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Universalização do acesso aos serviços públicos de saneamento básico é o principal desafio do setor, afirma especialista

       O último tema abordado na tarde desta sexta-feira (4) no V EcoSP, foi “Projetos de saneamento para o Estado de São Paulo”, ministrado por Wanderley da Silva Paganini, da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). 

       Discorrendo sobre as iniciativas para ampliar e melhorar os serviços de saneamento, o palestrante destacou que o componente ambiental é inerente à essa atividade. “É fator decisivo na definição de alternativas tecnológicas e na escolha das áreas, imprescindível na obtenção de recursos financiados e na redução de custo de capital. Além disso, cria responsabilidade pelos resíduos gerados e pelos efluentes”, ressaltou.

       Paganini enfatizou também a importância da gestão ambiental nas estruturas das empresas do setor. Para ele, essa ação deve ser apoiada nos pilares da conformidade ambiental, que atua diretamente no efeito, e na mudança de cultura que precisa ocorrer interna e externamente a fim de garantir as soluções ambientais e diminuir os problemas de exposição de resíduos e das desconformidades das estações de água e tratamento de esgoto.

       Ainda segundo o palestrante, um empreendimento de saneamento é dividido em três etapas: concepção, implantação e operação. A primeira leva em média dois anos para ser concluída. Já a segunda pode ser finalizada em três anos e a operação dura 30 anos. “É fundamental considerar as mudanças de legislações e as limitações já no projeto. Uma das dificuldades do passado foi não considerar o licenciamento ambiental efetivamente para antever problemas. Portanto, na fase de estudo e concepção é crucial olhar esses aspectos porque se errar nessa etapa pagará por 30 anos”, alertou Paganini.

       Ainda segundo ele, as obras de saneamento devem representar barreiras sanitárias sem efeito colaterais. “Temos que pensar na localidade, nos efluentes líquidos, sólidos e gasosos, e também no desconforto que uma estação de tratamento pode trazer, como odor e ruído. Se agirmos assim, vamos fazer bons projetos e a legislação será um auxílio”, acredita. 

       Entre os fatores de sucesso dos empreendimentos de saneamento, o especialista ressaltou a interação das áreas envolvidas – concepção, implantação, operação e desativação, para a melhoria continua, inclusão de requisitos ambientais nas várias etapas e prevenção novos passivos. “O empreendimento deve atender os requisitos ambientais, tais como atendimento à legislação e compromissos, uso racional e sustentável dos recursos naturais, fomento à tecnologias limpas, redução de emissões e minimização, reciclagem ou reutilização de resíduos e efluentes”, recomendou.

       Nesse sentido, citou algumas ações operacionais dentro da política ambiental, tais como limpeza e coberturas de lagoas, recuperação de biogás em lagoas anaeróbias, automação de estações de tratamento de esgotos, programa corporativo de redução de perdas, compostagem, uso agrícola do lodo de estação de tratamento, reúso não potável de efluentes, fertirrigação, uso racional da água, viveiro de mudas e educação ambiental.

       Com a implantação dessas ações, Paganini disse os benefícios esperados são sustentabilidade empresarial, satisfação dos clientes, mudança de cultura empresarial, potencial para redução dos custos de capital, gerenciamento de riscos associados a mudança climática, incremento de eficiência e redução de custos operacionais. “As empresas de saneamento devem buscar as melhores tecnologias e os menores custos para conseguir a sustentabilidade e a universalização de água e de coleta de esgoto, tratamento e disposição final”, concluiu.


foto: Beatriz Arruda
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Destinação incorreta desse tipo de material em aterros e lixões e a queima a céu aberto podem causar inúmeros impactos ambientais, afirma especialista

       Apresentar soluções técnicas que permitam reduzir o volume gerado e valorizar os resíduos da arborização urbana foi o foco da palestra ministrada pela professora Adriana Nolasco, do Departamento de Ciências Florestais da Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo), na tarde desta sexta-feira (4), no V EcoSP.

       Em sua explanação, ela explicou que os resíduos da arborização são provenientes das operações de poda e remoção de árvores e manutenção de jardins, realizadas tanto por cidadãos quanto pelas prefeituras e empresas privadas. Ainda segundo a palestrante, esses resíduos representam uma parcela importante do lixo gerado nas cidades e que a falta de programas para a disposição correta desse tipo de material resulta no descarte impróprio em aterros e lixões e na queima a céu aberto, causando inúmeros impactos ambientais. “A gestão dos resíduos sólidos urbanos é um dos principais problemas ambientais nos municípios brasileiros. Em São Paulo a estimativa de geração de resíduos da arborização urbana é de cerca de 4 mil toneladas por mês”, citou Nolasco.

       Conforme a palestrante, as prefeituras são responsáveis pela destinação do resíduo e que elas enfrentam uma série de limitações como falta de recursos financeiros e de profissionais capacitados para atuar junto ao problema. 

       Nesse contexto, Nolasco acredita que a solução pode ser obtida com o bom senso na aplicação de recursos pelos municípios, na utilização de tecnologias e métodos adequados,no respeito às peculiaridades econômicas, sociais e culturais locais e muito planejamento.“ É fundamental que a solução seja baseada em ações planejadas, coordenadas e integradas, aliando atividades administrativas, técnicas e educativas adequadas às características e condições locais e também compartilhar responsabilidades entre o setor público, cidadão e setor privado”, sugeriu.

       Assim, os planos de gerenciamento de resíduos têm que prever a quantidade gerada, planejar o uso e empregar o material em soluções benéficas. Ações para reduzir a geração, capacitação da mão de obra e investimento na educação ambiental também devem ser incorporadas no plano de gerenciamento.

       Quanto à valorização dos resíduos, Nolasco disse que é preciso selecionar o material, ou seja, caracterizar e quantificar o volume, determinando a densidade, o teor de umidade, a cor, a quantidade de carbono fixo e as cinzas. Essas variáveis indicam se os resíduos têm potencial energético para uso como lenha e carvão; se é melhor produzir composto orgânico; fazer cama de frango; cobertura de solo na agricultura; criar pequenos objetos de madeira, como cabos de ferramenta, brinquedos e utensílios domésticos, entre outras formas de aproveitamento obtendo assim o máximo de retorno econômico, social e ambiental. “Apesar das inúmeras soluções, somente 4% dos municípios no Estado de São Paulo aplica de alguma forma a valorização”, destacou.

       A professora da USP recomendou ainda que as soluções não devem ser delegadas a uma única alternativa, mas a uma rede integrada de soluções capazes de satisfazer as necessidades de correta destinação dos resíduos. “Não deve ser pensada apenas a curto prazo, mas também a médio e longo prazo e situações emergenciais. Soluções devem estar organizadas em um plano de gerenciamento de resíduos com recursos humanos e financeiros, responsáveis, responsabilidades, métodos de implementação e monitoramento definidos e aprovadas como lei – garantia de compromisso e continuidade”, concluiu.


foto: Beatriz Arruda
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Ideia de promover desfile de moda com roupas feitas a partir de materiais recicláveis para a conscientização ambiental vem sendo adotada por empresa alemã, indicou seu representante no EcoSP.

        Um desfile de moda com materiais recicláveis, que envolve colaboradores da empresa e alunos sobretudo de escolas públicas próximas a uma de suas unidades no Brasil. Esse é um dos projetos de sustentabilidade da empresa Henkel, afiliada à VDI-Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanhã), apresentado pelo engenheiro Orlando Oliveira, na tarde desta sexta-feira (4), no V EcoSP (Encontro Ambiental de São Paulo). Responsável pela área de cosméticos da companhia, ele expôs imagens de algumas das vestimentas criadas com câmaras de pneus e sacolas plásticas, por exemplo, numa proposta que tem dez anos e busca, conforme sua preleção, a conscientização e educação ambiental.

        Além desse projeto, Oliveira apontou outras iniciativas nessa linha, bem como o treinamento de profissionais e o desenvolvimento de produtos pela Henkel, no Brasil e no mundo, sob a ótica da sustentabilidade. Entre seus objetivos, estariam reduzir o consumo de água, energia e geração de resíduos. À exceção da diminuição de metais pesados, “alvo da empresa nos próximos cinco anos”, as demais metas, como garantiu Oliveira, vêm sendo alcançadas. Demonstrando que o ganho ambiental pode se transformar em lucro, ele enfatizou: “Obtivemos até 2010 um aumento nas vendas em 18%.”




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Duas iniciativas apresentadas na quinta edição do EcoSP visam dar conta desses desafios.

        O tema foi abordado em duas palestras, durante a tarde do dia 4 de novembro, na segunda sessão plenária do EcoSP (Encontro Ambiental de São Paulo). Em sua quinta edição, o evento contou com a apresentação de Letycia Janot, da Iter Consultoria e do Sinesp (Sindicato dos Nutricionistas do Estado de São Paulo), sobre consumo responsável do recurso hídrico, e de Márcio Correia Ribeiro, do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), que discorreu acerca do Programa Água Limpa.

        Introduzindo o assunto, Janot destacou que o modelo atual não é sustentável a longo prazo. Baseia-se, conforme sua explanação, na superexploração de recursos naturais, resulta em muitas perdas e gera volumes consideráveis de resíduos a serem descartados. “Temos que promover mudanças no estilo de vida atual, seja na impermeabilização do solo, na questão do transporte, fontes de energia, através de ações integradas” - de governo, corporações e individuais. Ela acrescentou: “É preciso mudar o processo produtivo, de modo que se tenha materiais reaproveitados indefinidamente ou completamente biodegradáveis, e a forma de consumo, por meio da educação ambiental.” Para assegurar a conscientização, de acordo com Janot, é imprescindível fornecer informações transparentes aos consumidores sobre os impactos nos hábitos de consumo.

        A consultora apresentou o projeto “Água na Jarra”, da ONG Igtiba (em tupi-guarani, água em abundância, como explicou ela), da qual é uma das sócias-fundadoras, como uma iniciativa para despertar o consumo responsável entre os cidadãos. Trata-se de elucidar sobre o valor de se consumir água filtrada em detrimento da engarrafada. “O objetivo é priorizar seu uso, o que vai além de reduzir as PETs; valorizá-la custo menos e tem a ver com a importância de proteção dos mananciais.” Ademais, vai ao encontro de movimento mundial “a favor da água da torneira”. Na vanguarda, segundo Janot, 14 restaurantes no Estado de São Paulo se engajaram a essa proposta e passaram a servir a seus clientes o líquido filtrado, “na jarra”.

        O Programa Água Limpa, do Daee, objeto da palestra de Ribeiro, casa-se, como indicado por ele, com a ideia de sustentabilidade pensada no projeto da Igtiba. Com investimentos da ordem de R$ 616,06 milhões financiados pelo Governo do Estado a cidades a fundo perdido, dos quais R$ 98 milhões já aplicados em obras concluídas, deve beneficiar, asseverou o representante do órgão, 3,1 milhões de habitantes quando finalizado, em 2017. O universo corresponde a 280 municípios paulistas não operados pela Sabesp, em que estão projetadas ou em desenvolvimento ações para assegurar sobretudo coleta e tratamento de esgoto. Em sua apresentação, o quadro que o programa tenta reverter, pelo menos localmente: sete crianças morrem diariamente no País, vítimas de diarreia, e mais de 700 mil pessoas são internadas por falta desses serviços. “O acesso ao saneamento reduz em 36% essas incidências”, atestou Ribeiro, para quem ainda os engenheiros são peça-chave para tocar essa iniciativa.



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Material pode ser reaproveitado como combustível alternativo para as indústrias de cimento ou caldeiras, na fabricação de asfalto, solados de sapato, pisos e tapetes para automóveis

        A reciclagem da indústria de pneumáticos foi o tema da palestra ministrada por César Faccio, da Anip (Associação Nacional da Indústria Pneumática), na manhã desta sexta-feira (4), durante o V EcoSP.

        Segundo ele, desde 1999 a entidade possui um programa para coletar e destinar corretamente os pneus inservíveis atendendo a resolução nº 258/99 que trata do assunto. 

        E que devido a abrangência nacional assumida pelo programa, assim como seu pioneirismo e grau de profissionalização, tornou necessário a formalização de uma entidade exclusivamente dedicada à gestão e aprimoramento dos trabalhos sobre o pós-consumo. “Assim surgiu a Reciclanip, uma entidade sem fins lucrativos, que atua na administração do processo de coleta e destinação de pneus inservíveis”, destacou. 

        Criada em 2007 pelos fabricantes de pneus novos Bridgestone, Goodyear, Michelin e Pirelli, e que hoje conta também com a Continental, a recicladora tem como objetivo ser uma entidade modelo, auto sustentável, reconhecida e admirada pelo trabalho efetivo na destinação de pneus inservíveis e dotada de autonomia operacional e financeira. “De 1999 a setembro de 2011, foram coletadas e destinadas 1,8 milhões de toneladas do material, equivalentes a 360 milhões de pneus de passeio. Nas operações estão envolvidas 45 empresas parceiras que geram aproximadamente 900 empregos indiretos”, mencionou Faccio.

        O programa funciona a partir de parcerias com os setores público e privado e possui atualmente 726 pontos de coletas de pneus inservíveis nos 27 estados brasileiros e mais Distrito Federal.

        Conta ainda com 19 transportadoras ativas e 200 caminhões envolvidos, dos quais 64 rodam constantemente. “Diariamente esses 64 caminhões retiram 850 toneladas de pneus inservíveis dos pontos de coleta”, citou o palestrante. 

        Ainda segundo ele, as destinações realizadas pela Reciclanip são reconhecidas pelo Ibama ((Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e que após o pneu ser coletado e passar pela trituração é reaproveitado de diversas formas, como combustível alternativo para as indústrias de cimento ou para combustível de caldeiras, na fabricação de asfalto borracha ou ecológico, solados de sapato, em borrachas de vedação, dutos pluviais, pisos para quadras poliesportivas e industriais e tapetes para automóveis. 

        Outra vantagem do material é o grande potencial para a valorização energética, sendo uma excelente opção para ser misturado com outros combustíveis para aumentar a geração de energia, tais como: bagaço de cana, carvão mineral, lixo, entre outros. 

        Entre os gargalos do setor, Faccio aponta a necessidade da responsabilidade compartilhada, do desenvolvimento de parceiros no País, diversidade socioeconômica e criação de atividades de destinação sustentáveis. “Precisamos também de uma política governamental que incentive a reciclagem, novas atividades legalmente instituídas – empregos verdes, um programa educativo e campanha de comunicação esclarecendo o que é coleta seletiva e logística reversa”, sugeriu. 

        Ele lembrou também que a responsabilidade pós-consumo deve fazer parte dos princípios de qualquer companhia e de cada cidadão que deve ter consciência de colocar os pneus velhos em local apropriado.

 


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Ônibus movido a hidrogênio e a etanol são algumas das iniciativas da EMTU para reduzir a poluição no transporte coletivo

        Dando início ao ciclo de palestras do V EcoSP, na manhã desta sexta-feira (4), Ivan Carlos Regina, gerente de planejamento da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) apresentou iniciativas ambientais da empresa para diminuir a emissão de poluentes na atmosfera pelos ônibus.

        Considerado um grande avanço tecnológico e ambiental, o projeto do ônibus movido a células a combustível de hidrogênio em transporte urbano garante emissão zero de poluentes. Liberando apenas vapor d'água na atmosfera, o protótipo possui baterias recarregáveis com recuperação de energia.

        Coordenado pela EMTU, o projeto tem o apoio do MME (Ministério das Minas e Energia) e conta com recursos do GEF (Global Environment Facility), aplicados por meio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Conta ainda com um consórcio formado por oito empresas nacionais e internacionais.

        Em operação desde dezembro de 2010, a tecnologia tem capacidade para 63 passageiros, potência de 210 KW, carrega 45 quilos de hidrogênio e tem autonomia de 300 km. “Vamos adquirir mais três unidades e em breve será inaugurada também a estação de produção e abastecimento de hidrogênio que será operada pela Petrobras e com apoio técnico da Hydrogenics”, mencionou Regina. 

        Entre os objetivos estratégicos, contribuição na redução das emissões dos gases causadores do efeito estufa e dos poluentes locais e demonstração da viabilidade dos ônibus e sua infraestrutura de produção de hidrogênio e abastecimento. “Além disso, visamos também o desenvolvimento da engenharia, integração de sistemas e testes, alcançar uma melhor performance dos ônibus com envolvimento e comprometimento sólido da indústria brasileira”, reforçou.


Ônibus a etanol
        Essa é a principal característica do projeto internacional Best (BioEthanol for Sustainable Transport) que tem a finalidade de estimular o uso do etanol como combustível alternativo ao óleo diesel e à gasolina em ônibus coletivos. 

        Parceira do projeto, a EMTU tem a função de testar a viabilidade dessa tecnologia. “A nossa participação no projeto BEST se deu no sentido de verificação da viabilidade da tecnologia para utilização nos corredores e sistemas por ela geridos, incorporando os benefícios verificados em termos de custo, tecnologia e meio ambiente”, detalhou Regina. 

        Segundo ele, o modelo verde têm a mesma eficiência do motor diesel, no entanto tem a vantagem de ser um combustível renovável, limpo e biodegradável. Reduz também a poluição local do ar em 90% de material particulado, não contém enxofre – responsável pela chuva ácida, diminui mais de 80% as emissões de gases responsáveis pelo aquecimento global, estimula empregos na zona rural, possui preços competitivos, é um produto disponível em larga escala, além de ser brasileiro. 

        A tecnologia foi testada entre 2008 e 2009 e mostrou que é altamente confiável, não tendo havido nesse período a ocorrência de problemas relacionados ao sistema de tração. Outro fator importante constatado nos testes é que o ônibus a etanol apresenta um consumo 64% maior que o diesel, valor considerado bom já que o etanol tem poder calorífico 70% menor que o diesel. 

        O palestrante citou ainda o “Programa de Retrofit para frotas metropolitanas cativas”, que visa reduzir as emissões de gases e poluentes provenientes da utilização de diesel no transporte público.

        Ainda segundo o palestrante, os resultados obtidos com esse programa até o momento, mostram uma redução acima de 90% nas emissões de material particulado, um dos maiores causadores de problemas à saúde da população e que tantos malefícios traz ao meio ambiente. “A atualização tecnológica dos ônibus urbanos poderá trazer grande contribuição para a melhoria da qualidade do ar e da saúde pública, especialmente se realizada nos veículos dos corredores de transporte urbano”, acredita.

        Para finalizar, Regina citou os programas “Ligado” – que atende crianças com deficiência física e o “Conscientizar” – que tem o objetivo de diminuir a emissão de poluentes dos ônibus a diesel que operam em sistemas gerenciados pela EMTU, no qual técnicos da empresa informam sobre a necessidade de manter os motores regulados.



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        Um dos autores do manifesto “Movimento por um Brasil com juros baixos: mais emprego e maior produção”,lançado em 18 de outubro, em São Paulo, o economista Antonio Corrêa de Lacerda, falou sobre o tema em palestra à diretoria da CNTU, no dia 20, em Porto Alegre. 

        Conforme ele, a economia global vive a segunda parte da crise de especulação financeira iniciada nos Estados Unidos em 2008, não solucionada totalmente. Como consequência, especialmente os países centrais deverão ter crescimento muito baixo e há risco de recessão.

        Esses destinos, ainda segundo sua explanação, têm baixado substancialmente os juros, com o objetivo de tentar recuperar o consumo e incentivar o investimento produtivo. “E o FED (Banco Central estadunidense) já avisou que não pretende, nos próximos dois anos, mexer na taxa de juros.” Ele continuou: “Isso tem grandes implicações para a economia mundial, porque a especulação financeira não fica parada. Se não está dando rentabilidade lá, vai para países que pagam taxas altas. Isso desequilibrado, é um fluxo de capital enorme que entra, sai e afeta taxa de câmbio, balanço de pagamentos.” O Brasil, não obstante o Banco Central nos últimos meses venha baixando juros, ainda continua com índices dos mais elevados, na casa dos dois dígitos (11,5% ao ano). E, na contramão do que vem sendo feito no mundo, a inflação tem sido usada como desculpa para não mudar essa situação. “No ano passado, seu déficit foi de 2,5% do PIB, o superávit, quase 3% e foram pagos 5,3% de juros (220 bilhões de reais) para financiar sua dívida.” Nesse panorama, mantém-se atrativo ao capital especulativo, como elucidou o professor. “Nos últimos anos, melhorou o nível de risco-País. No entanto, na questão da taxa de juros, no longo prazo, só perde para a Grécia”, acrescentou Lacerda.

        Na sua ótica, o Brasil só não quebrou porque tem carga tributária bastante elevada, principal-mente sobre o trabalho e a produção. A especulação, por outro lado, que se beneficia das altas taxas de juros, paga muito pouco imposto. “É uma grande distorção.” Na linha do movimento lançado em São Paulo, o professor é categórico: “O ajuste que tem que ser feito aqui não é diminuir o gasto social, mas o feito com juros.” Na sua concepção, é fundamental dar conta desse desafio – além de conter o processo de desindustrialização em curso e garantir sua competitividade, rever o papel do País como exportador de commodities e solucionar o problema do câmbio desvalorizado.

        Caso isso não ocorra, não será possível ter uma trajetória sustentável de crescimento nacional, com distribuição de renda e qualidade de vida. A despeito de ter reservas de R$ 352 bilhões, o Brasil que faz a alegria dos especuladores está muito vulnerável à conjutura internacional. “Crescendo com esse modelo, está-se apenas adiando o problema. A grande questão que se coloca ao movimento sindical é como pressionar para o País sair dessa armadilha.” A campanha por juros baixos segue nessa direção. 



Rita Casaro
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V Econtro Ambiental de São Paulo, promovido pelo Seesp e pela FNE, acontece até 5 de novembro, no Anhembi, em São Paulo e coloca em debate boas práticas embientais e produção limpa.

        Teve início na noite de 3 de novembro a quinta edição do EcoSP (Encontro Ambiental de São Paulo), promovido pelo Seesp e pela FNE. Abrindo o evento, o vice-presidente do sindicato paulista e coordenador da iniciativa, Carlos Alberto Guimarães Gacez pontuou o seu objetivo central: nosso intuito é levar a mais pessoas as boas práticas ambientais. Neste ano, informou ele, o EcoSP terá cerca de 2 mil participantes, entre profissionais da engenharia e estudantes.

        Lembrando a origem do evento, que nasceu em Taubaté como Ecovale e depois expandiu-se para a discussão em âmbito estadual, o presidente do Seesp e da FNE, Murilo Pinheiro, destacou a importância do conceito de sustentabilidade. “Temos a certeza de estar no caminho correto, trabalhando para reforçar o compromisso dos engenheiros com a qualidade de vida da população”, afirmou.

        Esse foi o papel da categoria destacado pelo deputado federal Paulo Teixeira (PT/SP):

        “O Brasil vive uma grande oportunidade de crescimento, já somos a sexta economia do mundo, dispomos do diferencial da tecnologia agrícola e da produção de energia limpa, com as hidrelétricas e o etanol. O grande desafio é construir uma sociedade que seja ambientalmente equilibrada.”

        Na mesma linha, o presidente da VDI-Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha), Edgar Horny, lembrou a necessidade de “oganizar a sociedade de forma sustentável”.

        O diálogo feito entre a temática do V EcoSP e a Rio + 20, que acontecerá em junho de 2012 no Rio de Janeiro, foi ressaltado pelo presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), Marcos Túlio de Mello. “Propostas tiradas aqui devem ser levadas à conferência no ano que vem”, defendeu.

        Participaram ainda da cerimônia de abertura o secretário adjunto de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Rogério Menezes, e o diretor geral do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), Roberto Lobo. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, passou pelo evento antes de abertura e cumprimentou os organizadores.



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Candidatos apoiados pelo SEESP e FNE para as eleições da próxima terça-feira (8) no sistema CREA-CONFEA-Mutua, Amaury Hernandes (CREA-SP), Álvaro Cabrini (Confea) e João Oliva (Mútua), são aplaudidos na noite de abertura

       Foi aberto na noite de quinta-feira (3), a quinta edição do ECO SP (Encontro Ambiental de São Paulo), promovido pelo SEESP (Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo) e FNE (Federação Nacional de Engenharia), no auditório Elis Regina, no Anhembi, capital paulista. O evento discute as saídas possíveis ao desenvolvimento nacional sem prejuízo aos recursos naturais das futuras gerações entre os dias 3 e 5.

       Na mesa principal de abertura estiveram presentes Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado e FNE (Federação Nacional dos Engenheiros); deputado federal Paulo Teixeira (RJ); Rogério Menezes, secretário-adjunto de Planejamento e Recursos Hídricos do Governo do Estado (representando o secretário Edison Geriboni); Marcos Túlio de Melo, presidente do CONFEA (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia); professor Roberto Lobo, presidente do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia do SEESP; o presidente do VDI Brasil (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha) Edgar Horny, e o engenheiro Carlos Roberto Guimarães Garcez, vice-presidente do Seesp e coordenador do ECO SP.

       No auditório, os candidatos apoiados pelo SEESP e FNE para as eleições da próxima terça-feira (8) no sistema CREA-CONFEA-Mutua, Amaury Hernandes (CREA-SP), Álvaro Cabrini (Confea) e João Oliva (Mútua), muito comentados e aplaudidos pelo auditório quase que tomado por engenheiros, autoridades e convidados.

       Mudanças climáticas, agricultura sustentável, energias solar e eólica, política e tecnologia de tratamento de resíduos, entre outros temas, são discutidos no evento, que apresentará o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” com propostas à inclusão social por meio do desenvolvimento sustentável do país.

       Além de palestras e debates, o evento inclui a tradicional exposição de produtos reciclados e serviços que visam à preservação do meio ambiente, como também uma mostra com mais de 30 estandes temáticos.


Veja imagens da primeira noite do V Eco SP no Blog do Com Com, no DIHITT:
http://www.dihitt.com.br/barra/engenheiros-de-sao-paulo-abrem-5-eco-sp-para-o-debate-do-desenvolvimento-sustentado



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        Se nada for feito, uma parte considerável dos avanços mais recentes no desenvolvimento humano poderá ser perdida nas próximas décadas pela degradação ambiental. Projeções feitas pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no relatório Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2011 apontam que o IDH poderá ser 8% menor do que a projeção inicial em um cenário de “desafio ambiental” em que se confirmem as perspectivas atuais de aquecimento global.

        Na África Subsaariana e no sul da Ásia, regiões mais pobres do globo, essa diferença pode chegar a 12%.

        “Em um cenário de ‘catástrofe ambiental’, ainda mais adverso, que antevê um vasto desflorestamento e degradação do solo, reduções dramáticas da biodiversidade e uma aceleração dos fenômenos climáticos extremos, o IDH global seria aproximadamente 15% inferior ao previsto”, diz o relatório.

        Os efeitos da degradação ambiental, avisa o PNUD, serão sempre mais fortes justamente na população mais vulnerável. Seus principais efeitos são o aumento da poluição, a diminuição da água potável, das reservas pesqueiras e da terra agricultável e o aumento das catástrofes ambientais como secas e enchentes. A previsão mais pessimista do relatório aponta para um possível aumento de 30% a 50% no valor dos alimentos nas próximas décadas, com impacto direto entre os mais pobres.

        “De uma maneira geral, as tendências ambientais ao longo das últimas décadas demonstram uma deterioração em diversas frentes, com repercussões adversas no desenvolvimento humano, especialmente para os milhões de pessoas que dependem diretamente dos recursos naturais para a sua subsistência”, diz o relatório. “Estas previsões sugerem que, em muitos casos, os mais desfavorecidos suportam e continuarão a suportar as repercussões da deterioração ambiental, ainda que pouco contribuam para o problema.”



Fonte: Portal Estadão
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