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Do Jornal da Ciência

No próximo dia 10 outubro, entidades científicas e acadêmicas de todo o País realizarão atividades conjuntas em Brasília, no Congresso Nacional, com a finalidade de pressionar o governo a aumentar o orçamento previsto para 2018 e reivindicar o descontingenciamento de recursos de 2017 para ciência, tecnologia e educação pública superior.  A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) convoca todas as associações científicas a ela afiliadas a enviarem representantes à mobilização, e convida também os dirigentes  de instituições de pesquisa e ensino a participarem.

Mais de 25 entidades já confirmaram que estarão presentes às atividades: 11 sociedades científicas, outras oito instituições representativas da área de educação e C&T nacionais e oito institutos de pesquisa brasileiros.

O evento conta com o apoio de deputados e senadores, em especial da Frente Parlamentar em Defesa da Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação.

Estão programadas as seguintes atividades no dia:

9h30: Audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática no Plenário 11, Anexo II da Câmara dos Deputados. Tema: "Debate sobre o orçamento da ciência e tecnologia, seus cortes e consequências para o desenvolvimento do País" (Requerimento nº 244, de 2017, do deputado Celso Pansera).

15h: Ato público para a entrega das 80 mil assinaturas da petição da campanha Conhecimento sem Cortes, no Salão Nobre da Câmara. Será também divulgado e distribuído aos parlamentares um Manifesto aos Parlamentares Brasileiros.

16h: Entrega do abaixo assinado ao Presidente da Câmara, Rodrigo Maia. 

Além dessas atividades, durante todo o dia ocorrerão visitas a parlamentares da Comissão Mista de Orçamento, nas quais será entregue o Manifesto aos Parlamentares Brasileiros. No dia 9 de outubro, a SBPC realiza a reunião do Fórum Permanente de Associações Afiliadas à SBPC, onde serão discutidas as atividades no Congresso Nacional.

A SBPC ressalta que é importante que todas as entidades e instituições de ensino e pesquisa divulguem e estimulem seus membros a assinarem nesta semana, antes do evento, a petição da campanha Conhecimento sem Cortes que será entregue no dia 10 de outubro. O abaixo-assinado está disponível neste link.

Previsão orçamentária para 2018 é trágica

As manifestações das entidades científicas e acadêmicas em defesa do orçamento adequado para 2018 e pelo descontingenciamento dos recursos de 2017 se intensificaram desde a apresentação do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2018 (PLOA) pelo governo federal em 31 de agosto. O orçamento movimentável delineado para 2018, que exclui despesas obrigatórias e reserva de contingência, é de cerca de R$ 2,7 bilhões para todo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Isso significa uma redução de 56% no orçamento que havia sido aprovado na LOA 2017 para a Pasta, antes do contingenciamento de 44% das verbas.

Caso não ocorram alterações, e nem liberação das verbas contingenciadas, o valor que o MCTIC teve para operar em 2017, de R$3,2 bi, torna-se a referência para o novo teto de 2018, de acordo com a Emenda Constitucional 95, que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos. E a grande pergunta será como a ciência e a tecnologia construída nos últimos anos vai sobreviver 2018 com uma verba menor do que o minguado orçamento de 2017, o menor da última década.

No dia 25 de setembro, a SBPC, juntamente a outras oito entidades representativas das comunidades científica, tecnológica e acadêmica brasileiras e dos sistemas estaduais de ciência, tecnologia e inovação enviaram uma carta ao presidente da República, Michel Temer, pedindo a liberação imediata da verba do MCTIC contingenciada em 2017.

Na carta, as entidades reiteram a gravíssima situação da ciência e tecnologia no País resultante da drástica diminuição das verbas e solicitam ao presidente que, diante da decisão do governo de autorizar a liberação de mais R$ 12,8 bilhões para o orçamento de 2017, em função do aumento da meta de déficit fiscal, libere os recursos contingenciados do MCTIC neste ano.

 “Há necessidade urgente de reversão do cenário de cortes, por meio do descontingenciamento desses recursos para o MCTIC, para possibilitar a recomposição do orçamento anteriormente previsto para 2017. É igualmente indispensável a garantia de um orçamento adequado para a ciência e tecnologia em 2018”, afirmam as nove entidades na carta.

As entidades também vêm solicitando que o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, convoque uma reunião urgente do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) para discutir a situação muito grave dos recursos para a área. O pedido foi feito oficialmente por carta enviada no dia 23 de agosto e reiterado no último dia 27 de setembro, durante a 3ª Reunião do Conselho Consultivo do MCTIC, no CNPq. O ministro respondeu que já havia solicitado a reunião e que continuará insistindo para que ela ocorra.

A SBPC alerta para o cenário trágico delineado para 2018 e reforça a importância de todas as associações científicas e os dirigentes  de instituições de pesquisa e ensino estarem presentes nas atividades do dia 10 de outubro no Congresso Nacional.  

 

João Guilherme Vargas Netto*

Procuro escrever textos curtos, sem enrolação, com informações úteis à ação sindical. Às vezes faço sugestões e até prescrições violando a regra que conselho não se dá de graça.

Nas batalhas de resistência a serem travadas pelo movimento sindical, o mais importante – decisivo mesmo – é a capacidade dos dirigentes se aproximarem da massa de trabalhadores esclarecendo-os, organizando-os, mobilizando-os e, em suma, os comandando. Isto é feito fundamentalmente fora da sede do sindicato, nas empresas, nos locais de trabalho e ali onde os trabalhadores se reúnem ou frequentam.

Mas para que os dirigentes, auxiliares e ativistas possam praticar com êxito essa descida às bases é muito importante que na sede dos sindicatos e das demais entidades representativas os serviços essenciais sejam mantidos, reforçados e melhorados.

Ao racionalizar a ação (quando as dificuldades financeiras eventuais assim o determinarem) tudo deve ser feito de modo a preservar os quatro eixos abaixo, que são os seguintes:

1-    Comunicação sindical – sem ela e seus profissionais o sindicato é um grito mudo que ninguém escuta. A comunicação deve ser eficiente, veraz, compreensiva, correta e convincente como uma frase bem articulada em língua inteligível ou uma imagem de impacto;

2-    Serviços jurídicos – a norma sindical vigente no Brasil valoriza a batalha judicial e impõe a cada entidade a necessidade de ótimos serviços advocatícios, confiáveis para a entidade e para os trabalhadores;

3-    O balcão de atendimento sindical às demandas pontuais dos trabalhadores. São todos os serviços prestados pelos sindicatos (homologações, consultas etc) que desempenham o papel de “pronto socorro” e são, na maioria dos casos, a porta de entrada para o sindicato e sua ação coletiva. O sindicalismo norte-americano nos ensinou que a soma ponderada de reclamações dos trabalhadores produz uma reivindicação sindical;

4-    O serviço de suporte à sindicalização. A descida às bases ou a vinda dos trabalhadores ao sindicato devem ser atualmente ocasiões a mais para sindicalizá-los diminuindo a diferença numérica entre categoria e associados, aumentando a taxa de sindicalização e fidelizando cada vez mais os já associados.



* Consultor sindical

 

 

 

 

Da FNE

Nesta segunda-feira (2), a diretora regional Sudeste da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Clarice Soraggi, representará a entidade no lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional no Rio de Janeiro, com o lançamento de um manifesto sobre a questão. O propósito da iniciativa é debater e combater a política de desmonte do Estado que vem sendo promovida pelo governo de Michel Temer. A frente nasceu no Congresso Nacional, reunindo senadores e deputados de diversos partidos. É presidida pelo senador Roberto Requião (PMDB/PR) e tem como secretário-geral o deputado Patrus Ananias (PT/MG). No Rio de Janeiro, o lançamento é impulsionado pelo Clube de Engenharia.

Os participantes querem promover ações em defesa da indústria nacional e da geração de empregos e barrar a venda de estatais brasileiras a companhias estrangeiras. Foram estabelecidos oito eixos de ação: a defesa da exploração eficiente de recursos naturais; a garantia de infraestrutura capaz de promover o desenvolvimento; o fortalecimento da agricultura nas exportações e na alimentação dos brasileiros; o estímulo ao crédito e ao capital produtivo nacional; a defesa do emprego e do salário; a garantia de um sistema tributário justo; a consolidação das Forças Armadas na defesa da soberania; e a manutenção de uma política externa independente.

Confira, a seguir, a íntegra do Manifesto pela Soberania Nacional:

1. O fundamento da democracia brasileira é a soberania, inscrito solenemente no artigo 1° da Constituição.

2. Este mesmo artigo primeiro estabelece solenemente que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos, ou diretamente.

3. A soberania é o direito inalienável e a capacidade da sociedade brasileira de se organizar de acordo com sua história e características sociais para promover o desenvolvimento de todo o seu povo, de forma justa, próspera, democrática e fraterna.

4. Essa soberania não pode ser limitada por políticas ocasionais que a comprometam e que dificultem a autodeterminação do Brasil e sua capacidade de resistir a tentativas de interferência externa.

5. A renúncia a certos direitos invioláveis, tais como o direito de organizar seu Estado e sua sociedade de forma a promover o desenvolvimento, é inadmissível.

6. Assim, cabe ao Congresso Nacional, integrado por representantes eleitos pelo povo brasileiro, garantir a soberania, o desenvolvimento e a independência nacional.

7. A organização de uma Frente Parlamentar de Defesa da Soberania se justifica na medida em que estados subdesenvolvidos como o nosso enfrentam sempre a ação de estados mais poderosos para que reduzam sua soberania, enquanto esses estados defendem e preservam com todo o empenho sua própria soberania.

8. Os eixos principais de ação da Frente Parlamentar serão a defesa:

. da exploração eficiente dos recursos naturais, entre eles o petróleo, para a promoção do desenvolvimento;
. da construção de uma infraestrutura capaz de promover o desenvolvimento;
. da contribuição da agricultura para a alimentação do povo e as exportações;
. do capital produtivo nacional e de um sistema de crédito que tenha como objetivo seu fortalecimento;
. do emprego e do salário do trabalhador brasileiro;
. de um sistema tributário mais justo;
. de Forças Armadas capazes de defender nossa soberania;
. de uma política externa independente.

 

 

Da Agência Fapesp*

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) abriu inscrições para o Concurso Público de Provas e Títulos para provimento de 60 vagas para o cargo efetivo de professor para a carreira do magistério superior.

As inscrições, que se encerram em 31 de outubro próximo, podem ser realizadas presencialmente no horário das 8 às 11h e das 14 às 17h, diariamente, exceto feriados ou dias em que não haja expediente no ITA, na Sala da Vice-Reitoria do ITA – sala 2.037, por via postal ou internet.

O edital do concurso contendo os campos de conhecimento e as áreas de especialização, informações sobre a realização das provas e as demais informações pertinentes aos concursos; a ficha de inscrição e outros documentos e/ou informações podem ser acessados no endereço http://www.ita.br/concurso.

Mais informações podem ser obtidas com a Comissão Especial de Concursos 2017 pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..


* Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

 

Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP

O estudo “Fortalecimento das Engenharias”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), em 2015, apresenta diversos aspectos da engenharia no País, contextualizando a profissão também no cenário internacional, as limitações nacionais do ensino da área, os novos requisitos profissionais, a caracterização da demanda por engenheiros, o perfil e a qualidade dos engenheiros formados, o reflexo da área na capacidade de inovação etc... O trabalho cita o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), mantido pelo SEESP, como uma iniciativa que “apresenta uma visão inovadora para o ensino da engenharia nacional, estimulando uma parceria avançada e pioneira entre empresas, instituição de ensino e bancadas de pesquisa. A instituição oferece, desde 2015, o primeiro curso de graduação em Engenharia de Inovação no Brasil”.

À apresentação, o trabalho defende a necessidade de “uma grande revolução no ensino das engenharias no Brasil (...) para que o País aumente sua produtividade e acompanhe os países mais inovadores”. Para tanto, prossegue o texto, se “depende da capacidade das empresas inovar e isso depende da disponibilidade e da qualidade dos engenheiros e tecnólogos”.

O estudo, a partir de Pesquisa de Inovação 2011, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que à época “72,5% das empresas entrevistadas entendem a falta de recursos humanos qualificados como sério obstáculo para a inovação do setor industrial. O fato é que, do total de profissionais de engenharia, pouco mais da metade (54%) atua no setor industrial. O quadro de escassez se agrava quando sabemos que a maioria dos estudantes (60%) abandona o curso antes de se formar”.

E que “a existência de engenheiros e cientistas inovadores está intimamente ligada tanto à inovação, geração e absorção de novas tecnologias como ao incremento da pesquisa e do desenvolvimento, o que aumenta a competitividade na cadeia de valor e resulta na produção de patentes industriais”.

A referência à instituição de ensino do sindicato está no item 4.1, “Por que o mundo inteiro se preocupa tanto com os engenheiros?”, como segue: “No quesito qualidade, poucos cursos estão em sintonia com a tendência mundial de formar engenheiros com visão empreendedora e inovadora, embora algumas faculdades estejam se mobilizando para incorporar novas demandas, mediante a atualização de seus currículos. Novas instituições como o Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) e o Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia) já apresentam projetos pedagógicos em consonância com as novas tendências internacionais.”

O estudo reforça a importância de um ambiente de ensino que estimule a “competência, treinamento e criatividade, transitando em um ambiente interativo e propício ao desenvolvimento, que resulte na produção bem-sucedida de bens e serviços. Essas são as premissas básicas para que ocorra o processo de inovação”.

>> Leia o estudo completo aqui

 

João Guilherme Vargas Netto* 

Nesta sexta-feira, 29 de setembro, foi um dia normal para milhões de trabalhadores. Normal?

Não, porque 1.500 dirigentes e ativistas sindicais de todo o Brasil representando todas as entidades da categoria metalúrgica, e mais inúmeros representantes de muitas outras (não as posso citar todas, lembro-me aqui dos eletricitários, engenheiros, carteiros – que estão em greve – petroleiros, químicos e funcionários públicos) reuniram-se em plenária nacional no CMTC Clube, com representações das centrais sindicais e do Fórum Sindical dos Trabalhadores.

Na pauta a resistência às terceirizações e à implementação da lei da "deforma" trabalhista no curso das atuais negociações salariais. O grito de “a luta faz a lei” demonstrou que as direções não admitirão a sua vigência.

Embora todos os trabalhadores estivessem fazendo o que precisam fazer, ou seja, trabalhar, estavam atentos ao que acontecia em São Paulo; a imprensa sindical, as redes sociais e a rádio peão vão se encarregar de fazer chegar a eles a mensagem de unidade, de resistência e de comando das direções sindicais unidas em defesa de seus direitos.

Mesmo que ainda hoje exista certa passividade nas bases (embora compreendam que estão sendo “capadas e sangradas”), logo, logo os trabalhadores sentirão na pele as consequências dos desmandos do governo e de um patronato insensível e oligárquico. Para onde correrão em busca de auxílio e proteção? Para o governo, para os patrões, para os partidos políticos, para as igrejas ou para quem mais?

Correrão para os sindicatos que os representam. A jornada de hoje, com unidade e determinação, passou para os trabalhadores a mensagem de confiança na luta coletiva e de orientação e comando que necessitam.

Foi aprovada uma carta da plenária, um chamado à luta dirigido à classe trabalhadora brasileira, com as tarefas imediatas e a determinação de grandes atos unitários no dia 10 de novembro (véspera da entrada em vigor da lei trabalhista) com reforço às campanhas salariais em curso. Houve também uma moção de solidariedade à corajosa procuradora do trabalho do Rio Grande do Norte que enfrenta a fúria patronal e a execração do deputado Rogério Marinho, algoz dos trabalhadores e agora também dos idosos em seus planos de saúde.

Uma passeata encerrou o ato, demonstrando o ímpeto de luta dos dirigentes.


* Consultor sindical

 

 

 

Jornal da USP*

Sentado em sua mesa, o professor Eduardo Sansone é capaz de apontar diversos objetos que têm algo em comum: a origem mineral. “A própria construção deste prédio: areia, pedra e cimento, é de matéria-prima mineral”, diz.

Como coordenador do curso de Engenharia de Minas, Sansone reconhece que a mineração, por estar na base da cadeia produtiva, aparece para muitos como algo distante. “Naturalmente, isso gera um conhecimento menor do curso”, explica.

Grande, no entanto, é a demanda por profissionais que atuem nesse setor: a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) forma engenheiros de minas desde 1960, no curso oferecido no campus Cidade Universitária, em São Paulo.

Foto: Jornal da USP
Minério de ferro da Vale na Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, em Minas Gerais. Foto: Ricardo Teles/Agência Vale

Apesar de alguns avanços serem mais lentos nesse ramo da engenharia, ela tem a vantagem de envolver os profissionais nas diversas etapas produtivas relacionadas à mineração, desde a pesquisa para identificar a viabilidade de uma extração até a venda para a indústria.

“Vemos desde o começo até o fim da produção, não nos limitamos a uma parte específica. Mesmo que a tecnologia seja mais antiga, os problemas são sempre novos”, conta Renato Oliveira, engenheiro de minas formado pela Poli em 2011.

Esse processo também inclui estar em diferentes regiões do Brasil e saber lidar com as populações locais, tendo como responsabilidade áreas de extração que podem gerar grandes impactos ambientais.

Mercado de trabalho
Os campos de atuação da Engenharia de Minas acompanham desde a busca por depósitos minerais e a lavra (extração) até o tratamento que vai adequar a matéria-prima para entrar na cadeia produtiva, já que alguns minerais precisam ser purificados ou ganhar maior concentração antes de serem aproveitados pela indústria.

Ao longo desse processo, a recuperação ambiental e a atenção com a segurança e a saúde da equipe também devem ser preocupações dos engenheiros de minas. O curso abrange, assim, uma série de atividades bastante diferenciadas, que se aproximam de áreas como a geologia, a química e a engenharia civil.

No sul do Pará, região de Carajás, Oliveira trabalhou com a produção de cobre da mineradora Vale, coordenando desde a britagem, primeira etapa da fragmentação do minério, até a filtragem, quando o concentrado de cobre está pronto para ser vendido aos clientes.

Hoje, em Belo Horizonte, o engenheiro trabalha na parte de desenvolvimento de projetos da empresa, com planejamento de novos empreendimentos — o que inclui questões de segurança, infraestrutura e até do departamento jurídico. “O projeto em que estou trabalhando agora deve demorar de três a quatro anos para ficar pronto”, conta.

Minas em São Paulo?
O Brasil está entre os grandes produtores do setor mineral no mundo. Apesar das maiores áreas de extração mineral estarem, respectivamente, localizadas nos estados do Pará e de Minas Gerais, há bastante campo no Estado de São Paulo — que entra em terceiro lugar na lista.

Isso se dá pelo setor da construção civil, que se abastece de recursos minerais como granito, calcário, basalto e areia, usados para produção de concreto, cimento e outros materiais. “O Estado tem uma urbanização acentuada e demanda essa matéria-prima”, lembra o professor.

Renato, por exemplo, realizou estágio na Pedreira Embu, que atua na região da capital paulista. Lá, pôde acompanhar os processos de desmonte das rochas, com a chamada cominuição — fragmentação dos minérios, que podem passar por processos como britagem, peneiramento e moagem, de acordo com a finalidade do uso.

Universidade
A Engenharia de Minas, assim como as outras modalidades, oferece uma formação básica antes de se aprofundar em disciplinas específicas. Há dois anos, é possível optar pelo curso logo na inscrição do vestibular e, desde 2013, são oferecidas 40 vagas — o dobro de antes.

Para quem quiser se aprofundar na área acadêmica, a Poli oferece o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mineral (PPGEMin) com os níveis de mestrado e doutorado

Uma iniciativa dos alunos de graduação para divulgar o curso foi a criação do USP Mining Team, equipe formada para participar de competições, como os Jogos Internacionais de Mineração.

Larissa Peres, aluna de Engenharia de Minas da Poli, foi uma das responsáveis pela formação da equipe. Durante intercâmbio feito na Austrália, ela teve a oportunidade de participar de um jogo local de mineração e percebeu que essa era uma questão cultural forte no país.

Quando voltou ao Brasil, procurou saber se equipes nacionais participavam da competição. “Eu vi que tinha apenas uma equipe representando o País e a América Latina nos Jogos Internacionais. Me perguntei o porquê de a USP não estar lá, sendo a maior e melhor universidade brasileira.”

Em agosto, o time da USP conquistou o primeiro e o terceiro lugares nos Jogos Minerários promovidos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

 

* Universidade de São Paulo

 

Do site da Dow

A Dow, empresa do setor químico, recebe inscrições para seu programa de estágio até o dia 4 de outubro próximo. São 25 vagas. A companhia busca estudantes com potencial e interesse em desenvolver carreira em um setor estratégico da economia mundial, responsável por grande parte das inovações tecnológicas da sociedade.

As vagas são destinadas às unidades da empresa nos estados de São Paulo, Bahia, Pará e Minas Gerais. Os interessados devem se cadastrar na página sobre Programa de Estágio no site da Dow Brasil. O pacote de remuneração inclui bolsa-auxílio de valor competitivo e benefícios como assistência médica e odontológica, auxílio-transporte ou estacionamento, alimentação, seguro de vida, academia e bolsa de final de ano.

O programa
A atuação na companhia será nos seguintes setores: Operações, Pesquisa e Desenvolvimento, Comunicação, Marketing e Vendas, Finanças, Recursos Humanos, Suprimentos, Serviço ao cliente, Patrimônio e Tecnologia da Informação. Os selecionados passarão por um programa de desenvolvimento de carreira, que inclui imersão na cultura e na estratégia da companhia, interação com a liderança, visita às principais plantas de manufatura, workshops para desenvolvimento comportamental e desenvolvimento de um projeto estratégico designado pela área.

 

 

Do site da Bunge

O grupo ligado ao agronegócio e ao setor de alimentos, está divulgando seu "Programa Jovens Engenheiros" com vagas para vários estados brasileiros. As vagas, segundo a Bunge, é para profissionais formados de quatro a cinco anos em Engenharias: Mecânica, Agrícola, Agronômica, Química, Elétrica, Instrumentação, Produção, Alimentos ou Eletromecânica. A empresa é responsável pelas marcas Soya, Delícia, Primor, Salada, Cardeal, Salsaretti, Suprema e Gradina. As inscrições devem ser feitas até 19 de outubro. 

O programa, de acordo com a empresa, tem como objetivo preparar jovens engenheiros para assumirem futuras posições de liderança, através de atividades multifuncionais que possibilitam o desenvolvimento de capacidades técnicas e competências ligadas à gestão e liderança desses profissionais. Ao todo, são 15 vagas, distribuídas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Tocantins e Pernambuco, locais onde o grupo tem unidades.

>> Confira mais informações sobre a oportunidade, como qualificação e inscrição aqui.

 

 

Da Assessoria de Comunicação da Embrapa*

Na Ilha das Cinzas, cravada na fronteira entre o Pará e o Amapá, pesquisadores e comunidade conseguiram adaptar um modelo de fossa séptica biodigestora suspensa, com resultados tão promissores quanto os observados na versão tradicional, que é enterrada para que o solo atue como isolante térmico. A pequena ilha do arquipélago do Marajó foi o berço do primeiro experimento adaptado para atender a áreas inundáveis do estuário do Rio Amazonas, onde o nível da água varia diariamente em função das marés oceânicas. O sistema evita contaminação dos mananciais e ainda gera adubo para pequenos produtores.


Foto: Carlos Renato Marmo/Embrapa
Modelo de fossa séptica biodigestora suspensa.

A iniciativa, que abre caminho para o emprego do sistema em outras regiões similares, atraiu a atenção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). O ICMBio estuda instalar unidades da fossa séptica biodigestora na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Itatupã-Baquiá, no Município de Gurupá (PA), do qual a Ilha das Cinzas faz parte.

Instaladas no primeiro semestre de 2016 na ilha, as unidades da fossa séptica biodigestora, tecnologia desenvolvida pela Embrapa Instrumentação (SP), receberam o emprego de metodologias diferenciadas, com o uso do tradicional esterco bovino para potencializar a biodigestão anaeróbia e também um produto biológico comercial. Duas unidades da fossa séptica biodigestora receberam o esterco bovino como inoculante, mas não foram enterradas conforme preconiza o modelo original, a fim de evitar variações de temperatura. As caixas de polietileno foram instaladas suspensas a um metro do chão, sobre um tablado de madeira.

As tampas das caixas, que no processo tradicional recebem camadas de tinta preta para melhorar a absorção de calor, não precisaram dessa ajuda extra. Com temperatura média em torno dos 30 graus Celsius, as fossas instaladas na ilha não receberam a pintura e não foram enterradas.

Em avaliação realizada no último mês de julho, o engenheiro civil e analista da Embrapa Instrumentação Carlos Renato Marmo observou que as adaptações para adequar a tecnologia à região alagada não interferiram no resultado. “Testes preliminares indicam que as três unidades instaladas estão funcionando adequadamente, o que comprova a viabilidade econômica e operacional da tecnologia para áreas alagadas.”

De acordo com Marmo, as áreas de várzea podem ser problemáticas para o funcionamento da fossa séptica biodigestora, porque dificilmente a tecnologia poderá ser semienterrada. “A elevação do nível da água no solo, decorrente da maré, pode causar interferências na temperatura do biodigestor, prejudicando a atuação biológica. Tratava-se, portanto, de um desafio a ser superado.”

O analista ainda explica que, diante das condições de pH, temperatura, tempo de detenção e concentração de matéria orgânica, o processo biológico de fermentação trata o esgoto e produz um biofertilizante, também chamado de efluente, que é indicado para ser aplicado na agricultura como fertirrigação, por conter nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio. “A aplicação de efluente de esgoto tratado no solo complementa o tratamento do esgoto, evitando o lançamento em corpos d´água ou locais inadequados”, afirma.

Análises preliminares do efluente das fossas demonstraram que as adaptações estão cumprindo o papel de manter a digestão dos materiais fecais presentes no esgoto doméstico e, pelo processo de biodigestão anaeróbia, descontaminá-lo e transformá-lo em adubo orgânico.

Desenvolvimento sustentável
A estudante do 9º semestre de engenharia ambiental da Universidade do Estado do Amapá (UEAP) Bruna Rocha de Oliveira explica que as análises realizadas no Laboratório de Saneamento Ambiental da Universidade Federal do Amapá (Unifap) mostram redução da carga orgânica e da concentração de sólidos no efluente. As avaliações foram conduzidas com base em três das cinco coletas de efluente e deverão ocorrer a cada três meses.

"A tecnologia se mostra viável para a região pelo baixo custo e praticidade na construção, bem como pela eficiência que essa fossa tem mostrado nas demais regiões em que foi instalada. Na adaptação feita para as áreas de várzea do estuário amazônico, o resultado já está sendo positivo, pois a população menciona a ausência de odores e alguns estão usando o efluente biofertilizante para irrigar pequenas plantações", avalia Bruna.

A estudante atua como estagiária da Embrapa Amapá (AP), no projeto "Desenvolvimento comunitário sustentável no estuário amazônico", liderado pelo pesquisador da Embrapa Amapá Marcelino Carneiro Guedes. O projeto, que tem a parceria da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas (Ataic) e é apoiado com recursos de quase R$ 1 milhão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), visa a fomentar soluções tecnológicas para melhorar as condições de saneamento, de energia e das atividades produtivas de famílias da comunidade agroextrativista Ilha das Cinzas.

 

* Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Foto da home de Bruna Rocha/Embrapa

 

 

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