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Para o SEESP e a FNE, exigência de incluir o código 25 – execução de obra – no preenchimento da ART impediria que casas fossem construídas pelo processo de autogestão

        O SEESP e a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) conseguiram reverter a posição da Caixa Econômica Federal quanto à nova exigência de incluir o código 25 – execução de obra – no preenchimento da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) em edificações realizadas em processos de autoconstrução ou autogestão. Assim, a utilização passou a ser opcional e os profissionais continuarão a preencher apenas os códigos 37 (projeto) e 14 (direção técnica).

        A solicitação foi feita pelas entidades sindicais no dia 30 de março, e o parecer favorável da Caixa foi obtido em 1° de abril. Para ambas organizações, a exigência impediria que casas fossem construídas pelo processo de autogestão, operação em que o proprietário é responsável por contratar a mão de obra e comprar os materiais, enquanto o engenheiro responde apenas pela direção técnica da obra. O sindicato e a federação acreditam ainda que vetar tal modalidade configuraria uma nova política habitacional, em sentido contrário à Lei 11.888/2008, que prevê a assistência técnica gratuita.

 

www.fne.org.br

 

 

 

 

A explosão desse mercado tem provocado a necessidade de um profissional que, até então, era apenas uma visão de futuro distante: os engenheiros de mobilidade

        O fenômeno é tão recente - a própria App Store da Apple iniciou as operações em 2008 - que a demanda por engenheiros de aplicativos móveis ainda não encontra muitos profissionais com a experiência e especialização esperadas pelo setor.

        "A busca por profissionais capacitados em desenvolver software para dispositivos móveis está começando agora e a tendência é que continue em expansão", diz André Assef, diretor operacional da consultoria Desix. De acordo com ele, as grandes empresas procuram profissionais que consigam criar aplicações intuitivas, que sejam focadas no planejamento de gestão de processos e que estejam integradas com sistemas de informação e redes sociais.

        Para trabalhar na área, é desejável que o profissional tenha histórico em arquitetura de soluções e entenda os principais sistemas operacionais para smartphones, como o iOS da Apple, o Google Android e o Symbian, segundo Assef. "Além disso, precisa ter inglês fluente", aponta o consultor.

        A formação do engenheiro de aplicativos móveis geralmente é na área de Ciências da Computação, Sistemas de Informação ou Engenharia da Computação, segundo Carlos Eduardo Paes, coordenador do curso de especialização em Engenharia de Software da PUC-SP.

        "Profissionais de arquitetura de informação e webdesign que trabalhem com usabilidade e interação também são de interesse do setor", explica Paes.

 

(Portal Exame)
www.fne.org.br

 

 

 

        O foco do banco é a a renovação das estratégias de atuação nas áreas de proteção social e trabalho. O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Rômulo Paes de Sousa, representará o Brasil nos debates.

        “É necessário observar que que os programas de cooperação não se baseiam em venda de bens e serviços”, afirmou o secretário à Agência Brasil. “É uma abordagem integrada [reunindo vários setores em níveis federal, estadual e municipal] e mais mecanismos diretos. Vamos mostrar o que deu certo e o que não deu certo no Brasil", acrescentou.

        Sousa apresentará o “modelo brasileiro” à direção do banco amanhã (27) e sexta-feira, em reuniões em Paris. Além do Brasil, foram convidadas autoridades da Costa Rica, Libéria, China, do Bahrein, dos Estados Unidos e da Rússia.

        O secretário disse que quatro pilares sustentam a política social do governo brasileiro: o tratamento geopolítico e não comercial do tema, o envolvimento de setores distintos dos governos federal, estadual e municipal, um cadastro eficiente com os nomes dos beneficiados e seus históricos, a integração entre os programas e a ssociação desses elementos com o “Estado forte e sólido”.

        “O Brasil não se pauta por interesses geopolíticos ou comerciais para implantar os programas, o exemplo disso é o apoio dado à África. Não há um vínculo comercial para a transferência da nossa tecnologia”, afirmou Paes de Sousa. “Ao fazer isso, o Brasil mostra que o problema das cooperações [muitas vezes] é a relação de venda de bens e serviços. Estimulamos os financiamentos e há lugar para as instituições multilaterais.”

        Pelos dados do MDS, de 2003 a 2008 aproximadamente 24,1 milhões de brasileiros deixaram a linha de pobreza. Os programas de transferência de renda condicionada, como o Bolsa Família, atendem a cerca de 12,9 milhões de famílias no Brasil. De 2003 a 2010, mais de 13 milhões de empregos formais foram criados.

 

Renata Giraldi, Graça Adjuto,Agência Brasil
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A Frente de Trabalho de Energia Elétrica, que a FNE integra juntamente com entidades de defesa do consumidor, encaminhou hoje, dia 25, ao ministro-chefe da Casa Civil um pedido de providências com relação à devolução dos R$ 7 bilhões cobrados indevidamente nas contas de energia elétrica dos consumidores brasileiros.

        A Frente de Trabalho de Energia Elétrica, que a FNE integra juntamente com entidades de defesa do consumidor, encaminhou hoje, dia 25, ao ministro-chefe da Casa Civil um pedido de providências com relação à devolução dos R$ 7 bilhões cobrados indevidamente nas contas de energia elétrica dos consumidores brasileiros.

        O "erro na metodologia" foi constatado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), reconhecido pela Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI – das Tarifas de Energia Elétrica, da Câmara Federal, e pela própria ANEEL, que alterou a metodologia somente em 2009, após a provocação do TCU e intensa pressão dos órgãos e associações de defesa do consumidor.

        Apesar da alteração, a ANEEL não viabilizou a devolução ou compensação dos valores aos consumidores. Ao contrário, agência manifestou-se no sentido de negar o flagrante direito dos consumidores em serem ressarcidos por este "erro de metodologia" que perdurou por anos.

        O documento elaborado pela Frente de Trabalho, objetiva solicitar a intervenção da Casa Civil da Presidência da República para efetivar o ressarcimento aos consumidores dos valores cobrados indevidamente ao longo dos anos.

        A frente é formada pela Fundação Procon-SP, pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) e pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).

        Considerando que os Ministérios de Minas e Energia e da Fazenda se manifestaram sobre a necessidade de correção das distorções geradas pelo "erro na metodologia" adotada pela ANEEL, foi enviada cópia do documento aos respectivos Ministros, bem como ao Diretor-Geral da Agência Nacional de Energia Elétrica.

 

Sobre a frente de trabalho
        Formada por representantes de diferentes entidades de defesa do consumidor, a Frente de Trabalho de Energia Elétrica tem como objetivo identificar os problemas do setor para contribuir de forma mais eficiente nos processos regulatórios, de fiscalização e no âmbito legislativo, visando a melhoria do mercado de consumo.

        Na avaliação das entidades, por se tratar de um serviço essencial, embora monopolizado pelas concessionárias em determinadas regiões, deve ser prestado de forma adequada, contínua e eficiente a todos os consumidores, é preciso uma soma de esforços para que se possa ampliar o conhecimento técnico dos envolvidos, com vistas a interferir na forma do tratamento que o tema vem recebendo dos órgãos reguladores.

 

www.fne.org.br

 

 

 

191 parlamentares e mais de 70 entidades lançaram ontem na Câmara Federal a frente que vai defender as propostas pelo direito à comunicação e à liberdade de expressão aprovada na I Conferância Nacional de Comunicação em dezembro passado

       A Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (Frentecom) foi lançada terça-feira(19), em Brasília, dando continuidade ao processo de mobilização nacional por uma mídia democrática e uma legislação atualizada.

        Com subsídios de toda sociedade brasileira, reunidos na I Conferência Nacional de Comunicação, em dezembro de 2010, a Frente vai qualificar o debate no Congresso Nacional com propostas e análises aprofundadas da estrutura de comunicação no Brasil. Pra começar, será necessário reformular o chamado marco regulatório dessa área estratégica. As tarefas da Frente não foram criadas agora. Seu compromisso primeiro é fazer cumprir a Constituição Nacional, aprovada em 1988, regulamentando os artigos dedicados à comunicação. É preciso também reativar o Conselho Nacional de Comunicação, que nunca funcionou, e regionalizar a participação da sociedade, através de Conselhos Estaduais e Municipais.

        Para democratizar, a comunicação não poderá mais ser vista como um mero negócio, mas um direito das pessoas em particular, e da sociedade em geral, de utilizar os meios necessários para sua livre expressão, de contar com um sistema público de comunicação que zele pelo acesso de todos à informação de qualidade, que estimule, produza e distribua produções sociais, e assegure o compromisso com a veiculação de conteúdos não discriminatórios nas midias geridas por empresas.

        Se tudo isso já era importante em 1988, o atual ambiente de convergência tecnológica tornou crucial que o poder público e a sociedade brasileira enfrentem esse debate, compreendam as escolhas existentes, e aprovem leis e práticas adequadas. A deputada federal Luiza Erundina, do PSB, que já vem se dedicando à luta pela democratização da comunicação no país, foi indicada para coordenar a Frente e deverá preparar sua primeira reunião, já agendada para 27 de Abril, e precedendo audiência pública com o ministro das comunicações, Paulo Bernado, no dia seguinte.

        Com essas atividades, a Frente pautará o Congresso Nacional sobre todos os aspéctos da comunicação, seja nas demandas e direitos, na estrutura e impactos tecnológicos, ou nas relaçoes de financiamento do setor, e também ajudará a difundir informações sobre o funcionamento dos meios. Por exemplo, ainda é preciso conscientizar a população sobre o fato de que as concessões de canais as emissoras pertencem à sociedade, e sua utilização deve ser responsável, com critérios, regras e prazos de renovação que devem ser observados como em qualquer concessão pública. Também será papel da Frente mostrar a importência de assegurar a multiplicidade e a independência dos meios, como antídoto aos monopólios e às mídias controladas por interesses que acabam sufocando a diversidade regional, cultural e a criatividade brasileira. Para o deputado Emiliano José (PT-BA), é preciso impedir que algumas poucas mídias imponham sua visão de país à toda população. 

        Tanto na I Confecom, como agora, na construção da FrenteCom, as empresas de comunicação foram convidadas a participar e a contribuir. Mas o tema assusta os proprietários dos grandes meios e estes, nas duas vezes, utilizaram a grande imprensa para atacar o processo, afirmando que regulação da comunicação no Brasil implica em censura. Em 2010, mesmo sob enorme pressão dessas empresas, que preferem continuar gerindo a comunicação como um negócio privado, o interesse no debate público apareceu com força em uma infinidade de pequenos meios alternativos, nos sites, blogs e redes sociais na internet, e acabaram conferindo à Confecom uma representatividade nacional. Todos os Estados tiveram sua sociedade civil representada por delegados articulados com o movimento conjunto pela democratização. 

        A história se repete. As entidades da sociedade civil continuam ampliando sua adesão à FrenteCom (veja como). Mas assim como na Confecom, as únicas associações de empresas que aceitaram o convite para participar da FrenteCom foram aquelas que aglutinam veículos diversificados, como a AlterCom, que reune mídias alternativas e pequenos empresários, e a Andijor-SP, que representa os jornais do interior paulista. A Abert e outras entidades que representam os maiores negócios da comunicação no Brasil ficaram novamente de fora do processo. Sem no entanto conseguir impedí-lo.

 

(Ciranda)
www.fne.org.br

 

 

 

 

        A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) lançam no próximo dia 25 um livro com as conclusões de um estudo de 10 meses sobre o Código Florestal. O trabalho teve como objetivo oferecer dados e argumentos científicos para subsidiar as discussões em torno das mudanças na lei.

        As discussões sobre a reforma do Código Florestal começaram em 2010, quando a proposta apresentada pelo deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) chegou a ser votada em comissão especial na Câmara. O texto, no entanto, desagradou a ambientalistas e ao governo, que resolveu então modificar o projeto de Rebelo para facilitar sua aprovação no Congresso. A previsão é que a proposta seja votada até junho.

        Segundo José Aleixo da Silva, da SBPC, o livro com as contribuições dos cientistas será entregue a ministros e parlamentares. "Essa briga não adianta, os dois lados vão ter de ceder."

        O sumário executivo do estudo pode ser visto na internet (www.sbpcnet.org.br/site/arquivos/arquivo_294.pdf). O documento diz que "há necessidade de medidas urgentes dos tomadores de decisão para reverter o estágio atual de degradação ambiental" e reafirma a importância das áreas de preservação nas propriedades.

 

(O Estado de São Paulo)
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FNE prestigiou o lançamento da publicação que figura entre as principais da área tecnológica no Sul do país como ferramenta de valorização profissional, de fortalecimento da imagem institucional das empresas e incentivo à efetivação de novos negócios

         O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA-SC) e a Editora Brasileira de Guias Especiais (EBGE) realizaram no dia 15.04 no Auditório do CREA-SC o lançamento da 2ª edição do Catálogo Empresarial de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Santa Catarina.

         A publicação figura entre as principais da área tecnológica no Sul do país como importante ferramenta de divulgação de produtos e serviços, de valorização profissional por meio da oferta de novas tecnologias, de fortalecimento da imagem institucional das empresas relacionadas e incentivo à efetivação de novos negócios.

         A edição reúne mais de 11 mil empresas registradas no Conselho, além de 670 fornecedores anunciantes e será disponibilizada nas versões impressa, cd-room e on-line. A exemplo da primeira edição, as empresas com registro ativo e em dia com o Conselho, atualizaram o seu cadastro e autorizaram a inserção das informações na publicação.

         O presidente do CREA-SC, Eng. Agr. Raul Zucatto, afirma que o catálogo é uma valiosa ferramenta de consulta para os profissionais e empresas da área tecnológica que possibilita estreitar o relacionamento com o mercado incentivando novas parcerias. “ A publicação valoriza o desenvolvimento tecnológico e contribui para o fortalecimento dos negócios e das relações comerciais neste segmento.”

         O presidente da Federação Nacional dos Engenheiros, engenheiro Murilo Celso Campos Pinheiros, prestigiou a solenidade, acompanhado do diretor Financeiro da FNE, Carlos Abraham, Sebastião Fonseca, presidente do SENGE-AC e da Dra Silvia Martins, assessora jurídica da Federação. Murilo ressaltou a importância desse catálogo, onde os profissionais de Santa Catarina podem usufruir de informações valiosas no seu dia-a-dia, facilitando o trabalho de busca tanto das empresas como de outros profissionais correlacionados em cada serviço, projeto ou obra a serem desenvolvida.

 

Acesse aqui o Catálogo Empresarial de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Santa Catarina 2011.

 

 

 

        O mês de abril marca o início das campanhas salariais dos engenheiros, que têm datas-bases concentradas principalmente em maio e junho. Como já é tradição no SEESP, a largada oficial aconteceu num grande seminário, que reuniu especialistas no assunto e representantes das empresas nas quais a categoria atua. Realizado no dia 13 último, o evento mostrou rumos positivos para as negociações deste ano. Todos os indicadores e o ritmo da economia apontam para a manutenção do crescimento econômico num patamar próximo a 4,5%. Embora obviamente menor que o resultado de 2010, essa expansão dá-se sobre um desempenho anterior extremamente positivo e diante da perspectiva de um novo salto à frente, já que as previsões para 2012 são bastante otimistas.

        Continuam na agenda inúmeras variantes que podem fortalecer essa tendência. Os preparativos para os jogos da Copa do Mundo de 2014 devem ter suas obras intensificadas neste ano, tendo em vista que o prazo vai se encurtando. Além dos investimentos em infraestrutura, como aeroportos, estádios e transporte, há ainda aqueles voltados à hotelaria e ao turismo e aos serviços diversos nas cidades-sedes, que certamente demandarão mão de obra. O mesmo vale para o potencial gerado pelas descobertas das reservas de petróleo na camada do pré-sal. Sem contar os projetos governamentais, como o “Minha casa, minha vida”, “Luz para todos”, que seguem na pauta nacional.

        Nesse cenário, é mais que razoável que os trabalhadores em geral e os engenheiros especificamente, cujo papel nessa dinâmica de desenvolvimento é central, busquem o seu quinhão na forma de reajustes salariais, ganhos reais e melhores benefícios e condições de trabalho. É com esse norte que o SEESP dá início oficial às campanhas deste ano, num esforço de manter o diálogo à mesa de negociação.

 

Banda larga
        No dia 25 de abril, o auditório do SEESP será palco de uma importante iniciativa: o lançamento da campanha nacional pela universalização da banda larga. O acesso à Internet para todos se configura hoje claramente como um direito e assim deve ser tratado pelo governo. O tema está presente no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” desde 2006. Por isso mesmo, o sindicato, além de ser anfitrião dessa mobilização, a apoia com entusiasmo.

 

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro - Presidente

 

 

Nelson de Arruda Noronha Gustavo Jr.

       Ultrapassa os R$ 7 bilhões o valor que os consumidores brasileiros pagaram a mais às distribuidoras de energia elétrica entre 2002 e 2009. Contudo, mesmo reconhecendo o erro na fórmula de cálculo dos reajustes tarifários, a diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu que não ressarcirá voluntariamente os consumidores lesados.

       Segundo manifestação do órgão, a nova metodologia de cálculo do reajuste anual das tarifas, que passou a vigorar em 2010, corrigindo a falha identificada, não vale para o período anterior: “A aplicação retroativa não tem amparo jurídico e sua aceitação provocaria instabilidade regulatória ao setor elétrico, o que traria prejuízos à prestação do serviço e aos consumidores.” No entanto, o Código de Defesa do Consumidor é inequívoco nesse caso, de forma que a cobrança indevida resulta na devolução em dobro do valor.

       O TCU (Tribunal de Contas da União) foi quem inicialmente identificou uma distorção no mecanismo de cálculo dos reajustes anuais. Os ganhos que as empresas tinham com o aumento de consumo, que deveriam gerar redução no reajuste, não estavam sendo contabilizados. Isso proporcionou uma rentabilidade indevida de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano às companhias. A Aneel reconheceu o erro, reformulou o sistema de cálculo e incluiu a nova metodologia nos contratos. Faltou apenas cumprir a lei e reembolsar quem pagou a mais.

       A polêmica foi discutida, inclusive, por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). O relatório final, aprovado em dezembro de 2009, nada inovou e trouxe apenas uma inócua recomendação para o ressarcimento aos consumidores. Portanto, resta aos cidadãos lesados socorrerem-se, mais uma vez, do Judiciário para livrar-se do prejuízo acumulado ao longo de sete anos.

 

Nelson de Arruda Noronha Gustavo Jr. é advogado, mestre em Direito Processual Civil
e sócio do escritório Noronha Gustavo Advogados

 

 

Soraya Misleh

        Com cerca de 250 participantes, incluindo interlocutores do SEESP nas negociações com as empresas e entidades patronais, realizou-se no dia 13 de abril, no auditório da entidade, na Capital, o já tradicional Seminário de abertura das campanhas salariais. Em sua 11ª edição, a iniciativa confirmou-se como importante instrumento para sedimentar o caminho do diálogo entre capital e trabalho. O SEESP negocia atualmente com dezenas de companhias e setores, representando em torno de 65 mil engenheiros no Estado. A maioria tem data-base em 1º de maio.

        Aylza Gudin, chefe da seção de relações do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo, valorizou a realização do seminário rumo ao êxito nessa interlocução: “Está fincando as raízes que vão dar sustentabilidade a essas negociações.” O potencial do evento em iniciar esse processo permitindo a compreensão da conjuntura e o avanço sobre seus fundamentos foi reiterada pelo analista político e sindical João Guilherme Vargas Netto. Ele destacou: “A situação econômica é favorável aos trabalhadores que querem lutar e às empresas que querem se desenvolver.”

        José Silvestre Prado de Oliveira, diretor de relações sindicais do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), apontou que desde 2004 tem havido expansão a patamar médio da ordem de 4,3%, e a estimativa para 2011 varia entre 4% e 4,5%. “Componente importante é a variável inflacionária, mas há outros elementos conjunturais que são cimento ao crescimento econômico: o crédito, a renda do trabalho e o investimento tanto público quanto privado, somados à ação dos sindicatos”, pontuou. Sobre o crédito, a participação em dezembro de 2003 era da ordem de 23%, 24% e praticamente dobrou em 2010, fechando em R$ 1,7 trilhão. Já a renda, decorrente tanto dos programas de transferência quanto do aumento do salário mínimo, tem papel fundamental para impulsionar o mercado interno. “E isso está associado à expansão do emprego formal. Em 2003, eram 22 milhões de trabalhadores com carteira assinada; em 2010, aproximadamente 43 milhões.” Consequentemente houve queda na taxa de desocupação – que, na análise de Silvestre, em algumas regiões metropolitanas, deve atingir um dígito em 2011.

        Todo esse ambiente favoreceu as negociações no ano passado, que foi, como ressaltou o técnico do Dieese, o melhor da série. “Aproximadamente 89% culminaram em algum ganho real. O cenário em 2011 também é positivo e apostamos nos bons resultados. Para tanto, não podemos abdicar do crescimento econômico em nome de alguma ação de combate à inflação, como defendem certos setores.”

 

Mão correta
        Na ótica de Vargas Netto, também do ponto de vista político a conjuntura é auspiciosa. O quadro atual traduz-se, para ele, em oportunidade grande de se criar uma frente de iniciativas para garantir democracia, expansão, desenvolvimento e fim da miséria. Institucionalmente, Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, diretor de documentação do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), concordou que o ambiente é propício. E salientou que, se por um lado a Presidente da República não deve se posicionar a favor de bandeiras históricas dos trabalhadores, como por exemplo a redução da jornada semanal – o que caberá ao movimento sindical pautar e reivindicar –, por outro também não atenderá à flexibilização de direitos.

        Ponto a favor nessa luta é que, no âmbito social, a organização dos trabalhadores deu demonstração de força e presença, como observou Vargas Netto. A dos engenheiros trouxe, nesse contexto, como contribuição o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), com a adesão do SEESP, que propugna por uma plataforma nacional de desenvolvimento sustentável com inclusão social. Como continuidade, inicia neste ano a discussão sobre o que precisa ser feito para a Copa do Mundo em 2014.

        Com uma visão de futuro, o sindicato criou o Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), que, segundo seu coordenador-geral, Antonio Octaviano, visa “formar mais e melhores engenheiros para dar conta dos desafios que se colocam para a sociedade brasileira”. Com esse norte, deverá iniciar suas atividades em 2012, com a abertura de dois cursos de graduação voltados à inovação tecnológica. Nessa mão correta, segundo Vargas Netto, é que se realizarão as interlocuções nas campanhas salariais em 2011, em prol da categoria e da sociedade como um todo.

 

Privilegiar as negociações e a qualificação
        Esse foi o recado dado por vários dos representantes de recursos humanos das empresas com que o SEESP negocia. Entre eles, Alfredo Bottone, diretor corporativo da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), que foi categórico: “Temos que exaurir as negociações, estar dispostos a discutir acordos coletivos entendendo o contexto.” Ana Cristina Russo, do Departamento de RH da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), revelou a expectativa de um diálogo positivo entre capital e trabalho. “Esperamos por uma conclusão de forma legal para todo o mundo.” Para José Borges Filho, da SPTrans (São Paulo Transporte S/A), o contato com o SEESP é positivo, embora por vezes acirrado, mas o processo tem sido tocado com muita inteligência. Carlos de Freitas Nieuwenhoff, negociador do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), também salientou esse aspecto. “Foram 22 convenções coletivas que firmamos com os engenheiros e a única levada ao tribunal foi em 1999.”

        Elizabete Cristina de Carvalho, gerente de RH da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), ponderou: “Estamos buscando um bom tom nas negociações.” Porém, indicou que esse não é um caminho tão fácil, uma vez que a empresa é pública e tem que se submeter às regras definidas pelo Codec (Conselho de Defesa dos Capitais do Estado). Posição ratificada por Marcelo Moraes Isiama, diretor de representação da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que apontou como dificuldade adicional as mudanças administrativas por que tem passado a empresa.

        Além de manifestarem a intenção de diálogo produtivo, representantes das companhias, como Cristina Auxiliadora, da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), propuseram-se a contribuir com o projeto do Isitec. “Temos um programa em parceria com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) que forma mestres profissionais em engenharia aeronáutica. Até agora, 1.200 engenheiros participaram. Assim, vemos com bons olhos a iniciativa do SEESP e nos colocamos à disposição.” Também compuseram a mesa durante o seminário Hildo Martins da Silva, da Telefônica; Sérgio Passi, do Sírio Sistemas Eletrônicos; Marcel José de Paula, da Comgás (Companhia de Gás de São Paulo); José Roberto, da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A); André Luiz Pinto, da Elektro; Alexandre Ferreira, da Usiminas; Joarez Campos Oliveira, da Cesp (Companhia Energética de São Paulo); e Luiz Antonio Escarabello, da Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista).

 

 

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