ensino médio é um momento de decisões, de várias dúvidas. A feira é uma oportunidade para esses estudantes verem, na prática, como fazer a melhor escolha da profissão”, explica o professor Cristiano Ramos, do Centro Educacional Sesi 110, de Bebedouro. Ele veio de lá com dois ônibus, duas professoras e a coordenadora pedagógica da escola, trazendo alunos do primeiro, segundo e terceiro anos do ensino médio. “A maioria desses estudantes vai ter uma visão diferente do que é a universidade depois da visita. Para alguns, a USP é algo muito distante da realidade. Eu sempre estudei em escola pública e tive amigos que fizeram USP. Então, é algo possível, não é tão impossível como eles imaginam”, conclui o professor, que se formou em Geografia na Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), em Presidente Prudente.

Interior e capital – Iniciativa da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), por meio do Programa USP e as Profissões, a feira possui ainda uma edição que acontece na Capital, a qual também é realizada anualmente e reúne todas as unidades da instituição. Neste ano, acontecerá nos dias 24, 25 e 26 de agosto próximo, no Parque de Ciência e Tecnologia da USP.
Já a edição campi interior da "Feira USP e as Profissões" é itinerante e ocorre, a cada ano, em uma das cidades que abrigam um dos seis campi da universidade: Bauru, Lorena, Piracicaba, Pirassununga, Ribeirão Preto e São Carlos. Nesses municípios, são oferecidos 66 cursos de graduação, totalizando 3.545 vagas no interior do Estado de São Paulo.

“O Grupo Coordenador das Atividades de Cultura e Extensão Universitária do Campus de São Carlos recebeu com muita honra a tarefa de organizar essa feira”, ressaltou o coordenador do evento, professor Eduardo Nobuhiro Asada, da Escola de Engenharia de São Carlos (Eesc). “Notadamente, ano a ano, há um aumento expressivo no número de participantes. Tivemos, nesse evento, mais de 12 mil inscritos, sendo a maioria de grupos escolares compostos por, aproximadamente, metade de escolas privadas e a outra metade de escolas públicas. O alcance também ultrapassa o Estado de São Paulo. Houve grupos inscritos oriundos de Brasília e dos estados do Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro, perfazendo um total de 128 cidades”, completou o docente, durante a abertura.
Além de oferecer orientação sobre os cursos, a feira contou com atividades como orientação profissional, palestras, apresentações artísticas e culturais e exibição de projetos de grupos extracurriculares. Na tenda cultural montada em frente ao centro de convenções, os estudantes puderam se divertir e aprender com shows de física e de química.

“Esse tipo de feira, em que a USP se coloca à disposição da sociedade e mostra a universidade, é uma das funções de extensão mais importantes que realizamos”, disse o pró-reitor de Pós-graduação, Carlos Gilberto Carlotti Jr., à abertura. Ele também revelou que fez toda a sua formação em escolas públicas: do jardim de infância ao pós-doutorado. Depois da cerimônia, falou sobre sua trajetória. Em 1978, ingressou na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, logo depois de concluir o ensino médio, sem passar pelo cursinho: “Tive grandes professores na escola pública e fico chateado com essa mudança de hoje, em que o aluno da escola particular tem mais facilidade para entrar na universidade. Acho que foi uma perda que tivemos. A minha proposição é nós nos aproximarmos muito da escola pública, porque assim vamos melhorar a qualidade dessas escolas e esses meninos e meninas vão ter maior chance de entrar na universidade.”
Enquanto circulava pelos estandes do Centro de Convenções, o secretário-geral da USP, Ignácio Maria Poveda Velasco, contou: “O que a gente sempre vê nessas feiras é o brilho no olho dos jovens. Eu percebo que existe neles a expectativa, o desejo de um futuro melhor. É isso que a USP representa para todos os jovens no Brasil. E enxergar um futuro melhor depende do conhecimento e da informação, algo que a feira pode trazer a eles.”
Realmente, se em 1977 houvesse uma feira como essa, o impacto na vida do pró-reitor de Cultura e Extensão Universitária da USP seria incalculável. Graduado em arquitetura e urbanismo, Marcelo de Andrade Romero conta que gostava de arqueologia, de engenharia florestal e de astronáutica. Só tomou a decisão sobre qual carreira seguir depois de conversar com a família e ouvir de seu pai: “Você é arquiteto, nem tenta mudar!”. Aos cinco anos, Romero já fazia as plantas das casas e adorava isso. “Eu não me arrependo de ter estudado arquitetura. Mas se eu fosse a uma feira e tivesse visto experimentos, poderia ter seguido outra área. Eu sinto que talvez tivesse ido para a física.” O relato de Romero revela, mais uma vez, o quanto a "Feira USP e as Profissões" é uma experiência capaz de mudar vidas e futuros.

 

Texto revisado da Assessoria de Comunicação do ICMC/USP
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

Duas notícias aparentemente antagônicas marcam a economia brasileira na semana, segundo o Jornal da USP. De um lado, a queda de 0,96% em maio na arrecadação dos impostos e tributos federais em relação ao mesmo mês do ano passado, e que faz deste o pior desempenho para maio desde 2010. Em valores, a arrecadação foi R$ 97,694 bilhões.

Por outro lado, o mês de maio apresentou um dado positivo, ainda que tímido. A criação de empregos com carteira assinada foi positiva pelo segundo mês seguido. Foram criadas 34.253 vagas, segundo o Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho.

O setor agropecuário foi o grande responsável pelo crescimento na geração de empregos formais, com 46 mil novas vagas. Já o comércio foi o setor que mais demitiu, com mais de 11 mil baixas.

No meio disso tudo, o governo segue enfraquecido. Não conseguiu aprovar o relatório da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, onde parecia ter vitória garantida. Segundo o professor Luciano Nakabashi, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da universidade, analisou o cenário atual. Para ele, a incerteza política interfere negativamente na agenda econômica e a queda na arrecadação de tributos preocupa muito. Isso reflete, avalia o professor, dificuldades na retomada da produção e na geração de renda. Já o aumento de criação de vagas é ainda muito tímido, apesar de positivo, sendo ainda insuficiente para apontar qualquer tipo de mudança na economia ou o fim da recessão. 

 

Reprodução de notícia do Jornal da USP
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

“Hoje a gente só percebe o rio quando ele transborda ou cheira mal. Ou seja, só de uma forma negativa. Apesar de a água refletir a luz do sol e render uma paisagem bonita, só percebemos o rio quando ele paralisa automóveis.” A melancólica constatação é do arquiteto José Paulo Neves de Gouvêa, pesquisador da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP).

Segundo dados do Instituto Trata Brasil, apenas 47% dos dejetos recebem tratamento atualmente na região Sudeste do País – os que não recebem vão parar em rios e represas, corroborando o diagnóstico de Gouvêa. Não por acaso, nomes como Tietê e Pinheiros se tornaram símbolos do descaso com o qual o governo trata seus rios.

Com o objetivo de compreender como os rios da capital paulista chegaram a esse estado de degradação, o arquiteto realizou uma pesquisa que culminou em tese de doutorado defendida na FAU. “Eu queria entender qual foi o processo histórico que levou os rios a ocuparem uma posição tão desprivilegiada na cidade como hoje”, revela. Seu trabalho analisa como se deu a apropriação privada dos rios de São Paulo e sua participação na produção do espaço da cidade, aprofundando aspectos relativos ao desenvolvimento social, político e econômico, desde sua fundação no século 16 até o início do século 20.

Partindo das obras de canalização dos rios Tamanduateí, Tietê e Pinheiros, a pesquisa traçou um recuo histórico até o momento em que os rios e córregos de São Paulo se constituíam como um bem comum e sua principal característica era o uso de suas águas e terras.

Mapeando a história
Filho de geógrafos, Gouvêa trabalhou sua pesquisa intercalando resgate histórico, estudo e elaboração de mapas. “No meu mestrado eu estudei cartografia histórica em São Paulo para entender a relação da cartografia com o desenvolvimento da cidade, e a pesquisa coincidiu com o doutorado”, afirma ele. Os mapas foram então utilizados para que o arquiteto pudesse formar uma ideia ampla sobre como os rios influenciaram a cidade e como a cidade influencia o estado atual dos rios.

Margeando a pesquisa pelos rumos do desenvolvimento paulistano, o arquiteto pontuou os principais rios da cidade, inicialmente, como fontes de subsistência. “Por vários séculos a cidade usava esse bem comum, as pessoas subsistiam a partir dele. Paulatinamente, começou a nascer uma relação com a água e com o rio que já intermediava trabalho”, conta ele, ao lembrar de funções que não mais existem como a de aguadeiro, um grupo de profissionais constituído geralmente de imigrantes portugueses que pegavam a água do rio e a vendiam fora. “Era um verdadeiro serviço de distribuição de água em tonéis”, diz.

De 1850 até o começo do século 20, com o desenvolvimento da propriedade privada como a conhecemos hoje e, em especial, da apropriação privada da natureza, a realidade urbana interferiu na relação dos paulistanos com os rios e eles deixaram de ser uma fonte de subsistência. “Primeiro, porque foram poluídos e, segundo, porque todas as margens já estavam ocupadas por lotes que foram fundamentais para o crescimento da cidade”, descreve o autor do estudo ao destacar que esse crescimento foi baseado no que chamou de uma “expropriação de um bem comum”. “E isso é uma condição do crescimento de quase todas as cidades”, reitera.

Com a meta de empregar imigrantes e ex-escravos, o governo e a iniciativa privada instauraram uma lógica moderna de mão de obra que não mais podia permitir que a população encarasse os espaços dos rios como bens comuns. “É o princípio da propriedade privada que acabou engendrando o espaço”, sumariza ele.

Somando movimentos migratórios à chegada de novos serviços urbanos, providos por companhias estrangeiras, o final do século 19 se configurou em uma transformação radical para a cidade de São Paulo. Um processo tão extremo que, de acordo com o arquiteto, é distinto tanto de cidades europeias quando de capitais sul-americanas.

Nas primeiras décadas do século 20, São Paulo enfrentou uma série de enchentes que atingiu seu ápice em 1929. Para sanar a subida dos rios, empresas como a Light & Power, de capital canadense e responsável pela formação da Represa de Guarapiranga, em 1907, obteve a concessão do governo federal para retificar, canalizar e inverter o curso do Rio Pinheiros. Paralelamente, a prefeitura municipal se responsabilizou por obras no Rio Tietê e São Paulo sofreu o que Gouvêa classificou como “um ponto de inflexão”.

“Os rios foram retificados, as várzeas foram saneadas. A cidade pôde ocupar espaços e eles sumiram. Rodovias foram instaladas e isso praticamente consolidou o tipo de relação que a cidade tem com os rios até hoje”, explica o arquiteto. Para ele, é fundamental compreender como, em uma esfera tanto simbólica quanto factual, terra e água foram separados.

Na visão do pesquisador, em 30 anos, São Paulo migrou de uma cidade pequena para uma cidade grande e isso ainda reverbera na identidade da capital. “Até hoje, nós não temos nenhum espaço dela que possamos considerar um bem comum”, reflete.

Um novo entendimento sobre rios
Não são poucos os projetos e pesquisas que almejam a despoluição dos rios paulistanos, entretanto, Gouvêa não acredita que exista uma solução direta para um problema que está encalacrado nas políticas que formaram São Paulo.

“O rio hoje é a manifestação da forma como a gente vive”, reflete ele. “O agravante é que a gente não vê o rio e o fato de termos rodovias instaladas ao lado dos rios impossibilita qualquer tipo de identificação e ação”, lamenta.

Com canais administrados pelo governo do Estado e as margens pela prefeitura municipal, os rios da capital paulista enfrentam uma série de entraves políticos que dificultam sua gestão conjunta. “O rio foi separado entre terra e água, e nós teríamos que articular um pensamento que tornasse o rio de novo uma unidade”, argumenta o especialista ao apontar que, na escala de urgência das agendas políticas, os rios estão listados como uma prioridade menor.

Para Gouvêa, a melhor alternativa seria criar estratégias mais radicais de reaproximação da população com os rios, num esforço que superasse ações de embelezamento e que, verdadeiramente, educasse gerações futuras.

A tese "A presença e a ausência dos rios de São Paulo: acumulação primitiva e valorização da água" foi orientada pela professora Angela Maria Rocha, da FAU, e pode ser acessada nesse link.

 

Reprodução de notícia do Jornal da USP
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) informa que, nesta semana, a fase de comissões técnicas se encerra em relação à chamada reforma trabalhista (PLC 38/17). A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado realiza, na terça-feira (27/6), duas audiências públicas — uma pela manhã e outra à tarde — sobre o projeto. 

Na quarta-feira (28), o colegiado vota o parecer favorável do relator, senador Romero Jucá (PMDB-RR). A matéria passou antes pelas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS). Na primeira o relatório favorável ao texto aprovado pela Câmara foi aprovado. Na segunda, foi rejeitado.

Votos em separado
Como aconteceu na CAE e CAS, até o momento, foram apresentados dois votos em separado. Um é do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) e o outro, do senador Paulo Paim (PT-RS), que tem liderado a oposição ao projeto do governo.

Antes de votá-lo, os autores dos votos vão lê-los, a fim de fazer uma contraposição ao parecer do relator, que é favorável ao texto aprovado na Câmara. O senador Paim manifesta-se pela inconstitucionalidade do projeto e, no mérito, pede sua rejeição.

Tramitação
Após o projeto ser examinado pela CCJ, independentemente do resultado, a matéria vai à votação em plenário. O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que poderá apresentar requerimento de urgência após passar por essa comissão. Disse também que vai apresentar requerimento de preferencialidade para o texto aprovado pela CAE. O governo quer votar o projeto antes do recesso parlamentar, que começa no dia 17 de julho.

 

Publicado por Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Informações do Diap

 

 

 

 

 

 

 

Neste sábado (24/06), das 10h às 12h, será realizada uma festa para comemorar os 80 anos de nascimento do jornalista Vladimir Herzog, assassinado durante a ditadura civil-militar em outubro de 1975. Nesse mesmo dia haverá o “batismo" da banca de jornais - localizada próximo à Praça Memorial Vladimir Herzog (confira localização aqui) – que passará a ser “Banca Jornalista Vladimir Herzog”. Na oportunidade, haverá o lançamento de livros e sessão de autógrafos com o teólogo e filósofo Leonardo Boff. Outro lançamento será o do aplicativo #SP64, que utiliza geolocalização para apontar pontos da cidade de São Paulo relacionados à história da ditadura.

Também será lançado o livreto "A história não contada do Jornalista Vladimir Herzog", escrito pela graduanda em jornalismo Caroline Simões sob orientação do jornalista e professor Ronald Sclavi.

Foto: Instituto Vladimir Herzog
Herzog foi assassinado pela ditadura civil-militar do País.

Pela democracia
O Instituto Vladimir Herzog, criado para celebrar a vida de Vladimir Herzog, baseia sua visão e sua missão na trajetória do jornalista, morto pela ditadura que dominou o Brasil entre 1964 e 1985. A carreira jornalística de Vlado – como era conhecido – o levou a alguns dos mais importantes órgãos de imprensa brasileira e internacional, como o jornal O Estado de S. Paulo, a TV Excelsior, a BBC de Londres e a revista Visão.

Em 25 de outubro de 1975, quando era diretor de jornalismo da TV Cultura, foi torturado até a morte após se apresentar voluntariamente para responder a um interrogatório. Em 31 de outubro, com a imprensa censurada, uma multidão de mais de 8.000 pessoas se reuniu na Catedral da Sé de São Paulo para um culto ecumênico pela alma de Vladimir Herzog, soltando, dessa forma, um corajoso brado de solidariedade, dor e revolta que se espalhou pelo país.

Em 1978, em consequência de um processo aberto pela família Herzog, o Estado brasileiro foi condenado por sentença judicial como responsável pela prisão, tortura e morte do jornalista, reparando a falsa versão de suicídio. Nesse mesmo ano, a família Herzog, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e outras organizações criaram o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que se tornou importante referência no país, sendo entregue anualmente aos autores das melhores reportagens sobre os dois temas. Mais de 500 jornalistas já foram distinguidos. Em junho de 2009, a família e um grupo de amigos e ex-colegas de Vlado decidiram criar o Instituto Vladimir Herzog, para conhecer e implementar ações que reforcem os valores da democracia.

O Instituto com sede em São Paulo realiza atividades voltadas a diferentes áreas dos Direitos Humanos, preservando a história recente do brasil com livros e documentários, realizando ações culturais como concertos, peças de teatro e projetos educacionais na forma de palestras, cursos e prêmios.

Conheça mais sobre a história e a iniciativa no vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=LXXUTpfqi8g

 

Publicado por Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Com informações e textos do Oboré Projetos Especiais em Comunicações e Artes

 

 

 

 

 

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) acaba de lançar a Nota Técnica (NT) nº 183, de junho, que aborda os riscos da privatização do setor de saneamento no País. Segundo o trabalho, o “governo federal está empreendendo um amplo programa de privatizações, Programa de Parcerias de Investimento (PPI), que abrange diversas companhias estaduais de saneamento e poderá ser uma ameaça à universalização desses serviços no Brasil”. E prossegue: “Na contramão do que vem ocorrendo em diversos países, onde há uma tendência generalizada de reestatização desses serviços, o governo brasileiro tem acenado com incentivos para que o setor privado adquira o controle das maiores empresas de saneamento do País”.

O estudo aponta que “há grandes chances de a operação do setor recair sobre empresas estrangeiras”. Entre essas, relaciona, estão grupos chineses, japoneses, franceses, canadenses, entre outros. Como forma de atrair a iniciativa privada e o capital estrangeiro, o governo admite, inclusive, a necessidade de alterações no atual modelo de regulação da economia brasileira, alerta a NT. Portanto, o PPI tem como objetivo principal designar ao Estado o papel de “regulador” e acabar com qualquer “entrave burocrático”, inclusive ambiental, para a transferência de empresas estatais para a iniciativa privada.

>> Leia o estudo na íntegra aqui

 

Publicado por Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

 

O Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST) se reuniu, na quarta-feira (21/06), em Brasília, para avaliar o novo cenário da luta contra as reformas do governo Temer, após a rejeição na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado do relatório da reforma trabalhista. Na terça (20), o texto apresentado por Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que reproduzia a proposta da Câmara, foi derrotado por 10 votos a 9.

Com representantes das 19 confederações que integram o fórum, ligados a diferentes centrais sindicais, o encontro decidiu fortalecer o cronograma de trabalho conjunto pela preservação dos direitos trabalhistas e previdenciários.

A Agência Sindical conversou com Artur Bueno de Camargo, coordenador do FST e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Alimentação (CNTA Afins). Ele aponta que o objetivo é intensificar o trabalho parlamentar no Senado, além da atuação nos Estados junto às suas bases eleitorais, a fim de garantir que a tramitação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/17 não avance. "O Fórum orienta os sindicatos de todo o País, em cada segmento representado pelas confederações, a manter forte presença nas empresas. Vamos continuar o trabalho de esclarecimento aos trabalhadores sobre o conteúdo nocivo das reformas e reforçar as mobilizações até o final de junho", afirmou.

Audiências
A proposta é sensibilizar parlamentares sobre o abismo de precarizações nas relações de trabalho e da fragilização na organização sindical brasileira. Os sindicalistas também aprovaram continuar fazendo audiências públicas nas Assembleias Legislativas, para ampliar o debate sobre as reformas trabalhista e previdenciária.

O coordenador do Fórum explicou que a meta é integrar também setores do empresariado. "Enviamos ofícios para entidades patronais, alertando sobre a responsabilidade assumida por elas ao apoiarem a reforma trabalhista. A CNI respondeu e marcou uma reunião com o FST, dia 29. Nós iremos até eles. Até porque, se essa reforma for aprovada, eles não poderão alegar desconhecimento sobre seus efeitos nocivos", contou o dirigente.

Mídia
A comunicação integrada das entidades junto às bases foi outro ponto destacado pelos presentes. Segundo Artur, a proposta é intensificar, de forma padronizada, a comunicação nos Estados e municípios, a fim de reforçar a pressão popular e o movimento sindical.

 

 

Publicado por Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Informação da Agência Sindical

 

 

 

 

 

O engenheiro Ozires Silva, um dos criadores da Embraer, fez a palestra magna no Seminário "Tecnologia, inovação e soberania", promovido pelo Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS), nesta quinta-feira (22/06), em comemoração aos 75 anos de fundação da entidade sindical. Na ocasião, ele narrou a trajetória da indústria aeronáutica brasileira, falou sobre desenvolvimento tecnológico como fator de consolidação da soberania nacional e sobre a crise na engenharia. Para ele, deve-se punir os indivíduos que cometem crimes, mas não se deve destruir as empresas que ajudam o desenvolvimento do País.

Em 1965, Silva preparava um relatório para a Força Aérea Brasileira (FAB). Os dados mostravam que a aviação civil nacional vinha diminuindo de tamanho: diversas cidades pequenas e médias, que eram servidas por aeroportos regionais, perdiam passageiros por conta de uma mudança tecnológica que não fora acompanhada pela infraestrutura aeroportuária nessas localidades. Os aviões a jato, maiores, precisavam de pistas mais extensas e com pisos específicos.


Foto: Guilherme Santos/Sul21
Ozires Silva: “Veja, por exemplo, se o governo coreano fala mal da Samsung. Houve corrupção
recentemente descoberta. 
E a empresa continua produzindo e vendendo”.

Três anos depois, às 6h de uma manhã de outubro, um avião novo decolava do Centro Técnico Aeroespacial, em São José dos Campos (SP). Mais flexível, ele fora construído em um galpão que parecia mais "uma marcenaria", às margens da Via Dutra, do que um hangar. Era a primeira versão do Bandeirante, o primeiro turboélice que viria a ser produzido pela Embraer - empresa que recém começava a ser gestada, entre outras pessoas, pelo engenheiro Ozires Silva. "Mais espantoso do que a decolagem foi o avião ter pousado", brincou.

"O mundo está presente no Brasil; nosso país, entretanto, não está no mundo inteiro. Isto não é uma crítica, é um pedido de atenção à oportunidade", disse. O evento do sindicato gaúcho lotou o Teatro da Pontifícia Universidade Católica (PUC). O engenheiro falou sobre sua experiência na criação e gestão da Embraer, além da importância da criação de tecnologia e produção de inovações por parte do empresariado brasileiro.

"Foi uma fala muito satisfatória por sua mensagem. O Ozires é um homem de 86 anos, entusiasmado, que passa uma mensagem de não desistir, com a experiência fantástica que ele teve - e também porque fala sobre a educação e que tudo parte daí, inclusive a soberania. É o mais importante para nações que querem vencer. E havia mais de 200 estudantes na plateia, entre os cerca de 600 que assistiam à palestra, sem contar quem acompanhava pela internet", avaliou o presidente do Senge, Alexandre Wollmann.

Silva conta que o avião Bandeirantes, tecnicamente chamado de Embraer EMB-110, aeronave utilizada para transporte civil e militar, foi bem sucedido porque contemplava uma necessidade daquele tempo - e que isso é essencial ao se pensar em inovação tecnológica. Líderes do mercado mundial, à época, disseram que o projeto se tratava de uma "tolice"; a Cessna, fabricante estadunidense de aviões menores, chegou a dizer que não havia sentido na ideia. Ozires conta que chegou a "sentir alívio" ao saber que grandes empresas não percebiam a existência daquele nicho de mercado.

Os Estados Unidos, entretanto, viviam uma situação descrita como "dramática" na aviação regional - e aí havia uma oportunidade para que a Embraer competisse em um mercado completamente novo para uma instituição brasileira. Ele lembra que o país nunca desenvolveu tecnologia no desenvolvimento de automóveis, mas, na aviação, ocupa posição importante.

A ideia de criar produtos que satisfazem uma gama variada de necessidades, disse o engenheiro, foi o maior acerto da política da empresa: "é preciso fazer o que o mundo quer, e não o contrário", ilustrou. Assim surgiu o Xavante, avião militar desenvolvido em parceria com italianos; ou Ipanema, aeronave destinada a uso agrícola desenvolvida em um ano e meio; ou o avião Brasília, o primeiro a ter cabine pressurizada a ser produzido pela Embraer.

"Não é suficiente fazer um belo trabalho de engenharia. Se você for a alguma universidade, vai encontrar tecnologias espetaculares. Se não forem levadas ao mercado, porém, não têm valor algum", argumentou.

A Embraer é uma das poucas multinacionais latino-americanas desse porte, empregando cerca de 20 mil pessoas - e, entre essas, mais de três mil engenheiros dedicados à inovação. Hoje, a empresa ocupa o quarto lugar no mercado mundial de fabricação de aviões. Criada como sociedade de economia mista, em 1969, Ozires foi seu primeiro presidente. Foi ele, a partir de 1991, que conduziu o processo de privatização da empresa, no contexto da crise econômica do final da década de 1980 - e conta que se optou, naquele momento, pela necessidade da existência de capitais nacionais para a venda.

Nós vemos, hoje, por exemplo, o problema dos automóveis. Fala-se em poluição, que o motor do automóvel é pouco eficiente - e é verdade. Criamos o etanol e estamos matando-o. O único país do mundo que tem uma rede de distribuição de um produto biodegradável. Brasileiro virou especialista em cortar o caminho dos próprios brasileiros.

Silva falou sobre os "ingredientes fundamentais" para o sucesso de uma empresa baseada na engenharia. Ele atribui à educação - sobretudo dos engenheiros formados pelos institutos militares da época - um dos pilares de fundação da Embraer; citou o exemplo da Coréia do Sul e da China, países que até o final do século XX eram consideradas economias secundárias, e, pelo avanço tecnológico, mudaram de posição na divisão internacional do trabalho. Ele diz que a criação de produtos com alto valor agregado - ao contrário do Brasil, que vende commodities baratas e compra tecnologia cara - é a saída para "uma conta que não fecha". A capacidade de inovação, segundo ele, não se define apenas pela criação de novas tecnologias, mas também pela adaptação e pelo aperfeiçoamento de técnicas já existentes.

Cético quanto à capacidade dos governos em resolver as crises, Silva diz que é preciso atitude, "da nossa parte, de dizer que nós somos os responsáveis pelo nosso país, e não transferi-la para os políticos, que devem obedecer a nós - e não o contrário". Ele afirma que é otimista em relação ao futuro do país, por suas vocações naturais e qualificação técnica, apesar do mau momento econômico. "Essa é crise é nossa? Eu diria que não. É do governo. E ele está nos impondo essa crise a ferro e fogo. Quantas pessoas, neste tempo, deixaram de se alimentar, de ter emprego, de levar as crianças para a escola?".

A respeito das consequências dos recentes escândalos de corrupção para empresas brasileiras baseadas na engenharia, Ozires diz que não se pode correr o risco de danificar a imagem das empresas, a despeito das punições necessárias a indivíduos. "Quem tem culpa são as pessoas que encontraram oportunidade fora dos comportamentos éticos que precisamos ter em nossa sociedade. As pessoas têm que ser punidas. Agora mesmo a Odebrecht foi proibida de fazer negócios na Colômbia. É intolerável fazer uma coisa dessa natureza. Veja, por exemplo, se o governo coreano fala mal da Samsung. Houve corrupção recentemente descoberta. E a empresa continua produzindo e vendendo", afirmou.

Alexandre Wollmann fez uma avaliação parecida com a de Ozires Silva, e, para ele, o sindicato deve se propor a fazer debates cujos temas têm a ver com a sociedade brasileira. "O caso deste seminário cai como uma luva. Digo isso porque há uma tendência a manchar a engenharia brasileira, sobretudo desde a Lava Jato. Os casos da Odebrecht e da Petrobrás são emblemáticos por conta do cenário político atual no Brasil - um país que se encontra parado, engessado. Por isso quisemos trazer casos de sucesso como o da Embraer, nesta manhã, ou o da Petrobrás, à tarde, uma empresa que desenvolveu tecnologia para explorar petróleo em profundidade. Tudo isso é fruto da engenharia nacional. Temos, por isso, certeza que pode estar aí um dos pilares da retomada do crescimento".

 

Publicado por Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Reprodução de notícia do Sul21/Gustavo Mascarenhas

 

 

 

 

Cientistas e professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) lançaram, nesta quinta-feira (22/06), no campus da instituição, na Praia Vermelha, zona sul do Rio, um contador digital inédito no País denominado tesourômetro com o objetivo de revelar ao público, minuto a minuto, as perdas do financiamento federal voltado para as áreas de ciência e tecnologia, nos anos de 2016 e 2017, em relação a 2015.

A inauguração do painel marca o lançamento da campanha de mobilização pública "Conhecimento Sem Cortes", uma iniciativa que reúne, além de cientistas e professores universitários da UFRJ, também estudantes, pesquisadores e técnicos de universidades e institutos de pesquisa para alertar sobre a crise por que passa o setor no país.

Segundo a presidente da Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj), Tatiane Roque, o setor de ciência e tecnologia do País vem perdendo cerca de R$ 500 mil por hora em investimentos federais desde 2015. “São perdas graves. Até porque há estudantes nas nossas universidades que não têm como se manter sem a bolsa fornecida pelo governo federal. Eles precisam não só dela, mas também dos alojamento, do bandejão, e de toda uma infraestrutura que está sendo afetada pelos cortes que estão ocorrendo também na infraestrutura básica de pesquisas. A pesquisa científica precisa de investimentos em material, em reagentes, precisa de laboratórios e também de pessoal para continuar a exercer seu trabalho."

Roque alertou que “está sendo perdida toda uma geração de pesquisadores, na qual o governo investiu nos últimos anos, seja na universidade, nos cursos de mestrado e doutorado, bastante dinheiro, e que hoje estão com dificuldade de continuar a suas pesquisas”. Segundo ainda a pesquisadora, “a pesquisa científica é cumulativa e o que está se perdendo agora não se pode recuperar no futuro”.

Para ela, “se estamos passando por uma crise no modelo econômico e de desenvolvimento, o que nós precisamos é justamente que se faça o contrário, que se invista em pesquisa, em formação de quadros, em pensadores que nos levem a sair dela [da crise]”.

Os responsáveis pela manifestação avaliam que até 2015 o orçamento para o setor era da ordem de R$ 7 bilhões, e que tenha caído este ano para algo em torno de R$ 5 bilhões.

 

Publicado por Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Informação da Agência Brasil/Colaborou Tâmara Freire - Repórter do Radiojornalismo

 

 

 

O Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito em sua 21ª edição volta à cidade de São Paulo 22 anos depois. A última vez aconteceu em 1995. O evento acontece de 28 a 30 de junho próximo, no Centro de Eventos Pro Magno, que fica na Rua Samaritá, 230, Casa Verde. 

O congresso é um evento bienal realizado pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) desde sua primeira edição em 1978. Por sua longevidade e ineditismo, tornou-se não por acaso no principal evento científico e político da área de transportes e mobilidade urbana. Seu retorno a São Paulo ocorre também num momento especial, ano em que a ANTP completará 40 anos de sua fundação, em 1977.

A associação é uma entidade civil que reúne milhares de colaboradores, que contribuíram decididamente para torná-la uma das maiores entidades promotoras de ideias, ações, programas de mobilidade urbana e de políticas públicas, na defesa permanente do transporte com qualidade, do trânsito seguro, de cidades sustentáveis e com qualidade de vida, abrigando todas as formas de mobilidade nas cidades brasileiras.

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Publicado por Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Com informações da assessoria de imprensa do evento

 

 

 

 

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