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A aritmética do petróleo é bem simples e fácil de entender. Em 1995, o Brasil estava fora do clube dos grandes produtores. A Petrobras era estritamente empresa com investimentos em P&D em águas profundas. Uma espécie de "Nasa brasileira", com aumento histórico de reservas proporcional à profundidade alcançada nas explorações off-shore. Porque a tecnologia, majoritariamente nacional, avança gradualmente, o ritmo de incremento na produção não vinha sendo historicamente explosivo. Por isso, a empresa (e o país) não participavam, nos anos 1990, dos jogos de poder do topo do sistema mundo.

O objetivo do presente artigo é rever muito brevemente as estratégias adotadas pelos países que protagonizam os jogos de poder sobre o tabuleiro do petróleo e avaliar as virtudes e os perigos da inserção brasileira desconectada de um projeto para o país.

1.Quanto às reservas de hidrocarbonetos

A descoberta de petróleo no pré-sal foi anunciada em 2006. Desde então, as reservas estimadas variam entre 50 e 100 bilhões de barris, o que situa o Brasil entre os 10 maiores em reservas. Na Tabela 1 encontram-se dados sobre aumentos de reservas por país entre os últimos vinte anos (1995-2015).

O crescimento de reservas no Brasil nos últimos 20 nos foi sem precedentes, bastante acima de Venezuela (Bacia do Orinoco), Cazaquistão e Angola, que aproximadamente quadruplicaram o patrimônio físico no período. O Brasil multiplicou a riqueza em "ouro negro" por cerca de 12 vezes em vinte anos.

Enquanto o aumento no consumo próprio significa maior vigor industrial, indica igualmente evolução no bem-estar social, na forma de consumo mais intensivo de energia. Portanto, o crescimento no consumo próprio de hidrocarbonetos é totalmente compatível com projeto de universalização no consumo com inovação (resíduos e poluentes etc.).

Se o crescimento no consumo de hidrocarbonetos pelo Brasil for gradual, ainda que possa ser acelerado, torna-se viável a formação de nova geração de empreendedores industriais-tecnológicos no país com competências para atender ao esforço de aumento na oferta.

O aumento acelerado nas exportações, ao contrário, imporá ao país a necessidade de importação de sistemas, máquinas e equipamentos, o que diminuirá os excedentes líquidos exportados. Ao mesmo tempo em que inibirá a formação de burguesia industrial-tecnológica nacional, o aumento de importância dos garimpeiros estrangeiros na formação do pacto político brasileiro tenderá a aumentar com o tamanho da produção.

Neste sentido, somando-se aumento mais que proporcional da presença chinesa no Brasil nos últimos 10 anos, é possível antecipar-se longo período de instabilidade política. Esta instabilidade tem como causa aumento esperado na rivalidade entre os EUA e a China no tabuleiro internacional. Nesta perspectiva, o Golpe de 2016 apenas reflete historicamente uma reação norte-americana a um projeto de país que viu na China e na Rússia aliados na geopolítica internacional do petróleo.

Por estas razões, cada país apresenta estratégia distinta quanto a relação entre reservas e produção. Cumpre-se conhecê-las.

2.Quanto ao ritmo de produção (consumo próprio e exportações)

Os EUA são os principais consumidores (21 MM b/d) e fazem uso de expressivas reservas (55 Bi barris 2015) para atender à demanda. Apesar de elevado volume de produção (cerca de 12,7 MM b/d), os EUA importam quase 40% das necessidades (cerca de 8 MM b/d).

As reservas no território norte-americano durariam somente oito anos se cortado o suprimento externo, já incluso incremento de 20 bilhões de barris disponíveis na camada de Xisto. Se consideradas as reservas do Canadá, as reservas estratégicas norte-americanas durariam cerca de 30 anos sem qualquer suprimento externo.

A importação maciça de óleo cru, contudo, é complementada mediante importações de derivados (refino16 MM b/d). Em síntese, para os EUA, é crucial a manutenção de influência política sobre os territórios que lhe garantem fornecimento, ainda que as flutuações de preços alterem a pulsação, o ritmo de acumulação das firmas industriais-petrolíferas norte-americanas. Perdas de curto prazo são mais que compensadas pelos ganhos de longo prazo.

A segurança político-militar norte-americana mobilizada no Oriente Médio faz com que o petróleo na região tenha custos ocultos acrescidos. Portanto, considerando-se a influência norte-americana desde a proclamação da República brasileira, pode-se concluir que as reservas no Atlântico Sul encontram-se entre as mais seguras (e mais baratas) para os "irmãos do norte".

A China seguiu, até o presente momento, estratégia de busca de autossuficiência. Apesar de detentora de reservas comparativamente elevadas (cerca de 20 bilhões de barris), o elevado crescimento no consumo próprio (1,8x entre 2005/15) tem mobilizado os chineses a buscarem fontes de suprimento no exterior, o que coloca o Brasil como uma das poucas áreas de expansão com perspectivas de longo prazo.

Em 2015, a produção, o refino e o consumo atingiram patamar de cerca de 12 milhões de b/d na China. No entanto, a estratégia de autossuficiência não poderá ser mantida durante muito tempo face ao esgotamento de reservas próprias, esperadas para antes de meados do século.

A Rússia dispõe de reservas de cerca de 100 bilhões de barris, o que confere ao vizinho chinês recursos mais que suficientes para barganha de alianças de longo prazo na Ásia. Tradicionalmente supridora de energia para a Europa, a Rússia tem sofrido pressões e embargos no mercado europeu, o que também motiva alinhamento com a China.

A Rússia possui parque de refino (~5,8 MM b/d) inferior à produção (~11,0 MM b/d), contudo maior que o consumo (~ 3,1 MM b/d). A Rússia recebe hidrocarbonetos do Cazaquistão em condições historicamente favoráveis e adiciona valor industrial com a finalidade de exportação.

Complementar à Rússia, o Cazaquistão possui reservas relativamente modestas, sendo que boa parte foi descoberta nos últimos 10 anos (5 para 30 bilhões de barris). A produção alcançou em 2015 cerca de 1,7 milhão de b/d, porém com consumo dez vezes menor. Ou seja, com população de cerca de 17 milhões de habitantes, metade dos quais de origem eslava, e com um "presidente vitalício" apoiado por Moscou, na prática o Cazaquistão é sócio minerador na cadeia produtiva de combustíveis e derivados russos.

A Venezuela está entre os países com maior aumento de reservas nos últimos 10 anos, com as descobertas na Bacia do Orinoco (80 para 300 bilhões de barris). A produção (2,7 MM b/d) encontra-se em patamar bastante superior ao consumo (0,68 MM b/d), o que mostra que a Venezuela desempenha, frente aos EUA, papel comparável ao do Cazaquistão frente à Rússia. Ambos são funcionalmente supridores das necessidades dos dominadores externos.

3.Quanto ao futuro do Brasil

A urgência na extração de riqueza do pré-sal não é apenas da sociedade brasileira, mas também dos fabricantes internacionais e dos países importadores de petróleo: EUA, China, UE e Japão. Os dois últimos, praticamente sem produção e diante de dificuldades para crescer, não disputam espaços apertados no tabuleiro do petróleo internacional.

Desde 2011, os preços em dólares do barril de petróleo têm caído dramaticamente, o que não contribui como incentivo para aumentos na produção. A única exceção tem sido os EUA, que investem pesadamente em ampliação da produção nos últimos cinco anos. Entende-se que os EUA antecipam novo ciclo de aumento nos preços de óleo e derivados, fruto possivelmente de conflitos militares antecipados no Oriente Médio para o próximo ciclo político (2017-2021).

Não obstante quase todos os países, com exceção dos EUA, terem adiado projetos de expansão da produção desde 2011, a Petrobras brasileira se preparou para a implementação de ousado projeto de expansão da produção, no qual as exigências de conteúdo nacional (SETE Brasil etc.) levariam à formação de nova geração de empreendedores industriais brasileiros.

Mesmo na contramão dos "mercados", que indicam excesso de oferta de petróleo após 2008, o Brasil apostou fichas junto com os EUA no aumento dos preços futuros. Caso implementado, o projeto brasileiro permitiria ao país inserção superior na cadeia produtiva do "ouro negro".

O projeto dos brasileiros foi, contudo, negado pela ação coordenada entre interesses norte-americanos e um grupo de representantes políticos da estreita elite financeira brasileira, conforme a história pouco a pouco se incumbe de mostrar.

 

* Marco Aurélio Cabral Pinto, no Brasil Debate. É professor da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense, mestre em administração de empresas pelo COPPEAD/UFRJ, doutor em economia pelo IE/UFRJ. Engenheiro no BNDES e Conselheiro na central sindical CNTU.

 

Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

 

 

Os últimos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) já indicavam que uma das consequências da elevação da temperatura média global é o aumento da variabilidade climática, particularmente o aumento da frequência de extremos, relacionados tanto ao calor e ao frio como à ocorrência de inundações ou secas.

É nesse cenário que se inscreve a seca que vem ocorrendo no Sudeste brasileiro desde o início do verão de 2014 e outros extremos climáticos, eventos monitorados e estudados no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC), financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela FAPESP. De acordo com pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligados ao INCT-MC, a tendência é o aumento generalizado dos eventos de precipitação intensa e de seca extrema em algumas regiões, particularmente no Sul e no Sudeste do Brasil.

As análises foram apresentadas durante a Conferência Internacional do INCT para Mudanças Climáticas, realizada pelo Inpe e pelo Cemaden de 28 a 30 de setembro, em São Paulo (SP), com a participação de pesquisadores de algumas das 108 instituições brasileiras e estrangeiras que integram o INCT-MC.

“Cenários climáticos estão sendo produzidos para a América do Sul ao longo do século 21 e sugerem que as mudanças climáticas e seus impactos têm variação regional. As projeções indicam que áreas do norte do continente americano experimentarão deficiência de chuvas, enquanto áreas no sudeste deverão registrar aumento”, disse Tercio Ambrizzi, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP).

Ambrizzi apresentou na ocasião a palestra “Observações e atribuição de causas da variabilidade e extremos climáticos”, apontando esforços do INCT-MC na área.

“O último relatório do IPCC indica a ocorrência inequívoca do aquecimento global e apresenta novas evidências sobre a real contribuição humana para o agravamento do efeito estufa. A detecção da mudança climática é um processo que demonstra que o clima tem mudado baseado em algum método estatístico sem, entretanto, discutir as causas desta mudança. A atribuição de justificativas da mudança climática é o processo que estabelece a mais provável causa da mudança detectada com um determinado nível de confiança”, explicou.

Em relação à seca no Sudeste, foram avaliadas pelos pesquisadores do INCT-MC as características dinâmicas e sinóticas (relacionadas à observação de fenômenos climáticos e meteorológicos de grande escala, como depressões, ciclones e anticiclones) de períodos extremos na região e sua relação com a temperatura da superfície do mar (TSM) do Atlântico Sul.

Projeções de mudanças nos ciclones extratropicais em experimentos de aquecimento global considerando vários cenários de emissões de gases do efeito estufa sugerem que as regiões de ciclogênese (onde há desenvolvimento ou fortalecimento de uma circulação ciclônica na atmosfera) próximas à costa sul do Brasil tenderão a se mover mais para o sul no período entre 2071 e 2085. Esse resultado poderá afetar os padrões de bloqueios atmosféricos sobre os subtrópicos, as zonas da Terra imediatamente ao norte e ao sul da zona tropical, tendo o potencial de causar secas em várias regiões agrícolas do país.

“A relação dos eventos extremos secos no Sudeste do Brasil que ocorrem nas estações de outono, inverno e primavera com anomalias de temperatura da superfície do mar no Atlântico Sul ainda não é bem entendida. Dessa forma, realizou-se um trabalho de detecção em que foram determinadas datas desses eventos para cinco regiões, no período de 1982 a 2009. As características sinóticas e dinâmicas desses períodos foram investigadas por meio da análise das anomalias de TSM, das fontes de umidade, do comportamento das frentes frias na América do Sul e de outros elementos”, contou Ambrizzi.

O inverno foi a estação que registrou maior número de eventos secos, seguido do outono e da primavera. As áreas localizadas na porção norte da região Sudeste foram as que apresentaram o maior número de eventos, sendo também os mais longos, chegando a 117 dias. Já as regiões da porção sul foram caracterizadas por menos eventos e por períodos mais curtos, de, no máximo, 30 dias. A área localizada no centro da região Sudeste se caracterizou por ser uma zona de transição.

Ainda de acordo com as pesquisas, as frentes frias tendem a ficar concentradas no sul da América do Sul.

 


Comunicação SEESP
Informação de Diego Freire/Agência Fapesp
Para ler a notícia na íntegra clique aqui

 

 

 

 

 

 

Acontece nesta quarta-feira (28/09), às 17h, na sede do SEESP, na capital paulista, mais um debate do ciclo “A engenharia e a cidade”, promovido pelo SEESP para receber os candidatos à Prefeitura. Desta vez, será recebido Ricardo Young que concorre à administração municipal de São Paulo pela Rede. Abertos ao público, os eventos são uma oportunidade ímpar para decidir em quem votar mais conscientemente.

Essa dinâmica, além de absolutamente democrática, já que abre rigorosamente o mesmo espaço a todos, permite que sejam tratadas de forma apropriada questões de monta que precisam ser enfrentadas. Entre essas, está certamente a crise de mobilidade e a carência por transportes, existentes sobretudo na Capital, mas presentes também em diversas localidades do interior paulista, que podem caminhar para caos semelhante ao vivido na metrópole se não adotarem medidas corretivas.  A histórica falta de planejamento, o processo de especulação imobiliária que expulsa contingentes de trabalhadores para periferias cada vez mais distantes enquanto os empregos continuam concentrados na região central e a supremacia do automóvel no sistema viário paulistano geraram a situação que hoje já é insustentável.

O SEESP fica na Rua Genebra, nº 25, na Bela Vista, região central de São Paulo.


Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP





 

Mais duas patentes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), ambas do Departamento de Engenharia Química, depositadas pela Agência de Inovação, foram concedidas recentemente pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A primeira invenção se refere ao “Processo de preparação e catalisador zeolítico para reações de condensação”, um catalisador que tem propriedade altamente básica, sólida, insolúvel e com aplicação em diversas reações químicas de interesse industrial. O invento foi desenvolvido pelos pesquisadores Dilson Cardoso e Leandro Martins e tem titularidade da UFSCar e da Fapesp.

Atualmente, em vários processos de interesse industrial, o catalisador se encontra na forma homogênea, ou seja, os reagentes e o próprio catalisador formam uma solução, o que faz com que seja utilizado um processo relativamente complexo para recuperá-lo, encarecendo o produto final. O invento da universidade inova nesse aspecto: o novo catalisador, além de ter propriedades básicas mais fortes que os demais, é um sólido formado por peneiras moleculares, com alta atividade catalítica e insolúvel nos reagentes. Essas características fazem com que uma simples filtração seja suficiente para separá-lo, diminuindo o custo do processo.

Este material tem perspectivas de aplicação em diversos tipos de reações, principalmente naquelas realizadas pela indústria de química fina para a produção de perfume, fármacos, aromas, pesticidas, entre outros. A patente teve seu pedido depositado em dezembro de 2005 e sua concessão foi publicada na RPI 2352 do dia 2 de fevereiro de 2016.

Já a segunda patente se refere a um equipamento versátil, robusto e com perfil comercial, denominado “Sistema reacional pneumático e uso do mesmo”, de autoria dos pesquisadores Alberto Colli Badino Junior, Carlos Osamu Hokka e Marcel Otávio Cerri. Trata-se de uma invenção composta por biorreatores com dispositivos que promovem de forma eficiente as transferências de calor e de massa, cujo sistema é utilizado principalmente em processos biológicos, envolvendo enzimas, células e microrganismos ou como reator químico, tanto para atividade de ensino como de pesquisa por indústrias de bioprocessos, institutos de pesquisa e universidades.

O invento inova por ser mais versátil. Isso porque o sistema desenvolvido permite o uso de três escalas, com 2, 5 ou 10 litros de capacidade útil, e de três modelos de biorreatores: coluna de bolhas ou torre, airlift de cilindros concêntricos e airlift tipo “Split”. Assim, a versatilidade consiste no grande diferencial de comportar em uma só estrutura três modelos e três escalas, o que soma nove tipos de biorreatores, além da grande praticidade de transformar um modelo em outro com simples troca de acessórios, o que é vantajoso para o mercado. Ressalta-se também o fato do equipamento ser robusto, de simples operação e de baixo custo.

Por possuir um preço inferior ao mercado e, por conta de sua aplicação industrial rápida e simples, antes mesmo de ser concedida, a patente já havia sido licenciada para produção – em março de 2010 – pela empresa Tecnal Equipamentos Científicos, que atua no desenvolvimento de equipamentos de alta tecnologia e representação de companhias internacionais desde 1976, contribuindo para o trabalho de laboratórios, usinas, indústrias, instituições de ensino e empresas de diversos segmentos. A patente depositada em abril de 2007, teve sua concessão publicada na RPI 2363 de 19 de abril de 2016.


 

 

Comunicação SEESP
Informação da UFSCar

 

 

 

 

 

 

 

As negociações da campanha salarial 2016 entre o SEESP e o Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), em São Paulo, estão em andamento. A entidade patronal fez uma nova contraproposta, em reunião ocorrida no dia 20 de setembro último, de 2% de reajuste retroativo à data-base e mais 2% em 1º de janeiro de 2017. A proposta foi rejeitada na hora pelo sindicato, que aguarda uma nova data de negociação.

 

Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

 

 

A poderosa manifestação unitária dos metalúrgicos prevista para a quinta-feira, 29 de setembro, tem uma característica comum com as manifestações do movimento sindical já realizadas recentemente e duas características próprias, diferentes delas.

Em comum, a manifestação dos metalúrgicos carrega a marca forte da unidade de ação, já que foi convocada e está sendo organizada por todas as correntes sindicais do campo metalúrgico (feito inédito em toda a história sindical brasileira), unificadas na defesa dos direitos ameaçados e pela retomada do desenvolvimento.

Embora seja unitária, a manifestação do dia 29 contemplará as posições político-sindicais de seus participantes e levará em conta, como é óbvio, a situação específica em cada base sindical: greve onde for possível, paralisações parciais e manifestações conjuntas nos sindicatos ou nos locais de concentração das empresas.

Como uma das marcas diferentes, a jornada do dia 29 concentra-se no setor metalúrgico que sofre toda a pressão da crise econômica e da desindustrialização e realiza, em amplos segmentos sua campanha salarial anual exigindo a manutenção dos empregos e ganhos reais de salários. Outras categorias fortes estão também realizando suas campanhas salariais, algumas nacionais como os bancários em greve e outras regionais, como a greve dos estivadores de Santos.

Os metalúrgicos pretendem também reforçar seu empenho no Fórum Nacional de Desenvolvimento Produtivo (versão atual das câmaras setoriais) na busca de alternativas para a superação da crise e da verdadeira confusão governamental.

A outra característica diferente é geográfica. Em lugar de manifestações nos locais tradicionais de agrupamento coletivo, sob o comando das centrais sindicais e das organizações sociais, a manifestação metalúrgica do dia 29 será efetivada nos próprios locais de trabalho ou em locais que tradicionalmente agrupam um conjunto de trabalhadores de várias empresas próximas.

Aqui em São Paulo, por exemplo, abandona-se a Avenida Paulista e os metalúrgicos irão para o Largo do Sapo, perto da tradicional empresa Arno, onde se agruparão, bem como para outras duas grandes concentrações territoriais de empresas no município.

A classe operária e todos os trabalhadores devem apoiar a iniciativa unitária dos metalúrgicos que reforça, com suas reivindicações e experiências específicas, a luta geral. 

 

* João Guilherme Vargas Netto é analista político e consultor sindical

 

 

 

 

 

As inscrições para o Trainee Técnico 2017 da concessionária de ferrovias Rumo – a maior empresa de logística do Brasil – seguem até o dia 15 de outubro. O programa foi lançado no início de setembro e abrange 16 cidades em cinco estados. 

Podem participar candidatos de todo o País que tenham concluído ou estejam concluindo cursos técnicos ou de ensino médio técnico nas áreas de Mecânica, Elétrica, Eletromecânica, Estrada, Edificações ou Infraestrutura. 

A Rumo abriu 30 vagas para o Trainee Técnico 2017, do qual 16 cidades participam – sete em São Paulo (Santos, Paratinga, Rio Claro, Araraquara, Votuporanga, Embu-Guaçu e Limeira), cinco no Paraná (Curitiba, Paranaguá, Ponta Grossa, Rio Negro e Apucarana) e outras quatro em Mato Grosso (Rondonópolis), Mato Grosso do Sul (Chapadão do Sul), Santa Catarina (Mafra) e Rio Grande do Sul (Santa Maria). 

O programa, que tem como proposta a formação do primeiro nível de liderança, busca jovens talentos interessados em trabalhar na maior concessionária de ferrovias do Brasil. Assim, o Trainee Técnico da Rumo abre oportunidades profissionais num setor que registra crescente demanda por serviços. 

O jovem que se inscrever no programa deve ter como objetivo participar ativamente da equipe e estar comprometido com os resultados dele e da Companhia. Esses são considerados requisitos fundamentais para o sucesso do colaborador Rumo. 

O Trainee Técnico tem duração de um ano. O crescimento do colaborador ocorre de acordo com critérios como produtividade e perfil. O processo seletivo consiste em cinco etapas. Após a triagem dos currículos inscritos pela internet, são feitas provas online, seguidas por vídeo pessoal, dinâmica de grupo e entrevistas. Depois disso, ocorre a final regional. No Trainee 2017, a Rumo inseriu a fase de apresentação pessoal por vídeo, com duração de 1 minuto. 

Orientações
Prazo final para inscrições: 15 de outubro. Áreas de formação: técnico ou ensino médio técnico em Mecânica, Elétrica, Eletromecânica, Estrada e Edificações ou Infraestrutura. Que pode se inscrever: formados ou estudantes que concluirão cursos técnicos até dezembro de 2016. Cidades com vagas: Em SP: Araraquara, Embu-Guaçu, Limeira, Paratinga, Rio Claro, Santos e Votuporanga; no PR: Apucarana, Curitiba, Paranaguá, Ponta Grossa e Rio Negro; em SC: Mafra; no RS: Santa Maria; em MS: Chapadão do Sul; em MT: Rondonópolis. Endereço eletrônico para inscrição: http://www.trainee.rumolog.com

Sobre a Rumo 
A concessionária tem 12 mil quilômetros de malha ferroviária, 966 locomotivas, 28 mil vagões e quase 12 mil funcionários diretos e indiretos. Sua capacidade de elevação no Porto de Santos e no Porto de Paranaguá é de 29 milhões de toneladas ao ano. 

A Rumo atua no transporte de produtos agrícolas e industriais em seis estados: São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Oferece serviços que dão suporte às exportações e ao transporte interno de mercadorias sobre trilhos. Além disso, desenvolve projetos ferroviários em parceria com investidores.

 

 

Comunicação SEESP
Informação da Assessoria de Imprensa da Rumo Logística

 

 

 

 

 

 

 

As reformas neoliberais do governo Temer começam a ser enfrentadas também pelas categorias profissionais. A primeira grande manifestação de uma categoria será feita pelos metalúrgicos, em protesto nacional marcado para esta quinta-feira (29/09). O protesto foi decidido por entidades metalúrgicas de todo o País, reunidas em São Paulo no dia 8 último.

A Agência Sindical entrevistou Paschoal Carneiro, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Salvador e diretor de Previdência, Aposentados e Pensionistas na CTB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. “Politicamente essa paralisação é muito importante, porque representamos um setor de ponta na indústria. Toda vez que se fala em precarização e flexibilização dos direitos trabalhistas, somos os primeiros a sofrer seus impactos. Estou certo de que a iniciativa vai estimular demais categorias a fazer o mesmo”, ressalta Carneiro.

Nesta terça-feira (27), os Metalúrgicos de São Paulo se reúnem para definir o formato do protesto, que ocorrerá em vários pontos da base. Na Zona Leste, deve haver concentração na Ilha do Sapo.

O presidente do Sindicato da Grande Curitiba, Sérgio Butka, denuncia que o governo nada faz para conter o desemprego. “É importante um movimento nacional dos trabalhadores, pra que possamos pressionar o Congresso e mostrar que é possível criar medidas para que a economia volte a crescer e isso não precisa ser feito com base na destruição da legislação trabalhista ou da flexibilização de nossos direitos”, diz.

“Iniciamos esse movimento com os metalúrgicos, mas queremos ampliar para todos os segmentos da sociedade. Nosso objetivo é evitar o desmonte da estrutura pública e defender os direitos dos trabalhadores”, comenta o presidente do Sindicato da categoria em Gravataí (RS), Valcir Ascari.

Reivindicações
Na pauta do protesto constam: a luta em defesa de direitos e conquistas trabalhistas; contra a reforma da Previdência; contra o desemprego e a terceirização; contra o desmonte da Justiça do Trabalho; pela redução dos juros e por saúde, educação, moradia; e transporte dignos.

 

Comunicação SEESP
Informação da Agência Sindical

 

 

 

 

 

 

 

 

Em assembleia realizada no dia 22 último, os engenheiros da empresa Interligação Elétrica do Madeira (IE Madeira) aprovaram a proposta da empresa para celebração do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), com vigência no período de 2016/2017.

Os profissionais concordaram que itens importantes como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e Plano de Previdência Privada não constem desse ACT, mas solicitaram ao SEESP que sejam representados nas discussões que acontecerão em 2016 e 2017 sobre esses temas e outros.

Os dirigentes sindicais esclareceram que essa foi a primeira participação em negociação com a empresa e que daqui para frente o SEESP participará das discussões que digam respeito aos interesses dos engenheiros. 

 

Lourdes Silva
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

 

 

A campanha salarial dos engenheiros da Telefônica Vivo - data-base 1º de setembro - está bem difícil. A empresa, na segunda rodada de negociação em 16 de setembro último, ofereceu zero de reajuste salarial, entre outros itens também considerados ruins pelo SEESP. O sindicato rejeitou a contraproposta patronal à mesa, dizendo que ela não corresponde à realidade da companhia e não valoriza, como deve, a categoria. Já está agendada nova negociação no dia 4 de outubro próximo.

Além do reajuste zero, a empresa propôs indenização adicional para quem for demitido no período do acordo em valores crescentes até o término do período (30%, 60% e 90% do salário em cada terço do período); índice zero também para o tíquete restaurante; reajuste de 5,45% em 1º de janeiro de 2017 para o auxílio-creche e de 6% para o auxílio-creche especial; vigência de dois anos para as cláusulas sociais com negociação anual das cláusulas de caráter econômico; e validade bianual para as cláusulas sociais.

O sindicato mostrou que é um contrassenso a negação de reajuste salarial já que a empresa obteve R$ 3,4 bilhões de lucro em 2015 e lucro acumulado de R$ 1,9 bilhões no primeiro semestre de 2016. A empresa, defendeu o SEESP, por seu desempenho e pela ampliação de sua participação no mercado mediante aquisição recente e pelas características próprias do mercado de concessão de serviços de telecomunicações, está se saindo muito bem em relação à crise econômica no País.

Nesse sentido, o sindicato reafirmou as principais reivindicações da categoria, entre elas: reajuste de 11,68% no piso salarial dos engenheiros em consonância com a Lei 4.950A/66 e reajuste salarial correspondente às perdas geradas pela inflação, mais aumento real a título de produtividade nos demais salários, extensível aos demais benefícios de caráter econômico.

É desta forma, avisa o SEESP, que se valoriza a categoria, e não a proposta de indenização adicional em caso de demissão dentro da vigência do acordo, que só traz estranheza e nutre insegurança entre os trabalhadores.

 

Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

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