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Segundo os sindicalistas, a medida tem como objetivo diminuir a terceirização e a consequente falta de isonomia salarial - uma das principais queixas dos trabalhadores.

         As centrais sindicais e os empresários que se reuniram com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), na última quinta-feira (31), para a primeira reunião de trabalho visando resolver os conflitos nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) entraram em acordo sobre a eliminação de intermediários - os 'gatos' - na contratação de trabalhadores.

         Agora, a centralização das contratações dos operários que atuarão nas grande obras do programa passará a ser exercida pelo Sine (Sistema Nacional de Emprego).

         De acordo com o vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, há consenso de que é preciso eliminar a figura dos ‘gatos', empresas que terceirizam, muitas vezes de forma irregular, a contratação de funcionários.

         "Há consenso sobre o sistema de contratação de funcionários, com a eliminação do gato. O Sine, provavelmente, será o órgão responsável pela contratação. É preciso apenas avaliar questões de infraestrutura", informou Torres.

Tortura
         Na reunião, as Centrais denunciaram ainda a violência das equipes de segurança nos canteiros, com fotos de trabalhadores torturados nas obras da hidrelétrica São Domingos, em Água Clara, no Mato Grosso do Sul.

         "Queremos também descriminalização do movimento dos trabalhadores, que recentemente paralisaram as obras em Jirau e Santo Antônio", afirma o vice-presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira (Bira).

 

(Fonte: Agência Sindical)
www.fne.org.br

 

 

       O programa Mulheres Mil, criado em 2007 com o objetivo de propiciar a formação profissional e tecnológica de mil mulheres desfavorecidas das regiões Norte e Nordeste, irá atender até 2014, cerca de 100 mil mulheres em todas as regiões brasileiras.

       Segundo Patrícia Barcelos, diretora de articulação e projetos especiais da Setec, o Mulheres Mil tem como base a educação, a cidadania e o desenvolvimento sustentável que dá apoio ao foco principal do governo: a erradicação da miséria. "Com mais essa ação, a rede federal de educação profissional, científica e tecnológica integra-se ao projeto governamental de erradicação da miséria absoluta, além de contribuir para o rompimento de um ciclo de violência, do qual muitas mulheres são vítimas no país", frisou.

       Além disso, ressalta Patrícia, o projeto ainda contribui para o alcance das "Metas do Milênio" como a erradicação da pobreza extrema e da fome, a promoção da igualdade entre os sexos e autonomia da mulher e a garantia da sustentabilidade ambiental. Tais metas foram promulgadas pela ONU em 2000 e ainda aprovadas em 191 países.

       O Mulheres Mil conseguiu sair do papel graças à parceria entre universidades brasileiras e canadenses, o que permite o acesso dessas mulheres à educação profissional e à elevação da escolaridade. Para atingir os objetivos do projeto são oferecidas variadas formas de capacitação para autonomia e geração de renda das participantes, como os cursos de Alimento da Inclusão Social, que ensina técnicas de conservação, congelamento e preparo de alimentos para a geração de renda própria; Vestindo a cidadania, que capacita mulheres na área da moda e confecção; Cidadania pela Arte, que utiliza matérias primas das regiões para o artesanato como no caso de sementes e do capim dourado; entre outros.

       A partir deste ano, o programa contará com um centro de referência nacional, a ser implantado no campus avançado de Taguatinga, do Instituto Federal de Brasília (DF), onde serão treinados os gestores que implementarão novas unidades a serem criadas pelo Brasil.

       Além disso, já estão em negociação parcerias para a ampliação do alcance do programa para países de língua portuguesa, como Moçambique. 

 

(Fonte: Blog do Planalto)
www.cntu.org.br

 

 

 

 

Apesar de não embargar a obra, o juiz definiu um calendário de ações a ser cumprido pela Camargo Corrêa, empresa responsável pela construção da usina.

          O juiz federal do Trabalho Afrânio Viana Gonçalves, da 3ª Vara do Trabalho de Porto Velho, decidiu não embargar as obras da Usina Hidrelétrica de Jirau. A decisão foi tomada ontem (31) após inspeção judicial feita em decorrência de uma ação civil pública impetrada pelo Ministério Público do Trabalho pedindo a interdição da obra.

          Foi acordada a montagem de lan houses e de farmácias na frente de obras localizadas nas duas margens do Rio Madeira, além da limpeza e retirada dos resíduos oriundos dos atos de vandalismo.

          Afrânio ressaltou que os resíduos que não tiverem condição de serem destinados adequadamente, conforme legislação ambiental vigente, serão armazenados e identificados provisoriamente. A empresa se comprometeu ainda a realizar, até o dia 10 de abril, pintura das estruturas de concreto das áreas remanescentes dos alojamentos destruídos.

          O juiz autorizou a Camargo Corrêa a, além das atividades de limpeza e de reconstrução das áreas de convivência, realizar atividades de caráter essencial visando à segurança das pessoas e do patrimônio e ao funcionamento das condições operacionais mínimas do canteiro e obras.

          Ficou acertado ainda que, até a próxima quarta-feira (6), a Camargo Corrêa indenizará em R$ 500 os trabalhadores que tiveram seus pertences destruídos nos atos de vandalismo. A empresa se comprometeu também a definir um cronograma de ações para restabelecimento das atividades normais de produção da obra, a partir do dia 11 de abril, após inspeção por parte da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, prevista para o dia 8.

          Participaram da inspeção o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Francisco José Pinheiro Cruz, e o auditor fiscal do Trabalho Juscelino José Durgo do Santos, chefe do Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, além do juiz Afrânio.

 

(Agência Brasil)
www.fne.org.br

 

 

Após dois meses de estabilidade, o Índice da Situação Atual (ISA) aumentou em 0,8%, passando de 113 pontos e o Índice de Expectativas caiu 1%, baixando para 111,7 pontos, o menor desde novembro do ano passado (110,7 pontos).

        O Índice de Confiança da Indústria (ICI), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), atingiu a marca de 112,4 pontos, em março, ante 112,5 pontos, em fevereiro. A variação, de apenas 0,01 ponto percentual, significa que a percepção do setor sobre a economia não mudou muito nesse período.

        Essa foi a terceira queda seguida e o resultado é o menor já registrado na série histórica da pesquisa desde novembro de 2009, quando havia atingido 109,6 pontos. Em janeiro, foram 112,8 pontos e em dezembro do ano passado, 114,5 pontos.

        O resultado refere-se à pesquisa realizada no período de 2 a 25 de março com representantes de 1.170 empresas que tiveram, em 2009, faturamento de R$ 615,2 bilhões. Na sondagem, os consultados disseram estar mais satisfeitos com o momento atual e menos otimistas com as negociações futuras no curto prazo.

        Para 26,9% dos entrevistados, a situação dos negócios é boa ante 26,5% da apuração anterior. Quando perguntados se avaliam a situação como fraca, 3,9% responderam que sim ante 7,6% que tiveram essa mesma percepção no mês anterior.

        Sobre as projeções do triênio março-maio, a pesquisa registrou a terceira queda seguida com 128,5 pontos, a mais baixa desde abril do ano passado (125,2). Para 38,3%, a produção deve aumentar. Essa proporção é inferior à constatada em fevereiro (39,7%). Já entre os que acreditam em menor produção, o universo aumentou de 5,1% para 9,8%.

        Também diminuiu pela terceira vez seguida o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), passando de 84,5% para 84,3%, o menor desde fevereiro do ano passado (84,0%).

 

www.fne.org.br

 

 

         Durante sua passagem pelo País, nos dias 18 e 19 de março, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, teve a oportunidade de conhecer as preocupações dos trabalhadores brasileiros. Em carta assinada pelas centrais sindicais, foram apresentados a ele os pontos essenciais pertinentes às relações socioeconômicas entre as duas nações e ainda à política externa de modo geral do país norte-americano.

         O primeiro tema abordado foi o desequilíbrio da balança comercial entre Estados Unidos e Brasil, crescentemente desfavorável a esse último, que em 2010 acumulou déficit de US$ 7,7 bilhões, significando aumento de 75% em relação a 2009. O documento aponta como responsáveis por essa situação a depreciação forçada do dólar e as barreiras aos produtos nacionais, especialmente etanol, itens siderúrgicos, tabaco e suco de laranja, áreas nas quais o Brasil é altamente competitivo. Assim, reivindica a Obama o fim do protecionismo nas economias centrais, além de implementação efetiva de cláusulas sociais e o estabelecimento de padrões trabalhistas mínimos, baseados no respeito às regras da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

         O texto expressa também a solidariedade aos servidores públicos de Wisconsin e de outros estados norte-americanos, nos quais existem medidas de restrição das atividades sindicais e das negociações coletivas aprovadas por parlamentos locais. “Causa-nos estranheza, e por isso deixamos aqui nossos protestos, que, sob a alegação de ‘razões orçamentárias’, alguns governos (...) venham a atingir e, inclusive, extinguir direitos básicos conquistados pelos funcionários, fato grave que, por estar ocorrendo na maior economia do mundo, pode servir como ‘efeito demonstração’ a outros países”, afirma a carta.

         A Obama foi apresentado o apoio às negociações diplomáticas entre os governos do Brasil e dos EUA para o estabelecimento de um acordo que possibilite a contagem do tempo de serviço dos trabalhadores brasileiros que contribuam com a previdência social nos EUA e vice-versa. Indo mais além, defende que o espírito de tal acordo estenda-se “ao tema da imigração, da necessidade de se legalizar a permanência e o direito ao trabalho dos milhares de brasileiros que atualmente residem nos EUA”.

      Faz ainda um apelo por uma política internacional de paz, de direitos humanos, de desarmamento, de não intervenção, de autodeterminação e de soberania dos países e dos povos. O documento assevera serem tais elementos “essenciais para a conquista de um ambiente político internacional calcado na liberdade e na democracia, princípios fundantes da grande nação norte-americana”. Por fim, reivindica o fim do bloqueio econômico imposto a Cuba há mais de quatro décadas, o que tem causado sofrimentos e privações ao povo da ilha caribenha.

        Adotando um tom diferente dos protestos de rua no Rio de Janeiro, que tentaram mostrar ao presidente norte-americano os graves erros cometidos pelos Estados Unidos no que diz respeito à sua inserção no cenário internacional, o sindicalismo brasileiro empenhou-se no mesmo sentido. Resta esperar que as palavras tenham força para sensibilizar Barack Obama.

 

 

Mohamed Habib

       Como num efeito em cascata, os povos árabes estão escrevendo uma nova página na sua história, buscando a construção de países soberanos e governos democráticos e respeitadores dos direitos humanos, após décadas de opressão por ditaduras fabricadas para manter protegidos os interesses econômicos dos países centrais.

       Embora todos os países atingidos pelos recentes levantes populares guardem semelhanças na fase inicial desses processos, cada um terá a marca da sua identidade no que se refere à velocidade, à dramaticidade da situação, ao grau da violência e mesmo em relação à resistência do atual governante. Contarão fatores internos, como a natureza cultural de cada povo e o grau da sensibilidade e/ou civilidade do governante de plantão. E também haverá influências externas de acordo com o olhar e os interesses dos países centrais em cada caso, principalmente no que se refere ao petróleo e à localização geográfica.

       O Egito, por exemplo, tem uma grande importância política, apesar de não estar entre os maiores produtores de petróleo, tanto para os países árabes como para o Ocidente. Dependendo da ideologia do seu governo, poderia ser aliado de um lado ou de outro. Tudo indica que, após o plebiscito realizado em 19 de março sobre a nova Constituição, o próximo governo e Parlamento, a serem eleitos até outubro, terão um perfil mais alinhado aos interesses da sociedade egípcia e com maior qualificação para manter uma relação mais respeitosa com as demais nações.

       Num outro extremo, pode-se ver a situação sangrenta no país vizinho, a Líbia, onde Muammar Gaddafi não quer “largar o osso” e provoca uma guerra interna, massacrando seu próprio povo. O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou uma intervenção militar contra as forças armadas do ditador. Por um lado, isso pode salvar vidas de civis, mas, por outro, deixará o país bastante castigado em sua infraestrutura. É provável que o ditador deixe o poder nos primeiros dias de abril.

       Tunísia e Iêmen são situações intermediárias, em que o ditador do primeiro país já foi deposto e o segundo está bem próximo. Argélia, Síria, Jordânia, Bahrein são exemplos de países árabes que passam por manifestações populares de insatisfação por motivos políticos de diferentes naturezas.

       O mundo árabe muda de fisionomia em graus variáveis, pois a região começou a escrever uma nova página na sua história. Tudo indica que nas repúblicas se alcançarão resultados mais visíveis, com implementação de mandatos de quatro a seis anos para presidente, permitindo-se apenas uma reeleição. As monarquias tenderão a flexibilizar as leis, dar mais direitos à mulher, constituir parlamentos mais representativos e investir nos programas básicos para o desenvolvimento social.

       A relação com Israel tende a se configurar, num futuro próximo, como positiva e duradoura, à medida que os árabes alcancem a sua democracia. Isso porque acordos de paz firmados com ditadores, que não levam em consideração o direito dos seus povos, além de serem injustos, só têm efeito enquanto o tirano estiver no poder.


Mohamed Habib é engenheiro agrônomo, vice-presidente do Instituto da Cultura Árabe
e pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)

 

 

Lucélia Barbosa

         Na era do conhecimento, a formação em engenharia no Brasil e no restante do continente precisa ser capaz de produzir profissionais que deem conta das tarefas impostas no século XXI, entre elas as questões energéticas, ambientais, de produção de alimentos e fornecimento de água potável, além do desenvolvimento de novas tecnologias.

         O desafio foi colocado durante o segundo evento da série “Encontros de Tecnologia de Educação em Engenharia 2011”, realizado em 16 de março na sede do SEESP, que teve como palestrante o professor José Carlos Quadrado, presidente da Asibei (Asociación Iberoamericana de Instituciones de Enseñanza de la Ingeniería) e do Isel (Instituto Superior de Engenharia de Lisboa) e vice-presidente da Sefi (Sociedade Europeia de Educação em Engenharia). Promovida pelo Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), em fase de implantação pelo sindicato, a atividade pretende ao longo deste ano discutir as mudanças necessárias no ensino da profissão, de modo a enfrentar os desafios e as oportunidades do século XXI.

         Segundo Quadrado, o ensino superior de um modo geral e as escolas de engenharia em particular padecem, na América Latina, de inúmeros problemas. “Há falta de recursos para inovar, o currículo é desatualizado, muitos jovens não se inscrevem na universidade e o número de adultos que a frequenta é residual”, listou. “Algumas instituições latino-americanas se encontram entre as melhores do mundo, porém o seu potencial é muito maior”, mencionou.

         Para ele, deve ser implementada uma agenda de modernização nas universidades, buscando o crescimento e o emprego através da reforma curricular. Tal ação deve contemplar a aprendizagem por competências, novos locais de ensino, educação para os docentes, autonomia das universidades, parcerias estratégicas envolvendo empresas, garantia de qualidade e diversidade de financiadores, incluindo sistema de bolsas. “É preciso também manter a estrutura própria das instituições preservando a identidade e estabelecer parcerias internacionais para reduzir a dependência de políticas divergentes”, recomendou Quadrado.

         No entanto, se quiser superar o atraso socioeconômico existente desde a era dos descobrimentos, asseverou o professor, será necessário mais que solucionar as carências evidentes e alcançar o patamar dos países desenvolvidos para que se produza algo original. Na sua opinião, a principal missão do Brasil é liderar essa reforma. “Ao invés de competir tentando duplicar ou copiar a experiência de fora, o ideal é desenvolver um modelo próprio e inovador”, propôs.

 

O novo profissional
         Se a América Latina tem nas mãos uma tarefa e tanto, também não é banal o desafio global de formar o profissional que se demanda neste século, que deve “ter sólida capacidade analítica, criatividade, alto nível de comunicação com os diferentes interlocutores, competências de gestão, dinâmica e flexibilidade”. “Um líder adaptável que atenda as necessidades locais e que seja ao mesmo tempo competitivo globalmente”, resumiu Quadrado.

         Para atingir essa meta, o especialista aponta que as instituições de ensino devem cumprir os seus objetivos. Entre eles, desenvolvimento intelectual, transmissão de cultura e cidadania, incremento do conhecimento e potencialização do emprego. Além disso, é fundamental que cada universidade entenda a situação da economia global e aborde os desafios da atualidade no sistema educativo. “Outro fator primordial é o planejamento estratégico dos currículos preparando o estudante para assumir papel de liderança em diversas áreas, aprender ao longo da vida, contribuir para a profissão e ser bem-sucedido num mercado de trabalho multidisciplinar”, sugeriu o conferencista, acrescentando que a reforma curricular também deve apoiar a economia do País.

         Conforme Quadrado, tecnologia e inovação são os elementos-chave para o desenvolvimento econômico sustentável. E, por conta disso, nações do mundo todo estão competindo globalmente na corrida por talentos, capital e investimentos. “Estamos numa economia baseada no conhecimento. E o capital humano é o suporte para o crescimento”, ressaltou. Para ele, os engenheiros do século XXI devem atuar pensando no contexto ambiental, econômico e do ciclo de vida, colaborar com outras profissões e decidir ser mentores das novas gerações.

 

Ênfase na competência
         Com aproximadamente 4 mil instituições de ensino – algumas consideradas as melhores do mundo –, a Europa também teve que fazer mudanças na educação em engenharia.

         A iniciativa surgiu no ano 2000, quando foi criada a Declaração de Bolonha. O processo finalizado em 2010 estabeleceu o ensino por competências e concedeu às instituições autonomia na criação de novos cursos.

         Segundo Quadrado, outra novidade do modelo europeu foi o suplemento ao diploma, uma espécie de currículo complementar em que o professor descreve as competências individuais de cada aluno, tais como projetar um edifício ou construir uma ponte. Dessa forma, graduados de um mesmo curso podem ser aprovados e ter o diploma, mas possuir habilidades distintas no documento. “É justamente isso que os empregadores querem e não notas acadêmicas. O paradigma agora é formar engenheiros que tenham competências multidisciplinares”, enfatizou. Bolonha mudou também a atuação do professor que tem mais trabalho para orientar o desenvolvimento das habilidades dos alunos e avaliá-los individualmente.

         Participaram do debate João Sérgio Cordeiro, professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e consultor pedagógico do Isitec; José Roberto Cardoso, diretor da Poli/USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) e coordenador do Conselho Tecnológico do SEESP; e Marcos Cintra, secretário municipal do Trabalho de São Paulo e vice-presidente da Fundação Getúlio Vargas.

 

 

Rita Casaro

        Mais uma etapa na história da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados) foi marcada na noite de 23 de março, quando aconteceu, no Memorial JK, em Brasília, a solenidade de posse da equipe que comandará a entidade na gestão 2011-2014. Eleita em novembro de 2010, a diretoria tem à frente o engenheiro Murilo Celso de Campos Pinheiro, também presidente do SEESP.

        Na cerimônia, ele reafirmou o compromisso de defender os profissionais liberais, lutar pela construção de uma sociedade mais justa e o engajamento às bandeiras do conjunto do movimento sindical. “Para que ocupemos digna e merecidamente um lugar entre as cinco maiores potências mundiais nas próximas décadas, é necessário que continuemos atentos aos acontecimentos, à globalização, às inovações tecnológicas, mas, muito mais do que isso, precisamos olhar para dentro, educar nosso povo, dar condições de saúde e saneamento, evitar as catástrofes a cada período de chuvas, colocar fim à corrupção e aos interesses individuais em detrimento dos coletivos”, ressaltou.

        “No esforço de se constituir uma sociedade mais justa é que podemos entender a importância de uma entidade como a CNTU, que extrapola o interesse dos seus representados e pensa no bem do País”, afirmou o deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB/SP). Na avaliação do deputado Paulo Teixeira (PT/SP), a confederação está apta a enfrentar os grandes desafios que Brasil vive no momento. O potencial da CNTU para contribuir para que as transformações necessárias aconteçam foi destacado pelo senador Casildo Maldaner (PMDB/SC). “Os profissionais liberais organizados têm força para fazer movimentar o Congresso, são a classe média formadora de opinião.”

 

Representatividade
        A secretária Nacional das Relações do Trabalho, Zilmara Alencar, salientou a importância da confederação a partir das federações que a compõem – economistas, engenheiros, farmacêuticos, médicos e odontologistas – e para a sociedade. Apontou ainda seu respaldo sindical. “Essa massa faz a diferença. Nós aprendemos que temos que ter um lado e o nosso é o daqueles que são combativos e defendem um ideal coletivo. Vemos tudo isso na CNTU, uma entidade legítima e representativa”, asseverou.

        Na mesma linha, o deputado federal André Figueiredo (PDT/CE) lembrou o esforço de criação da CNTU, acompanhado por ele como secretário executivo do Ministério do Trabalho. “Nasceu essa grande confederação, que hoje congrega cinco das profissões mais importantes”, comemorou.

        Dada a importância desse contingente, o deputado Izalci Lucas (PR/DF) declarou seu apoio à formação de uma frente parlamentar em defesa dos profissionais liberais.

        Participaram ainda da cerimônia o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP), diversos presidentes e diretores de conselhos profissionais, de associações profissionais, sindicatos e federações.

 

I Encontro Nacional 
        Antecedendo a cerimônia de posse, em 23 de março aconteceu também reunião da diretoria da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), na qual foi aprovada a realização do I Encontro Nacional da entidade, marcado para os dias 24 e 25 de novembro em São Paulo. Denominado “Os profissionais universitários, o desenvolvimento do País e a política”, esse será antecedido por cinco eventos regionais, que tratarão de temas específicos. O primeiro ocorrerá em 20 de maio em Maceió (AL), abordando “Emprego, trabalho e qualificação profissional”. Em 9 de junho, será a vez de Florianópolis (SC), onde entrará em pauta “Reforma da administração pública e melhoria dos serviços públicos”. Em 5 de agosto, em Vitória (ES), o assunto será “Aposentadoria pública, aposentadoria suplementar e complementar”. Em 23 de setembro, em Goiânia (GO), será discutido “Desenvolvimento e infraestrutura logística e urbana”. Por fim, em 21 de outubro, em Porto Alegre (RS), “Democracia, comunicação e cultura”.

 

Gestão 2011-2014
Diretoria efetiva
Presidente
Murilo Celso de Campos Pinheiro – engenheiros

Vice-presidente
Gilda Almeida de Souza – farmacêuticos

Diretor Administrativo
José Erivalder G. de Oliveira – médicos

Diretor de Finanças
Wellington Moreira Mello – odontologistas

Diretor de Finanças Adjunto
Maria Maruza Carlesso – farmacêuticos

Diretor de Relações Sindicais
Cláudio da Costa Manso – economistas

Diretor de Articulação Nacional
Allen Habert – engenheiros

 

Suplentes
1º Suplente
Marcos Cintra – economistas

2º Suplente
José Carrijo Brom – odontologistas

3º Suplente
Clóvis Abrahim Cavalcanti – médicos

4º Suplente
Fernando Palmezan Neto – engenheiros

5º Suplente
Waltovanio C. de Vasconcelos – farmacêuticos

6º Suplente
Cláudia Beatriz C. de Andrade – médicos

7º Suplente
José Carlos Ferreira Rauen – engenheiros

 

Conselho fiscal
Titulares
Wilson Roberto Villas Boas Antunes “Betinho” – economistas
Carlos Alberto Grandini Izzo – médicos
José Ailton Ferreira Pacheco – engenheiros

Suplentes
José Campos Sobrinho – odontologistas
Maria Rita de Assis Brasil – médicos
Edson Kiyoshi Shimabukuro – engenheiros

 

 

Soraya Misleh

        Face ao aquecimento econômico vivenciado pelo Brasil nos últimos anos, uma questão tem estado bastante presente na mídia: a ausência de engenheiros para desenvolver o País. A demanda por formar mais e melhores profissionais vem sendo apontada pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) desde 2006, quando elaborou o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” – que propugna por uma plataforma nacional sob o viés da sustentabilidade e conta com a adesão dos sindicatos filiados à entidade promotora do documento, entre eles o SEESP. Quando foi lançado o manifesto, a proposta era de que se duplicasse o número de graduados em engenharia, então limitados a 30 mil ao ano. Em 2009 esse contingente se elevou a 55 mil, mas mantém-se a preocupação com a escassez de mão de obra.

        Diante desse cenário, tem se questionado, entre as providências, a necessidade ou não de importação desse efetivo. O que, para Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da FNE e do sindicato paulista, é a pior solução entre as aventadas e deve ser descartada. “Tal medida em nada serve aos interesses do Brasil e do seu povo e representa mais saída pontual ao desemprego enfrentado na Europa, sobretudo pelos trabalhadores qualificados”, afirmou.

        Dados gerais do Ministério do Trabalho e Emprego de 31 de dezembro último revelam o crescimento no número de autorizações concedidas a estrangeiros provenientes de países daquele continente nos últimos cinco anos e mesmo dos Estados Unidos. Entre os profissionais com superior completo, os números surpreendem: em 2006, foram 11.976 e, numa progressão acelerada sobretudo a partir de 2008, chegou-se em 2010 a 31.662, quase o triplo.

        Para representantes de setores como consultoria, construção civil e indústria, contudo, a alternativa não é a ideal. Vice-presidente de relações capital-trabalho do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil), Haruo Ishikawa indica outro caminho, além de formar mais e com mais qualidade os profissionais: valorizá-los. Segundo ele, enquanto isso, a construção civil tem contornado a situação trazendo estudantes para estagiarem no segmento e se formarem internamente. Já a Usiminas optou por abrir oportunidades a recém-formados. Segundo Erica de Cassia Barbosa Marques, especialista em recursos humanos da companhia, o processo seletivo – que incluiu 8.500 candidatos para 80 vagas – realizou-se entre setembro e novembro de 2010 e revelou maior disputa em algumas modalidades – como química e mecânica – do que em outras. “O que fez uma grande diferença nesse processo foi a empresa não ter solicitado experiência profissional.” De fato, aos novos, as chances são grandes. Conforme Bruno de Oliveira Monteiro, professor e coordenador do Núcleo de Estágios do Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), em média 90% dos alunos dessa escola já saem empregados “no dia da colação de grau”.

 

Investir na formação
        Para além disso, José Ricardo Roriz Coelho, diretor titular do Decomtec (Departamento de Competitividade e Tecnologia) da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), destaca entre as ações necessárias atrair alunos para as escolas de engenharia e retê-los até o final do curso. “Hoje é grande a evasão no segundo e terceiro semestres, em que a carga curricular tem como foco cálculo e matemática e quase apavora. É fundamental promover visitas a fábricas, indústrias, para que o estudante conheça a área em que vai atuar.” Além disso, estudo feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) elenca outras propostas, tais como: aperfeiçoar os ensinos básico e médio em matemática e física, de modo a estimular os alunos a optarem pela área de exatas; promover a valorização dos profissionais por meio do aumento dos salários nas áreas diretamente ligadas à engenharia; e identificar as especialidades que estão sendo demandadas pela indústria e, ao mesmo tempo, aproveitar a polivalência desse profissional. De acordo com Coelho, o déficit se concentra em projetos para as áreas de petróleo e gás, mineração, infraestrutura e na própria construção civil. Lineu Rodrigues Alonso, vice-presidente de ética e de proteção à consultoria do Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva), enfatizou que a carência de engenheiros na consultoria tem sido notada, dada a redução durante muitos anos nos investimentos em obras e projetos. Como consequência, muitos profissionais aposentados têm retornado ao mercado. Trazer aqueles que, sobretudo nos anos 1980 e 1990, migraram para os setores financeiro e administrativo são outras propostas, indicadas em estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), publicado em seu boletim Radar (nº 12), de fevereiro de 2011. Na ótica de Alonso, para fazer frente a essa realidade, é fundamental um amplo e vigoroso processo de capacitação de tal mão de obra, como um programa de Estado, não de governo.

 

 

         Sob o tema “Estruturas emblemáticas: projetos que desafiam o futuro”, o IV Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, que será realizado nos dias 4 e 5 de abril, em São Paulo, pretende divulgar as grandes obras em execução na atualidade, bem como trabalhos recentes e relevantes nas áreas de pesquisa e aplicação envolvendo projeto, construção, recuperação e reforço de pontes, estádios, edifícios, indústrias, portos, barragens, plataformas offshore e fundações.

         Outra meta é discutir com profissionais e pesquisadores a normalização, experimentação, análise e dimensionamento de estruturas de concreto armado e protendido, metálicas, de madeira e de alvenaria.

         Entre os temas, novas formas e materiais, tendências recentes na concepção e construção de pontes mistas aço-concreto, a contribuição da América Latina para o desenvolvimento de pontes de grandes vãos, a experiência da Itália e de Portugal, ponte rodoviária e ferroviária de alta velocidade em Lisboa, reforços de viadutos com laminados de fibra de carbono pré-tensionados, pontes estaiadas contemporâneas e desafios e tendências das estruturas de aço no Brasil.

          Promovido pela Abece (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural) e a ABPE (Associação Brasileira de Pontes e Estruturas), o congresso faz parte da programação de conferências da Brazil Road Expo 2011 – evento internacional de tecnologia em pavimentação e infraestrutura viária e rodoviária.

         A atividade acontece no Expo Center Norte, localizado na Av. Otto Baumgart, 1.000. Mais informações sobre a programação e custo das inscrições no site www.abece.com.br, pelo telefone (11) 3938-9407 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

 

 

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